quinta-feira, 21 de janeiro de 2016

Estado Islâmico destrói mosteiro mais antigo do Iraque


Os terroristas do Estado Islâmico destruíram o Mosteiro cristão mais antigo do Iraque, localizado na cidade de Mossul.

Segundo informa Associated Press (AP), o Mosteiro de Santo Elias, construído há 1.400 anos, foi reduzido a escombros, de acordo com as imagens de satélite difundidas pela agência de notícias.

Este mês, a pedido da AP, a empresa de imagens por satélite DigitalGlobe tirou fotos aéreas do local com uma câmara de alta resolução e as comparou com imagens prévias: é possível observar que a estrutura de 2.500 metros quadrados não existe mais.

O Mosteiro, que tinha 26 salões que incluíam um santuário e uma capela, foi destruído com “bulldozers, maquinas pesadas, marretas e provavelmente com explosivos. A sua estrutura foi completamente destruída”, assinala Stephen Wood, diretor executivo de Allsource Analysis.

Em declarações à AP, o sacerdote Paul Thabit Habib, afirmou sobre esta destruição que “a história da cristandade em Mossul está sendo destruída de forma cruel. Consideramos que esta é uma tentativa de expulsar-nos do Iraque, querem nos eliminar e exterminar nossa existência nesta terra”.

Não esqueçam os pobres, pede Papa ao Fórum Econômico Mundial


MENSAGEM
Mensagem do Papa Francisco ao presidente do Fórum Econômico Mundial
por ocasião do encontro anual em Davos
Quarta-feira, 20 de janeiro de 2016


Ao Professor Klaus Schwab
Presidente executivo do Fórum Econômico Mundial

Antes de mais nada, quero agradecer-lhe pelo gentil convite a dirigir uma palavra à reunião anual do Fórum Económico Mundial, que terá lugar em Davos-Klosters, no final de Janeiro, sobre o tema «Mastering the Fourth Industrial Revolution – Dominar a quarta revolução industrial». Formulo votos cordiais pelo bom sucesso do encontro, que visa incentivar uma contínua responsabilidade social e ambiental através dum diálogo construtivo com responsáveis de governo, da actividade empresarial e da sociedade civil, e também com representantes ilustres dos sectores político, financeiro e cultural.

A aparição da chamada «quarta revolução industrial» foi acompanhada pela crescente percepção da inevitabilidade duma redução drástica do número de postos de trabalho. Os últimos estudos, realizados pela Organização Internacional do Trabalho, indicam que o desemprego afecta, actualmente, centenas de milhões de pessoas. O financiamento e tecnologização das economias nacionais e da global produziram profundas mudanças no campo do trabalho. A diminuição de oportunidades para um emprego vantajoso e digno, aliada a uma redução da cobertura da previdência social, estão a causar um aumento preocupante da desigualdade e da pobreza em vários países. Claramente surge a necessidade de criar novos modelos empresariais que, enquanto promovem o desenvolvimento de tecnologias avançadas, sejam capazes também de utilizá-las para criar trabalho digno para todos, manter e consolidar os direitos sociais e proteger o meio ambiente. O homem deve guiar o progresso tecnológico, sem se deixar dominar por ele!

Mais uma vez faço apelo a todos vós: «Não esqueçais os pobres!» Este é o principal desafio que, como líderes no mundo dos negócios, tendes diante de vós. «Quem tem os meios para levar uma vida decente, em vez de estar preocupado com os privilégios, deve procurar ajudar os mais pobres a terem, também eles, acesso a condições de vida respeitosas da dignidade humana, nomeadamente através do desenvolvimento do seu potencial humano, cultural, económico e social» (Discurso à classe dirigente e ao Corpo Diplomático, Bangui, 29 de Novembro de 2015).

Não devemos permitir jamais que «a cultura do bem-estar nos anestesie» e torne «incapazes de nos compadecer ao ouvir os clamores alheios», de modo que «já não choramos à vista do drama dos outros, nem nos interessamos por cuidar deles, como se tudo fosse uma responsabilidade de outrem, que não nos incumbe» (Evangelii gaudium, 54).

Chorar à vista do drama dos outros não significa apenas compartilhar os seus sofrimentos, mas também e sobretudo dar-se conta de que as nossas acções são causa de injustiça e desigualdade. Por isso, «abramos os nossos olhos para ver as misérias do mundo, as feridas de tantos irmãos e irmãs privados da própria dignidade e sintamo-nos desafiados a escutar o seu grito de ajuda. As nossas mãos apertem as suas mãos e estreitemo-los a nós para que sintam o calor da nossa presença, da amizade e da fraternidade. Que o seu grito se torne o nosso e, juntos, possamos romper a barreira de indiferença que frequentemente reina soberana para esconder a hipocrisia e o egoísmo» (Bula de proclamação do Jubileu Extraordinário da Misericórdia, Misericordiae vultus, 15).

Quando nos damos conta disto, tornamo-nos mais plenamente humanos, uma vez que a responsabilidade pelos nossos irmãos e irmãs é uma parte essencial da nossa humanidade comum. Não tenhais medo de abrir a mente e o coração aos pobres. Desta forma, dareis livre curso aos vossos talentos económicos e técnicos e descobrireis a felicidade duma vida plena, que o consumismo, de por si, não pode oferecer. 

Papa: transmitir a misericórdia de Deus é missão comum aos cristãos


CATEQUESE
Sala Paulo VI – Vaticano
Quarta-feira, 20 de janeiro de 2016


Queridos irmãos e irmãs, bom dia!

Ouvimos o texto bíblico que este ano guia a reflexão na Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos, que vai de 18 a 25 de janeiro: esta semana. Tal trecho da Primeira Carta de São Pedro foi escolhido por um grupo ecumênico da Letônia, encarregado pelo Conselho Ecumênico das Igrejas e pelo Pontifício Conselho para a promoção da unidade dos cristãos.

No centro da catedral luterana de Riga há uma pia batismal que remonta ao século XII, ao tempo em que a Letônia foi evangelizada por São Mainardo. Aquela fonte é sinal eloquente de uma origem de fé reconhecida por todos os cristãos da Letônia, católicos, luteranos e ortodoxos. Tal origem é o nosso comum Batismo. O Concílio Vaticano II afirma que “o Batismo constitui o vínculo sacramental da unidade que vigora entre todos aqueles que, por meio desse, foram regenerados” (Unitatis redintegratio, 22). A Primeira Carta de Pedro é dirigida à primeira geração dos cristãos para torná-los conscientes do dom recebido com o Batismo e das exigências que este comporta. Também nós, nesta Semana de Oração, somos convidados a redescobrir tudo isso e a fazê-lo juntos, indo além das nossas divisões.

Antes de tudo, partilhar o Batismo significa que todos somos pecadores e precisamos ser salvos, redimidos, libertos do mal. É este o aspecto negativo que a Primeira Carta de Pedro chama “trevas” quando diz “[Deus] vos chamou fora das trevas para conduzir-vos na sua luz maravilhosa”. Esta é a experiência da morte, que Cristo fez sua, e que está simbolizada no Batismo quando somos imersos na água e à qual segue o ressurgir, símbolo da ressurreição à vida nova em Cristo. Quando nós cristãos dizemos partilhar um só Batismo, afirmamos que todos nós – católicos, protestantes e ortodoxos – partilhamos a experiência de sermos chamados das trevas impiedosas e alienantes ao encontro com o Deus vivo, cheio de misericórdia. Todos, de fato, infelizmente, fazemos a experiência do egoísmo, que gera divisão, fechamento, desprezo. Partir novamente do Batismo quer dizer reencontrar a fonte da misericórdia, fonte de esperança para todos, porque ninguém está excluído da misericórdia de Deus. 

Santa Inês


Inês pertencia à uma rica, nobre e cristã família romana. Isso lhe possibilitou receber uma bela educação. Tinha apenas 13 anos quando foi denunciada como cristã. Tudo porque não aceitou casar-se com o prefeito de Roma.

A narração que nos chegou conta que o rapaz tentou a todo custo casar-se com Inês, mas nada convencia Inês. Um dia tentou agarrá-la a força e acabou sendo atingido por um raio. O pai do rapaz suplicou a Inês que recuperasse a vida do filho. Inês, armada de fé, rezou e trouxe de novo respiração ao rapaz.

Diante disso, o rapaz converteu-se, mas o pai, endurecido de coração, passou a perseguir Inês. Acabou presa, mas nem sob tortura renegou a fé em Cristo. Arrastada violentamente até a presença de um ídolo pagão, para que o adorasse, Inês se manteve firme em suas orações à Cristo. Depois foi levada à uma casa de prostituição, para que fosse possuída à força, mas ninguém ousou tocar sequer num fio de seu cabelo.

Num ato de desespero, o prefeito mandou decapitar a jovem menina, que tornou-se uma das mártires mais conhecidas do cristianismo. Na arte, Santa Inês é comumente representada com uma ovelha, e uma palma, sendo que a ovelha sugere sua castidade e inocência.

ORAÇÃO


Senhor nosso Deus, que deste Santa Inês como modelo e guia a numerosas virgens, concedei que conservemos sempre bem vivo aquele espírito seráfico, que ela ensinou com sabedoria e confirmou com magníficos exemplos de santidade. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso filho, na unidade do Espírito Santo. Amém.

Dos crimes contra o sentimento religioso e contra o respeito aos mortos


Direito Penal

Capitulo I

DOS CRIMES CONTRA O SENTIMENTO RELIGIOSO 
E CONTRA O RESPEITO AOS MORTOS

Considerações gerais

A tutela do sentimento religioso e do respeito aos mortos, abrange-se, de modo geral, a proteção aos valores ético-social de uma sociedade, ao qual a liberdade é sua força-motriz, pois que esta abrange a liberdade de crença, de culto e de organização religiosa, em que nossa Constituição Federal, coube tratar, ao passo que o Código Penal, ainda que anterior a Carta Maior, os tutelou em caso de violabilidade, tipificando-os como crime. Assim, numa visão Constitucional, trata-se da dignidade da pessoa humana e seus valores perante a sociedade em ter sua liberdade protegida, deixando a livre escolha de o cidadão optar em seu prospecto filosófico-religioso.

A liberdade de crença trata-se da simples liberdade de consciência, ou seja, do cidadão optar e manifestar-se de sua religião, como prevê o estatuto Constitucional “é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e as suas liturgias” assim como “ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou de convicção filosófica ou política, salvo se as invocar para eximir-se de obrigação legal a todos imposta e recusar-se a cumprir prestação alternativa, fixada em lei”; (art.5°, VI e VIII)

A liberdade de culto exterioriza-se com a prática do corpo doutrinário e de seus ritos, com suas cerimônias, manifestações, hábitos, tradições, na forma que indicada para a religião escolhida. (art. 5°, VI, CF).

A liberdade de organização religiosa tem dois primados, um refere-se a organização da igreja em seu espaço físico como também a profanação de sua crença, separando aos ditames ideológicos com o Estado, devido seu laicismo declarado (art.19, CF)

Por fim, pujante as breves considerações gerais acima colocadas quanto aos delineios endo-constitucionais a temática, cumpre-se promover o Capitulo I do Código Penal. 

quarta-feira, 20 de janeiro de 2016

Papa Francisco: um perigo não tão claro, mas bem presente


Aqueles que levam a cabo atos perversos de terror em nome do chamado Estado Islâmico (o que, apesar de suas reivindicações distorcidas, nada tem a ver com Deus ou religião) se transformaram numa grande ameaça para o mundo de hoje. 

Cada ataque terrorista que eles, e aqueles a quem inspiram, infligem contra os cidadãos desavisados serve para interromper as nossas rotinas e modos de vida bem-estabelecidos. Eles estão encontrando meios de tumultuar cada canto desta natureza divina e de piorar muitos lugares que já estavam arrasados.

Mas estes fanáticos desorientados e depravados não são a maior ameaça à vida na forma como a conhecemos atualmente.

Há uma ameaça muito mais perigosa aí fora.

É o Papa Francisco.

Não, ele não está planejando um reino de terror. Ele está, isto sim, profeticamente disseminando uma mensagem que – se a acatarmos de fato – poderá facilmente abalar e mudar as nossas vidas de um modo muito mais radical e desestabilizador do que tudo o que os militantes do ISIS possam vir desencadear.

Ele vem assim agindo em níveis múltiplos e em várias frentes. Ele tem encontrado focos de resistência em setores da sociedade, e mesmo dentro da Igreja Católica.

Existem aqueles que frequentam as missas aos domingos e que se irritam com os seus pedidos insistentes por uma reforma ampla da “economia que mata”, incluindo uma maior regulamentação dos livres mercados. Existem os benfeitores ricos e generosos das dioceses católicas, pessoas que tentam ser tão responsáveis com os seus recursos quanto ser esforçados em lucrar, pessoas que se ofendem pelos apelos angustiados do papa por uma distribuição mais justa da riqueza.

Existem cidadãos bons e decentes de todas as crenças e entre aqueles que não possuem nenhuma religião, pessoas apaixonadas que se ofendem com o pontífice e acreditam que ele está redondamente enganado ao exigir que a Europa e a América do Norte abram suas portas aos migrantes e refugiados da África e do Oriente Médio.

Existem católicos sérios que estão escandalizados com as exortações infindáveis do papa em acolher aqueles a quem as regras de suas igrejas definem como impuros ou vivendo em pecado (tais como os divorciados e recasados, os gays e as lésbicas autoafirmados e os que, em boa consciência, usam métodos contraceptivos).

Eles e outros ficam horrorizados com a convicção de Francisco de que a Igreja de Roma não tem escolha senão se envolver no diálogo com os cristãos que rejeitam alguns de seus dogmas, com as pessoas de outros credos que não acreditam em Jesus Cristo, com os que não acreditam em Deus, com os céticos e mesmo com os que são os inimigos declarados da Igreja. 

São Fabiano, papa


Fabiano era um fazendeiro cristão nascido em Roma. Era um laico, quer dizer, não era um sacerdote, mas mesmo assim foi escolhido pelo povo e pelo clero, à ocupar a cátedra de São Pedro. Tudo aconteceu, devido a um fato ocorrido, quando a assembléia cristã estava tentando escolher o novo pastor da Igreja de Roma. Num determinado momento uma pomba, símbolo do Espírito Santo, pousou sobre sua cabeça e eles entenderam isto como um sinal de Deus. Foi eleito e ordenado: diácono, presbítero e bispo no mesmo dia, 10 de janeiro de 236. Depois de ser consagrado o vigésimo sacerdote a ocupar a Cátedra da Igreja de Roma, o então papa Fabiano se dirigiu ao túmulo de São Pedro para rezar.

Administrador nato, realizou o censo do povo de Cristo, presente na cidade de Roma. Depois dividiu a cidade em sete distritos eclesiásticos, ou paróquias, e delegou a cada uma os seus paroquianos, seu clero e suas catacumbas, como eram chamados os cemitérios. O papa Fabiano que era um quase desconhecido antes da eleição, foi muito apreciado também por suas intervenções doutrinais, especialmente nas controvérsias da Igreja da África. Sob seu pontificado de catorze anos, houve paz e desenvolvimento interno e externo da Igreja.

Segundo são Cipriano, bispo de Cartago, capital romana da África do norte, o próprio imperador Décio, admitia a sua competência e teria dito que preferia um rival no Império a um bispo como Fabiano em Roma. O soberano estava com problemas no seu governo, os domínios romanos diminuíam devido às constantes rebeliões, por isto definiu os cristãos como culpados e desencadeou uma ferrenha perseguição contra toda a Igreja.

Ocorreu um grande êxodo de cristãos de Roma, que se deslocaram para o Oriente à procura das comunidades religiosas dos desertos, um pouco mais protegidas das perseguições. Este foi o início para a vida eremita, com os "anacoretas", mais conhecidos como os padres do deserto. Entretanto, o papa Fabiano permaneceu no seu posto e não renegou a fé, sendo decapitado no dia 20 de janeiro de 250.

Assim escreveu sobre ele são Cipriano na Carta que enviou ao clero romano: "Quando era ainda incerta entre nós a notícia da morte desse homem justo, meu companheiro no episcopado.. a carta que me enviastes... por ela fiquei... a par da sua gloriosa morte. Muito me alegrei, porque a integridade do seu governo foi coroada com um fim tão nobre."

Depois do seu martírio, a Cátedra de Pedro ficou desocupada por mais de um ano, até que o clero e o povo de Roma pudessem eleger um novo bispo, devido à intensa perseguição ao catolicismo.


São Fabiano - Papa... Rogai por nós!

Homilética: 3º Domingo Comum - Ano C: "Transmitir o Evangelho".


Nenhuma comunidade se constrói sem a Palavra de Deus. Uma das provas irrefutáveis da fragilidade de uma paróquia se revela na pouca profundidade que seus fiéis possuem das Escrituras. A Palavra de Deus deve ser compreendida como o alimento sólido que leva a comunidade a caminhar com passos firmes e seguros para o futuro. Quando não nos alimentamos, o corpo enfraquece e desfalece. Imaginemos todo o corpo de Cristo tomado por indisposição e letargia, marcado pela falta de conhecimento bíblico e, com isso, fácil de ser levado para lá e para cá por qualquer vento de falsa doutrina. O estudo das Sagradas Escrituras une irmãos e irmãs ao redor da mesma fé e os torna responsáveis uns pelos outros. 


Na aclamação ao Evangelho, a Liturgia separou algumas palavras, propondo-as como tema de reflexão para a homilia: “O Espírito do Senhor está sobre mim, porque me ungiu; e enviou-me para anunciar a Boa-Nova aos pobres. Trata-se de um oráculo do Profeta Isaías que Jesus aplica a si mesmo.

Jesus pronunciou estas palavras na Sinagoga de Nazaré, no início de seu ministério público; elas constituem por assim dizer um título colocado no início de todo o evangelho: Esta é a minha missão – parece dizer Jesus – e estes são seus destinatários! A importância de tais palavras para compreender o espírito do evangelho e a obra de Jesus é, portanto, imensa; dela depende diretamente a compreensão da bem-aventurança: Felizes os pobres de coração: deles é o Reino dos céus.

Naquele dia, na Sinagoga, Jesus disse: “Hoje se cumpriu esta Escritura” (Lc. 4,21). Nós também fechemos o livro do Evangelho do qual ouvimos estes ensinamentos (Lc 4,20): mas nem tudo pode acabar aqui; aliás, num certo sentido, tudo começa neste momento: “Se compreenderdes essas coisas, sereis felizes, sob condição de as praticardes (Jo 13,17). A Palavra de Deus cumpre-se de novo cada vez que há alguém que a escuta e a coloca em prática; o “hoje” por Ele pronunciado naquele dia prolonga-se na Igreja e dura ainda.

Também nós, em outras palavras, somos enviados a anunciar a Boa Nova do Evangelho.

Na Primeira Leitura (Ne 8, 2-10), encontramos o Povo reunido, em assembleia, lendo e estudando a Palavra de Deus. A Palavra interpela e provoca no povo uma atitude de conversão.

Diz Santo Agostinho: “ Devemos ouvir o Evangelho como se o Senhor estivesse presente e nos falasse. Não devemos dizer: “Felizes aqueles que puderam vê-Lo”. Porque muitos dos que O viram crucificaram-no; e muitos dos que não O viram creram nele. As mesmas palavras que saíam da boca do Senhor foram escritas, guardadas e conservadas para nós”.

Só se ama o que se conhece! Por isso, muitos cristãos reservam, todos os dias, alguns minutos para lerem e meditarem o Evangelho, e assim chegam espontaneamente a um conhecimento profundo e à contemplação de Jesus Cristo.

Seria muito difícil amar a Cristo, conhecê-Lo de verdade, se não se escutasse frequentemente a Palavra de Deus; se não se lesse o Evangelho com atenção, todos os dias. Essa leitura – bastam cinco minutos diários – alimenta a nossa piedade.

É urgente que tenhamos, cada vez mais, mais contato com a Palavra de Deus!

Nunca devemos considerar-nos suficientemente formados, nunca devemos conformar-nos com o conhecimento de Jesus Cristo e dos seus ensinamentos que já possuímos. O amor pede que se conheçam mais coisas da pessoa amada. Na vida profissional, um médico, um arquiteto, um advogado, se querem ser bons profissionais, nunca dão por concluídos os seus estudos ao saírem da Faculdade; estão sempre em contínua formação. Com o cristão acontece o mesmo. Pode-se aplicar-lhe também aquela frase de S. Agostinho: “Disseste basta? Pereceste.”

Para podermos dar a doutrina de Jesus Cristo, é preciso que a tenhamos no entendimento e no coração: que a meditemos e a amemos.

Que bons alto-falantes teria o Senhor se todos os cristãos se decidissem – cada um no seu lugar – a proclamar a doutrina salvadora de Cristo, a ser elos dessa corrente que se prolongará até o fim dos tempos!

Façamos nossa a oração da Missa de hoje: “Deus eterno e todo poderoso, dirigi a nossa vida segundo o vosso amor, para que possamos, em nome do vosso Filho, frutificar em boas obras.”