sexta-feira, 2 de outubro de 2015

Pedagogia Litúrgica para o mês de Outubro de 2015


Outubro se apresenta como um mês repleto de atividades, do ponto de vista eclesial. Em contexto mundial, a Igreja celebra o Sínodo da Família e, em contexto nacional, celebramos a festa de Nossa Padroeira, Nossa Senhora Aparecida. Um mês, igualmente, no qual seremos convidados a considerar nosso testemunho cristão diante deste difícil momento histórico, pelo qual passa o nosso país. A pedagogia litúrgica deste mês terá muito a dizer e nos ajudar neste sentido. Além destes dois eventos, Outubro é também o Mês Missionário, o qual a Igreja no Brasil dedica uma especial atenção, seja com a contribuição financeira como com as orações, sustentando os milhares de missionários e missionárias que semeiam e plantam o projeto do Reino de Deus.

Fidelidade conjugal e fidelidade ao Evangelho

A primeira celebração de outubro (27DTC-B) sintoniza-se perfeitamente com a abertura do Sínodo dos Bispos sobre a família. É uma celebração que se inspira e se contextualiza no projeto divino da fidelidade matrimonial, proposto pelo próprio Deus, com a conhecida orientação de Jesus de o que Deus uniu, o homem não ouse separar. Um ensinamento que considera a fidelidade não unicamente do ponto de vista legal, mas como caminho e meio de se viver de modo feliz o Matrimônio. Um tema, por isso, de grande atualidade, que tem a ver com identidade do homem e da mulher que buscam no Matrimônio a felicidade e o sentido de suas vidas. Um tema que, como dizia, torna-se ainda mais atual devido ao Sínodo sobre a Família, que acontecerá neste mês de outubro, no Vaticano.

Ainda no campo da fidelidade, mas em outro contexto, podemos compreender como esta conduz a vida do homem e da mulher nos caminhos da sabedoria. A celebração do 28DTC-B é bem direta, neste sentido: escolher o dom da sabedoria divina para ser livre, para se viver na alegria de quem tem o coração livre e libertado. É o exemplo de Salomão, o rei sábio, que prefere o dom da sabedoria às estratégias políticas para ter sucesso na liderança de seu povo. Um desejo, este de buscar a sabedoria divina, que jamais deveria se apartar de nossa alma. Buscar o espírito da sabedoria divina cultivado através do contato com a Palavra de Deus e do desapego de todo e qualquer tipo de bem terreno, capaz de impedir nossa liberdade. No contexto do discipulado, é importante interceder o espírito da sabedoria divina para se tornar discípulo e discípula de Jesus. Ou seja, para se viver na sabedoria divina não basta o conhecimento intelectual dos preceitos ou do Evangelho, é preciso viver desapegado de tudo que é terreno, para que o Espírito de liberdade, que vem de Deus, nos torne sábios na vida e fiéis aos ensinamentos do Evangelho.

O sentido da vida: servir

Considerando o sentido da vida e o caminho para se encontrar um sentido existencial, a celebração do 29DTC-B considera a vida a partir do serviço e o fazer do serviço uma atividade missionária. A Igreja pede, na Liturgia deste Domingo, que dediquemos nossas preces com uma lembrança especial à sua atividade missionária. A missionariedade é uma atividade essencial, uma vez que a Igreja nasceu missionária e só vive sua vocação quando exerce o mandato de Jesus de ir pelo mundo em missão evangelizadora. A missão de anunciar o Evangelho encorajando nossa gente a não se deixar cegar pelo atual momento histórico, pelo qual passa o país, mas a exemplo do acontece ao cego que é chamado para se aproximar de Jesus dizer a todo o nosso povo: “coragem, levanta-te, ele te chama!” (30DTC-B). Diante da crise moral, social e econômica do país, a Palavra deste Domingo convida a se aproximar de Jesus, para sermos iluminados pela sua luz e, com esta luz, realizarmos a missão de iluminar quem vive nas trevas. 

quinta-feira, 1 de outubro de 2015

Não existe cristianismo sem cruz


A cruz possui um significado inegociável para o cristianismo. É somente por meio do Cristo crucificado que se pode compreender “o poder de Deus" (cf. 1 Cor 1, 24) e a sua ação salvífica entre os homens. Por isso, na pregação evangélica de Jesus, tudo se resume a esta exortação: “Se alguém quiser vir comigo, renuncie-se a si mesmo, tome sua cruz e siga-me" (cf. Mt 16, 24). Não se trata de mera retórica, mas da apresentação de um dado incontestável: não há redenção sem cruz. O homem que quiser se salvar, deverá, necessariamente, apegar-se às cruzes do dia a dia, renunciando-se a si mesmo, tal qual o Filho do Homem fez no lenho da salvação.

Após aquele encontro fatídico na estrada para Damasco, São Paulo pôde perscrutar o significado autêntico da renúncia anunciada por Jesus. Viu que a lógica da cruz consiste num abandono confiante no “Evangelho da graça", o qual nos apresenta a salvação não como prêmio que se conquista por meio de esforços puramente humanos. É dom gratuito; Deus confunde a “sabedoria" humana ao doar-se inteiramente ao homem — “o que é tido como debilidade de Deus é mais forte que os homens" (cf. 1 Cor 1, 24). São Paulo, por sua vez, fazendo frente às tendências de sua época, não deixou de anunciar aos seus interlocutores a “loucura" e o “escândalo" do madeiro santo: “Porque a linguagem da Cruz é loucura para aqueles que se perdem; mas poder de Deus para os que se salvam, isto é, para nós" (cf. 1 Cor 1, 18-23).

Nas pegadas do Apóstolo das gentes, a Igreja sempre procurou incutir na sociedade o necessário e urgente apelo do Crucificado, sobretudo quando estes esforços sofriam oposição da mentalidade pagã e autossuficiente do período. Ela testemunhou pelo derramamento de sangue — tal qual São Pedro, que se deixou crucificar de cabeça para baixo, achando-se indigno de ter uma morte igual à de Jesus —, pela vida abastada e longe das comodidades do mundo — a exemplo dos monges eremitas e dos irmãos e irmãs do Carmelo —, como também pela atualização diária e milagrosa do próprio sacrifício de Jesus, através da celebração da Santa Eucaristia. Em poucas palavras, pode-se dizer que a pregação da Igreja se fundamentou ordinariamente neste pequeno, mas não menos verdadeiro, princípio: “Quando vires uma pobre Cruz de madeira, só, desprezível e sem valor... e sem Crucificado, não esqueças que essa Cruz é a tua Cruz" [1]. 

O Papa e a homilia do “fracasso” da Cruz: um evangélico inteligente explica


“E se, às vezes, os nossos esforços e o nosso trabalho parecem gorar-se e não dar fruto, estamos a trilhar a mesma via de Jesus Cristo; a sua vida, humanamente falando, acabou com um fracasso: o fracasso da cruz”. Essas palavras cheias de sabedoria foram ditas pelo Papa Francisco em sua homilia em Nova Iorque (24/09). Algumas pessoas – por ódio, maldade ou por pura ignorância – estão tirando a frase de seu contexto e distorcendo o seu sentido.

Em um dos muitos sites furrecas evangélicos que estão distorcendo essa homilia e xingando o Papa de “Besta do Apocalipse”, tive a alegria de encontrar entre os comentários de leitores esse prudente comentário de um irmão evangélico:


O Dia do Nascituro - 8 de outubro


Por determinação da 43ª Assembleia Geral dos Bispos do Brasil, em 2005, celebra-se, em todo o Brasil, de 1 a 8 de outubro, a Semana Nacional da Vida e no dia 8 de outubro o Dia do Nascituro, ou seja, o Dia pelo direito de nascer. “A Semana Nacional da Vida e o Dia do Nascituro são ocasiões para que toda a Igreja continue afirmando sua posição favorável à vida desde o seio materno até o seu fim natural, bem como a dignidade da mulher e a proteção das crianças” (Dom Leonardo Ulrich Steiner, secretário geral da CNBB). Uma data esquecida, mas que vale a pena recordar. Nascituro, o que está para nascer, é o que todos fomos um dia, no útero de nossa mãe, onde teve início nossa existência, graças a Deus.

Foi escolhido o dia 8 de outubro, por ser próximo ao dia em que se celebra a Padroeira do Brasil (12 de outubro), cujo título, ao evocar a concepção, lembra o fruto correspondente: Nossa Senhora da Conceição Aparecida, Mãe de Deus que se fez homem, Jesus Cristo, nascituro em seu seio, que faz João Batista exultar de alegria no ventre de Isabel (Lc 1,39-45).

A propósito, diante da atual banalização da vida e de opiniões favoráveis ao aborto, defendido por inúmeras pessoas influentes, é importante lembrar que a Igreja compreende as situações difíceis que levam mães a abortar, mas, por uma questão de princípios, defende com firmeza a vida do nascituro, como bem nos ensina S. João Paulo II na Carta Encíclica "Evangelium Vitae" (Sobre Valor e a Inviolabilidade da Vida Humana): “É verdade que, muitas vezes, a opção de abortar reveste para a mãe um caráter dramático e doloroso: a decisão de se desfazer do fruto concebido não é tomada por razões puramente egoístas ou de comodidade, mas porque se quereriam salvaguardar alguns bens importantes como a própria saúde ou um nível de vida digno para os outros membros da família. Às vezes, temem-se para o nascituro condições de existência tais que levam a pensar que seria melhor para ele não nascer. Mas essas e outras razões semelhantes, por mais graves e dramáticas que sejam, nunca podem justificar a supressão deliberada de um ser humano inocente” (n. 58). E, usando da prerrogativa da infalibilidade, o Papa define: “Com a autoridade que Cristo conferiu a Pedro e aos seus sucessores, em comunhão com os Bispos – que de várias e repetidas formas condenaram o aborto e que... apesar de dispersos pelo mundo, afirmaram unânime consenso sobre esta doutrina - declaro que o aborto direto, isto é, querido como fim ou como meio, constitui sempre uma desordem moral grave, enquanto morte deliberada de um ser humano inocente. Tal doutrina está fundada sobre a lei natural e sobre a Palavra de Deus escrita, é transmitida pela tradição da Igreja e ensinada pelo Magistério ordinário e universal”(n. 62). 

Campanha Missionária 2015


O mês de outubro é, para a Igreja, o período no qual são intensificadas as iniciativas de animação e cooperação em prol das Missões em todo o mundo. O objetivo é sensibilizar, despertar vocações missionárias, bem como realizar a Coleta no Dia Mundial das Missões, penúltimo domingo de outubro (este ano dias 17 e 18).

Missão é servir. Este é o tema da Campanha Missionária de 2015. Com isso destacamos a essência da mensagem de Jesus. Ele veio “para servir” (cf. Mc 10,45). Diante da tentação do poder Jesus dá uma grande lição: “Quem quiser ser o primeiro, seja o servo de todos” (Mc 10,44). Essa sabedoria é o lema da Campanha e nos lembra que, diante da tentação do poder e do prestígio, a Missão do cristão é serviço, entrega e doação. E com a Campanha Missionária somos convidados a alargar os horizontes do nosso serviço até os confins do mundo.


As Pontifícias Obras Missionárias (POM) têm a responsabilidade de organizar, todos os anos, a Campanha Missionária, na qual colaboram a CNBB por meio da Comissão para a Ação Missionária e Cooperação Intereclesial, a Comissão para a Amazônia e outros organismos que compõem o Conselho Missionário Nacional (Comina). Todos os itens da Campanha já foram enviados às 276 dioceses e prelazias do Brasil para serem distribuídos entre as paróquias e comunidades.

Para uma Campanha bem sucedida é importante verificar se o material chegou à diocese e se foi distribuído nas paróquias e comunidades. Além disso, os materiais estão disponíveis nesta Página para baixar e multiplicar livremente.

Oração do Mês Missionário 2015

Pai de infinita bondade,
que enviaste Jesus Cristo para servir,
ilumina, com o teu Espírito, a Igreja discípula missionária
para testemunhar o Evangelho a partir das periferias e,
com a proteção de Maria servidora,
manifestar o teu Reino em todo o mundo. Amém. 

quarta-feira, 30 de setembro de 2015

Papa: "A aliança fecunda entre homem e mulher é a resposta para o grande desafio do mundo".


PAPA FRANCISCO

AUDIÊNCIA GERAL

Quarta-feira, 30 de Setembro de 2015


Locutor:

Nestes dias, pude visitar Cuba e os Estados Unidos da América, tendo a visita como ponto culminante o Encontro Mundial das Famílias, em Filadélfia. Com o povo cubano, partilhei a esperança de ver plenamente realizada a profecia de São João Paulo II: que Cuba se abra ao mundo e o mundo se abra a Cuba. Não mais fechamento, nem exploração da pobreza, mas liberdade na dignidade. Este é o caminho a seguir e que vai buscar força às raízes cristãs daquele povo que tanto sofreu. Símbolo desta unidade profunda da alma cubana é a Virgem da Caridade do Cobre, Padroeira da Nação e sua guia pelos caminhos da justiça, da paz, da liberdade e da reconciliação. De Cuba fui para os Estados Unidos, passagem emblemática duma ponte que, graças a Deus, se está reconstruindo. Deus sempre quer construir pontes: somos nós que construímos muros. O exemplo de São Junípero Serra encoraja-nos a seguir pela estrada de cada ser humano que conheceu o amor: não guardar o amor para si mesmo, mas reparti-lo pelos outros. Sobre esta base religiosa e moral, nasceram e cresceram os Estados Unidos da América, tendo alcançado, no século passado, o máximo desenvolvimento econômico e tecnológico sem renegar as suas raízes religiosas. Agora estas mesmas raízes pedem que se recomece da família – como aliança fecunda e vitalícia entre um homem e uma mulher –, para se rever e ajustar o modelo de desenvolvimento, de modo que este possa beneficiar a família humana inteira. 

30 de setembro: Dia da Bíblia


Celebra-se a 30 de setembro o Dia da Bíblia. A data foi escolhida por ser festa litúrgica de São Jerônimo, o Padroeiro dos biblistas. Jerônimo, cujo nome exato é Eusebius Sophronius Hieronymus, nasceu em Strídon,possivelmente no ano de  347 e faleceu em Belém, a 30 de setembro de419 ou 420. Sua maior obra foi fazer a primeira tradução da Bíblia, dogrego e do hebraico, para o latim, tradução esta conhecida como ‘vulgata’ que serve para a Bíblia Católica e para a Protestante.

Sobre Jerônimo, um dos maiores doutores da Igreja, disse o Papa Bento XVI: “a preparação literária e a ampla erudição permitiram que Jerônimo fizesse a revisão e a tradução de muitos textos bíblicos: um precioso trabalho para a Igreja latina e para a cultura ocidental. Com base nos textos originais em grego e em hebraico e graças ao confronto com versões anteriores, ele realizou a revisão dos quatro Evangelhos em língua latina, depois o Saltério e grande parte do Antigo Testamento. Tendo em conta o original hebraico e grego, dos Setenta, a versão grega clássica do Antigo Testamento que remontava ao tempo pré-cristão, e as precedentes versões latinas, Jerônimo, com a ajuda de outros colaboradores, pôde oferecer uma tradução melhor: ela constitui a chamada “Vulgata”, o texto “oficial” da Igreja latina, que foi reconhecido como tal pelo Concílio de Trento que, depois da recente revisão, permanece o texto “oficial” da Igreja de língua latina”.(Audiência geral, Roma, em 7 de novembro de 2007). 

A obra de São Jerônimo é de tal importância, que qualquer estudo bíblico que não levasse em consideração suas pesquisas, ficaria certamente falho. Ele teve o cuidado de ser totalmente fiel ao texto original.  

O Católico médio perdido entre o relativismo moral e a má fé.


"Não resistiria aos embates do tempo uma fé católica reduzida a uma bagagem, a um elenco de algumas normas e de proibições, a práticas de devoção fragmentadas, a adesões seletivas e parciais das verdades da fé, a uma participação ocasional em alguns sacramentos, à repetição de princípios doutrinais, a moralismos brandos ou crispados que não convertem a vida dos batizados. Nossa maior ameaça “é o medíocre pragmatismo da vida cotidiana da Igreja, no qual, aparentemente, tudo procede com normalidade, mas na verdade a fé vai se desgastando e degenerando em mesquinhez”. A todos nos toca recomeçar a partir de Cristo, reconhecendo que “não se começa a ser cristão por uma decisão ética ou uma grande ideia, mas pelo encontro com um acontecimento, com uma Pessoa, que dá um novo horizonte à vida e, com isso, uma orientação decisiva”. (Documento de Aparecida, nº 12)

1. Os embates do nosso tempo: O relativismo moral, porque religioso, a degenerescência da razão e por consequência, do homem.

O católico médio contemporâneo é aquele que vai à missa uma vez ou outra, frequenta alguns sacramentos, afirma-se e reconhece-se católico e não vê maiores problemas em manter um affair com o espiritismo, o budismo ou outras religiões ou seitas. Todo católico filo*-espírita, filo-budista, filo-protestante, filo-umbandista, filo-nova era, filo-pagão, etc, não vê maiores problemas em sustentar ambiguidades doutrinais e morais. Esta ambiguidade de confissão religiosa tem uma raiz que se chama relativismo. O relativismo abdica de qualquer Verdade absoluta em nome das "verdades" parciais, particulares. O site "Presbíteros" traz esta definição:

O relativismo é uma corrente que nega toda verdade absoluta e perene assim como toda ética absoluta, ficando a critério de cada indivíduo definir a sua verdade e o seu bem. Opõe-se-lhe o fundamentalismo, que afirma peremptoriamente a existência de algumas verdades e algumas normas fundamentais. O indivíduo se torna o padrão ou a medida de todas as coisas. Tal atitude está baseada em fatores diversos, entre os quais o historicismo: com efeito a história mostra que tudo evolui e se tornam obsoletas coisas que em tempos passados eram plenamente válidas. A Igreja rejeita o relativismo, mas também não aceita o fundamentalismo: ao lado de verdades e normas perenes, existem outras, de caráter contingente e mutável. Ao cristão toca o dever de testemunhar ao mundo de hoje que a profissão da fé e a Moral católicas nada têm de obscurantista e de recusa dos autênticos valores da civilização contemporânea. Fonte aqui.

O relativismo está presente na concepção religiosa de muitos católicos. O "tanto faz" é ouvido constantemente, assim: "tanto faz ser católico e isto ou aquilo, porque o nosso Deus é o mesmo não é?" e o jargão "só é preciso amar, e nada mais, amar o próximo como a si mesmo" também. Ambas as afirmações são relativistas, ou seja, negam que possa haver uma verdade absoluta, revelada por Deus. e consignada à Igreja e afirmam a prevalência da autonomia subjetiva sobre a Verdade. Toda a permissividade imoral dos nossos dias e todo relativismo religioso está sendo jogado nas contas de um tal "amor ao próximo" aguado e sem nenhuma coesão com o Evangelho ou alguma exigência de mudança de vida, conversão e santidade. Ao que parece, a única frase do evangelho que os católicos relativistas conhecem é essa "amarás o teu próximo como a ti mesmo". Igualmente, parece notório que se esqueceram todo o resto: "vá e não peques mais"; "tome a tua cruz e siga-me"; "quem não está comigo, dispersa"; "amai-vos como Eu vos amei"; entre outros trechos importantes. 

O relativismo moral acompanha o relativismo religioso em virtude do parvo conhecimento de doutrina de que padecem os católicos relativistas. Em geral, o católico mediano vivencia um catolicismo muito superficial, com conteúdos da fé guardados da catequese de primeira eucaristia - se tanto - e, por força da crescente presença protestante em solo brasileiro, uma mal dissimulada doutrina do sola scriptura. Em virtude disso, o católico mediano faz transparecer uma falsa contraposição entre o que há escrito na Sagrada Escritura e a Doutrina da Igreja. Assim, por exemplo, é comum vermos um tal argumento: "a Igreja ensina assim, mas eu vivo deste outro modo". Isso no tocante, por exemplo, à questão moral da camisinha, da fornicação, do adultério, da fertilização in vittro, da prática da homossexualidade, do incesto, da pedofilia, da eutanásia, entre tantos outros exemplos.