1. Dar mais importância ao serviço que à formação e à
oração
Esse é o maior erro que a maioria dos grupos
comete. E em nossa época de secularismo e de materialismo, dá até para
entender. Mas se um grupo quer realmente ser bom, ele precisa antes de tudo se
doar à vida interior. O apostolado do serviço do altar é sublime, mas sem vida
interior ele não produz frutos.
E o que é a vida interior? A vida interior, ou a
vida sobrenatural, é a íntima ligação com Deus através da Oração, da
Meditação, das Leituras Espirituais, do estudo das coisas santas e sobretudo na
busca sincera pela santidade. A vida interior é a alma do apostolado.
É o pavio que faz a vela dar luz e calor. Sem a vida interior, tudo o que
fazemos é inútil. Um grupo sem vida interior, isto é, sem oração e
sem o aprofundamento no estudo das coisas de Deus pode ter o melhor cerimonial do
mundo, as melhores batinas, ser constituído dos coroinhas mais famosos e bem
treinados do mundo. Sem vida interior, tudo isso será apenas pura vaidade.
Diz S. Boaventura: O segredo do apostolado
encontra-se aos pés do crucifixo, e não na ostentação de qualidades brilhantes
Do mesmo modo dizemos: O segredo de um bom grupo
está aos pés do crucifixo. Na oração. A formação, o serviço e a oração são
importantes num grupo de coroinhas, mas desses três a oração é superior. E
entre o serviço e a formação, é mais importante um grupo bem formado. Antes um
grupo que reze o rosário que um grupo que saiba servir!
2. Dar pouca ou muita importância a algumas coisas
O ser humano é constituído de corpo e alma, e com o
corpo e a alma deve adorar a Deus. Por isso, é importante colocar regras
mínimas quanto às coisas exteriores. Mas nem sempre isso acontece. Ou às vezes
acontece de uma maneira exagerada.
Algumas coisas que provavelmente seu
grupo dá mais importância do que deveria:
§
A veste dos membros. Certo
que devemos ter cuidado e zelo para com as vestes, mas tem
grupo que poderia bem se chamar “pastoral da veste”.
§
O papel do coordenador. O
coordenador deve, sem dúvidas, se destacar como o líder do grupo. Um grupo sem
um bom líder não vai pra frente. Mas tem muito coordenador que transformou
o grupo numa panelinha de seus admiradores. Pior que um coordenador ruim é um
coordenador orgulhoso!
§
O papel do cerimoniário. Para
muitos, parece que ser cerimoniário é um troféu. Alguns ainda enchem a
boca e dizem “Eu sou cerimoniário a x anos!”, como se isso fosse grande coisa.
Um cerimoniário conforme o Espírito da Liturgia já percebeu que, na
verdade, é um “servo inútil” da Liturgia, jamais seu senhor.
§
A diferença entre
coroinhas e acólitos. Exceto se estivermos
falando de acólitos instituídos, não há nenhuma diferença natural
entre coroinhas e
“acólitos”. Algumas paróquias diferenciam pela idade ou pela
experiência, mas na prática são ambos a mesma coisa: Servidores do altar. Então
paremos de ficar falando “o que precisa ser para se tornar acólito?”
ou “sou coroinha há dois anos, sonho em um dia ser acólito” ou ainda o
absurdo: “Sou acólito há um ano, mas nunca fui coroinha.”