VISITA
PASTORAL
DO SANTO PADRE FRANCISCO
EM
TURIM
ENCONTRO
COM CRIANÇAS E JOVENS
DISCURSO
DO PAPA
Praça
Vittorio
Domingo,
21 de junho de 2015
Queridos jovens,
Agradeço-vos esta calorosa recepção! E obrigado
pelas vossas perguntas, que nos levam ao coração do Evangelho.
A primeira, sobre o amor, questiona-nos sobre o
sentido profundo do amor de Deus, que nos é oferecido pelo Senhor Jesus. Ele
mostra-nos até onde chega o amor: até ao dom total de si próprio, dando a sua
vida, como contemplamos no mistério do Santo Sudário, quando nele reconhecemos
o ícone do ''amor maior". Mas este dom de nós mesmos não deve ser
imaginado como um raro gesto heroico ou reservado para uma qualquer ocasião
excecional.
Podemos de fato assumir o risco de cantar o amor,
de sonhar o amor, de aplaudir o amor...sem deixarmo-nos tocar e envolver com
ele! A grandeza do amor revela-se no cuidar das pessoas necessitadas, com
lealdade e paciência; por isso é grande no amor quem sabe fazer-se pequeno para
os outros, como Jesus, que se fez servo.
Amar é fazer-se próximo, tocar a carne de Cristo
nos pobres e, nos últimos, abrir à graça de Deus as necessidades, os apelos, as
solicitações das pessoas que nos circundam. O amor de Deus, assim, entra,
transforma e torna grandes as coisas pequenas, torna-as sinal da sua presença.
S. João Bosco é nosso mestre, precisamente, pela capacidade de amar e educar a
partir da proximidade que ele vivia com os rapazes e os jovens.
À luz desta transformação, fruto do amor, podemos
responder à segunda questão, sobre a falta de confiança na vida. A falta de
emprego e de perspectivas para o futuro, certamente, ajuda o movimento da
própria vida, colocando muitos na defensiva: pensar em si mesmos, gerir o tempo
e os recursos de acordo com o seu próprio bem, limitar os riscos de qualquer
generosidade...São todos sintomas de uma vida mantida e preservada a todo custo
e que, no final, pode levar à resignação e ao cinismo.