É realmente
necessário, na hora de rezar o Pai-Nosso, erguer as mãos como o sacerdote? Se
sim, pq?
Pelo
contrário! Não se deve erguer as mãos.
Na hora da
comunhão o sacerdote deve sempre comungar primeiro?
Sim, e só a
comunhão do celebrante é necessária para a licitude da Missa. Se os fiéis não
comungarem, não há problema, mas o celebrante é obrigado.
O sacerdote
pode, antes de comungar (logo após o Cordeiro de Deus), alertar os fiéis que
estiverem em pecado que eles não poderão comungar?
Claro! Porque
não poderia?
Nas missas
durante a semana, é permitido trocar a primeira leitura por um trecho da vida
de um santo? Pq eu fui até uma Igreja de São Francisco e lá eles leram a vida
desse santo no lugar da primeira leitura...Eu achei muito estranho.
Estranho e
ERRADO! É preciso fazer o que está no Missal, ler o que está no Missal... As
leituras são as propostas, pelo Lecionário, para o dia (exceto em dias feriais
do Tempo Comum, quando outras, em ocasião especial, podem ser escolhidas; ou
nas Missas Votivas e Rituais, quando há Lecionário específico).
Aqui no Rio
não se costuma levantar as mãos durante o Pai Nosso, mas é costume dar as mãos.
Isto é errado?
Sim. O que
não está previsto, não se deve fazer. Não há sentido litúrgico no ato, além
disso.
Quando se
ora: Por Cristo, com Cristo...levanta-se a mão ou não?
A chave para
entender as normas litúrgicas é se perguntar: pra que serve tal ato? Aplica
nesse caso: qual o sentido de levantar a mão, estendendo-a ao altar? É
tornarmo-nos participantes do oferecimento que o padre faz, não? Ora, se não se
pode dizer a oração com ele, justamente porque o oferecimento é algo específico
de sua condição sacerdotal, porque iríamos fazer a mesma coisa que dizer a
oração, só que de outro modo (levantando as mãos)?
--> Neste ponto, um interlocutor tenta
contra-argumentar: "Levantar as mãos é uma atitude orante. Pode significar
súplica, louvor e entrega a Deus." - Assim definem alguns autores.
É sabido que
o Batismo e a Crisma conferem o Sacerdócio Comum dos fiéis (1Pd2,4-6); todos os
fiéis são cooferentes do sacrifício do Cristo Sacerdote e são cooferecidos com
Cristo Hóstia em cada Eucaristia. É sabido também que a Doxologia Final é o
verdadeiro e próprio ofertório da missa. Logo, o gesto de levantar as mãos
nesse momento tem sentido. Pode não estar previsto no Missal, mas sentido tem. Por
essa tua definição, o sacerdócio comum dos fiéis em nada se diferencia do
sacerdócio hierárquico.
Reitero que
não há sentido em elevar as mãos no "Por Cristo", nem em nome do
sacerdócio comum dos fiéis, dado que tal ato é próprio do sacerdócio
hierárquico. O "Por Cristo" nada mais é do que o oferecimento do
sacrifício recém-efetuado. Ora, é próprio do sacerdócio oferecer o sacrifício
da Missa, que com a Cruz possui uma identidade substancial.
Entender que
o gesto tem sentido à luz do sacerdócio comum dos fiéis é desvalorizar o
sacramento da Ordem, e dessacralizar a Missa, já tão pouco crida e entendida
como sacrifício. Os ritos da Missa devem apontar para a sua substância
sacrifical e, para tal, colabora a previsão de palavras, gestos e cerimônias
que ressaltem o sacerdócio hierárquico, o poder de tornar presente a Cruz
durante a Missa, a ação in Persona Christi.
O modo pelo
qual oferecemos, com o sacerdote, o sacrifício da Missa, é distinto. Tanto é
assim que, em latim, o celebrante convida os fiéis, antes da Oração sobre as
Oferendas: "Ora, irmãos, para que o meu e o vosso sacrifício sejam aceitos
por Deus Pai onipotente." Não bastaria dizer "nosso" em vez de
"meu"+"vosso"? Não. Pois essa distinção de termos implica
na distinção de sacrifícios, na distinção de modos de participação no
sacrifício. O padre sacrifica, oferecendo a substância do sacrifício da Cruz,
tornando-a realmente presente. Nós sacrificamos pelo sacrifício de louvor,
i.e., pela união com os sentimentos, a inteligência e a vontade de Cristo que
no altar renova, de modo incruento, seu sacrifício.