No dia 14
de julho de 1917, o Padre Manuel Marques Ferreira, pároco de Fátima, interrogou
a Lúcia, sobre a aparição do dia anterior, na Cova da Iria. Escreveu que ela «disse
que saiu de casa, no dia 13, pelas onze horas; chamou a Jacinta, e chegámos à
estrada nova: fomos a correr até lá; a gente dizia que fôssemos devagar, e nós
dizíamos que não nos cansavam as pernas para irmos devagar. Chegámos e
encontrámos lá a minha irmã [Teresa], e ela mandou-me pedir o terço; eu pedi-o
e rezámo-lo; estivemos, um nadita, deu um relâmpago, e vem a Senhora.
Levantei-me, disse que se chegassem para trás, alguma coisa, e que ajoelhassem
os que pudessem e quisessem; tornei a ajoelhar e perguntei-lhe:
- O que é
que me quer?
-
Quero-te dizer que voltem cá no dia 13.
E disse
mais:
- Rezem o
terço a Nossa Senhora do Rosário que abrande a guerra, que só ela é que lhe
pode valer.
Eu disse
mais:
- Tenho
aqui por pedido se vossemecê converte uma mulher do Pedrógão e uma da Fátima e
se melhora um menino da Moita.
Ela disse
que os convertia e melhorava, entre um ano.
Eu disse:
- Faça um
milagre para que todos (se) acreditem.
- Daqui a
três meses, farei então com que todos acreditem.
- Não me
quer mais nada?
- Não,
eu, por mim, agora, não te quero mais nada.
Eu
disse-lhe:
- Pois
eu, por mim, também não quero mais nada.
Depois,
ela foi-se para o lado do nascente e eu disse ao povo:
- Olhem
para ali para a ver, para o lado onde ela ia.
O povo
voltou-se.
Era
exatamente a mesma que tinha visto das outras vezes.
- Tinha
aqui um pedido: se vossemecê levava para o céu um homem da Atouguia, o mais
depressa melhor.
- Levo-o» (DCF I, Doc. 3, de 14 de julho de 1917, p. 13-16).
Nesta primeira narração da terceira aparição, há
quatro momentos principais: o pedido de Nossa Senhora de voltarem, no dia 13
seguinte; a insistência na oração do terço, para o abrandamento da guerra; os
pedidos da Lúcia; e a promessa de Nossa Senhora de fazer um milagre, em
outubro, para que todos acreditassem.
Mas, alguns dias depois, começaram a correr notícias
de ter havido também um segredo e uma oração ensinada aos pastorinhos. É o que
se depreende da afirmação do pároco, em cartas a três jornais, no dia 15 de
agosto, após o chamado “arrebatamento” dos pastorinhos, por parte do
administrador de Vila Nova de Ourém, no dia 13: “A autoridade, depois de longo
interrogatório das criancinhas, em suas casas, manda-as conduzir, a título de
algumas informações, para minha casa, – diz, para elas lhe descobrirem um
segredo que ainda lhe não tinham revelado” (DCF I, Doc. 40, de 15 de agosto de
1917, p. 294-296). Foi isto mesmo que a Lúcia respondeu, no primeiro
interrogatório do Pe. Dr. Manuel Nunes Formigão, no dia 27 de setembro de 1917:
“É certo que te disse um segredo, proibindo que o revelasses a quem quer que
fosse? – É certo. – Diz respeito só a ti ou também aos teus companheiros? – A
todos três. – Não o podes manifestar, ao menos, ao teu confessor? (A esta
pergunta guardou silêncio, parecendo um tanto enleada e julguei não dever
insistir, repetindo a pergunta”) (DCF I, Doc. 7, de 27 de setembro de 1917, p.
57). A partir daí, foram várias as tentativas, por parte de algumas pessoas,
para obter dos pastorinhos o conteúdo do segredo. No dia 11 de outubro, o Dr.
Formigão voltou ao assunto: “O segredo é para teu bem e dos teus companheiros?
É para a tua salvação, bem espiritual, para esta vida? Se o povo o soubesse,
ficava triste? […] – Tu disseste que ficava triste? – Não. (DCF I, Doc. 11, de
11 de outubro de 1917, p. 90). O Dr. Formigão ouviu também algumas declarações
da Jacinta e do Francisco. A Jacinta terá confundido o segredo de julho com o
de junho, ao dizer que foi “da 2.ª vez, no dia de S. António”; e disse ainda
que o segredo “é para serem felizes e bons. É para bem de todos três. Não é
para serem ricos. Não é para irem para o Céu. Se o povo soubesse do segredo,
ficava triste”; “não pode dizer o segredo. Nossa Senhora disse que não
dissessem nada do segredo”. O Francisco, no mesmo dia, só afirmou que o povo,
se soubesse o segredo, ficava triste (DCF I, Doc. 11, de 11 de outubro de 1917,
p. 92 e DCF I, Doc. 12, depois de 11 de outubro de 1917, p. 114-116). No dia 13
de outubro, depois da última aparição, o Dr. Formigão julgou oportuno insistir
com o Francisco sobre o segredo: foi a Lúcia que lho disse; não o pode revelar,
não por medo que a Lúcia lhe bata, mas, “se calhar, é pecado dizer o segredo”;
não sabe se o segredo é para bem da alma do Sr. Prior (DCF I, Doc. 13, de 13 de
outubro de 1917, p. 136). Mais pessoas, em outubro e novembro, referiram a
existência de um segredo, sem entrar em pormenores, insistindo que as crianças
não o queriam revelar a ninguém (DCFIII, 1, Doc. 116, p. 197; DCF III, 1, Doc.
197, p. 479; DCF I, Doc. 41, p. 300¸ DCF I, Doc. 52, p. 364). No dia 19 de
outubro, o Dr. Formigão voltou a perguntar à Lúcia: “Se o povo soubesse o
segredo que Nossa Senhora te revelou ficava triste? – Cuido que ficava como está,
quase à mesma (DCF I, doc. 16, de 19 de outubro de 1917, p. 151). Terminou os
seus interrogatórios, no dia 2 de novembro de 1917. Achando que seria inútil
interrogar novamente o Francisco, fez uma breve pergunta à Jacinta, que precisou
melhor a data do segredo: “cuido que foi em julho” (DCF I, Doc. 17, de 2 de
novembro de 1917, p. 176) e interrogou a Lúcia: “Tu nunca disseste o segredo,
nem mesmo disseste que o povo ficava triste, se o soubesse. O Francisco e a
Jacinta dizem que ficava triste. Se tu não podes dizer isso, também eles o não
podiam dizer. Que te parece?” A Lúcia responde: “Não sei se eles deviam ou não
dizer que o povo ficava triste. Nossa Senhora disse que não deviam dizer nada a
ninguém. Por isso, não posso dizer nada” (DCF I, Doc. 17, de 2 de novembro de 1917,
p. 178). O pároco de Fátima, no relatório final do chamado “Processo
paroquial”, refere-se brevemente ao segredo, evocando o seu interrogatório à
Lúcia, no dia de 21 de agosto de 1917 (DCF I, Doc. 31, de 6 de agosto de 1918,
p. 261); sobre a Jacinta, refere: “A respeito do segredo também não consegui
que mo revelasse; apenas disse que ele – segredo – não era mau para elas,
videntes” (ibidem, p. 270); sobre o Francisco, o pároco é um pouco mais longo:
“A respeito do segredo, nada consegui que me revelasse. Dizendo-lhe eu que, não
ouvindo ele a Senhora, não tinha segredo algum, respondeu que sim, tem, que lho
disse a Lúcia. Disse-lhe que, como foi a Lúcia que o disse, podia-mo dizer,
porque não é segredo nem Nossa Senhora lhe disse que o não dissesse, respondeu:
não digo, que é pecado, que a Lúcia disse que não dissesse eu, por isso não
digo. Aqui, recordo-me que a Lúcia, em certa ocasião, me havia dito que a
Senhora só lhe deu licença ou mandou que o dissesse ao Francisco” (ibidem, p.
271). O pároco ouviu, a 2 de março de 1919, Teresa de Jesus, irmã da Lúcia,
sobre a aparição de 13 de julho de 1917. Entre outras coisas, semelhantes ao
que a Lúcia tinha dito, a 14 de julho desse ano, acrescentou: “passados poucos
minutos, notou que sua irmã sentiu um tão forte abalo que a fez exclamar: Ai!!
Nossa Senhora…” (DCF I, Doc. 34, de 2 de março de 1919, p. 282; cf. Memórias,
IV, II, 5).
Quanto à oração ensinada por Nossa Senhora aos
pastorinhos, a 13 de julho, é referida, pela primeira vez, no dia 8 de setembro
de 1917, pelo Dr. Carlos de Azevedo Mendes, numa carta à sua futura esposa,
Maria dos Prazeres Courinha: “A oração que dizem a Senhora lhes ensinou é
simples; é a seguinte: ‘Ó meu Jesus perdoai-me. Livrai-me do fogo do inferno.
Levai as alminhas todas para o Céu, principalmente as que mais precisarem’.
Queres maior simplicidade? Achei interessante que a Senhora a tivesse ensinado,
mas não lhes recomendasse que a rezassem” (DCF I, Doc. 55, de 8 de setembro de
1917, p. 392). É estranha esta afirmação do Dr. Mendes, porque, poucos dias
depois, a 27 de setembro, no seu primeiro interrogatório, o Dr. Formigão
perguntou se Nossa Senhora tinha ensinado alguma oração e Lúcia responde:
“Ensinou, e quer que a recitemos, depois de cada mistério do rosário”: ‘Ó meu
Jesus, perdoai-nos, livrai-nos do fogo do inferno, levai as alminhas todas para
o Céu, principalmente aquelas que mais precisarem’ (DCF I, Doc. 7, de 27 de
setembro de 1917, p. 61). O Dr. Formigão escreveu-a também num papelinho,
exatamente na mesma forma, exceto: ‘e aquelas que mais precisarem’ (DCF1, Doc.
8, de 27 de setembro de 1917, p. 69). No dia 5 de janeiro de 1922, Lúcia, já no
Instituto de Van Zeller (Asilo de Vilar), no Porto, fez o seu primeiro escrito
sobre as aparições. Sobre a aparição de julho de 1917, há poucas novidades,
relativamente ao que ela tinha dito em 1917, e sobre o segredo, escreveu: “Em
seguida, confiou-nos algumas palavrinhas, dizendo-nos: Não digam isto a
ninguém, só o podem dizer ao Francisco” (DCF III, 3, Doc. 685 de 5 de janeiro
de 1922).
Sob o pseudónimo de Visconde de Montelo, o Dr.
Formigão escreveu, em 1918 e 1919, no jornal “A Guarda”, uma série de artigos
que intitulou “Os episódios de Fátima”. Não chegou a publicar, nessa altura, a
oração recolhida por ele, em setembro de 1917. Mas, em junho de 1921, escreveu
um opúsculo, com o título, Os episódios maravilhosos de Fátima. Na página 12,
colocou esta nota: “Reproduzo este interrogatório dos videntes, sem alteração
de uma vírgula, exactamente como o redigi, no dia 29 de setembro de 1917, em face
das notas tomadas”. Apesar desta afirmação, modificou a segunda parte da oração,
com sentido diferente: "Ó meu Jesus, perdoai-nos, livrai-nos do fogo do
inferno e aliviai as almas do Purgatório, principalmente as mais abandonadas.
Por este opúsculo e sobretudo pela obra, As grandes maravilhas de Fátima
(1927), a fórmula modificada foi substituindo a primitiva, que era pouco
conhecida. Deve-se ao escritor Antero de Figueiredo a reposição da fórmula
primitiva, depois de interrogar a Irmã Lúcia e ter contactado com D. José Alves
Correia e com o próprio Dr. Formigão, na sua obra, Fátima: Graças, segredos,
mistérios, editada em novembro de 1936: “Esta é a verdadeira oração ensinada
pela Virgem Santíssima à Lúcia. A que anda impressa foi alterada por quem a
editou, com certeza no bom intuito de a tornar mais acessível e mais conforme
às fórmulas teológicas das preces em sufrágio das almas do Purgatório"
(Ob. cit., nota 1, p. 369). A 18 de maio de 1941, a Ir. Lúcia explicava ao Pe.
José Bernardo Gonçalves, seu confessor em Espanha, que a jaculatória tinha sido
modificada, “fazendo a última súplica pelas almas do Purgatório, porque diziam
não entender o sentido das últimas palavras; mas eu creio que Nossa Senhora se
referia às almas que se encontram em maior perigo de condenação; foi esta a
impressão que me ficou, e talvez que a V. Revª lhe pareça o mesmo, depois de
ter lido a parte que escrevi do segredo e sabendo que no-la ensinou a seguir,
em a 3ª [aparição], Julho" (Memórias e cartas da Irmã Lúcia, introdução,
notas e tradução inglesa pelo Pe. Dr. António Maria Martins, S. J., Porto, L.
E., 1973, p. 442 (fac-simile) e 443 (transcrição em português). E na Terceira
Memória, redigida a 31 de agosto de 1941, explica ao Senhor Bispo de Leiria a
sua interpretação sobre a jaculatória, na sua forma primitiva: “Agora, Ex.mo e
Rev.mo Senhor Bispo, compreenderá porque a mim me ficou a impressão de que as
últimas palavras desta oração se referiam às almas que se encontram em maior
perigo ou mais iminente de condenação” (Memórias, III, 3). Na Quarta Memória, a
Irmã Lúcia transcreve duas vezes a oração, segundo a fórmula primitiva, com
pequeníssimas variantes (Memórias, IV, I, 16 e II, 5). A 23 de junho de 1944,
D. José, Bispo de Leiria, autorizava a publicação e indulgenciava duas “orações
que podem ser intercaladas nos mistérios do rosário”. A decisão de publicar as duas
versões, praticamente ao mesmo nível de valor, embora com o esclarecimento de
que a primeira “foi ensinada por Nossa Senhora à Ir. Lúcia, vidente de Fátima”
(“Voz da Fátima”, 22 (262), 13 jul. 1944, p. 4, col. 4), não ajudou a impor,
como fórmula única, aquela que era mais aceitável, em razão da sua origem.
Durante algum tempo, verificou-se uma certa hesitação, mas, a pouco e pouco,
foi-se deixando de usar a fórmula que refere "as almas do
Purgatório".
Na sua Quarta Memória, terminada em dezembro de
1941, a Irmã Lúcia escreveu sobre a terceira aparição, revelando mais uma
jaculatória e descobrindo a primeira e segunda parte do segredo: “Momentos
depois de termos chegado à Cova de Iria, junto da carrasqueira, entre numerosa
multidão de povo, estando a rezar o terço, vimos o reflexo da costumada luz e,
em seguida, Nossa Senhora sobre a carrasqueira.
– Vossemecê que me quer? – Perguntei.
– Quero que venham aqui no dia 13 do mês que vem,
que continuem a rezar o terço todos os dias, em honra de Nossa Senhora do
Rosário, para obter a paz do mundo e o fim da guerra, porque só Ela lhes poderá
valer.
– Queria pedir-Lhe para nos dizer quem é, para
fazer um milagre com que todos acreditem que Vossemecê nos aparece.
– Continuem a vir aqui todos os meses. Em outubro,
direi quem sou, o que quero e farei um milagre que todos hão-de ver, para
acreditar.
Aqui, fiz alguns pedidos que não recordo bem quais
foram. O que me lembro é que Nossa Senhora disse que era preciso rezarem o
terço para alcançarem as graças durante o ano. E continuou:
– Sacrificai-vos pelos pecadores e dizei muitas
vezes, em especial sempre que fizerdes algum sacrifício: Ó Jesus, é por Vosso
amor, pela conversão dos pecadores e em reparação pelos pecados cometidos
contra o Imaculado Coração de Maria.
Ao dizer estas últimas palavras, abriu de novo as
mãos, como nos dois meses passados. O reflexo pareceu penetrar a terra e vimos
como que um mar de fogo. Mergulhados em esse fogo, os demónios e as almas, como
se fossem brasas transparentes e negras ou bronzeadas, com forma humana, que
flutuavam no incêndio, levadas pelas chamas que delas mesmas saíam juntamente
com nuvens de fumo, caindo para todos os lados, semelhante ao cair das faúlhas
em os grandes incêndios, sem peso nem equilíbrio, entre gritos e gemidos de dor
e desespero que horrorizava e fazia estremecer de pavor (deveu ser ao
deparar-me com esta vista que dei esse ai! que dizem ter-me ouvido) [(DCF I,
Doc. 34, de 2 de março de 1919, p. 282]. Os demónios distinguiam-se por formas
horríveis e asquerosas de animais espantosos e desconhecidos, mas transparentes
como negros carvões em brasa. Assustados e como que a pedir socorro, levantámos
a vista para Nossa Senhora que nos disse, com bondade e tristeza:
– Vistes o inferno, para onde vão as almas dos
pobres pecadores; para as salvar, Deus quer estabelecer no mundo a devoção a
Meu Imaculado Coração. Se fizerem o que Eu vos disser, salvar-se-ão muitas
almas e terão paz. A guerra vai acabar. Mas, se não deixarem de ofender a Deus,
no reinado de Pio XI começará outra pior. Quando virdes uma noite alumiada por
uma luz desconhecida, sabei que é o grande sinal que Deus vos dá de que vai a
punir o mundo de seus crimes, por meio da guerra, da fome e de perseguições à
Igreja e ao Santo Padre. Para a impedir, virei pedir a consagração da Rússia a
Meu Imaculado Coração e a Comunhão reparadora nos primeiros sábados. Se
atenderem a Meus pedidos, a Rússia se converterá e terão paz; se não, espalhará
seus erros pelo mundo, promovendo guerras e perseguições à Igreja. Os bons
serão martirizados, o Santo Padre terá muito que sofrer, várias nações serão
aniquiladas. Por fim, o Meu Imaculado Coração triunfará. O Santo Padre
consagrar-me-á a Rússia que se converterá e será concedido ao mundo algum tempo
de paz. Em Portugal se conservará sempre o dogma da Fé, etc. Isto não o digais
a ninguém. Ao Francisco, sim, podeis dizê-lo.
Quando rezais o terço, dizei, depois de cada
mistério: Ó meu Jesus, perdoai-nos, livrai-nos do fogo do inferno; levai as
alminhas todas para o Céu, principalmente aquelas que mais precisarem.
Seguiu-se um instante de silêncio e perguntei:
– Vossemecê não me quer mais nada?
– Não. Hoje não te quero mais nada.
E, como de costume, começou a elevar-se em direcção
ao nascente até desaparecer na imensa distância do firmamento” (Memórias, IV,
II, 5).
Em 13 de
maio de 2000, por ocasião da beatificação de Francisco e Jacinta Marto, o Papa
João Paulo II, depois de ter obtido a confirmação, junto da Irmã Lúcia de Jesus
e do Imaculado Coração de Maria, de que o texto escrito pela religiosa, quando
era doroteia, a 3 de janeiro de 1944, e confiado à Santa Sé, no mês de abril de
1957, era a terceira parte do segredo de Fátima e nada mais tinha escrito,
autorizou que fosse publicada, em resumo, no próprio dia 13 de maio de 2000 e
na totalidade, no dia 26 de junho do mesmo ano, com uma introdução e um
comentário teológico do então Cardeal Joseph Ratzinger, atualmente papa emérito
Bento XVI: “A terceira parte do segredo revelado a 13 de julho de 1917 na Cova
da Iria – Fátima: Depois das duas partes que já expus, vimos ao lado esquerdo
de Nossa Senhora um pouco mais alto um Anjo com uma espada de fogo em a mão
esquerda; ao cintilar, despedia chamas que parecia iam incendiar o mundo; mas
apagavam-se com o contacto do brilho que da mão direita expedia Nossa Senhora
ao seu encontro. O Anjo apontando com a mão direita para a terra, com voz forte
disse: Penitência, Penitência, Penitência! E vimos numa luz imensa que é Deus:
“algo semelhante a como se vêem num espelho quando lhe passam por diante” um
Bispo vestido de Branco “tivemos o pressentimento de que era o Santo Padre”.
Vários outros Bispos, Sacerdotes, religiosos e religiosas subir uma escabrosa
montanha, no cimo da qual estava uma grande Cruz de troncos toscos como se fora
de sobreiro com a casca; o Santo Padre, antes de chegar aí, atravessou uma
grande cidade meia em ruínas, e meio trémulo com andar vacilante, acabrunhado
de dor e pena, ia orando pelas almas dos cadáveres que encontrava pelo caminho;
chegado ao cimo do monte, prostrado de joelhos aos pés da grande Cruz foi morto
por um grupo de soldados que lhe dispararam vários tiros e setas, e assim mesmo
foram morrendo uns trás outros os Bispos, Sacerdotes, religiosos e religiosas e
várias pessoas seculares, cavalheiros e senhoras de várias classes e posições.
Sob os dois braços da Cruz estavam dois Anjos cada um com um regador de cristal
em a mão, neles recolhiam o sangue dos Mártires e com ele regavam as almas que
se aproximavam de Deus. Tuy – 3.1.1944” (Sagrada Congregação para a Doutrina da
Fé – A Mensagem de Fátima (O Segredo),
Cidade do Vaticano, 2000).
Pe. Luciano
Cristino
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Disponível
em: Fátima 2017
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