terça-feira, 23 de junho de 2015

Terra Santa: os bispos católicos condenam o ataque contra a igreja em Tabgha


A Assembleia dos Ordinários Católicos da Terra Santa condenou fortemente o ataque, realizado por desconhecidos, ao templo da Multiplicação dos Pães e dos Peixes, em Tabgha (Israel), na costa do Mar da Galiléia, custodiado pela ordem beneditina.

Trata-se de um “ato de violência perpetrado por indivíduos intolerantes" indicam, "que prejudicam a imagem da Terra Santa, ofendem os cristãos neste país e a Igreja como um todo", denunciaram os bispos em um comunicado. O atentado "afeta a ideia de um Estado que define-se como democrático, tolerante e seguro", acrescentou.

Os Ordinários Católicos da Terra Santa também advertiram que "tais atos criminosos danificam seriamente a coexistência das comunidades religiosas no país". Por esta razão, salientaram que "judeus, cristãos e muçulmanos, juntos, devem lutar contra tais manifestações de violência e extremismo".

"Nos últimos meses, outros ataques foram perpetrados contra lugares cristãos ou mesquitas e não se deu continuidade às investigações. Dada a gravidade desses incidentes, exigimos uma investigação imediata e que os autores deste ato de vandalismo sejam levados à justiça", exigiram os bispos no seu comunicado.

Ainda assim, a Assembleia de Ordinários Católicos agradeceu "aos líderes políticos e religiosos que conderam este ato e expressou a sua solidariedade”. Mas recordou que a “educação dos jovens nas escolas religiosas, deve enfatizar o favorecer a tolerância e a coexistência".

"Nossa sociedade precisa do nosso testemunho de respeito pela dignidade de cada homem e mulher, o respeito pela sua fé e proteger a santidade de todos os lugares santos e o seu acesso livre aos crentes", insistiram os bispos.

O santuário de Tabgha, construído há três décadas sobre as ruínas de igrejas dos séculos IV e V, ficou danificado por causa de um incêndio criminoso, de acordo com a política e os bombeiros israelenses, que confirmaram que o fogo foi originado simultaneamente em vários pontos na noite da quarta-feira passada. 

A ideologia de gênero


Retirada do Plano Nacional de Educação no ano passado, a “Ideologia de Gênero” volta à carga de modo mais sutil: querem inserir essa perniciosa ideologia nos planos municipais e estaduais de educação. O MEC instrui as secretarias de educação de todos os municípios e Estados a inserir “gênero” e “orientação sexual” nos planos de educação, como critérios para a implementação de políticas educacionais. Em muitos municípios, este processo está acontecendo sem a participação dos principais interessados, que são os pais e os educadores. A não participação da sociedade civil na escolha do modelo de educação fere o direito das famílias de definir as bases da educação que desejam oferecer a seus filhos.

As expressões “gênero” ou “orientação sexual” referem-se a uma ideologia que procura encobrir o fato de que os seres humanos se dividem em dois sexos. Segundo essa corrente ideológica, as diferenças entre homem e mulher, além das evidentes implicações anatômicas, não correspondem a uma natureza fixa, mas são resultado de uma construção social. Seguem o célebre aforismo de Simone de Beauvoir: “Não se nasce mulher, fazem-na mulher”. Assim, sob o vocábulo “gênero”, é apresentada uma nova filosofia da sexualidade.

Negar a biologia e a psicologia é negar a ciência! A escola deve ter compromisso com a verdade, fomentando o conhecimento da realidade e não doutrinando os alunos com ideologias. O papel da educação deve ser o de fomentar o conhecimento da realidade, não a sua desconstrução, ou a neutralização das características psicológicas e biológicas dos meninos e das meninas. Devemos ensinar os nossos filhos e alunos a respeitar as pessoas, independentemente do sexo, raça, condição social, etc., mas isso não quer dizer confundi-los com uma ideologia como essa. Na verdade, os que adotam o termo gênero não estão querendo combater a discriminação, mas sim “desconstruir” a família, o matrimônio e a maternidade e, deste modo, fomentam um “estilo de vida” que incentiva todas as formas de experimentação sexual desde a mais tenra idade. 

Um milhão na praça para testemunhar a beleza da família e dizer “não” à ideologia de gênero


Grande sucesso da manifestação “Defendamos os nossos filhos”, na praça de São João de Latrão. Mais de um milhão de pessoas estiveram presentes na tarde do dia 20 de junho de 2015, como informou entusiasticamente, do palco, Massimo Gandolfini, presidente do Comitê organizador. O evento, muito esperado, nasceu das bases, em menos de 20 dias, pelo “boca a boca” nas redes sociais, sem intenções partidárias ou confessionais, sem muita publicidade.

Uma fórmula que, porém, funcionou. Evidentemente estas ideologias sobre o “gênero” – e todos os derivados que, de maneira sorrateira, estão sendo paulatinamente introduzidos nas escolas italianas – alarmaram uma multidão de pais, que só estavam à espera de uma ocasião para se reunirem e denunciarem a ideologia de gênero, definida pelo Papa Francisco como um “erro da mente humana” que ameaça prejudicar a serenidade psicossexual de gerações inteiras (apesar de muitos chegarem a afirmar que o “gênero” seja apenas uma invenção de “católicos-talibãs”).

O objetivo principal da manifestação, todavia, foi protestar pacificamente contra o Projeto de Lei da senadora Monica Cirinnà, que introduz, de fato, o casamento e as adoções gay pela via jurisprudencial, e a prática do útero de aluguel. Sobre esses assuntos, todos estavam de acordo: os neocatecúmenos (que representaram o grupo mais numeroso, com 250.000 membros, vindos de todas as regiões italianas), Manif pour Tous, as Sentinelas em Pé, os recém-fundados “Parlamentares em prol da Família”, os Evangélicos, o Movimento Pró-Vida, a associação Agapo e muitos outros.

Homilética: Solenidade do Nascimento de São João Batista (24 de junho): "Ele veio para dar testemunho da luz e preparar o povo para a vinda do Senhor".


A Igreja celebra com muita alegria o nascimento de São João Batista como um acontecimento sagrado. Santo Agostinho diz: “Dentre os nossos antepassados, não há nenhum cujo nascimento seja celebrado solenemente. Celebramos o de João, celebramos também o de Cristo”.

Diz a Palavra de Deus: “Houve um homem enviado por Deus: o seu nome era João. Veio para dar testemunho da luz e preparar para o Senhor um povo bem disposto a recebê-lo” (cf. Jo 1,6s; Lc 1,17).

O Prefácio da Missa apresenta João como o maior entre os nascidos de mulher, o único dos profetas que mostrou o Cordeiro redentor; o Batista que batizou o autor do Batismo e o mártir que deu o verdadeiro testemunho de Cristo.

Diante de João Batista encontramo-nos com um homem coerente! Ele exige conversão pelo testemunho de vida e pela pregação. Convida-nos a preparar os caminhos do Senhor pela prática da justiça. A Palavra é Jesus. João constitui a ressonância da Palavra.

João apresenta a linha divisória entre os dois Testamentos. A sua pregação foi o começo do Evangelho de Jesus Cristo, Filho de Deus (Mc 1,1). E o seu martírio foi um presságio da Paixão do Salvador. Contudo, “João era uma voz passageira; Cristo é a Palavra eterna desde o princípio” diz santo Agostinho.

[…] A liturgia fez-nos celebrar a Natividade de São João Batista, o único santo do qual se comemora o nascimento, porque marcou o início do cumprimento das promessas divinas: João é aquele «profeta», identificado com Elias, que estava destinado a preceder imediatamente o Messias para preparar o povo de Israel para a sua vinda (cf. Mt 11, 14; 17, 10-13). A sua festa recorda-nos que a nossa vida é inteira e sempre «relativa» a Cristo e realiza-se acolhendo-O, que é Palavra, Luz e Esposo, do qual nós somos vozes, lâmpadas e amigos (cf. Jo 1, 1-13; 1, 7-8; 3, 29). «Ele é que deve crescer, e eu diminuir» (Jo 3, 30): esta expressão do Batista é programática para cada cristão. […] (Bento XVI, Angelus, 25 de Junho de 2006).

João Batista continua a ser para os homens de hoje um grande modelo: de fidelidade ao Senhor, de humildade, de valentia, de sobriedade.

Vamos aprender com ele a amar a Jesus vivo aqui no meio de nós e que ele apresentou ao mundo.

segunda-feira, 22 de junho de 2015

A novela e o ataque aos evangélicos


A televisão brasileira é objetiva e clara. Seus mentores, dirigindo-se às classes sociais mais simples, não se preocupam com elucubrações elegantes. Vão direto ao ponto! É exatamente o que está ocorrendo na novela Babilônia. Nossos irmãos, os evangélicos, são nitidamente escrachados. A trama e as falas das personagens pretensamente evangélicas não deixam dúvida a respeito da intenção do autor da novela: mostrar uma dicotomia visceral entre o que os evangélicos pregam e o que eles fazem na vida diária. No enredo, o pai da família de evangélicos é um prefeito - quase pastor - que toda hora evoca o “Altíssimo”, mas, na política, é um corrupto de primeira linha e, na privacidade do lar, um adúltero, acobertado pela própria mãe, a qual também diz primar pelos valores cristãos e recorrentemente clama a Deus.

Por que denegrir a imagem dos evangélicos? Ora, o escopo de certa mídia é óbvio. São os deputados e senadores evangélicos, alguns deles pastores, que, com galhardia e independência, impedem o avanço de projetos contrários à família, como a ideologia de gênero, a lei da mordaça, o aborto, entre outras tantas depravações. Daí o ódio mefistofélico dos fautores de determinada “arte”, covardemente empenhados em profligar a reputação dos evangélicos.

Papa aos jovens: “É grande no amor quem sabe fazer-se pequeno para os outros”.


VISITA PASTORAL 
DO SANTO PADRE FRANCISCO 
EM TURIM

ENCONTRO COM CRIANÇAS E JOVENS

DISCURSO DO PAPA

Praça Vittorio
Domingo, 21 de junho de 2015

Queridos jovens,

Agradeço-vos esta calorosa recepção! E obrigado pelas vossas perguntas, que nos levam ao coração do Evangelho.

A primeira, sobre o amor, questiona-nos sobre o sentido profundo do amor de Deus, que nos é oferecido pelo Senhor Jesus. Ele mostra-nos até onde chega o amor: até ao dom total de si próprio, dando a sua vida, como contemplamos no mistério do Santo Sudário, quando nele reconhecemos o ícone do ''amor maior". Mas este dom de nós mesmos não deve ser imaginado como um raro gesto heroico ou reservado para uma qualquer ocasião excecional.

Podemos de fato assumir o risco de cantar o amor, de sonhar o amor, de aplaudir o amor...sem deixarmo-nos tocar e envolver com ele! A grandeza do amor revela-se no cuidar das pessoas necessitadas, com lealdade e paciência; por isso é grande no amor quem sabe fazer-se pequeno para os outros, como Jesus, que se fez servo.

Amar é fazer-se próximo, tocar a carne de Cristo nos pobres e, nos últimos, abrir à graça de Deus as necessidades, os apelos, as solicitações das pessoas que nos circundam. O amor de Deus, assim, entra, transforma e torna grandes as coisas pequenas, torna-as sinal da sua presença. S. João Bosco é nosso mestre, precisamente, pela capacidade de amar e educar a partir da proximidade que ele vivia com os rapazes e os jovens.

À luz desta transformação, fruto do amor, podemos responder à segunda questão, sobre a falta de confiança na vida. A falta de emprego e de perspectivas para o futuro, certamente, ajuda o movimento da própria vida, colocando muitos na defensiva: pensar em si mesmos, gerir o tempo e os recursos de acordo com o seu próprio bem, limitar os riscos de qualquer generosidade...São todos sintomas de uma vida mantida e preservada a todo custo e que, no final, pode levar à resignação e ao cinismo. 

Papa no Angelus: O Sudário é um ícone de amor


VISITA PASTORAL DO SANTO 
PADRE FRANCISCOA TURIM

ANGELUS

Praça Vittorio
Domingo, 21 de junho de 2015

No final desta celebração, os nossos pensamentos se voltam à Virgem Maria, Mãe amorosa e zelosa para com todos os seus filhos, que Jesus os confiou a Ela, da Cruz, ao se oferecer com um grande gesto de amor. O ícone deste amor é o Sudário, que continua a atrair tantas pessoas aqui para Turim. O Sudário atrai pelo rosto e o corpo martirizado de Jesus e, mas, ao mesmo tempo, conduz ao rosto de cada pessoa sofredora e perseguida injustamente. Ele nos conduz para a mesma direção do dom do amor de Jesus: ‘O amor de Cristo nos interpela’. Estas palavras de São Paulo se tornou o lema de São José Benedito de Cotolengo.

Recordando o ardor apostólico de tantos sacerdotes santos desta terra, partindo de Dom Bosco, do qual recordamos o bicentenário de seu nascimento, saúdo com gratidão, os sacerdotes e religiosos. Vocês se dedicam, com esforço, ao trabalho pastoral e estão ao lado das pessoas e dos seus problemas. Encorajo-os, pois, a continuar, com alegria, seu ministério, visando sempre o essencial no anúncio do Evangelho. Agradeço também a presença dos irmãos Bispos do Piemonte e Valle d´Aosta, e os exorto a permanecerem sempre ao lado dos seus sacerdotes, com carinho paternal e calorosa proximidade.

Uma outra proposta da homossexualidade desde a visão cristã do mundo - Antropologia teológica


É sabido que Deus a todos criou por amor. O ato criacional de Deus não está destacado de sua substância, senão que é um desdobrar daquilo que Deus é em si mesmo. A natureza criada - e nela o ser humano como Coroa da obra da criação - possui em si uma certa imperfeição. Não em relação a si mesma, mas, em relação a Deus. Deus é perfeito e em relação a Ele tudo o mais não é. Deus é Absoluto, e em relação a Ele tudo o mais é relativo. Desde este ponto de vista, a obra criada é imperfeita e relativa sempre a Deus. Aqui entro no delicado e controverso assunto da homossexualidade.

Um jovem me diz: "padre, porque Deus criou o homossexual nesta sua condição se Deus é amor?" E ainda: "Se Deus sabe de antemão que a homossexualidade é pecado, porque então cria alguém homossexual?" Perguntas difíceis, mas, muito pertinentes que podem nos ajudar a compreender um pouco mais daquilo que é o projeto de Deus para o ser humano. Em primeiro lugar Deus não cria uma pessoa para ser assassino, outra para ser estuprador, outra para ser ladrão e outra para ser homossexual. A natureza criada - que não é Deus - é por si mesma imperfeita. Uma árvore não é simétrica. Nem nosso próprio corpo o é. Se perfeição for simetria e se, em relação à criação o objeto referencial da simetria for a perfeição de Deus, então ninguém é perfeito, pois, nenhum ser humano por santo que seja nunca se aproximará da essência divina senão por graça do próprio Deus que se lhe revela. Assim, já se pode descartar a hipótese de que Deus tenha criado intencionalmente uma pessoa para que ela sofra. Se esta hipótese for levada adiante, haverá que se admitir a existência do mal em Deus. Admitir a existência do mal em Deus é o pecado dos anjos decaídos que se tornaram demônios. Deus é o Bem e nele nunca há mal algum. Conforme o argumento ontológico de Santo Anselmo, Deus é aquele que nada de maior, excelente, belo, verdadeiro e puro pode ser pensado. Se, deste modo, Deus é a essência em existência, logo, nele não há nenhuma possibilidade para conceber o mal e criá-lo. Portanto, afirmar que Deus possa criar alguém para fazê-lo sofrer com esta ou aquela realidade humana, é ilógico uma vez que Deus não pode conceber o sofrimento como mal ou desejo sádico.

A segunda questão da primeira pergunta referente à criação do homem - e em questão o homossexual - é: Deus não cria o homem condicionado a ser isto ou aquilo, como se afirmou anteriormente. No texto que escrevi sobre a liberdade afirmo que somos dotados do livre-arbítrio por Deus desde a criação. Portanto, escolhemos o que queremos para a nossa vida. Tal escolha pode ser ou não conforme o plano de Deus. Acusar Deus de ser mal, despótico, sádico e um criador de marionetes é não ter a maturidade necessária nem a liberdade presumida para assumir a própria vida e as próprias escolhas. Noutras palavras: é ser um bebê chorão apontando o dedo pra todo mundo e acusando a todos - e até a pobre da pedra - de ter tropeçado e arrancado o tampo do dedão.