segunda-feira, 22 de junho de 2015

Papa aos jovens: “É grande no amor quem sabe fazer-se pequeno para os outros”.


VISITA PASTORAL 
DO SANTO PADRE FRANCISCO 
EM TURIM

ENCONTRO COM CRIANÇAS E JOVENS

DISCURSO DO PAPA

Praça Vittorio
Domingo, 21 de junho de 2015

Queridos jovens,

Agradeço-vos esta calorosa recepção! E obrigado pelas vossas perguntas, que nos levam ao coração do Evangelho.

A primeira, sobre o amor, questiona-nos sobre o sentido profundo do amor de Deus, que nos é oferecido pelo Senhor Jesus. Ele mostra-nos até onde chega o amor: até ao dom total de si próprio, dando a sua vida, como contemplamos no mistério do Santo Sudário, quando nele reconhecemos o ícone do ''amor maior". Mas este dom de nós mesmos não deve ser imaginado como um raro gesto heroico ou reservado para uma qualquer ocasião excecional.

Podemos de fato assumir o risco de cantar o amor, de sonhar o amor, de aplaudir o amor...sem deixarmo-nos tocar e envolver com ele! A grandeza do amor revela-se no cuidar das pessoas necessitadas, com lealdade e paciência; por isso é grande no amor quem sabe fazer-se pequeno para os outros, como Jesus, que se fez servo.

Amar é fazer-se próximo, tocar a carne de Cristo nos pobres e, nos últimos, abrir à graça de Deus as necessidades, os apelos, as solicitações das pessoas que nos circundam. O amor de Deus, assim, entra, transforma e torna grandes as coisas pequenas, torna-as sinal da sua presença. S. João Bosco é nosso mestre, precisamente, pela capacidade de amar e educar a partir da proximidade que ele vivia com os rapazes e os jovens.

À luz desta transformação, fruto do amor, podemos responder à segunda questão, sobre a falta de confiança na vida. A falta de emprego e de perspectivas para o futuro, certamente, ajuda o movimento da própria vida, colocando muitos na defensiva: pensar em si mesmos, gerir o tempo e os recursos de acordo com o seu próprio bem, limitar os riscos de qualquer generosidade...São todos sintomas de uma vida mantida e preservada a todo custo e que, no final, pode levar à resignação e ao cinismo. 

Papa no Angelus: O Sudário é um ícone de amor


VISITA PASTORAL DO SANTO 
PADRE FRANCISCOA TURIM

ANGELUS

Praça Vittorio
Domingo, 21 de junho de 2015

No final desta celebração, os nossos pensamentos se voltam à Virgem Maria, Mãe amorosa e zelosa para com todos os seus filhos, que Jesus os confiou a Ela, da Cruz, ao se oferecer com um grande gesto de amor. O ícone deste amor é o Sudário, que continua a atrair tantas pessoas aqui para Turim. O Sudário atrai pelo rosto e o corpo martirizado de Jesus e, mas, ao mesmo tempo, conduz ao rosto de cada pessoa sofredora e perseguida injustamente. Ele nos conduz para a mesma direção do dom do amor de Jesus: ‘O amor de Cristo nos interpela’. Estas palavras de São Paulo se tornou o lema de São José Benedito de Cotolengo.

Recordando o ardor apostólico de tantos sacerdotes santos desta terra, partindo de Dom Bosco, do qual recordamos o bicentenário de seu nascimento, saúdo com gratidão, os sacerdotes e religiosos. Vocês se dedicam, com esforço, ao trabalho pastoral e estão ao lado das pessoas e dos seus problemas. Encorajo-os, pois, a continuar, com alegria, seu ministério, visando sempre o essencial no anúncio do Evangelho. Agradeço também a presença dos irmãos Bispos do Piemonte e Valle d´Aosta, e os exorto a permanecerem sempre ao lado dos seus sacerdotes, com carinho paternal e calorosa proximidade.

Uma outra proposta da homossexualidade desde a visão cristã do mundo - Antropologia teológica


É sabido que Deus a todos criou por amor. O ato criacional de Deus não está destacado de sua substância, senão que é um desdobrar daquilo que Deus é em si mesmo. A natureza criada - e nela o ser humano como Coroa da obra da criação - possui em si uma certa imperfeição. Não em relação a si mesma, mas, em relação a Deus. Deus é perfeito e em relação a Ele tudo o mais não é. Deus é Absoluto, e em relação a Ele tudo o mais é relativo. Desde este ponto de vista, a obra criada é imperfeita e relativa sempre a Deus. Aqui entro no delicado e controverso assunto da homossexualidade.

Um jovem me diz: "padre, porque Deus criou o homossexual nesta sua condição se Deus é amor?" E ainda: "Se Deus sabe de antemão que a homossexualidade é pecado, porque então cria alguém homossexual?" Perguntas difíceis, mas, muito pertinentes que podem nos ajudar a compreender um pouco mais daquilo que é o projeto de Deus para o ser humano. Em primeiro lugar Deus não cria uma pessoa para ser assassino, outra para ser estuprador, outra para ser ladrão e outra para ser homossexual. A natureza criada - que não é Deus - é por si mesma imperfeita. Uma árvore não é simétrica. Nem nosso próprio corpo o é. Se perfeição for simetria e se, em relação à criação o objeto referencial da simetria for a perfeição de Deus, então ninguém é perfeito, pois, nenhum ser humano por santo que seja nunca se aproximará da essência divina senão por graça do próprio Deus que se lhe revela. Assim, já se pode descartar a hipótese de que Deus tenha criado intencionalmente uma pessoa para que ela sofra. Se esta hipótese for levada adiante, haverá que se admitir a existência do mal em Deus. Admitir a existência do mal em Deus é o pecado dos anjos decaídos que se tornaram demônios. Deus é o Bem e nele nunca há mal algum. Conforme o argumento ontológico de Santo Anselmo, Deus é aquele que nada de maior, excelente, belo, verdadeiro e puro pode ser pensado. Se, deste modo, Deus é a essência em existência, logo, nele não há nenhuma possibilidade para conceber o mal e criá-lo. Portanto, afirmar que Deus possa criar alguém para fazê-lo sofrer com esta ou aquela realidade humana, é ilógico uma vez que Deus não pode conceber o sofrimento como mal ou desejo sádico.

A segunda questão da primeira pergunta referente à criação do homem - e em questão o homossexual - é: Deus não cria o homem condicionado a ser isto ou aquilo, como se afirmou anteriormente. No texto que escrevi sobre a liberdade afirmo que somos dotados do livre-arbítrio por Deus desde a criação. Portanto, escolhemos o que queremos para a nossa vida. Tal escolha pode ser ou não conforme o plano de Deus. Acusar Deus de ser mal, despótico, sádico e um criador de marionetes é não ter a maturidade necessária nem a liberdade presumida para assumir a própria vida e as próprias escolhas. Noutras palavras: é ser um bebê chorão apontando o dedo pra todo mundo e acusando a todos - e até a pobre da pedra - de ter tropeçado e arrancado o tampo do dedão.

domingo, 21 de junho de 2015

A encíclica de Francisco diz não à ideologia de gênero


Que o papa Francisco está bem atento às questões relacionadas com as raízes biológicas e antropológicas do homem, já era claro faz tempo. Em várias ocasiões durante as últimas semanas, o papa recordou a necessidade de salvaguardar a complementaridade entre homem e mulher, chamando-a de "vértice da criação de Deus".

Esta sensibilidade do papa se refletiu também na encíclica “Laudato sì”. Numa passagem crucial do texto, ele destaca que "não se pode propor uma relação com o ambiente que prescinda da relação com as outras pessoas e com Deus". Tal atitude, avisa Francisco, evitando qualquer equívoco ambientalista, não passaria de "individualismo romântico disfarçado de beleza ecológica e um sufocante fechar-se na imanência". Em suma, o respeito pelo homem precede e antecipa o respeito pelo meio ambiente.

Já na catequese de 5 de junho de 2013, Dia Mundial do Meio Ambiente, o Santo Padre salientou que "cultivar e salvaguardar" são conceitos que não compreendem apenas "a relação entre nós e o meio ambiente, entre o homem e a criação", mas envolvem "também as relações humanas". Daí a necessidade, sentida por Francisco, de redescobrir uma "ecologia humana", termo usado pela primeira vez por São João Paulo II na “Centesimus Annus”. O papa polonês observou que, "para além da destruição irracional do ambiente natural, deve-se lembrar a destruição ainda mais grave do ambiente humano, que está longe de receber a atenção necessária".

A ligação entre aquele aviso da “Centesimus Annus” e as solicitações do papa Francisco está no discurso que Bento XVI pronunciou no Bundestag, o parlamento federal alemão, em setembro de 2011. "O homem também tem uma natureza que ele deve respeitar e que não pode manipular à vontade. O homem não é apenas uma liberdade que ele cria para si mesmo. O homem não cria a si mesmo. Ele é espírito e vontade, mas é também natureza, e a sua vontade é justa quando ele respeita a natureza, a escuta e aceita a si mesmo como aquilo que é e que não foi ele quem criou". 

Fundação AIS convida portugueses a rezar pela libertação do padre Mourad, sequestrado na Síria


Dia 21 de Junho, precisamente um mês após o sequestro do padre Jacques Mourad, na Síria, a Fundação AIS lança uma campanha de oração, a nível internacional, pela libertação deste sacerdote.

O padre Mourad, de que se desconhece completamente o paradeiro, foi sequestrado, juntamente com um seu colaborador, Boutros Hanna Dekermenjian, em Al Qaryatayn, na Síria, a 21 de Maio.

A notícia do rapto deste sacerdote deixou consternada a população local, que apreciava particularmente o trabalho que vinha desenvolvendo, em especial junto das populações mais necessitadas, idosos e crianças, sendo conhecido como “um amigo dos muçulmanos”.

Prior do Mosteiro de Mar Elias, Jacques Mourad terá sido levado, no dia 21 de Maio, por quatro homens armados que o obrigaram a entrar num automóvel.

Dias antes do rapto, o Mosteiro de São Elias acolhera numerosos refugiados oriundos da cidade de Palmira que, entretanto, caíra nas mãos dos jihadistas do “Estado Islâmico”. 

O médico e a senhora


Uma senhora humilde foi ao médico, e depois de realizar alguns exames o médico falou:

- A senhora é crente, não é?

- Sou sim!

- Eu gosto de crentes, só tem um problema: Eles falam muito de Jesus e esquecem de Maria. (Silêncio)

- Doutor, posso te fazer uma pergunta?

- Sim

- Se eu chegasse aqui, sua secretária me dissesse que o senhor não estava, mas que sua mãe estava acha que eu ia querer ser atendida por ela?

- Claro que não, o médico sou eu não ela.

- Pois é doutor, quem morreu na cruz por mim foi Ele não ela! (Silêncio)

- É verdade senhora! Mas deixe eu lhe perguntar uma coisa.

- Sim 

sábado, 20 de junho de 2015

Bispos divulgam mensagem sobre a redução da maioridade penal


MENSAGEM DA CNBB SOBRE 
A REDUÇÃO DA MAIORIDADE PENAL

 “Felizes os que têm fome e sede da justiça, porque serão saciados” (Mt 5,6).

Temos acompanhado, nos últimos dias, os intensos debates sobre a redução da maioridade penal, provocados pela votação desta matéria no Congresso Nacional. Trata-se de um tema de extrema importância porque diz respeito, de um lado, à segurança da população e, de outro, à promoção e defesa dos direitos da criança e do adolescente. É natural que a complexidade do tema deixe dividida a população que aspira por segurança. Afinal, ninguém pode compactuar com a violência, venha de onde vier.

É preciso, no entanto, desfazer alguns equívocos que têm embasado a argumentação dos que defendem a redução da maioridade penal como, por exemplo, a afirmação de que há impunidade quando o adolescente comete um delito e que, com a redução da idade penal, se diminuirá a violência.

No Brasil, a responsabilização penal do adolescente começa aos 12 anos. Dados do Mapa da Violência de 2014 mostram que os adolescentes são mais vítimas que responsáveis pela violência que apavora a população. Se há impunidade, a culpa não é da lei, mas dos responsáveis por sua aplicação. 

O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), saudado há 25 anos como uma das melhores leis do mundo em relação à criança e ao adolescente, é exigente com o adolescente em conflito com a lei e não compactua com a impunidade.  As medidas socioeducativas nele previstas foram adotadas a partir do princípio de que todo adolescente infrator é recuperável, por mais grave que seja o delito que tenha cometido. Esse princípio está de pleno acordo com a fé cristã, que nos ensina a fazer a diferença entre o pecador e o pecado, amando o primeiro e condenando o segundo.  

Testemunho de ex-pastor protestante: “O Demônio é protestante”, ele “converte” as pessoas através da Bíblia.


Em uma entrevista para a revista Cristandade, Luis Miguel Boullón faz uma breve resenha de seu processo de conversão ao Catolicismo. De ministro protestante a Católico fervoroso, sofreu o abandono da família e seus amigos.

“O Demônio é protestante", foi a primeira frase que pronunciei, depois de minha conversão, àqueles que me escutaram por mais de doze anos como seu pastor. Foi sensacional o escândalo! Alguns já tinham notado que minhas férias foram muito precipitadas e talvez até exageradamente prolongadas. Foi um dos afastamentos mais raros, inclusive para minha própria família que me percebeu reticente nas práticas habituais de casa, como, por exemplo, a leitura e explicação da Bíblia. Surgiram brigas demasiadas por causa de minha nova maneira de pensar.

“No princípio era o Verbo”

Lembro-me de experiências vividas, das minhas primeiras manifestações de raiva ao ler um artigo nesta revista quando era protestante, que agora, aprecio tanto, da qual me honro publicando este trabalho. Eu achava que o texto era muito radical em suas afirmações, muito profundo para o que eu estava acostumado a ler.

Acredito ter meditado no problema umas cinco ou seis semanas. Até que resolvi pedir auxílio à paróquia da Igreja Católica, que ficava perto de minha Igreja. Atendeu-me um sacerdote com um olhar penetrante e muito amável. Eu abordei vários assuntos de interesse comum e ele me pediu tempo para inteirar-se melhor da abordagem das doutrinas da Igreja.

Na verdade, fiquei um pouco desarmado, mas conseguimos conversar quase o tempo todo. Quase... porque, nas questões de doutrina começou ele a acuar-me. Comecei a responder-lhe como de costume citando, com exatidão, uma passagem bíblica atrás de outra tentando mostrar o erro.

- Pastor Boullón - me disse logo - não avançaremos muito discutindo com a Bíblia na mão. Sabe o senhor que o demônio foi o primeiro a antecipar-se a todos na prática do crime... e por isso, foi também o primeiro evangélico?

Não gostei dessa observação. Ele estava me insultando, chamando-me de demônio. Sem me deixar explicar o que pensava, adiantou-se:

- Sim... foi o primeiro evangélico. Recorde-se de que o demônio buscou tentar a Cristo com a Bíblia na mão!

- Mas Cristo lhe respondeu com a Bíblia, eu disse.

- Então, o senhor me dá razão, pastor... os dois argumentaram com a Bíblia, só que Jesus a utilizou bem... e lhe tapou a boca.

Pegou sua Bíblia, leu-me o que já sabia: Enquanto o Senhor conversava com o demônio, ele o levou a Jerusalém e colocando-o no alto do templo lhe repetiu o Salmo 90,11-12 "Porque está escrito que Deus mandou aos seus anjos que te guardem e o leve em suas mãos para que não tropece em alguma pedra". Mas o Senhor lhe respondeu com Deuteronômio 6,16: Mas também está escrito: "Não tentarás ao Senhor teu Deus" e o demônio se distanciou confundido.

Eu também me distanciei, como o demônio, confundido. Tive raiva por ter sido chamado de demônio. E pior: ser tratado como o demônio no deserto.