Depois de mais de 50 anos sem a possibilidade de
sacerdotes sul-coreanos celebrarem Missa ou administrem os sacramentos na
Coreia do Norte, este país começará a recebê-los a partir da Páscoa de 2016.
Segundo assinala a agência vaticana Fides, o
anúncio foi feito pelo Arcebispo Hyginus Kim Hee-joong, Presidente da
Conferência Episcopal da Coreia do Sul e membro de uma delegação de 17 pessoas
que visitou oficialmente a Coreia do Norte há alguns dias.
“Se não houver imprevistos, a próxima Páscoa será a
primeira solenidade litúrgica para qual poderão ser enviados ao norte
sacerdotes da Arquidiocese de Seul para celebrar a Missa”, afirmou durante uma
coletiva de imprensa realizada no dia 7 de dezembro.
O Prelado explicou também que os sacerdotes
sul-coreanos poderão ir à Coreia do Norte para celebrar Missa nas solenidades
principais do calendário litúrgico.
Fides informou que os membros da delegação também
celebraram uma emotiva Missa na Catedral Changchung, em Pyongyang, da qual
participaram 70 leigos católicos norte-coreanos.
A delegação sul-coreana foi convidada pela
Associação Católica da Coreia do Norte, o organismo que depende do regime de
Pyongyang, que também levou o grupo para visitar o lar de idosos e a creche que
administram na capital norte-coreana.
A conturbada
história da diocese de Pyongyang na Coreia do Norte
A diocese do Pyongyang foi estabelecida como uma
prefeitura apostólica filiada ao então Vicariato Apostólico de Seul em março de
1927.
Em 1941 começou a guerra, os sacerdotes e as
religiosas dos Padres Maryknoll foram expulsos. Ficaram então as irmãs de Nossa
Senhora do Perpétuo Socorro para atender os fiéis.
Em 1944, a diocese tinha 21 igrejas e cerca de 26
mil católicos. Em 1948, o regime comunista foi estabelecido na Coreia do Norte
e os problemas aumentaram devido à apreensão das propriedades diocesanas.
Em 1949, todos os sacerdotes que permaneciam na
Coreia, inclusive o Bispo Hong Yong-ho, foram presos ou desapareceram. Em 1953,
ao teminar a Guerra na Coreia não ficou nenhum sacerdote.
Atualmente, 19 sacerdotes e sete religiosas da
diocese de Pyongyang moram em Seul, onde participam da Missa pela paz e
reconciliação da Coreia, celebrada uma vez por mês nesta capital.
A Missa pela
reconciliação da Coreia em agosto de 2014
Em 17 de agosto de 2014, o Papa Francisco presidiu
uma Missa pela reconciliação da Coreia e afirmou durante sua homilia na
Catedral de Seul: “O que de um ponto de vista humano parece impossível,
irrealizável e, possivelmente, inaceitável, Jesus torna possível e frutífero
mediante a força infinita de sua cruz”.
“Estou confiante que vós, num espírito de amizade e
cooperação com os outros cristãos, com os seguidores de outras religiões e com
todos os homens e mulheres de boa vontade que têm a peito o futuro da sociedade
coreana, sereis fermento do Reino de Deus nesta terra”.
Deste modo, afirmou o Santo Padre, nessa ocasião:
“As nossas orações pela paz e a reconciliação subirão até Deus de corações mais
puros e, pelo dom da sua graça, hão-de alcançar aquele bem precioso por que
todos suspiramos”
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ACI Digital
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