quinta-feira, 7 de janeiro de 2016

A Igreja brilha com a luz de Cristo, diz Papa na festa da Epifania


HOMILIA
Santa Missa na Solenidade da Epifania do Senhor
Basílica Vaticana
Quarta-feira, 6 de janeiro de 2016


As palavras do profeta Isaías, dirigidas à cidade santa de Jerusalém, convidam-nos a sair – a sair dos nossos fechamentos, a sair de nós mesmos – para reconhecermos a luz esplendorosa que ilumina a nossa existência: «Levanta-te e resplandece, Jerusalém, que está a chegar a tua luz! A glória do Senhor amanhece sobre ti!» (60, 1). A «tua luz» é a glória do Senhor. A Igreja não pode iludir-se de brilhar com luz própria. Lembra-o Santo Ambrósio com uma bela expressão em que usa a lua como metáfora da Igreja: «Verdadeiramente como a lua é a Igreja (…) brilha, não com luz própria, mas com a de Cristo. Recebe o seu próprio esplendor do Sol de Justiça, podendo assim dizer: “Já não sou eu que vivo, é Cristo vive em mim”» (Exameron, IV, 8, 32). Cristo é a luz verdadeira, que ilumina; e a Igreja, na medida em que permanece ancorada n’Ele, na medida em que se deixa iluminar por Ele, consegue iluminar a vida das pessoas e dos povos. Por isso, os Santos Padres reconheciam, na Igreja, o «mysterium lunae».

Temos necessidade desta luz, que vem do Alto, para corresponder coerentemente à vocação que recebemos. Anunciar o Evangelho de Cristo não é uma opção que podemos fazer de entre muitas, nem é uma profissão. Para a Igreja, ser missionária não significa fazer proselitismo; para a Igreja, ser missionária equivale a exprimir a sua própria natureza: ser iluminada por Deus e refletir a sua luz. Esse é o seu serviço. Não há outra estrada. A missão é a sua vocação, refletir a luz de Cristo é o seu serviço. Quantas pessoas esperam de nós este serviço missionário, porque precisam de Cristo, precisam de conhecer o rosto do Pai!

Os Magos, de que nos fala o Evangelho de Mateus, são um testemunho vivo de como estão presentes por todo lado as sementes da verdade, pois são dom do Criador que, a todos, chama a reconhecê-Lo como Pai bom e fiel. Os Magos representam as pessoas, dos quatro cantos da terra, que são acolhidas na casa de Deus. Na presença de Jesus, já não há qualquer divisão de raça, língua e cultura: naquele Menino, toda a humanidade encontra a sua unidade. E a Igreja tem o dever de reconhecer e fazer surgir, de forma cada vez mais clara, o desejo de Deus que cada um traz dentro de si. Esse é o serviço da Igreja, a luz que reflete, fazer emergir o desejo de Deus que cada um traz consigo. Como os Magos, ainda hoje, há muitas pessoas que vivem com o «coração inquieto», continuando a questionar-se sem encontrar respostas certas. A inquietude do Espírto Santo que move o coração. Também elas andam à procura da estrela que indica a estrada para Belém. 

São Raimundo de Peñafort


Raimundo era um fidalgo espanhol descendente dos reis de Aragão. Nasceu em 1175 e desde muito pequeno interessou-se pela vida religiosa e pelos estudos. Foi um ótimo professor de artes e direito e nunca deixou de cuidar das pessoas mais pobres. 

Em 1220 foi ordenado sacerdote e vigário geral da diocese de Barcelona. Depois foi convocado para servir em Roma a pedido do Papa Gregório IX, do qual foi confessor cerca de oito anos. Estando ao lado do papa o exortava para que recebesse os pobres com a mesma dignidade com que acolhia os mais ricos.

Não aceitou ser ordenado bispo por considerar-se indigno do cargo. Na mesma época ajudou Pedro Nolasco, que também seria santo, a redigir as constituições da nascente Ordem da Mêrcês para a Redenção dos Cativos.

Com a chegada dos dominicanos em Barcelona, Raimundo volta para sua terra natal e torna-se um religioso, chegando depois a ser superior da Ordem na Espanha. Neste cargo foi zeloso e amigo de todos seus súditos.

Por inspiração, aos setenta anos, Raimundo voltou ao ensino. Fundou dois seminários onde o ensino era dado em hebraico e árabe, para atrair judeus e mouros ao Cristianismo. Raimundo de Penhaforte morreu com cem anos, em janeiro de 1275. 

ORAÇÃO


Senhor, que destes a São Raimundo de Penhaforte a virtude de uma admirável misericórdia para com os pecadores e os prisioneiros, dignai-Vos, por sua intercessão, quebrar as cadeias dos nossos pecados para podermos cumprir livremente a vossa vontade.

Quebrando ídolos


Maldito o homem que confia em outro homem. (Jr. 17, 5)

O padre que deixa a batina. O famoso cantor que se envolve num escândalo extraconjugal. Um líder de comunidade que simplesmente abandona tudo e desaparece no mapa. A banda que deixa seus fãs a ver navios depois do show. A cantora que num momento de raiva xinga o técnico de som. Quem nunca soube ou presenciou algum caso desses? E quem nunca ouviu alguém dizer “por que eu vou viver isso se nem eles que pregam acreditam no que eles mesmos falam”?

Todos nós, especialmente quando adentramos uma nova realidade, precisamos nos espelhar em pessoas que se tornam nossos modelos de comportamento. Quando chegamos pela primeira vez num grupo de oração, chegamos meio calados, prestando atenção em como as pessoas se portam, como falam, como gesticulam e assim aprendemos os códigos de conduta que são aceitos ou que são considerados inconvenientes naquele local. Esse comportamento é perfeitamente saudável e mostra como sabemos agir em sociedade. Quando se trata de Igreja, a coisa se torna um pouco mais profunda porque envolve uma Verdade que nos é ensinada apenas por meio de líderes que pregam, cantam, celebram, creem e praticam-na. Ao experimentá-la e assumi-la para nossas vidas, tomamos esses líderes como modelos inquestionáveis de encarnação dessa Verdade.

Esquecemo-nos, no entanto, de que, embora cristãos, permanecemos humanos e ninguém está isento de cair numa tentação – inclusive, todos caímos, diariamente e várias vezes por dia. Dessa forma, para cada líder religioso que cai infelizmente ele acaba carregando consigo várias outras pessoas que contavam com seu exemplo para continuar crendo naquela Verdade que ele defendia com tanto ardor. 

quarta-feira, 6 de janeiro de 2016

Epifania do Senhor*


Epifania significa "manifestação". Jesus se dá a conhecer. Embora Jesus tenha aparecido em diferentes momentos a diferentes pessoas, a Igreja celebra como Epifanias três eventos:

Epifania aos Reis Magos (cf. Mt 2, 1-12).
Epifania a São João Batista no Jordão (cf. Mt 3, 13-17).
Epifania a seus discípulos e começo de Sua vida pública com o milagre em Caná (cf. Jo 2, 1-12).

A Epifania que mais celebramos no Natal é a primeira. A festa da Epifania tem sua origem na Igreja do Oriente. Diferentemente da Europa, no dia 6 de janeiro tanto no Egito como na Arábia se celebra o solstício, festejando o sol vitorioso com evocações míticas muito antigas. Epifanio explica que os pagãos celebravam o solstício invernal e o aumento da luz aos treze dias desta mudança; nos diz também que os pagãos faziam uma festa significativa e suntuosa no templo de Coré. Cosme de Jerusalém conta que os pagãos celebravam uma festa muito antes dos cristãos com ritos noturnos nos quais gritavam: "a virgem deu à luz, a luz cresce".

Entre os anos 120 e 140 dC os gnósticos trataram de cristianizar estes festejos celebrando o batismo de Jesus. Seguindo a crença gnóstica, os cristãos de Basílides celebravam a Encarnação do Verbo na humanidade de Jesus quando foi batizado. Epifanio trata de dar-lhes um sentido cristão ao dizer que Cristo demonstra assim ser a verdadeira luz e os cristãos celebram seu nascimento. Até o século IV a Igreja começou a celebrar neste dia a Epifania do Senhor. Assim como a festa de Natal no ocidente, a Epifania nasce contemporaneamente no Oriente como resposta da Igreja à celebração solar pagã que tentam substituir. Assim se explica que a Epifania no oriente se chama: Hagia phota, quer dizer, a santa luz. Esta festa nascida no Oriente já era celebrada na Gália a meados do séc. IV onde se encontram vestígios de ter sido uma grande festa para o ano 361 dC. A celebração desta festa é um pouco posterior à do Natal.

Enquanto no Oriente a Epifania é a festa da Encarnação, no Ocidente se celebra com esta festa a revelação de Jesus ao mundo pagão, a verdadeira Epifania. A celebração gira em torno à adoração à qual foi sujeito o Menino Jesus por parte dos três Reis Magos (Mt 2 1-12) como símbolo do reconhecimento do mundo pagão de que Cristo é o salvador de toda a humanidade.

De acordo com a tradição da Igreja do século I, estes magos são como homens poderosos e sábios, possivelmente reis de nações ao leste do Mediterrâneo, homens que por sua cultura e espiritualidade cultivavam seu conhecimento do homem e da natureza esforçando-se especialmente para manter um contato com Deus. Da passagem bíblica sabemos que são magos, que vieram do Oriente e que como presente trouxeram incenso, ouro e mirra; da tradição dos primeiros séculos nos diz que foram três reis sábios: Belchior, Gaspar e Baltazar. Até o ano de 474 d.C seus restos estiveram na Constantinopla, a capital cristã mais importante no Oriente; em seguida foram trasladados para a catedral de Milão (Itália) e em 1164 foram trasladados para a cidade de Colônia (Alemanha), onde permanecem até nossos dias.


Ó Deus que hoje revelastes o vosso Filho às nações, guiando-as pela estrela, concedei aos vossos servos e servas que já vos conhecem pela fé, contemplar-vos um dia face a face no céu. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo. Amém.

* No Brasil a Epifania é celebrada no domingo entre 2 e 8 de janeiro. 

Jovem queima Bíblia durante encontro de ateus no Acre.


Este fato triste que aconteceu no Acre nos faz refletir sobre algumas verdades que não são contadas em muitas de nossas escolas e universidades…

Em um evento ateu que diz lutar por um Estado sem religião, a Bíblia Sagrada, Palavra de Deus, foi queimada, no Acre. O responsável pela 4ª edição do “Encontro Nacional de Ateus” (ENA), Felipe Zanon, militante petista, formado em história e estudante do 3º período do curso de Direito da Universidade Federal do Acre (UFAC), disse que a queima da Bíblia Sagrada foi “para protestar contra o mal causado pelo cristianismo ao longo de sua história”. Ele afirma que autorizou o ato blasfemo. Quem fez a queima da Bíblia foi o vocalista da banda Violação Anal, Roberto Oliveira. Ele queimou um exemplar da Bíblia em meio a apresentação de sua banda, na 4ª edição do Sara(te)u – Uma noite dionisíaca realizada na UFAC.

O militante petista disse: “Eu acredito em mim mesmo, no que sou, no que posso! Respeito os demais, suas crenças… Não temos problema nenhum em quem crer ou não em Deus. Nós buscamos a laicidade do Estado, queremos um estado sem religião, todos merecem o mesmo respeito…”


A matéria abaixo citada afirma que Felipe Zanon “já foi policial militar, mas foi expulso da corporação por indisciplina. Em julho do ano passado, foi preso preventivamente acusado de agredir e chantagear garotas com vídeos íntimos. Ao menos quatro jovens, com idades entre 16 e 21 anos, denunciaram o rapaz”.

Reitero a fala de Felipe Zanon que diz “lutar por um Estado sem religião”; ora, a nossa Constituição Federal não impõe aos brasileiros nenhuma religião, e defende a liberdade religiosa. Quem deseja amar, adorar e servir a Deus, que nos deu a Bíblia Sagrada, é o povo. O Estado brasileiro é laico, mas o povo é religioso. Ao menos 90% dos brasileiros são cristãos (católicos, protestantes, ortodoxos, anglicanos, etc…) e têm a Bíblia como Santa Palavra de Deus. Ora, não se pode ofender de maneira tão bárbara a maioria do povo católico. Segundo o Código Penal configura crime. Quem deseja ser respeitado, precisa antes respeitar os outros. Este homem afirmou: “Respeito os demais, suas crenças…”. Se fosse verdade não autorizaria e aprovaria um gesto que ofende a esmagadora maioria cristã. Suas palavras não condizem com o gesto tão ofensivo.

As previsões da Bíblia para este novo ano


No começo de todo novo ano, acontece sempre a mesma coisa: na televisão, nos jornais, no rádio, somos literalmente inundados pelas previsões de astrólogos e adivinhos. Mas, dado que a única verdadeira profecia está contida na Bíblia, decidimos lhes apresentar as previsões da Sagrada Escritura para este novo ano.

Se você nasceu entre o dia 1º de janeiro e o dia 31 de dezembro, então está sob a influência da "graça de Deus, portadora de salvação para todos os homens" (Tito 2, 11).

Fortuna: A estrela da manhã é Jesus Cristo, já que, "graças à bondade misericordiosa do nosso Deus (…), seremos visitados pelo sol que nasce do alto" (Lucas 1,78).

Amor: Sua felicidade reside em ser amado por Deus e em amá-lo em troca, pois "nem o presente, nem o futuro, nem as potestades, nem as alturas, nem os abismos, nem outra qualquer criatura nos poderá apartar do amor que Deus nos testemunha em Cristo Jesus, nosso Senhor" (Romanos 8,39).

Férias: "O Senhor guardará os teus passos, agora e para todo o sempre" (Salmo 120,8).

Saúde: "Eis uma verdade absolutamente certa: Se morrermos com ele, com ele viveremos" (2 Timóteo 2,11); " Não vos inquieteis com nada! Em todas as circunstâncias apresentai a Deus as vossas preocupações, mediante a oração, as súplicas e a ação de graças" (Filipenses 4,6).

Dinheiro: “O meu Deus há de prover magnificamente a todas as vossas necessidades, segundo a sua glória, em Jesus Cristo" (Filipenses 4,19); "Aprendi a contentar-me com o que tenho" (Filipenses 4,11). 

São Carlo de Sezze


Carlo era um frei franciscano repleto do Espírito de Deus. Trabalhava como cozinheiro, porteiro e jardineiro. Padres, leigos, religiosos e religiosas o procuravam para pedir conselhos.

Nasceu em 22 de outubro de 1613, em Sezze, Itália, Sua família tinha muitas posses, mas o jovem não se interessava pelos bens materiais. Com 22 anos entrou num convento fransciscano. Sua simplicidade era tanta que, mesmo com a insistência dos familiares, não quis ordenar-se sacerdote.

Mas a graça de Deus concedeu a Carlo o dom de ouvir e aconselhar as pessoas. Embora Carlo cuidasse apenas da horta e da cozinha do convento, sempre acontecia ser enviado para outras cidades para que pudesse aconselhar bispos e cardeais.

Frei Carlo tinha pouca instrução, mas escrevia belíssimas páginas espirituais e autobiográficas, numa gramática acidentada, porém, eficiente. Falece em 6 de janeiro de 1670, no Convento de São Francisco, na cidade de Roma. 


ORAÇÃO


Deus, Pai e Senhor da criaturas, derramai sobre nós suas bênçãos e dai-nos, pela intercessão de São Carlo, encontrar-te nas coisas mais simples da vida. Por Cristo nosso Senhor. Amém.

Jovem agnóstico se converte à Igreja Católica através da arte sacra


O Papa Bento XVI ensinou, certa feita, que “uma obra de arte pode abrir os olhos da mente e do coração, impelindo-nos rumo ao alto”. Foi justamente o que aconteceu com Osamu Tanimoto. Filho de um engenheiro elétrico e de uma dona de casa, esse artista japonês descobriu a Fé enquanto estudava as obras clássicas do Renascimento, em Florença – e se tornou parte de um movimento global de artistas que estão redescobrindo a Igreja Católica.

Confira a seguir trechos de uma entrevista exclusiva concedida por esse jovem pintor ao site Regina Magazine.

O primeiro contato com a arte

Osamu, conte-nos sobre a sua vida no Japão e sobre a relação da sua família com as artes.

Fui criado em Tóquio, o caçula de três irmãos. Meu pai era professor de engenharia elétrica e minha mãe, dona de casa. Meu irmão mais velho é consultor e o outro trabalha em um banco. Minha família não tinha nada a ver com artes. Meu pai, principalmente, não entendia por que eu perdia meu tempo com isso… Era a impressão que ele tinha, até um dia ele perceber que as artes valiam a pena. Não posso culpá-lo por nada, porque toda a arte contemporânea confunde as pessoas e faz com que elas questionem se, afinal, os artistas não são apenas pessoas “fora da caixa” sem qualquer habilidade ou virtude. Eles não parecem pessoas à procura da verdade e da beleza.

Ainda que desde jovem eu fosse sempre entusiasmado com a arte, estudei educação na Universidade de Waseda, em Tóquio, para fazer a vontade do meu pai, que não queria que eu seguisse a carreira de artista.

Depois, mudei-me para a Temple University, para tentar estudar fora e seguir seriamente a profissão artística. Lá, encontrei meu primeiro professor de pintura a longo prazo, Walderedo, que retratou as florestas amazônicas e os americanos nativos. Comecei a reproduzir obras-primas, com as mesmas técnicas que eram utilizadas antigamente, como o afresco, a têmpera de ovo, a ponta de prata etc. No mesmo ano, entrei na nova Academia Russa de Arte, em Florença, para estudar desenho, pintura e composição. Fui treinado na tradição acadêmica russa e graduei-me em 2014 com o meu trabalho de conclusão The Return of the Prodigal Son (“O Retorno do Filho Pródigo”). Hoje, trabalho como professor na Escola de Arte Sacra, desde 2013.