sexta-feira, 11 de dezembro de 2015

Terroristas explodem igreja católica no Iêmen


Um grupo de homens armados explodiu uma igreja católica no Iêmen, na quarta-feira, 9, sob os gritos de “Allah Akbar” (Deus é grande).

Segundo a Agência France-Presse, quatro homens mascarados invadiram o bairro residencial de Moualla, em Áden, onde destruíram o templo com explosivos, restando uma pilha de escombros. A cidade é a segunda maior do país e sofre com o aumento da presença jihadista.

A igreja da Imaculada Conceição ficava ao lado de um cemitério cristão e havia sido construída em 1950, quando a região ainda estava sob domínio britânico.

Embora os ataques não tenham sido reivindicados por nenhum grupo extremista, um oficial de polícia sinalizou que jihadistas da Al-Qaeda e do Estado Islâmico (ISIS) estariam aproveitando a instabilidade no pais e a ausência do Estado.

Os dois grupos cresceram no Iêmen, nos últimos meses, diante da guerra civil entre os rebeldes Houthi e as forças sunitas fiéis ao Presidente Abdel Mansour Hadi.

À AFP, um agente declarou que esse ataque “prenuncia a batalha que os (novos) governador e chefe da polícia de Áden terão de travar contra os grupos terroristas Daech (ISIS) e Al-Qaeda”.

No domingo, 9, o governador de Áden, Jaafar Mohammed Saad foi morto em um atentado terrorista, quando o comboio que o levava foi atingido por um homem-bomba. O Estado Islâmico reivindicou o ataque e prometeu mais operações.

Também em 16 de setembro, a Igreja de São José, situada em outra região da cidade, foi incendiada, após ter sido saqueada na véspera. 

Gosto de ir à missa, mas não concordo com a doutrina católica.


Sempre frequentei a Igreja e seria muito difícil, para mim, renunciar à missa e a outras atividades da paróquia. Além disso, a minha esposa e eu procuramos passar esta mesma disposição para os nossos filhos. Só que, em muitas coisas, não me sinto em sintonia com a doutrina católica: em questões de moral, de teologia, sacramentos, organização hierárquica... Faço certo em continuar frequentando a Igreja ou seria mais coerente deixá-la, reconhecendo que estou fora da comunhão eclesial?

As divergências me parecem significativas, mas, sem saber especificamente quais são elas, não é fácil responder à sua pergunta. Uma coisa é você não concordar em comer peixe às sextas-feiras e outra é dizer que Deus não é trino. Se as divergências dizem respeito a questões fundamentais da fé, como parece o caso, é preciso, de fato, você questionar se ainda faz parte da religião que diz professar.

O problema, porém, não está colocado adequadamente, porque, em matéria de religião, a questão não é se você pode comungar com tudo ou com um pouco. Há uma questão prévia: o que é uma religião e o que ela pode lhe oferecer? O que você procura em uma religião e aonde quer chegar com ela? Se você deseja apenas pertencer a certo círculo político, social, cultural, então, obviamente, a religião não é o que você procura. Ela não pode lhe dar essas coisas porque as transcende, nem pode ser flexível e mutável ao sabor das preferências particulares precisamente porque ela não tem uma dimensão evolutiva e dialética, e sim salvífica.

Um exemplo: se a religião diz que somos salvos por viver honestamente, ela não pode mudar de ideia em dado momento e passar a dizer que somos salvos por roubar. Uma religião tão contraditória se desacreditaria e se destruiria sozinha.

Já se você estiver em busca de uma comunhão com Deus voltada à sua salvação eterna, e para isso estiver disposto a seguir uma doutrina de fé e uma prática de aperfeiçoamento, então deverá avaliar a religião que melhor lhe permite alcançar o que deseja, bem como, por consequência, o modo e o método que essa religião lhe propõe para obter aqueles bens eternos, normalmente resumidos no seu corpo doutrinal. O cristianismo propõe um caminho, um método, um conteúdo ou doutrina, um ensinamento e uma organização, chamada de Igreja, e toda essa proposta é derivada de Cristo. Esse credo atende às suas aspirações? Se você disser que deseja aderir ao cristianismo, não poderá viver como um budista; seria uma contradição tanto quanto se dizer vegetariano e continuar comendo carne. 

quinta-feira, 10 de dezembro de 2015

Histórico: Coreia do Norte receberá sacerdotes católicos do Sul para celebrar Missa


Depois de mais de 50 anos sem a possibilidade de sacerdotes sul-coreanos celebrarem Missa ou administrem os sacramentos na Coreia do Norte, este país começará a recebê-los a partir da Páscoa de 2016.

Segundo assinala a agência vaticana Fides, o anúncio foi feito pelo Arcebispo Hyginus Kim Hee-joong, Presidente da Conferência Episcopal da Coreia do Sul e membro de uma delegação de 17 pessoas que visitou oficialmente a Coreia do Norte há alguns dias.

“Se não houver imprevistos, a próxima Páscoa será a primeira solenidade litúrgica para qual poderão ser enviados ao norte sacerdotes da Arquidiocese de Seul para celebrar a Missa”, afirmou durante uma coletiva de imprensa realizada no dia 7 de dezembro.

O Prelado explicou também que os sacerdotes sul-coreanos poderão ir à Coreia do Norte para celebrar Missa nas solenidades principais do calendário litúrgico.

Fides informou que os membros da delegação também celebraram uma emotiva Missa na Catedral Changchung, em Pyongyang, da qual participaram 70 leigos católicos norte-coreanos.

A delegação sul-coreana foi convidada pela Associação Católica da Coreia do Norte, o organismo que depende do regime de Pyongyang, que também levou o grupo para visitar o lar de idosos e a creche que administram na capital norte-coreana.

A conturbada história da diocese de Pyongyang na Coreia do Norte

A diocese do Pyongyang foi estabelecida como uma prefeitura apostólica filiada ao então Vicariato Apostólico de Seul em março de 1927.

Em 1941 começou a guerra, os sacerdotes e as religiosas dos Padres Maryknoll foram expulsos. Ficaram então as irmãs de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro para atender os fiéis.

Em 1944, a diocese tinha 21 igrejas e cerca de 26 mil católicos. Em 1948, o regime comunista foi estabelecido na Coreia do Norte e os problemas aumentaram devido à apreensão das propriedades diocesanas.

Em 1949, todos os sacerdotes que permaneciam na Coreia, inclusive o Bispo Hong Yong-ho, foram presos ou desapareceram. Em 1953, ao teminar a Guerra na Coreia não ficou nenhum sacerdote.

Atualmente, 19 sacerdotes e sete religiosas da diocese de Pyongyang moram em Seul, onde participam da Missa pela paz e reconciliação da Coreia, celebrada uma vez por mês nesta capital. 

Uma nova lei na Irlanda obriga escolas católicas a contratarem homossexuais


As escolas católicas que recebem subsídios estatais na Irlanda devem por lei aprovada recentemente pelo Parlamento, contratar pessoas abertamente homossexuais. É uma medida que afeta 90 por cento das escolas.

Grupos homossexuais saudaram a nova lei e a consideraram fundamental para o seu desenvolvimento: "Esta lei é a chave para o mapa legislativo que os gays podem ter a sua família, casar, e serem eles mesmos, sem a ameaça de demissão em caso de trabalhar em um centro católico" diz Sandra Irwin-Gowran, diretor de educação para a Igualdade de Gays e Lésbicas.

As escolas afetadas alegam de que se trata de uma lei inconstitucional. Até agora, as escolas poderiam acomodar a seção 37 do Código de Lei da Igualdade do Trabalho, porque você não poderia contratar alguém sem discriminação desde que esteja, dentro do código de ética centro (pessoas divorciadas que violam vivendo juntos sem casamento, etc). "A liberdade de consciência, a profissão e a prática da religião livre estão sujeitos a ordem pública e da moralidade " 

Fiéis poderão passar pela Porta Santa nas catedrais e santuários


O Jubileu Extraordinário da Misericórdia foi iniciado nesta terça-feira, 8, Solenidade da Imaculada Conceição. De acordo com a carta do papa Francisco ao presidente do Pontifício Conselho para a Promoção da Nova Evangelização, “para viver e obter a indulgência os fiéis são chamados a realizar uma breve peregrinação rumo à Porta Santa, aberta em cada catedral ou nas igrejas estabelecidas pelo bispo diocesano, e nas quatro Basílicas Papais, em Roma, como sinal do profundo desejo de verdadeira conversão”. Também os santuários poderão receber os fiéis. Aqui no Brasil, várias dioceses já definiram as datas de abertura da Porta.

O papa Francisco destacou que o momento da peregrinação e da entrada pela Porta Santa deve estar unido, “em primeiro lugar, ao Sacramento da Reconciliação e à celebração da santa Eucaristia com uma reflexão sobre a misericórdia”.

A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), por meio das Edições CNBB, oferece um folder com informações a respeito do Jubileu Extraordinário da Misericórdia e com indicações de como vivenciar o Ano Santo. 

“A peregrinação para se chegar à Porta Santa é um sinal peculiar do Ano Santo. A peregrinação será sinal de que a própria misericórdia é uma meta a alcançar e que exige empenho e sacrifício. Deve ser acompanhada de uma peregrinação interior; “não julgueis, não condeneis, mas, perdoai” (cf. Lc 6, 37-38). A peregrinação sinaliza também a proposta de uma conversão pastoral na perspectiva da misericórdia”, explica um trecho do subsídio, disponível no site das Edições CNBB.

Para o bispo auxiliar de Brasília (DF) e secretário geral da CNBB, dom Leonardo Ulrich Steiner, o papa quis dar importância à diocese com a abertura das Portas em todo o mundo. “Antes se pensava muito mais na peregrinação à Roma, o que também acontecerá, mas o Santo Padre quis dar uma importância muito grande à Igreja particular. Esse é o elemento fundamental”, disse dom Leonardo.

A CNBB ainda irá publicar subsídios lembrando as Obras de Misericórdia, as quais são um desejo de Francisco. “Eu pedi que a Igreja redescubra neste tempo jubilar a riqueza contida nas obras de misericórdia corporais e espirituais. De fato, a experiência da misericórdia torna-se visível no testemunho de sinais concretos como o próprio Jesus nos ensinou. Todas as vezes que um fiel viver uma ou mais destas obras pessoalmente obterá sem dúvida a indulgência jubilar”, afirmou o pontífice em sua carta.

“Às vezes nós pensamos que a misericórdia tem a ver somente com o Sacramento da Penitência, mas tem a ver com obras de misericórdia. Por isso também nós vamos publicar subsídios lembrando das obras de misericórdia, lembradas no texto de Mateus. Quando nós estivermos diante de Jesus, nós perguntaremos: ‘Senhor quando foi que te vestimos, quando foi que te visitamos? Quando foi que te demos de comer? Cada vez que fizestes a um dos menores, foi a mim que fizestes’”, acrescenta dom Leonardo. 

Eucaristia: os divorciados podem comungar?


Os membros da Congregação para a Doutrina da Fé, em uma carta a todos os bispos do mundo datada de 14 de outubro de 1994 diz :

“A crença errônea que tem uma pessoa divorciada e novamente casada, de poder receber a Eucaristia normalmente, presume que a consciência pessoal é levada em conta na análise final, de que, baseado em suas próprias convicções existiu ou não existiu um matrimônio anterior e o valor de uma nova união. Esta posição é inaceitável. O matrimônio, de fato, porque é a imagem da relação de Cristo e sua Igreja assim como um fator importante na vida da sociedade civil, é basicamente uma realidade pública.”

Com este documento a Santa Sede afirma a contínua teologia e disciplina da Igreja Católica, de que aqueles que se divorciaram e voltaram a casar sem um Decreto de Nulidade, para o primeiro matrimônio (indistintamente se foi realizado dentro ou fora da Igreja), se encontra em uma relação de adultério, que não lhe permite arrender-se honestamente, para receber a absolvição de seus pecados e receber a Santa Comunhão. Até que se resolva a irregularidade matrimonial pelo Tribunal dos Processos Matrimoniais, ou outros procedimentos que se aplicam aos matrimônios dos não batizados, não podem aproximar-se aos Sacramentos da Penitência nem a Eucaristia-.

Como menciona o Papa João Paulo II no documento da Reconciliação e a Eucaristia, a Igreja deseja que estes casais participem da vida da Igreja até onde lhes forem possível (e esta participação na Missa, adoração Eucarística, devoções eoutros serão de grande ajuda espiritual para eles) enquanto trabalham para conseguir a completa participação sacramental. 

quarta-feira, 9 de dezembro de 2015

CNBB se manifesta sobre atual momento do Brasil


NOTA SOBRE O MOMENTO NACIONAL

E nós somos todos irmãos e irmãs (cf. Mt 23,8)


A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil-CNBB, fiel à missão evangelizadora e profética da Igreja, acompanha, com apreensão e senso de corresponsabilidade, a grave crise política e econômica que atinge o país e, mais uma vez, se manifesta sobre o atual momento nacional. 

Ao se pronunciar sobre questões políticas, a CNBB não adota postura político-partidária. Não sugere, não apoia ou reprova nomes, mas exerce o seu serviço à sociedade, à luz dos valores e princípios fundamentais da Doutrina Social da Igreja. Desse modo, procura respeitar a opção política de cada cidadão e a justa autonomia das instituições democráticas, incentivando a participação responsável e pacífica dos cristãos leigos e leigas na política. 

Neste momento grave da vida do país, a CNBB levanta sua voz para colaborar, fazendo chegar aos responsáveis o grito de dor desta nação atribulada, a fim de cessarem as hostilidades e não se permitir qualquer risco de desrespeito à ordem constitucional. Nenhuma decisão seja tomada sob o impulso da paixão política ou ideológica. Os direitos democráticos e, sobretudo, a defesa do bem comum do povo brasileiro devem estar acima de interesses particulares de partidos ou de quaisquer outras corporações. É urgente resgatar a ética na política e a paz social, através do combate à corrupção, com rigor e imparcialidade, de acordo com os ditames da lei e as exigências da justiça. 

Papa explica o significado do Ano da Misericórdia


CATEQUESE
Praça São Pedro – Vaticano
Quarta-feira, 9 de dezembro de 2015


Queridos irmãos e irmãs, bom dia.

Ontem abri aqui, na Basílica de São Pedro, a Porta Santa do Jubileu da Misericórdia, depois de tê-la aberto já na Catedral de Bangui, na República Centro-Africana. Hoje gostaria de refletir junto com vocês sobre o significado desse Ano Santo, respondendo à pergunta: por que um Jubileu da Misericórdia? O que significa isso?

A Igreja precisa desse momento extraordinário. Não digo: é bom para a Igreja este momento extraordinário. Digo: a Igreja precisa deste momento extraordinário. Na nossa época de profundas mudanças, a Igreja é chamada a oferecer a sua contribuição peculiar, tornando visíveis os sinais da presença e da proximidade de Deus. E o Jubileu é um tempo favorável para todos nós, para que contemplando a Divina Misericórdia, que supera todo limite humano e resplandece sobre a obscuridade do pecado, possamos nos tornar testemunhas mais confiantes e eficazes.

Dirigir o olhar a Deus, Pai misericordioso, e aos irmãos necessitados de misericórdia, significa concentrar a atenção sobre o conteúdo essencial do Evangelho: Jesus, a Misericórdia feita carne, que torna visível aos nossos olhos o grande mistério do Amor trinitário de Deus. Celebrar um Jubileu da Misericórdia equivale a colocar de novo no centro da nossa vida pessoal e das nossas comunidades o específico da fé cristã, isso é, Jesus Cristo, o Deus misericordioso.

Um Ano Santo, portanto, para viver a misericórdia. Sim, queridos irmãos e irmãs, este Ano Santo nos é oferecido para experimentarmos na nossa vida o toque doce e suave do perdão de Deus, a sua presença próximo a nós e a sua proximidade sobretudo nos momentos de maior necessidade.

Este Jubileu, em suma, é um momento privilegiado para que a Igreja aprenda a escolher unicamente “aquilo que a Deus mais agrada”. E o que é aquilo que “a Deus mais agrada”? Perdoar os seus filhos, ter misericórdia deles, a fim de que esses possam, por sua vez, perdoar os irmãos, brilhando como tochas da misericórdia de Deus no mundo. Isso é o que agrada mais a Deus. Sant’Ambrogio em um livro de teologia que tinha escrito sobre Adão, toma a história da criação do mundo e diz que Deus, todos os dias, depois de ter feito uma coisa – a lua, o sol ou os animais – diz: “E Deus viu que isso era bom”. Mas quando fez o homem e a mulher, a Bíblia diz: “Viu que isso era muito bom”. Sant’Ambrogio se pergunta: “Mas por que diz ‘muito bom’? Por que Deus ficou tão contente depois da criação do homem e da mulher?”. Porque no fim tinha alguém para perdoar. É belo isso: a alegria de Deus é perdoar, o ser de Deus é misericórdia. Por isso neste ano devemos abrir os corações, para que este amor, esta alegria de Deus nos preencha desta misericórdia. O Jubileu será um “tempo favorável” para a Igreja se aprendermos a escolher “aquilo que a Deus agrada mais”, sem cair na tentação de pensar que haja algo mais importante ou prioritário. Nada é mais importante que escolher “aquilo que a Deus agrada mais”, isso é, a sua misericórdia, o seu amor, a sua ternura, o seu abraço, as suas carícias!

Também a necessária obra de renovação das instituições e das estruturas da Igreja é um meio que deve nos conduzir a fazer a experiência viva e vivificante da misericórdia de Deus que, sozinha, pode garantir à Igreja ser aquela cidade colocada sobre um monte que não pode permanecer escondida (cfr Mt 5, 14). Brilha somente uma Igreja misericordiosa! Se esquecêssemos, mesmo que por um só momento, que a misericórdia é “aquilo que mais agrada Deus”, todo esforço nosso seria em vão, porque nos tornaríamos escravos das nossas instituições e das nossas estruturas, por mais renovadas que possam ser. Mas seríamos sempre escravos.