Um grupo de homens armados explodiu uma igreja
católica no Iêmen, na quarta-feira, 9, sob os gritos de “Allah Akbar” (Deus é
grande).
Segundo a Agência France-Presse, quatro homens
mascarados invadiram o bairro residencial de Moualla, em Áden, onde destruíram
o templo com explosivos, restando uma pilha de escombros. A cidade é a segunda
maior do país e sofre com o aumento da presença jihadista.
A igreja da Imaculada Conceição ficava ao lado de
um cemitério cristão e havia sido construída em 1950, quando a região ainda
estava sob domínio britânico.
Embora os ataques não tenham sido reivindicados por
nenhum grupo extremista, um oficial de polícia sinalizou que jihadistas da
Al-Qaeda e do Estado Islâmico (ISIS) estariam aproveitando a instabilidade no
pais e a ausência do Estado.
Os dois grupos cresceram no Iêmen, nos últimos
meses, diante da guerra civil entre os rebeldes Houthi e as forças sunitas
fiéis ao Presidente Abdel Mansour Hadi.
À AFP, um agente declarou que esse ataque
“prenuncia a batalha que os (novos) governador e chefe da polícia de Áden terão
de travar contra os grupos terroristas Daech (ISIS) e Al-Qaeda”.
No domingo, 9, o governador de Áden, Jaafar
Mohammed Saad foi morto em um atentado terrorista, quando o comboio que o
levava foi atingido por um homem-bomba. O Estado Islâmico reivindicou o ataque
e prometeu mais operações.
Também em 16 de setembro, a Igreja de São José, situada
em outra região da cidade, foi incendiada, após ter sido saqueada na véspera.
Esta guerra tem levada a maioria dos católicos a
deixaram o Iêmen. De acordo com a Rádio Vaticano, os poucos que permanecem são
assistidos pelos salesianos indianos Thomas A. Kizhake Nellikunnel e George
Muttathuparambil e também resolveram ficar no país cerca de 20 Missionárias da
Caridade de Madre Teresa que cuida de doentes mentes e estão em quatro casas –
Sana’a, Hodeida, Taiz e Áden.
A cidade de Áden era administrada pelos britânicos
até 1967 e nesse período contava com cerca de 20 igrejas para atender aos
cristãos. Porém, desde a unificação do Iêmen em 1990, tem retrocedido de
maneira constante no país a presença de religiões que não sejam o Islã.
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ACI Digital
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