01 - Um dado importante e que
deve ser considerado na pastoral litúrgica é o grau de importância e a
precedência dos dias litúrgicos. Como a Igreja é hierárquica, em três graus,
entendendo essa hierarquia como serviço prestado ao povo de Deus, essa dimensão
da Igreja se estende também à liturgia. Entendamos: na liturgia, não só os
ritos se distinguem entre si por graus de importância, como também as próprias
celebrações se distinguem entre si quanto à sua importância litúrgica.
02 - Podemos afirmar então que
existem graus e precedência nas celebrações, e se dizemos genericamente
"festas", três na verdade são os graus da celebração litúrgica:
"solenidade", "festa" e "memória", podendo esta
última ser ainda obrigatória ou facultativa. Neste subsídio, a palavra
"festa" não será usada no sentido genérico, mas de qualificação
litúrgica, a fim de evitar mal-entendidos.
Vejamos
então:
SOLENIDADE
03 - É o grau máximo da celebração litúrgica, isto é, aquele que admite, como o próprio nome sugere, todos os aspectos solenes e próprios da liturgia. Na "solenidade", então, três são as leituras bíblicas, canta-se o "Glória" e faz-se a profissão de fé. Pode ainda haver incensação, quando for conveniente. Para a maioria das solenidades existe também prefácio próprio. Embora no mesmo grau, as solenidades distinguem-se ainda, entre si, quanto à precedência. Somente o Tríduo Pascal da Paixão, Morte e Ressurreição do Senhor está na liturgia em posição única. As demais solenidades portanto se acham na tabela oficial distinguindo-se apenas quanto ao lugar que ocupam no mesmo nível. Assim, depois do Tríduo Pascal, temos: Natal, Epifania, Ascensão e Pentecostes, o que equivale a dizer que estas quatro solenidades são as mais importantes depois do Tríduo Pascal, mas Natal sobressai em primeiro lugar, depois do Tríduo sacro. Também as solenidades, como os domingos, começam no dia precedente, com as I Vésperas, seguindo a tradição judaica, e nelas canta-se o Te Deum na Liturgia das Horas. Os demais dias litúrgicos começam à meia-noite e terminam à meia-noite.
04 - As “solenidades” são sempre celebradas, ou seja, não podem ser omitidas, como acontece com as “festas” e as “memórias”, nos casos específicos. Porém, a “solenidade” que venha a cair nos domingos da Quaresma, nos dias da Semana Santa ou nos dias da oitava da Páscoa vai ser sempre transferida: se em domingo da Quaresma, para o dia seguinte; se nos outros dias acima citados, para a segunda-feira após a oitava da Páscoa. Atente-se ainda para o que diz o n° 13 deste trabalho sobre as situações em que, no mesmo dia, devem celebrar-se as Vésperas do Ofício corrente e as Vésperas do Ofício seguinte.
As duas maiores “solenidades”, Natal e Páscoa, são celebradas com oitava,
isto é, têm seu prolongamento festivo por oito dias. No Ofício Divino, em
todos os dias, canta-se ou recita-se o Te Deum.
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