O cristão anda meio perdido nestes tempos líquidos
de cultura sentimentalista e subjetivista. O Catolicismo ainda guarda alguma
sanidade frente a enxurrada que está levando tudo embora: cultura, religião,
ética, política, valores, etc. O tempo que vivemos é de forte sentimentalismo e
subjetivismo e todos os âmbitos, inclusive no âmbito da religião. O
"sentir", que tem como sinônimos os arrepios, choros e desmaios, vem
como expressão de uma propalada "experiência de Deus" sentimentalista
e emocional.
O culto neopentecostal e pentecostal já se rendeu a isto há muito
tempo. A missa católica ainda não completamente, mas, em parte sim. Basta ver a
luta dos Bispos para inculcar no povo que canta nas Paróquias a necessidade de
se colocar cânticos litúrgicos na missa. Na maioria das vezes estes são
substituídos por cânticos de cunho sentimental e intimista. Outro dia meu Bispo
Diocesano celebrou a missa numa Paróquia onde cantaram a música "Como
Zaqueu" de cântico de entrada. Outro sinal desta confusão presente na
Igreja é o personalismo presidencial na liturgia. A coisa mais comum que se
houve dos leigos é: "como o senhor gosta que organizemos a liturgia,
padre?". Esta pergunta é absurda, pois a liturgia da Igreja é a Liturgia
do Missal e dos livros litúrgicos, das normas litúrgicas e das rubricas. O
padre não tem que inventar a roda! Ele é um servo da liturgia! No entanto, por
causa do caráter subjetivista e sentimentalista do nosso tempo, muitos padres
fazem nos presbitérios e nas santas missas verdadeiros carnavais, festas
juninas, sessão de descarrego, entre outras bizarrices, para tentar angariar
público! Nada trai tanto a verdadeira identidade católica!