sexta-feira, 8 de abril de 2016

Diferenças da absolvição no Sacramento da Penitência e na Missa



Absolvição: Palavra de origem latina – absolvere – que significa perdoar, libertar. Na celebração litúrgica, a absolvição é o rito celebrativo pelo qual Deus perdoa o pecador que manifesta sua conversão ao ministro da Igreja (Bispo ou padre) na Confissão sacramental. Na fórmula ritual da absolvição manifesta-se que a origem do perdão encontra-se na misericórdia divina, graças a redenção de Jesus Cristo, por obra do Espírito Santo.

Existe um outro rito que também é denominado de “absolvição”. Este encontra-se no final do rito penitencial da Missa e inicia-se com as palavras “Deus todo-poderoso, tenha compaixão de nós...” Não é um gesto sacramental de perdão dos pecados, como acontece na celebração do Sacramento da Penitência, mas uma invocação do perdão divino para que todos que celebram aquela Eucaristia, padre inclusive sejam purificados e dignos desta celebração. O texto ritual da Missa é muito claro: 

Santa Júlia Billiart


Maria Rosa Júlia Billiart nasceu na França em 1751. Foi batizada no dia do nascimento e recebeu a primeira comunhão aos sete anos. Desde então entregou-se ao amor de Jesus

Aos treze anos, Júlia sofreu sérios problemas e subnutrida, ficou paraplégica por vinte e dois anos. Durante este tempo aprendeu os mistérios da vida mística, do calvário, da glória e da luz. Sempre engajada na catequese da paróquia era preocupada com a educação dos pobres. Cultivava amizades na família, com os religiosos, com as carmelitas, com as damas da nobreza que lhe conseguiam os donativos.

Nesta época, decidiu ingressar para vida religiosa, com uma meta estabelecida: fundar uma congregação destinada a educar os pobres e a formar bons educadores. Mesmo não sendo letrada, possuía uma pedagogia nata, aprendida na escola dos vinte e dois anos de paralisia. Assim, ainda paralítica em 1804, fundou a Congregação das Irmãs de Nossa Senhora.

Sua devoção ao Sagrado Coração de Jesus a curou. Depois de trinta anos voltou a caminhar. A Mãe de Deus era sua grande referência e modelo, e a Eucaristia era o centro de sua vida de fé inabalável.

Júlia abriu uma escola gratuita e depois não parou mais. Viajava da França e da Bélgica, fundando pensionatos e escolas, pois naqueles tempos de miséria a necessidade era muito grande. Não aceitava qualquer donativo que pudesse tirar a independência da congregação. Perseguida e injustiçada pelo bispo de Amiens, foi por este afastada da congregação. Morreu em paz no dia 8 de abril de 1816 na cidade de Namur.  



Deus de amor e bondade, que escolheste Santa Júlia para a obra de auxílio ao mais abandonados, ajudai-nos a seguir o exemplo deixado e a viver sempre em caridade fraterna com os mais esquecidos. Dai-nos também paciência nas enfermidades e a esperança viva na recuperação da saúde. Por Cristo nosso Senhor. Amém.

quinta-feira, 7 de abril de 2016

Recurso contra o Romano Pontífice



“Não sejais rebeldes” (Nm 14,9).


O Romano Pontífice, em virtude de seu múnus, tem na Igreja o poder ordinário supremo, pleno imediato e universal, que pode sempre exercer livremente.[1] Por isso, a Sé Primeira não é julgada por ninguém e contra uma sentença ou decreto do Romano Pontífice não se dá apelo nem recurso.[2] A impossibilidade de recurso contra um ato do Santo Padre é uma verdade da fé católica, ensinada solenemente pelo Concílio Vaticano I: “Uma vez que o direito divino do primado apostólico coloca o Romano Pontífice acima de toda a Igreja, ensinamos e declaramos que ele é ainda o juiz supremo de todos os fiéis, e que em todas as causas de competência da jurisdição eclesiástica se pode recorrer a seu juízo. Ao invés, ninguém pode pôr em questão um juízo pronunciado pela Sé Apostólica, à qual nenhuma autoridade é superior, e ninguém tem o direito de julgar as suas decisões. Portanto, aqueles que afirmam ser lícito apelar contra as sentenças dos Romanos Pontífices ao Concílio Ecumênico, como a uma autoridade superior ao Romano Pontífice, distanciam-se do reto sentir da verdade”.[3]

Incorrem nesse delito todos os que recorrem ou apelam ao Colégio dos Bispos (também ele, com o Romano Pontífice, detentor da suprema autoridade da Igreja) ou ao Concílio Ecumênico (expressão solene do poder do Colégio dos Bispos) contra algum ato do Romano Pontífice, na qualidade de Chefe supremo da Igreja. O recurso ou apelo necessita ser formal, isto é, dentro das formalidades legais e feito à autoridade do Colégio dos Bispos ou do Concílio Ecumênico, reputados superiores ao Romano Pontífice. Os atos do Romano Pontífice, contra os quais se apela ou recorre, devem ser pontifícios, isto é, atos de jurisdição (legislativos, executivos ou judiciários) ou de pastoreio (quando ordena, proíbe, orienta, etc.), por si ou por um dicastério da Cúria Romana, com sua aprovação específica[4] ou mandato especial. Assim agindo, o autor do recurso ou apelo manifesta um ato de rebeldia, muito próximo do cisma. 

O amor de Deus nos impulsiona


Considerai o que diz o apóstolo Paulo, isto é, que Deus colocou na Igreja apóstolos, profetas e doutores; e chegareis à conclusão de que foi ele mesmo que vos colocou em vosso cargo. Sobre isto, o mesmo Apóstolo dá testemunho ao dizer que existem diversos ministérios e diversas atividades, mas em cada um deles é o mesmo Espírito Santo que se manifesta em vista do bem comum, ou seja, o bem da Igreja.

Não ponhais em dúvida, portanto, a graça que vos foi dada. Ensinar as crianças, anunciar-lhes o evangelho e educá-las no espírito da religião é um grande dom de Deus. Pois foi ele que vos chamou para tão santo ministério.

Por conseguinte, no vosso modo de ensinar, comportai-vos de tal modo que as crianças confiadas aos vossos cuidados vejam que exerceis vossa atividade como ministros de Deus, com caridade sincera e dedicação fraterna. Além disso, deveis pensar que no cumprimento do vosso dever sois não apenas ministros de Deus, mas também de Jesus Cristo e da Igreja.

É o que afirma São Paulo, quando exorta a todos que considerem como ministros de Cristo os que anunciam o evangelho, os que escrevem aquela carta ditada por Cristo, não com tinta mas com o Espírito do Deus vivo, não em tábuas de pedra mas nas tábuas de carne do coração, que são os corações das crianças. É o amor de Deus que vos impulsiona, pois Jesus Cristo morreu por todos, de modo que os que vivem não vivam mais para si, mas para aquele que morreu e ressuscitou por eles. E assim, vossos discípulos, estimulados pelo vosso exemplo e solicitude, sintam que é Deus quem os exorta por vosso intermédio. Porque vós atuais como embaixadores de Cristo.

É necessário, além disso, que mostreis um grande amor à Igreja e lhe deis prova do vosso empenho. Pois trabalhais pela Igreja que é o Corpo de Jesus Cristo. Demonstrai por vosso zelo que amais aqueles que Deus vos entregou, assim como Cristo ama a Igreja.

Esforçai-vos por que os vossos alunos cheguem realmente a fazer parte deste templo e se tornem dignos de um dia se apresentarem no tribunal de Jesus Cristo, gloriosos, sem mancha nem ruga ou coisa semelhante. E que testemunhem às gerações futuras as transbordantes riquezas da graça que Deus lhes concedeu por vosso intermédio. De fato, é o Senhor que lhes dá a graça de aprender e a vós a de ensiná-los e educá-los, a fim de que recebam a herança do reino de Deus e de Jesus Cristo nosso Senhor.



Das Meditações de São João Batista de la Salle, presbítero
(Meditatio 201)                         (Séc.XVIII)

O dom do Novo Testamento concedido como herança


O sacrifício celeste instituído por Cristo é verdadeiramente um dom do Novo Testamento concedido como herança; é o dom que ele nos deixou como garantia da sua presença, na noite em que foi entregue para ser crucificado. Este é o viático da nossa peregrinação. É o alimento que nos sustenta nos caminhos desta vida até o dia em que, partindo deste mundo, formos ao encontro do Senhor. Pois ele mesmo disse: Se não comerdes a minha carne e não beberdes o meu sangue, não tereis a vida em vós (cf. Jo 6,53).

Ele quis efetivamente com seus dons permanecer junto de nós; quis que as almas, remidas com o seu sangue precioso, se santificassem continuamente pelo memorial de sua Paixão. Por esse motivo, ordenou aos seus discípulos fiéis, constituídos como primeiros sacerdotes de sua Igreja, que sem cessar celebrassem estes mistérios da vida eterna. É necessário, portanto, que estes sacramentos sejam celebrados por todos os sacerdotes em cada Igreja do mundo inteiro, até que Cristo desça novamente dos céus. Deste modo, tanto os sacerdotes como todo o povo fiel, tendo diariamente ante os olhos o sacramento da Paixão de Cristo, tomando-o nas suas mãos e recebendo-o na boca e no coração, guardem indelével a memória de nossa redenção.

Com razão se considera o pão como uma imagem inteligível do Corpo de Cristo. De fato, assim como para fazer o pão é necessário reunir muitos grãos de trigo, transformá-los em farinha, amassar a farinha com água e cozê-la ao fogo, assim também o Corpo de Cristo reúne a multidão de todo o gênero humano e o leva à perfeita unidade de um só corpo por meio do fogo do Espírito Santo.

Cristo nasceu pelo poder do Espírito Santo. E porque convinha que nele se cumprisse toda a justiça, penetrou nas águas do batismo para santificá-las, e saiu do rio Jordão cheio do Espírito Santo que tinha descido sobre ele em forma de pomba. O evangelista dá testemunho disso dizendo: Jesus, cheio do Espírito Santo, voltou do Jordão (Lc 4,1).

Do mesmo modo, o vinho do seu sangue, proveniente de muitos cachos, quer dizer, feito das uvas da videira por ele plantada, espremido no lagar da cruz, fermenta por si mesmo em amplos recipientes que são os corações dos fiéis. Todos vós, pois, que fostes libertados do Egito e do poder do Faraó, isto é, do demônio, recebei com santa avidez de coração junto conosco, este sacrifício pascal portador de salvação. E assim, sejamos santificados até o mais íntimo de nosso ser por Jesus Cristo nosso Senhor, que cremos estar presente em seus sacramentos. Seu poder inestimável permanece por todos os séculos.



Dos Tratados de São Gaudêncio, bispo de Bréscia
(Tract.2:CSEL68,30-32)             (Séc.V)

São João Batista de La Salle


Na França, em 1651, nasceu João Batista de La Salle, na cidade de Reims. Era o mais velho de onze irmãos. Nascido numa família muito religiosa, La Salle desde cedo sentiu uma forte inclinação para o sacerdócio. Aos dez anos entrou para o colégio dos Bons Meninos. Foi nesta mesma época que pediu aos seus pais para ser sacerdote, obtendo o seu consentimento.

Quando tinha quinze anos foi nomeado cônego da catedral de Reims, posição muito avançada para um menino de sua idade, mas assumida com responsabilidade. Após licenciar-se em Filosofia e em Teologia, La Salle ordenou-se sacerdote.

Quando estava indo atender a uma comunidade aconteceu o encontro providencial: um cavalheiro estava à sua espera com uma proposta de abrir escolas gratuitas para os pobres. La Salle a princípio relutou, mas acabou aceitando colaborar nesta obra.

Em 1679 surgiu a primeira escola lassalista. Aos poucos a obra foi crescendo e novas escolas gratuitas foram surgindo. Com a preocupação de preparar bem os professores, La Salle acabou alugando uma pequena casa onde poderia morar com eles e ao mesmo tempo iniciá-los na arte de educar.

Uma das ações de La Salle foi doar todos os seus bens aos pobres, além de renunciar ao cargo de Cônego em favor de um sacerdote muito pobre. A partir do momento em que fez isso, os Irmãos e as escolas passaram a viver confiando apenas na providência de Deus. As escolas se multiplicavam. Em pouco tempo, eram várias espalhadas pela França.

Alquebrado pela idade, em 1719, La Salle sente que seus dias chegam ao fim. Na sexta-feira da Paixão, 7 de abril de 1719, entregou sua alma ao Criador. O comentário que se ouviu nas ruas foi: “Morreu um santo”.

No ano de 1900, João Batista de La Salle passou a ser oficialmente um santo da Igreja Católica. O papa Pio XII proclamou-o padroeiro universal de todos os educadores. 


Ó Pai, pela vossa misericórdia, São João Batista de la Salle anunciou as insondáveis riquezas de Cristo. Concedei-nos, por sua intercessão, crescer no vosso conhecimento e viver na vossa presença segundo o Evangelho, frutificando em boas obras. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso filho, na unidade do Espírito Santo. Amém.

quarta-feira, 6 de abril de 2016

Bispos apoiam proibição total do aborto na Polônia

 
A Conferência Episcopal da Polônia (CEP) expressou seu apoio ao movimento pró-vida que pede a proibição total do aborto neste país europeu, prática permitida atualmente nos casos de má formação do feto, de violação ou quando a mãe corre perigo de vida.

A lei que permite o aborto nestes três casos é de 1993. Entretanto, recentemente foi apresentado ao Parlamento uma iniciativa de lei das associações pró-vida, com o apoio do governo do Partido Nacional-Conservador Direito e Justiça, do presidente Andrzej Duda.
 
Esta iniciativa gerou o rechaço de setores abortistas, que marcharam no domingo, recebendo o grande apoio da imprensa local.

Papa: "Misericórdia de Deus cancela miséria humana".


CATEQUESE
Praça São Pedro – Vaticano
Quarta-feira, 6 de abril de 2016

Queridos irmãos e irmãs, bom dia!

Depois de ter refletido sobre a misericórdia de Deus no Antigo Testamento, hoje começamos a meditar sobre como o próprio Jesus a levou a seu cumprimento. Uma misericórdia que Ele expressou, realizou e comunicou sempre, em todo momento da sua vida terrena. Encontrando as multidões, anunciando o Evangelho, curando os doentes, aproximando-se dos últimos, perdoando os pecadores, Jesus torna visível um amor aberto a todos: ninguém excluído! Aberto a todos sem limites. Um amor puro, gratuito, absoluto. Um amor que alcança o seu ápice no sacrifício da cruz. Sim, o Evangelho é realmente o “Evangelho da Misericórdia”, porque Jesus é a Misericórdia!

Todos os quatro Evangelhos atestam que Jesus, antes de começar o seu ministério, quis receber o batismo de João Batista (Mt 3, 13-17; Mc 1, 9-11; Lc 3, 21-22; Jo 1, 29-34). Este acontecimento imprime uma orientação decisiva a toda a missão de Cristo. De fato, Ele não se apresentou ao mundo no esplendor do tempo: podia fazê-lo. Não se fez anunciar ao som da trombeta: podia fazê-lo. E nem mesmo veio nas vestes de um juiz: podia fazê-lo. Em vez disso, depois de trinta anos de vida escondida em Nazaré, Jesus foi ao rio Jordão, junto a tanta gente do seu povo, e se colocou em fila com os pecadores. Não teve vergonha: estava ali com todos, com os pecadores, para fazer-se batizar. Portanto, desde o início do seu ministério, Ele se manifestou como o Messias que assume a condição humana, movido pela solidariedade e pela compaixão. Como Ele mesmo afirma na sinagoga de Nazaré, identificando-se com a profecia de Isaías: “O Espírito do Senhor está sobre mim, por isso me consagrou com unção e me enviou para levar aos povos o anúncio, para proclamar aos prisioneiros a libertação e aos cegos a vista; para remeter em liberdade os oprimidos, para proclamar o ano da graça do Senhor” (Lc 4, 18-19). Tudo o que Jesus realizou depois do batismo foi realizado pelo programa inicial: levar a todos o amor de Deus que salva. Jesus não levou o ódio, não levou a inimizade: levou-nos o amor! Um amor grande, um coração aberto para todos, para todos nós! Um amor que salva!

Ele se fez próximo aos últimos, comunicando a eles a misericórdia de Deus que é perdão, alegria e vida nova. Jesus, o Filho enviado pelo Pai, é realmente o início do tempo da misericórdia para toda a humanidade! Quantos estavam presentes às margens do Jordão não entenderam logo a extensão do gesto de Jesus. O próprio João Batista se surpreendeu com sua decisão (cfr Mt 3, 14). Mas o Pai celeste não! Ele fez ouvir a sua voz do alto: “Tu és o meu Filho muito amado; em ti ponho minha afeição” (Mc 1, 11). De tal modo, o Pai confirma a vida que o Filho assumiu como Messias, enquanto desceu sobre Ele como uma pomba o Espírito Santo. Assim o coração de Jesus bate, por assim dizer, em uníssono com o coração do Pai e do Espírito, mostrando a todos os homens que a salvação é fruto da misericórdia de Deus.