segunda-feira, 31 de agosto de 2015

Sou casada, tenho filhos e sinto atração pelo meu pároco

Sentir atração por um padre não é incomum.
Mas como lidar responsavelmente com ela?

Eu pertenço a uma paróquia de médio porte e ajudo na pastoral. Sou casada e tenho filhos que frequentam a escola paroquial. O nosso pároco fez um convite a vários líderes de apostolados e pastorais para um pequeno retiro de Quaresma. Faz tempo que não tenho a oportunidade de participar de um retiro e gostaria muito de ir, mas eu percebi que me sinto muito atraída pelo pároco e acho que passar mais tempo perto dele não seria uma boa ideia. O que você me recomenda?

Sentir atração por um padre não é incomum. Desenvolvemos uma sensação de proximidade e de admiração por várias pessoas que trabalham ao nosso lado e a quem respeitamos, especialmente se elas nos aconselham ou cuidam de nós de alguma forma. Nesses contextos, é possível que surja a atração física. Podem acontecer situações semelhantes entre alunos e professores, pacientes e médicos, clientes e advogados...

Um sacerdote é um pai espiritual que vive uma vida de fé e de liderança no serviço ao próximo, o que faz dele um belo ser humano. Se, além disso, ele ainda é carismático, bonito, inteligente, compassivo, acolhedor... bom, pode ser uma “receita” para uma igreja cheia de pessoas, mas também para que várias delas sintam uma “paixão secreta” pelo pároco. Afinal, quem é que não gosta de pessoas assim?

Se você apenas sente uma “queda” inocente pelo padre, daquelas que até comentamos com o marido ou namorado em uma roda de amigos, sem maior profundidade, não a transforme em um drama. Essas “quedas” são normais e tendem a se dissipar, especialmente se você as expuser à luz e mantiver os limites apropriados no relacionamento.

Agora, se for uma atração mais forte, que faz você pensar demais no sacerdote, fantasiar com ele, desejar a atenção pessoal dele, inventar motivos para vê-lo, etc., então você precisa tratar desta questão a sério. 

domingo, 30 de agosto de 2015

A observância literal dos preceitos é algo estéril se não muda o coração, diz Papa no Angelus.


PAPA FRANCISCO
ANGELUS

Praça São Pedro
Domingo, 30 de Agosto de 2015


Queridos irmãos e irmãs, bom dia!

O Evangelho deste domingo apresenta uma disputa entre Jesus e alguns fariseus e os escribas. A discussão é referente ao valor da "tradição dos antigos" (Mc 7,3) que Jesus, referindo-se ao profeta Isaías, define "preceitos dos homens" (v. 7), e que nunca deve ficar no lugar do "mandamento de Deus" (v. 8). As prescrições antigas compreendiam não apenas os preceitos que Deus revelou a Moisés, mas uma série de regras que especificavam as indicações da lei mosaica. Os interlocutores aplicavam tais normas de uma forma muito escrupulosa e as apresentavam como uma expressão de religiosidade autêntica. Portanto, repreendem Jesus e os seus discípulos pela transgressão delas, em particular, daquelas relacionadas com a purificação exterior do corpo (cf. v. 5). A resposta de Jesus tem a força de um pronunciamento profético: "Ignorando o mandamento de Deus - diz - observam a tradição dos homens" (v. 8). São palavras que nos enchem de admiração por nosso Mestre: sentimos que nEle há verdade e que a sua sabedoria nos liberta de preconceitos.

Mas atenção! Com essas palavras, Jesus quer alertar também a nós, hoje, que ao manter a observância exterior da lei seja suficiente para ser bons cristãos. Como à época para os fariseus, há também para nós o perigo de nos consideramos adequados ou, pior, melhor do que os outros pelo simples fato de observar as regras, as tradições, mesmo se não amamos o próximo, somos duros de coração, soberbos, orgulhosos. A observância literal dos preceitos é algo estéril se não muda o coração e não se traduz em atitudes concretas: abrir-se ao encontro com Deus e à Sua Palavra, a oração, buscar a justiça e a paz, ajudar os pobres, os fracos, os oprimidos. Todos sabemos que, nas nossas comunidades, nas nossas paróquias, nos nossos bairros, quanto mal fazem à Igreja e são motivo de escândalo as pessoas que se dizem muito católicas e vão muitas vezes na igreja, mas, depois, na sua vida quotidiana, descuidam da família, falam mal de outros e assim por diante. Isso é o que Jesus condena, porque é um contra- testemunho cristão.

Continuando a exortação, Jesus se concentra em um aspecto mais profundo e afirma: "Não existe nada fora do homem que, entrando nele, possa torná-lo impuro. Mas são as coisas que saem do homem que o tornam impuro"(v. 15). Desta forma, sublinha a primazia da interioridade, ou seja, a primazia do "coração": não são coisas exteriores que nos fazem santos ou não santos, mas é o coração que expressa as nossas intenções, as nossas escolhas e o desejo de fazer tudo por amor a Deus. As atitudes exteriores são a consequência do que decidimos no coração, mas não o contrário: com as atitudes exteriores, se o coração não muda, não somos verdadeiros cristãos. A fronteira entre o bem e o mal não passa fora de nós, mas sim, dentro de nós. Podemos nos perguntar: Onde está meu coração? Jesus diz: "O teu tesouro é onde está o seu coração". Qual é o meu tesouro? É Jesus, a sua doutrina?  É o coração bom ou o tesouro é outra coisa? Portanto, é o coração que deve ser purificado e convertido. Sem um coração purificado, não se pode ter mãos verdadeiramente limpas e lábios que pronunciem palavras sinceras de amor - tudo é duplo, uma vida dupla - lábios que pronunciam palavras de misericórdia, perdão. Somente isso só pode fazer o coração sincero e purificado.

Peçamos ao Senhor, por intercessão da Virgem Santa, para nos dar um coração puro, livre de toda hipocrisia. Esse é o adjetivo que Jesus disse aos fariseus: "hipócritas", porque dizem uma coisa e fazem outra. Um coração livre de toda hipocrisia, para que sejamos capazes de viver de acordo com o espírito da lei e alcançar o seu fim, que é o amor.

A Imitação de Cristo: conheça e ouça trechos deste clássico da espiritualidade católica


"A Imitação de Cristo" é um dos maiores clássicos da espiritualidade católica. O livro foi escrito no século XV e é atribuído ao padre alemão Thomas Hemerken, mais conhecido como "Thomas de Kempis". Kempis é a forma latina do nome da sua cidade natal, Kempen.

Composto para incentivar as práticas devocionais, o livro chegou a ser um dos mais traduzidos no mundo, com milhares de cópias distribuídas pelas bibliotecas europeias mesmo antes da invenção da imprensa. Santo Inácio de Loyola leu a obra durante o tempo de retiro espiritual que passou em uma gruta de Manresa, na Espanha, e o texto o inspirou a conceber os Exercícios Espirituais.  

O século XV foi de grave decadência devocional e moral, com profusão de abusos e escândalos que acabariam levando à eclosão da Reforma Protestante. Foi também o século do grande Cisma do Oriente, provocado por discordâncias de tipo intelectual e político sobre a doutrina e a espiritualidade da Igreja. Numerosa parcela do clero levava uma vida de pouco fervor ou priorizando vertentes espirituais intelectualizadas, abstratas demais para o povo cristão simples e iletrado. Diante dessa frouxidão de espírito, começou a surgir a chamada "devotio nova", ou "devoção nova", que propunha recolocar Jesus Cristo no centro da vida de fé e de oração. Thomas de Kempis participou decisivamente desse movimento espiritual ao publicar os capítulos de "A Imitação de Cristo", textos, aliás, que são independentes um do outro: é possível abrir o livro aleatoriamente e ler qualquer um dos capítulos, que tem começo, meio e fim. 

sábado, 29 de agosto de 2015

Presidência da CNBB divulga nota sobre a descriminalização do uso de drogas


NOTA DA CNBB SOBRE A 
DESCRIMINALIZAÇÃO DO USO DE DROGAS

       “Escolhe, pois, a vida, para que vivas, tu e teus descendentes” (Dt 30,19).


A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil – CNBB, através do Conselho Episcopal de Pastoral, reunido nos dias 25 e 26 de agosto, declara-se contrária à descriminalização do uso de drogas. É importante a sociedade inteirar-se desta temática, pois a dependência química representa um dos grandes problemas de saúde pública e de segurança no Brasil.

O uso indevido de drogas interfere gravemente na estrutura familiar e social. Está entre as causas de inúmeras doenças, de invalidez física e mental, de afastamento da vida social. A dependência que atinge, especialmente, os adolescentes e os jovens, é fator gerador da violência social, provoca no usuário alteração de consciência e de comportamento. O consumo e o tráfico de drogas são apontados como causa da maioria dos atentados contra a vida. 

A não punibilidade do porte de drogas, tendo como argumento a preservação da liberdade da pessoa, poderá agravar o problema da dependência química, escravidão que hoje alcança números alarmantes.  

A liberação do consumo de drogas facilitará a circulação dos entorpecentes. Haverá mais produtos à disposição, legalizando uma cadeia de tráfico e de comércio, sem estrutura jurídica para controlá-la. O artigo 28 da Lei 11.343, ao tratar do tema, não prevê reclusão, mas a penalização com adoção de medidas de reinserção social. Constata-se que o encarceramento em massa não tem sido eficaz. É preciso desenvolver a prática da justiça restaurativa. Isso não significa menor rigor para aqueles que lucram com as drogas. 

CNBB emite nota a favor do Brasil


NOTA DA CNBB A FAVOR DO BRASIL


“Os que querem enriquecer caem em muitas tentações e laços, em desejos insensatos e nocivos, que mergulham as pessoas na ruína e perdição. Na verdade, a raiz de todos os males é o amor ao dinheiro” (1Tm 6,9-10).

A população brasileira acompanha, apreensiva, a grave crise que atinge o país, procurando conhecer suas origens, resistir às suas consequências e, sobretudo, vislumbrar as soluções. A realidade é dura e traz de volta situações que, por algum tempo, haviam diminuído significativamente como o desemprego, a inflação e a pobreza.

Pagamos um alto preço pela falta de vontade políticade fazer as reformas urgentes e necessárias, capazes de colocar o Brasil na rota do desenvolvimento com justiça social quais sejam as reformas política, tributária, agrária, urbana, previdenciária e do judiciário. O gasto com a dívida pública, o ajuste fiscal e outras medidas para retomada do crescimento colocam a saúde pública na UTI, comprometem a qualidade da educação, inviabilizam a segurança pública e inibem importantes conquistas sociais.  

A corrupção, metástase que atinge de morte não só os poderes constituídos, mas também o mundo empresarial e o tecido social, desafia a política a seguir o caminho da ética e do bem comum. Combatê-la de forma intransigente supõe assegurar uma justa investigação de todas as denúncias que vêm à tona com a consequente punição de corruptos e corruptores. A corrupção, gerada pela falta de ética e incentivada pela impunidade, não pode ser tolerada. 

Bênção do Papa à escritora lésbica não foi aval ao matrimônio gay, esclarece Vaticano.


O subdiretor da Sala de Imprensa do Vaticano, Pe. Ciro Benedittini, esclareceu que a bênção que o Papa Francisco concedeu a uma escritora lésbica não significa de maneira alguma o aval às uniões homossexuais, como interpretaram alguns meios de comunicação.

Francesca Pardi fundou, junto com sua parceira Maria Silvia Fiengo, uma editoria de livros para crianças chamada ‘Lo Stampatello’ e é autora de livros como ‘Piccola storia di una famiglia: perchè hai due mamme? (Pequena história de uma família. Por que você tem duas mães?") e Piccolo Uovo (Pequeno ovo).

Há algumas semanas Pardi – que têm quatro filhos com sua parceira lésbica – mandou uma carta ao Papa e lhe enviou alguns livros escritos por ela, assinalando que neles não menciona a ideologia de gênero, mas o “amor ao próximo”. Alguns desses textos foram retirados das escolas de Veneza a pedido do prefeito Luigi Brugnaro.

Hoje, Pardi publicou no seu perfil do Facebook uma foto do envelope no qual chegou a resposta da Secretaria de Estado Vaticano, confirmado a recepção do presente. Embora a autora não tenha publicado o texto da carta recebida, intitulou assim sua publicação: "O Papa me respondeu!".

Pardi admite que a carta não está assinada pelo Papa, mas por Dom Peter Brian Wells, funcionário da Secretaria de Estado Vaticano. Entretanto, atribui ao Pontífice palavras exortativas a respeito do seu trabalho de literatura gay e uma bênção dirigida a ela e a sua parceira. 

O uso do traje clerical


O uso do traje clerical se destina primeiramente como um distintivo ou mesmo farda do clérigo. Assim é para o médico o jaleco branco e como é para o militar a farda militar. A outra função do traje clerical é de se destacar do meio dos leigos, indicando a eles que é um clérigo.

Muitos são contra ao uso a batina, hábito religioso ou do colarinho clerical. Quem não aceita essa diferenciação do clérigo e do leigo são os sacerdotes e religiosos que seguem a Teologia da Libertação. Um famoso padre palestrante do Brasil declarou certa vez num congresso para seminaristas em Fortaleza em 2007:

"Eles (os seguidores da Teologia da Libertação) preferem abraçar o diabo do que um padre de batina... eles tem pavor de ver um padre de batina. "

Muitos também pensam que após o Concílio Vaticano II, o uso da batina e do colarinho clerical(clerygman) foi abolido ou mesmo se tornado opcional.

Hoje em dia tem padre que se veste mais laical do que o próprio leigo! Até mesmo de modo sensual. Tem leigo mais padre que muito padre por ai, e a nova geração de seminaristas estão mais interessados em batina e paramentos do que os que já são padres.

Está havendo uma inversão de papeis, leigo mais padre do que o padre e padre mais leigo do que o leigo. Se deve ter o mínimo de zelo e usar o "distintivo clerical" no uso do oficio litúrgico e nas funções sacerdotais. 

sexta-feira, 28 de agosto de 2015

Cuidar da Criação


Os últimos dias de agosto e os primeiros dias de setembro nos brindam com várias comemorações que provocam o aprofundamento do compromisso de cristãos com a obra da criação. A mais recente comemoração, introduzida pelo Papa Francisco, é o Dia Mundial de Oração pelo Cuidado da Criação, marcado para 1º de setembro. Na justificativa, o Papa repete que “viver a vocação de guardiões da obra de Deus não é algo de opcional nem um aspecto secundário da experiência cristã, mas parte essencial duma existência virtuosa” (Laudato Si, n. 217). E, como cristãos, “antes de tudo, devemos buscar no nosso rico patrimônio espiritual as motivações que alimentam a paixão pelo cuidado da criação, lembrando sempre que para aqueles que crêem em Jesus Cristo a espiritualidade não está desligada do próprio corpo nem da natureza ou das realidades deste mundo, mas vive com elas e nelas, em comunhão com tudo o que nos rodeia” (LS, n. 216).

Além do Dia Mundial de Oração pelo Cuidado da Criação, comemoramos no dia 28 de agosto o Dia Nacional do Voluntariado e no dia 29 o Dia Nacional de Combate ao Fumo.

O Dia do Voluntariado serve como chamado a deixarmos de lado o nosso comodismo e nos associarmos às inúmeras pessoas que realizam trabalhos voluntários e gratuitos em benefício dos necessitados. Muitos dos trabalhos que são feitos nas nossas comunidades não poderiam ser tocados em frente se não houvesse pessoas que, voluntariamente, os realizam. A título de exemplo cito a catequese, as celebrações, o serviço da caridade e os conselhos administrativos. Muitas entidades assistenciais, educativas e recreativas, e muitos conselhos de direito e associações não funcionariam sem os voluntários.