domingo, 3 de abril de 2016

Pedagogia Litúrgica para o mês de Abril de 2016: "Missão evangelizadora da Igreja".


Acolhimento e misericórdia

O início do Tempo Pascal, que coincide com o início do mês de abril, neste ano de 2016, não é uma simples lembrança dos primeiros tempos do cristianismo, relatada nos Atos dos Apóstolos sobre a formação da Igreja, nos dias que sucederam à Ressurreição de Jesus. Mais que isso, o Tempo Pascal é uma memória viva da criatividade evangelizadora dos primeiros cristãos para que a Igreja, em todos os tempos e em todas as terras, não se deixe vencer pelos desafios, pelos confrontos e até mesmo pelos erros.

A descrição da porta fechada do Cenáculo, no 2º Domingo da Páscoa - C, é um símbolo indicativo de uma Igreja fechada em si mesma, medrosa e distante do povo. Uma Igreja que não vive misericordiosamente no meio do povo. A presença de Jesus ressuscitado na comunidade abre as portas da Igreja e a transforma em Igreja que misericordiosamente promove transformações sociais. Por isso, no Domingo dedicado especialmente à misericórdia divina (2DTP), nos deparamos com o modo misericordioso da Igreja estar no mundo: de portas abertas e testemunhando a Ressurreição de Jesus pelo acolhimento de todos os necessitados de misericórdia. De fato, Jesus não edificou uma Igreja para encarcerar pessoas entre paredes e com portas fechadas, mas para viver “a bem-aventurança da fé mesmo sem ver”, no meio da sociedade.

A partir deste enfoque, entende-se a atividade eclesial em sua missão evangelizadora, no 3º e 4º Domingo do Tempo Pascal – C em vista da transformação social a partir do Mandamento Novo (5DTP-C).

Missão evangelizadora

Lemos, no encontro de Jesus com os Apóstolos, na praia, narrado no 3º Domingo da Páscoa - C um simbolismo da missão da Igreja. O barco é a Igreja conduzida por Pedro, que não pescará nada se não ouvir a Palavra de Jesus para aprender a pescar diferente; só então a pesca será abundante. A evangelização não depende unicamente da boa-vontade humana e nem do desejo de abandonar a noite triste de um mundo que teima matar o Evangelho, mas depende da Palavra de Jesus. Diante dos desafios e das dificuldades de evangelizar, a Igreja não pode voltar para a praia do passado, com tentativas de pescarias que deram certo uma vez. É preciso entrar mar adentro – “duc in altum” – ouvindo a Palavra de Jesus para corajosamente testemunhar sua Ressurreição.  

Entidades assinam Conclamação Dirigida ao Povo Brasileiro


Conclamação ao Povo Brasileiro

Reunidos, por iniciativa da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil - CNBB,-

Ministério da Justiça,

Ministério Público Federal,

Instituto dos Advogados Brasileiros,

Considerando as graves dificuldades institucionais, econômicas e sociais da atual conjuntura nacional, que geram inquietação e incertezas quanto ao futuro;

Considerando que nenhuma crise, por mais séria que seja, pode ter adequada solução fora dos cânones constitucionais e legais em decorrência do primado do Direito;

Considerando que as divergências naturais, numa sociedade plural, não devem ser resolvidas, senão preservando-se o respeito mútuo, em virtude da dignidade da pessoa humana;

Considerando que, em disputas políticas, necessariamente haverá aqueles que obtêm sucesso e aqueles que não alcançam seus objetivos;

Considerando que, nestes casos, o êxito não pode significar o aniquilamento do opositor, nem o insucesso pode autorizar a desqualificação do procedimento;

Considerando que, sejam quais forem os grupos políticos, suas convicções e valores não devem ser colocados acima dos interesses gerais do bem comum do Estado, que tem o dever de priorizar os grupos mais vulneráveis da população;

Considerando, por fim, que às entidades subscritas cabe desenvolver o seu mais ingente esforço para assegurar a prevalência das garantias constitucionais, norteadas por nossa Carta Cidadã de 1988 no artigo 3º:

Abortistas profanam cruz em Universidade Católica do Chile


Na última terça-feira, 29, na entrada principal do Campus ‘San Joaquín’ da Pontifícia Universidade Católica (UC) do Chile, em Santiago, um grupo de desconhecidos profanou uma cruz, ao colocar nela a imagem de uma mulher abortando.

Sobre a cruz – usada na Via Sacra realizada na Sexta-feira Santa – colocaram uma imagem de uma mulher nua crucificada, com sangue em seus órgãos genitais, com um boneco que simulava um bebê no ventre e, em seus pés, o logotipo de ‘Siempre por La Vida’ (Sempre pela Vida), projeto da Fundação ‘ChileSiempre’, que reúne jovens para defender os não nascidos.

O Vice-reitor da Universidade Católica, Pe. Cristián Roncagliolo, disse que “profanar uma Cruz é um ato que violenta a fé das pessoas e por isso é uma situação que lamentamos profundamente, é triste e demonstra uma experiência de intolerância religiosa”.

“A cruz não é um lugar para discutir a ideologia”, disse o sacerdote ao jornal ‘El Democrata’.

Até o momento não identificaram os responsáveis desta profanação. A imagem causou indignação na comunidade universitária e alguns grupos pediram o pronunciamento da Federação de Estudantes (FEUC) que ainda não o fizeram.

Domingo da Divina Misericórdia: como obter indulgência plenária?


Hoje é celebrada a Divina Misericórdia. Neste ano, tal data se reveste de caráter especial, uma vez que a Igreja vive o Jubileu Extraordinário da Misericórdia, durante o qual, ao passar pelas Portas Santas – seguindo as condições estabelecidas – obtêm-se indulgências. Mas, também esta própria festa litúrgica permite ao fiel alcançar a graça do perdão dos pecados.

“Desejo que a Festa da Misericórdia seja refúgio e abrigo para todas as almas, especialmente para os pecadores (...). Derramo todo um mar de graças sobre as almas que se aproximam da fonte da Minha misericórdia. A alma que se confessar e comungar alcançará o perdão das culpas e das penas. Nesse dia, estão abertas todas as comportas divinas, pelas quais fluem as graças”, prometeu Jesus em suas aparições à Santa Faustina Kowalska.

“Que nenhuma alma tenha medo de se aproximar de Mim, ainda que seus pecados sejam como o escarlate”, assegurou-lhe o Senhor.

No ano 2000, o então Papa João Paulo II instituiu esta Festa da Misericórdia e, em 2002, foi publicado pelo Santa Sé o “decreto sobre as indulgências recebidas na Festa da Divina Misericórdia”, um dom que também pode ser alcançado pelos doentes e navegantes em alto mar.

Concede-se indulgência plenária no segundo domingo de Páscoa ao fiel que, com as condições habituais (confissão sacramental, comunhão eucarística e oração pelas intenções do Santo Padre), “participe nas práticas de piedade em honra da Divina Misericórdia, ou pelo menos recite, na presença do Santíssimo Sacramento da Eucaristia, publicamente exposto ou guardado no Tabernáculo, o Pai-Nosso e o Credo, juntamente com uma invocação piedosa ao Senhor Jesus Misericordioso (por ex., ‘Ó Jesus Misericordioso, confio em Ti’)”.

E a indulgência parcial é concedida “ao fiel que, pelo menos com o coração contrito, eleve ao Senhor Jesus Misericordioso uma das invocações piedosas legitimamente aprovadas”.

Nova criatura em Cristo


Minha palavra se dirige a vós, filhos recém-nascidos, pequeninos em Cristo, nova prole da Igreja, graça do Pai, fecundidade da Mãe, germe santo, multidão renovada, flor de nossa honra e fruto do nosso trabalho, minha alegria e coroa, todos vós que permaneceis firmes no Senhor. 

É com palavras do Apóstolo que vos falo: Revesti-vos do Senhor Jesus Cristo e não deis atenção à carne para satisfazer as suas paixões (Rm 13,14), a fim de que, também na vida, vos revistais daquele que revestistes no sacramento. Todos vós que fostes batizados em Cristo vos revestistes de Cristo. O que vale não é mais ser judeu nem grego, nem escravo nem livre, nem homem nem mulher, pois todos vós sois um só, em Jesus Cristo (Gl 3,27-28). 

Nisto reside a força do sacramento: é o sacramento da vida nova que começa no tempo presente pela remissão de todos os pecados passados, e atingirá sua plenitude na ressurreição dos mortos. Pelo batismo na sua morte, fostes sepultados com Cristo, para que, como Cristo ressuscitou dos mortos, assim também leveis uma vida nova (cf. Rm 6,4). 

Agora caminhais pela fé, vivendo neste corpo mortal como peregrinos longe do Senhor. Mas o vosso caminho seguro é aquele mesmo para quem vos dirigis, Jesus Cristo, que se fez homem por amor de nós. Para os seus fiéis ele preparou um grande tesouro de felicidade, que há de revelar e dar abundantemente a todos os que nele esperam, quando recebermos na realidade aquilo que recebemos agora só na esperança. 

Hoje é o oitavo dia do vosso nascimento. Hoje completa-se em vós o sinal da fé que, entre os antigos patriarcas, consistia na circuncisão do corpo no oitavo dia depois do nascimento segundo a carne. Por isso, o próprio Senhor, despojando-se por sua ressurreição da mortalidade da carne e revestindo-se de um corpo não diferente mas imortal, ao ressuscitar consagrou o “dia do Senhor”, que é o terceiro dia depois de sua paixão, mas na contagem semanal dos dias, é o oitavo a partir do sábado, e coincide com o primeiro dia da semana. 

Por conseguinte, também vós participais do mesmo mistério, não ainda na realidade perfeita mas na certeza da esperança,porque recebestes a garantia do Espírito. Com efeito, se ressuscitastes com Cristo, esforçai-vos por alcançar as coisas do alto, onde está Cristo, sentado à direita de Deus; aspirai às coisas celestes e não às coisas terrestres. Pois vós morrestes, e a vossa vida está escondida, com Cristo, em Deus. Quando Cristo, vossa vida, aparecer em seu triunfo, então vós aparecereis também com ele, revestidos de glória (Gl 
3,1-4). 



Dos Sermões de Santo Agostinho, bispo 
(Sermo 8, in octava Paschae 1. 4: PL46, 838. 841) (Séc.V)

Uma carta do Inferno


Se o grande autor cristão C. S. Lewis estivesse vivo hoje, talvez pudesse acrescentar ao seu belo livro “Cartas de um Diabo a seu Aprendiz” uma carta mais ou menos assim:

“Meu caro diabinho aprendiz,

A banalidade do mal é um aspecto da nossa realidade que os seres humanos contemplam pouco, mas que nos é extremamente útil. Precisamos explorá-lo cada vez mais.

De fato, se fizéssemos uma leitura com olhos demoníacos do capítulo 3 do Livro do Gênesis, o célebre trecho da tentação de Adão e Eva pela serpente, nosso mestre diabólico maior, no Paraíso, surpreenderíamo-nos com a banalidade do gesto ali descrito: um animalzinho falante oferece uma fruta apetitosa ao casal, e o casal come. Descobrem que estão nus, vestem-se com folhas de figueira e escondem-se, envergonhados com a própria nudez, ao ouvirem os passos de Deus que se aproximava. E isto é tudo: um animalzinho, uma pequena mordida numa fruta apetitosa. E eis o mal instalado no mundo, eis o fim do paraíso, eis a humanidade inteira irremediavelmente comprometida (pelo menos até a redenção em Cristo) pela ferida hereditária do pecado original. Veja como a banalidade do mal é eficiente! E como, diante dela, a reação de Deus parece desproporcional e arrogante!

Como seria fácil até para um humano bem treinado em técnicas jurídicas de tribunal, se devidamente inspirado por um de nós, distorcer a reação aparentemente desproporcional de Deus à banalidade do gesto dos primeiros humanos, de modo a fazer com que pareça desproporcional e autoritária: por que excluir todo o gênero humano do Paraíso por causa de uma mordidinha numa fruta? Uma fruta que, diga-se de passagem, foi criada pelo próprio Deus, e por ele feita apetitosa aos olhos de sua criatura. Não é difícil a um argumentador treinado em retórica jurídica transformar Deus no grande culpado pelo que ocorreu nessa passagem bíblica; as criaturas, Adão e Eva, sem esquecer a serpente, não pediram para ser criadas. Não escolheram morar num paraíso em que uma das frutas lhe era proibida. Além disso, Deus não se comporta como um burguês egoísta, um capitalista possessivo, ao negar ao primeiro casal justo o fruto da árvore que “está no meio do jardim”? E o princípio da proporcionalidade, não estaria desatendido quando, por causa de uma frutinha, Deus condena a serpente a “caminhar sobre seu ventre e comer poeira todos os dias”, sem possibilidade de livramento condicional? Não seria machista, ao condenar somente Eva às dores do parto e a ser dominada pelo marido? Não seria explorador do proletariado ao condenar Adão a extrair seu sustento “com o suor do rosto”, expulsá-lo do Paraíso e retirar dele o acesso à Árvore da Vida, condenando-o, ademais, à crudelíssima “pena de morte”, que nossas sociedades já não admitem no atual estágio de civilização? Ademais, com um gesto militarista, põe à entrada do Paraíso seus “policiais militares”, os querubins com suas espadas em chamas fulgurantes. 

"Deus é maior que os nossos pecados", diz Papa.


CATEQUESE
Praça São Pedro – Vaticano
Quarta-feira, 30 de março de 2016

Queridos irmãos e irmãs, bom dia!

Terminamos hoje as catequeses sobre misericórdia no Antigo Testamento e o fazemos meditando sobre o Salmo 51, também chamado Miserere. Trata-se de uma oração penitencial em que o pedido de perdão é precedido pela confissão da culpa e em que o orante, deixando-se purificar pelo amor do Senhor, torna-se uma nova criatura, capaz de obediência, de firmeza no espírito e de louvor sincero.

O “título” que a antiga tradição hebraica colocou a este Salmo faz referência ao rei Davi e ao seu pecado com Betsabea, a mulher de Urias, o hitita. Conhecemos bem a história. O rei Davi, chamado por Deus a apascentar o povo e a guiá-lo nos caminhos da obediência à lei divina, trai a própria missão e, depois de ter cometido adultério com Betsabea, faz seu marido morrer. Bruto pecado! O profeta Natã diz a ele sua culpa e o ajuda a reconhecê-la. É o momento da reconciliação com Deus, na confissão do próprio pecado. E aqui Davi foi humilde, foi grande!

Quem reza com esse Salmo é convidado a ter os mesmos sentimentos de arrependimento e de confiança em Deus que teve Davi que, mesmo sendo rei, humilhou-se sem ter medo de confessar a culpa e mostrar a própria miséria ao Senhor, convencido, porém, da certeza da sua misericórdia. E não era um pecado pequeno, uma pequena mentira, aquilo que ele tinha feito: tinha cometido adultério e um assassinato!

O Salmo começa com essas palavras de súplica:

“Tende piedade de mim, Senhor, segundo a vossa bondade.
E conforme a imensidade de vossa misericórdia,
apagai a minha iniquidade.
Lavai-me totalmente de minha falta, e purificai-me de meu pecado” (v. 3-4).

A invocação é dirigida ao Deus de misericórdia para que, movido por um amor grande como aquele de um pai ou de uma mãe, tenha piedade, isso é, dê graças, mostre o seu favor com benevolência e compreensão. É um apelo apaixonado a Deus, o único que pode libertar do pecado. São usadas imagens muito plásticas: apaga, lava-me, torna-me puro. Manifesta-se, nessa oração, a verdadeira necessidade do homem: a única coisa de que realmente precisamos na nossa vida é sermos perdoados, livres do mal e das suas consequências de morte. Infelizmente, a vida no faz experimentar, tantas vezes, essas situações; e antes de tudo nessas devemos confiar na misericórdia. Deus é maior que o nosso pecado. Não esqueçamos isso: Deus é maior que o nosso pecado! “Padre, eu não sei dizer isso, fiz tantas coisas ruins!”. Deus é maior que todos os pecados que nós podemos cometer. Deus é maior que o nosso pecado. Vamos dizer juntos? Todos juntos: “Deus é maior que o nosso pecado!”. Mais uma vez: “Deus é maior que o nosso pecado!”. Mais uma vez: “Deus é maior que o nosso pecado!”. E o seu amor é um oceano em que podemos mergulhar sem medo de sermos oprimidos: perdoar, para Deus, significa dar-nos a certeza de que Ele nunca nos abandona. Qualquer coisa pela qual possamos nos censurar, Ele é ainda e sempre maior que tudo (cfr Jo 3, 20), porque Deus é maior que o nosso pecado.

Santa Irene, Santa Quiônia e Santa Ágape.


A Igreja comemora hoje o dia de Santa Irene e suas irmãs, Santa Quiônia e Santa Ágape. As mártires Agápia, Irene e Quiônia eram irmãs e moravam perto da cidade de Aquiléia, no norte da Itália, no final de seculo III. Ainda meninas, elas ficaram órfãs, decidiram não casar e levavam uma vida piedosa.

Essas três irmãs foram martirizadas por volta do ano 304, durante perseguição de Diocleciano por haverem escondido grande parte de livros cristãos em casa. O imperador Diocleciano começou perseguir implacavelmente os cristãos, de modo que todas as prisões eram superlotadas por eles.

Ao saber que foram denunciadas ao imperador, Irene e suas irmãs tentaram refugiar-se nas montanhas, porém foram encontradas e condenadas a morrer queimadas vivas. Foram levadas à presença do governador da Macedônia e submetidas a interrogatório, confessaram sua fé. Ágape e Quiônia foram imediatamente levadas ao martírio e queimadas vivas. Santa Irene foi interrogada novamente. Como manteve firme sua profissão de fé foi colocada nua em um bordéu, como ninguém ousou tocá-la foi levada novamente ao imperador que a condenou a morte, sendo queimada viva juntamente com seus livros.

Na missa dedicada a elas, é feita menção de que elas não tiveram medo nem de feras, nem de mutilações, nem de outras torturas. Santa Anastácia, chamada de Livradora dos Acorrentados, porque ela aliviava as dificuldades dos prisioneiros cristãos, sepultou as santas relíquias. 


Santas mulheres, que preferiram perder a vida da forma mais cruel possível a negar a fé em Cristo Jesus, dai-nos vossa proteção nos tempos em que vivemos, os quais nos levam a grandes perigos de pecar, rogando por nós, agora e sempre. Amém.