quarta-feira, 13 de abril de 2016

“Muitos não têm ideia do que acontece do outro lado do mundo", diz presidente da Conferência dos Bispos da Nigéria

 
Dom Ignatius Kaiagama pede, aos bispos brasileiros, solidariedade fraterna e denuncia situação na Nigéria.

O arcebispo de Jos e presidente da Conferência Episcopal da Nigéria, dom Ignatius Kaiagama, pediu à Assembleia Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), nesta quarta-feira, 13, solidariedade fraterna à situação dos cristãos perseguidos no país do continente africano. “Quando falo às pessoas vejo que não há informações suficientes sobre nós. Muitos não têm ideia do que acontece do outro lado do mundo”, disse aos bispos. 

Após informar que na Nigéria há apenas 54 dioceses e que o número de bispos não chega a 70, dom Kaiagama apontou os muitos problemas enfrentados pelo país. “Há o extremismo religioso, promovido pelo grupo Boko-Haram, islâmico terrorista, e o problema de conflitos étnicos no país. A pobreza é a consequência destes dois problemas. Há, inclusive, um caso de uma diocese que rejeitou o próprio bispo, por ele não possuir a mesma etnia”, relatou.

Segundo o bispo, “a Conferência de Bispos da Nigéria é a voz dos que não têm voz”. 

Desde 2009, o grupo islâmico terrorista conseguiu conquistar uma parte do Nordeste da Nigéria, onde estabeleceram o seu Califado. Dom Kaiagama recordou que há dois anos, 219 meninas foram captadas e ainda estão mantidas em cativeiro.

“Além de castigar e matar os cristãos, o grupo terrorista islâmico ataca os próprios muçulmanos, dificultando os seus momentos de oração. Até o presente, duas dioceses foram atingidas, com as atividades deste grupo. Atualmente, centenas de milhares de pessoas estão desalojadas. Conventos e paróquias foram fechados. O Seminário menor foi queimado. A minha Igreja, na arquidiocese de Jos, foi atacada e muitas pessoas foram mortas”, denunciou.

O banho do novo nascimento


Vamos expor de que modo, renovados por Cristo, nos consagramos a Deus. Todos os que estiverem convencidos e acreditarem no que nós ensinamos e proclamamos, e prometer em viver de acordo com essas verdades, exortamo-los a pedir a Deus o perdão dos pecados, com orações e jejuns; e também nós rezaremos e jejuaremos unidos a eles.

Em seguida, levamo-los ao lugar onde se encontra água; ali renascem do mesmo modo que nós também renascemos: recebem o batismo da água em nome do Senhor Deus Criador de todas as coisas, de nosso Salvador Jesus Cristo e do Espírito Santo.

Com efeito, foi o próprio Jesus Cristo que afirmou: Se não renascerdes, não entrareis no reino dos céus (cf. Jo 3,3.5). É evidente que não se trata, uma vez nascidos, de entrar novamente no seio materno.

O profeta Isaías também diz àqueles que pecaram e se arrependem, como libertar-se das culpas. São estas as suas palavras: Tirai a maldade de vossas ações de minha frente. Deixai de fazer o mal! Aprendei a fazer o bem! Julgai a causa do órfão, defendei a viúva. Vinde, debatamos – diz o Senhor. Ainda que vossos pecados sejam como púrpura, tornar-se-ão brancos como a neve. Se não me ouvirdes, uma espada vos destruirá. Assim falou a boca do Senhor (cf. Is 1,16-20).

Esta doutrina, nós a recebemos dos apóstolos. No nosso primeiro nascimento, fomos gerados por um instinto natural, na mútua união de nossos pais, sem disso termos consciência. Fomos educados no meio de uma sociedade desonesta e em maus costumes. Todavia, para termos também um nascimento que não seja fruto da simples natureza e da ignorância, mas sim de uma escolha consciente, e obtermos pela água o perdão dos pecados cometidos, sobre aquele que quiser renascer e fizer penitência dos pecados, é pronunciado o nome do Senhor Deus Criador de todas as coisas. Somente podemos invocar este nome sobre aquele que é levado à água do batismo.

A ninguém é permitido pronunciar o nome inefável de Deus. Se alguém ousa afirmar ter em si este nome, não passa de um louco.

A este batismo dá-se também o nome de “iluminação”, porque os iniciados nesta doutrina são iluminados na sua capacidade de compreender as coisas. Mas a purificação daquele que é iluminado, faz-se em nome de Jesus Cristo, crucificado sob Pôncio Pilatos, e em nome do Espírito Santo que, pelos profetas predisse tudo quanto dizia respeito a Jesus.



Da Primeira Apologia em defesa dos cristãos, de São Justino, mártir
(Cap.61:PG 6,419-422)     (Séc.I)

O homem foi feito “à imagem e semelhança de Deus?” Tomás de Aquino explica.


Uma das afirmações bíblicas mais conhecidas e fonte do humanismo cristão diz que o homem foi feito “à imagem e semelhança de Deus”. Porém, qual seria o significado dessa expressão? “Imagem” e “semelhança” significam a mesma coisa ou há algo de específico em cada uma dessas noções? O homem, com o pecado, perdeu a imagem ou a semelhança com Deus? Santo Tomás de Aquino tratou com profundidade essas questões na sua Suma Teológica (I, q. 93, arts. 1-9) e vamos procurar expor o que ele disse numa série de textos.

Em primeiro lugar, parece que a expressão “à imagem e semelhança de Deus” não é muito adequada, pois São Paulo disse no Novo Testamento que somente Cristo é o primogênito de toda criatura e imagem perfeita de Deus (Col. 1, 15). Esse versículo parece fazer o antigo texto de Gênesis obsoleto.

Entretanto, a afirmação do Antigo Testamento, “façamos o homem a nossa imagem e semelhança” (Gn. 1, 26), não pode ser abandonada. É uma afirmação verdadeira e sempre válida. É preciso compreender o que distingue as noções de “imagem” e “semelhança” para compreender o sentido dos dois versículos bíblicos antes citados.

Segundo Santo Agostinho, “onde se dá a imagem se dá imediatamente a semelhança, mas onde há semelhança não há imediatamente imagem” (Octaginta trium quaest.). Isso significa que “semelhança” é essencial à imagem, fazendo parte daquela noção. “Imagem” então acrescenta algo ao conceito de “semelhança”: a noção de ser sido feito por outro. Uma imagem imita a outra coisa e depende sempre da coisa que imita. A imagem é, pois, uma semelhança que depende necessariamente de outro e deriva do ato de imitar. O exemplo que dá Santo Tomás é ilustrativo: um ovo pode ser semelhante a outro, sem ser imagem daquele. A imagem de um homem no espelho é semelhante ao homem, e procede necessariamente dele.

A imagem inclui em si a noção de semelhança e acrescenta a ela a ideia de ser dependente de outro. A noção de imagem, porém, não requer a igualdade. A imagem de uma pessoa pode ser refletida no espelho, o que não faz que haja igualdade total entre a pessoa e sua imagem. Porém, se houver a igualdade, diz-se que imagem é uma perfeita imitação do que foi representado. Sendo assim, o homem é imagem de Deus porque há certa semelhança de Deus nele. O homem, de fato, depende dele como sua causa última. Não há, porém, igualdade entre Deus e o homem, visto que Deus supera infinitamente o mesmo homem.

O homem, portanto, possui uma imagem imperfeita de Deus. Por isso Gen. 1, 26 diz que o homem foi criado “à imagem e semelhança de Deus”. “À” indica precisamente aproximação. 

São Martinho I


O Papa Martinho I enfrentou o poder imperial de sua época e por isso foi submetido a grandes humilhações e também a degradantes torturas.

Martinho nasceu em Todi, na Toscana, e era padre em Roma quando morreu o Papa Teodoro. Imiediatamente Martinho foi eleito para sucedê-lo e passou a dirigir a Igreja com a mão forte da disciplina que o período exigia.

O imperador Constante II defendia as teses hereges dos monotelistas, que negavam a condição humana de Cristo. Para defender a fé católica, que reconhece Jesus Cristo como homem e Deus, o Papa Martinho I convocou um Concílio, um dos maiores da história da Igreja, na basílica de São João de Latrão, para o qual foram convidados todos os bispos do Ocidente. Ali foram condenadas definitivamente todas as teses monotelistas, o que provocou a ira mortal do imperador Constante II.

O imperador ordenou a prisão do Papa Marinho I, mas o comandante da guarda resolveu ir além e planejou matar Martinho. Armou um plano com seu escudeiro, que entrou no local de uma missa em que o próprio Papa daria a Santa Comunhão aos fiéis. Na hora de receber a hóstia, o assassino sacou de seu punhal, mas ficou cego no mesmo instante e fugiu apavorado.

O imperador Constante II não desistiu da prisão do Papa Martinho I, pedindo a sua transferência para que o julgamento se desse em Bósforo. A viagem tornou-se um verdadeiro suplício que durou quinze meses e acabou com a saúde do Papa. Mesmo assim, ao chegar à cidade ficou exposto desnudo sobre um leito no meio da rua, para ser insultado pela população. Depois foi jogado em um fétido e podre calabouço, sem as mínimas condições de higiene e alimentação.

Entristecido pelo abandono de todos, Martinho repetia: "Surpreende-me a falta de compreensão e de compaixão de todos os que antes me pertenciam e de meus amigos e parentes, os quais se esqueceram de mim de um modo completo”.

O Papa Martinho I foi condenado ao exílio na Criméia, sul da Rússia. Ele acabou morrendo de fome quatro meses depois. Foi o último Papa a ser martirizado.  


Deus pai de Bondade, que concede aos homens e as mulheres a força necessária para enfrentar as dificuldades do cotidiano, dai-nos, pela intercessão de São Martinho, a confiança absoluta na vossa presença ao nosso lado. Por Cristo nosso Senhor. Amém!

terça-feira, 12 de abril de 2016

Paróquia de São Pedro, em Brasília, vira alvo da Operação Lava Jato

 
Na sua 28ª fase, a maior operação de “limpeza” da corrupção da política brasileira, a assim chamada Operação Lava Jato, a polícia Federal prendeu hoje um ex-senador, Gim Argello, e colocou na mira de investigações também uma paróquia da capital.

Segundo o procurador Carlos Fernando Santos de Lima, em entrevista coletiva na manhã de hoje, as investigações que tiveram como base para essa operação foram delações e colaborações realizadas por executivos da ODC que revelaram a existência de pagamento de propina para um senador da república para que evitasse o chamamento na CPI da Petrobrás.

“O uso do poder, o exercício do poder, seja por qual partido for, tem gerado corrupção, e ela tem como finalidade suprir o caixa de campanhas políticas”, afirmou o procurador, e disparou “A conclusão que nós chegamos é que o sistema político partidário no país está apodrecido pelo abuso do poder econômico”.

Nessa fase emergiu que R$350 mil reais foram pagos para a conta de uma Paróquia, São Pedro, em Taguatinga, Brasília, conhecida por organizar o evento de Pentecostes que reúne milhares de pessoas todos os anos.

Disse o procurador Athayde Ribeiro Costa que as atitudes do ex-senador preso “Trata-se de uma corrupção qualificada, um mega corrupção”.

A ligação com a paróquia de Brasília deu-se a partir de dados obtidos por celulares, nos quais identificaram o pagamento para a paróquia São Pedro, que sempre foi frequentada por Gim Argello.

Segundo o delegado Igor Romário de Paula a Lava Jato vai investigar se a Paróquia São Pedro usou o dinheiro doado pela OAS a pedido do ex-senador Gim Argello (PTB-DF). Desconfia-se que a Igreja tenha sido usada como canal.

Segundo o delegado, não se afirma ainda que “seja um canal, porque a gente ainda não fechou o outro lado. Mas é mais do que uma suspeita”.

Por fim, disse o procurador, “A paróquia e os partidos são objeto de investigação ainda. Nesses momentos temos esses fatos. Esses valores, pagamentos de propina, são oriundos de obra da Petrobrás. Esses valores foram pagos para essa Paróquia e vários partidos. Parece que o esquema de travestir propinas na forma de doações formalmente legais já existe e existe ali há muito tempo. Não há nenhuma afirmação de que não existam nenhuma culpa dessas pessoas, mas ainda estamos nos reservando a aprofundar essas informações”.

“Os fatos envolvendo a paróquia São Pedro estão sob investigação. Uma paróquia é muito suscetível a ser usada como fonte de dinheiro em espécie, porque recebe muitas doações. Portanto, devemos investigar se esse pagamento em dinheiro é uma contra partida que pode indicar lavagem de dinheiro. Existem outras formas de pagamentos de serviço pela paróquia. Não é porque é uma Igreja católica que não vamos aprofundar as investigações. Qualquer denominação religiosa exerce poder sobre pessoas. Precisamos verificar se há algum tipo de influencia de pessoas dessa paróquia nas campanhas eleitorais de Gim Argello”, afirmou o Procurador.

A paróquia não estranhou receber esse valor na própria conta?, perguntou uma jornalista ao que foi respondido que “O MPF expediu ofício à paróquia São Pedro para questioná-los sobre eventuais recursos que tenham inferidos de outras empreiteiras”.

Em resposta, a Paróquia São Pedro publicou uma nota por meio do padre Moacir Anastácio, pároco, que publicamos a seguir:

Homilética: 4º Domingo da Páscoa - Ano C: "As minhas ovelhas me seguem e eu lhes dou a vida eterna".

 

O Quarto Domingo da Páscoa é o domingo do BOM PASTOR. Depois de várias aparições de Cristo ressuscitado às mulheres, aos apóstolos, aos discípulos, hoje Jesus se apresenta como o BOM PASTOR! É um título de Cristo muito familiar aos primeiros cristãos.

A liturgia deste domingo convida-nos a meditar na misericordiosa ternura de nosso Salvador, para que reconheçamos os direitos que Ele adquiriu sobre cada um de nós com a sua morte.

No Evangelho (Jo 10, 27-30) encontramos Jesus, o Bom Pastor, que diz: “as minhas ovelhas ouvem a minha voz, eu as conheço e elas me seguem…” (Jo 10,27). De todas as imagens atribuídas a Jesus, esta, sem dúvida alguma, é a mais querida. É uma imagem que transborda em ternura, cuidado, vida, salvação, confiança, amizade e intimidade. Estas e muitas outras características permitem à ovelha reconhecer a voz do Pastor em meio a tantas outras vozes; mas permitem, também , que o Pastor reconheça e conheça as ovelhas por seu próprio nome. Tudo isso nos faz ter uma certeza: todos temos um valor particular aos olhos do Senhor.

A porta do aprisco está aberta a todos e para passar por ela existe apenas uma única condição: ter a disposição para ouvir e reconhecer a voz do Pastor. E quem aceita as condições para passar pela porta do aprisco, será sempre muito bem acolhido e encontrará o dom da Ressurreição: “Eu lhes dou a vida eterna; elas jamais se perderão e ninguém vai arrancá-las da minha mão” (Jo 10,28).

Para os cristãos, o Pastor por excelência é Cristo: Ele recebeu do Pai a missão de conduzir o rebanho de Deus… Portanto, Cristo deve conduzir as nossas escolhas.

Quem nos conduz? Qual é a voz que escutamos? A voz da política, a voz da opinião pública, a voz do comodismo e da instalação, a voz dos nossos privilégios, a voz do êxito e do triunfo a qualquer custo, a voz da novela? A voz da televisão?

Cristo é o nosso Pastor! Ele Conhece as ovelhas e as chama pelo nome, mantendo com cada uma delas uma relação muito pessoal.

A existência humana é bem complexa para que se possa vivê-la com segurança absoluta. Jesus, porém, oferece a quem O segue a direção exata e a proteção eficaz para evitar os elementos que podem prejudicar. Afirma o Sl 22(23): “ Mesmo que eu passe pelo vale tenebroso, nenhum mal eu temerei;estais comigo…”.

O Divino Pastor é quem pode, realmente, ajudar, salvar e conservar a vida. Ele afirmou: “Eu vim para que todos tenham a vida e a tenham em abundância” (Jo 10, 10).

Para distinguir a Voz do Pastor é preciso três coisas: – Uma vida de oração intensa; um confronto permanente com a Palavra de Deus e uma participação ativa nos sacramentos, onde recebemos a vida, que o Pastor nos oferece.

Cantemos ao Senhor um cântico de amor


Cantai ao Senhor um cântico novo, cantai os seus louvores na assembleia dos santos. Somos exortados a cantar ao Senhor um cântico novo. O homem novo conhece o cântico novo. O cântico é uma manifestação de alegria e, se consideramos melhor, um sinal de amor. Quem, efetivamente, aprendeu a amar uma vida nova, aprendeu também a cantar um cântico novo. É pelo cântico novo, portanto, que devemos reconhecer o que é a vida nova. Tudo isto pertence ao mesmo reino: o homem novo, o cântico novo, o testamento novo. O homem novo, portanto, canta o cântico novo e pertence ao testamento novo.

Não há ninguém que não ame; a questão está em saber o que se deve amar. Não somos, por conseguinte, exortados a não amar, mas sim a escolher o que havemos de amar. Mas que podemos nós escolher, se antes não somos escolhidos? Porque nós não amamos, se antes não somos amados. Ouvi o apóstolo João: Nós amamos porque Ele nos amou primeiro. Procura saber como é que ocorreu ao homem amar a Deus e nada mais encontrarás senão que Deus o amou primeiro. Deu-Se a Si mesmo Aquele que amámos e deu-nos a capacidade de amar. Como é que Ele nos deu a capacidade de amar, ouvi-o mais claramente através do apóstolo Paulo: O amor de Deus foi derramado em nossos corações. Por quem? Por nós, talvez? Não. Então por quem? Pelo Espírito Santo que nos foi dado.

Tendo, portanto, tão grande confiança, amemos a Deus com o amor que vem de Deus. Ouvi mais claramente o mesmo São João: Deus é amor, e quem permanece no amor permanece em Deus e Deus nele. É bem pouco afirmar: O amor vem de Deus. Quem de nós se atreveria a dizer o que foi dito: Deus é amor? Disse-o quem conhecia o que tinha.

Deus oferece-Se em nosso favor. Clama para cada um de nós: Amai-Me e possuir-Me-eis, porque não me podeis amar, se não Me possuirdes.

Oh irmãos, oh filhos, oh novos rebentos da Igreja católica, oh geração santa e celestial, que renascestes em Cristo para uma vida nova! Ouvi-me, ou antes, ouvi através do meu convite: Cantai ao Senhor um cântico novo. Já canto, dir-me-ás. Sim, oiço que cantas. Mas oxalá a tua vida não dê testemunho contra a tua língua.

Cantai com a voz, cantai com o coração, cantai com a boca, cantai com a vida: Cantai ao Senhor um cântico novo. Perguntais-me que deveis cantar a respeito d’Aquele a quem amais? Sem dúvida é acerca d’Aquele a quem amas que tu desejas cantar. Queres saber então que louvores hás-de cantar? Já o ouvistes: Cantai ao Senhor um cântico novo. E que louvores? Cantai os seus louvores na assembleia dos santos. O maior louvor do cântico é o próprio cantor.

Quereis tributar louvores a Deus? Sede vós o cântico que ides cantar. Vós sois o seu maior louvor, se viverdes santamente.



Dos Sermões de Santo Agostinho, bispo
(Sermo 34, 1-3. 5-6: CCL 41, 424-426) (Sec. V)

Desmascarando a heresia Sedevacantista dos tradicionalistas


“Então disse Pedro: Ananias, por que encheu Satanás o teu coração, para que mentisse ao Espírito Santo? Assentasse no teu coração este desígnio? Não mentiste aos homens, mas a Deus”. Atos 5,3-4

Infelizmente é isso mesmo caro leitores. É incrível como existe certos adeptos de seita sedevacante que se contorce dia e noite para dar credibilidade a uma mentira. Deus não habita na mentira e por isso mesmo a seita não cresce.

Óbvio, como toda seita apocalítica, a argumentação será de que segundo “as profecias” só haverá uns gatos pingados que serão salvos. Não por guardarem a fé, mas por serem obedientes aos seus Mestres: Ide ao mundo e proclamai a vacância.

Há indivíduos que por natureza são fanáticos, intolerantes, sectários, divisionistas, esses fatores patológicos e psicológicos influem na dificuldade de levá-los a Verdade. Como por exemplo há quem diga que irão para o Inferno quem usa calça e quem defende o uso modesto da mesma. Mas observando suas fotos no facebook  vemos suas parentes usando calças.

Qualquer pessoa que tenha um mínimo de conhecimento da Sã Doutrina certamente não terá dificuldades para compreender o emaranhado de erros e de interpretações falsas do sedevacantismo sobre o Concílio Vaticano II.

Os sedevacantistas não conseguem chegar a um verdadeiro entendimento nesse sentido porque lhes é feita uma lavagem cerebral em que aprendem que os escritos das seus Gurus são tão inspirados e insentos de erros como o Magistério. Se seus Gurus dizem, simplesmente crêem e obedecem:

“Não nos devemos permitir a desrespeitosa deslealdade de distinguir, nele e no seu ministério, entre o que podemos considerar como humano e o que podemos reconhecer como divino. Devemos defendê-lo com toda a constância, com toda a energia, com toda a dedicação, com toda a extensão de ação que o amor sabe empregar para defender as coisas que para ele são sagradas. Devemos ajudá-lo com orações desinteressadas; devemos servi-lo com submissão inteira, cordial, alegre, e, sobretudo nestes abomináveis dias de acusações e de blasfêmias, com a mais evidente, com a mais cavalheiresca, com a mais intrépida fidelidade. Trata-se dos interesses de Jesus Cristo, e não devemos nem perder tempo nem enganar-nos de bandeiras.” (P. William Frederick Faber, Da devoção ao Papa, p. 28, 1950)

Não há nada que deixa a sedevacantista Meany Ranheta tão neurótica, doentia, gorda e abobalhada sobre a Liberdade Religiosa. Se um tema em questão é sobre Pio XII, lá vem ela falar de liberdade religiosa. Se é sobre modéstia, de novo a criatura fala em liberdade religiosa. Nunca conseguiu convencer ninguém que sua visão sobre liberdade religiosa é a certa, mas parece que sua vida é dedicada a isso.

Não tem como negar que a questão da liberdade religiosa se desenvolveu doutrinariamente e para melhor:

O Concílio Vaticano II impõe justos limites à liberdade religiosa civil, que não são meramente os de uma ordem positivista ou naturalista, portanto, não se opõe ao que é ensinado por Pio VI. Quanto à liberdade religiosa moral, o Concílio não a defendeu, pois defendeu o dever moral dos homens de aderirem à verdade.

É ensinamento da Tradição que ninguém deve ser obrigado a aderir ao cristianismo (Inocêncio III confirma isso). Quanto ao culto público, Santo Tomás já ensina que se pode tolerar os ritos dos infiéis, quando eles não ofendem a fé, seja com palavras, seja com perseguição manifesta. Os ritos dos judeus são tolerados, ainda, por sua simbologia com a Nova Aliança. Assim, o princípio da liberdade religiosa como busca individual é afirmado na Tradição.

As manifestações públicas podem ser toleradas desde que se tenha em vista um mal maior a se evitar ou um bem maior a se obter, como a conversão dos infiéis. Como o concílio afirma que há justos limites para a liberdade religiosa, e esses justos limites não são meramente os de uma ordem positivista ou naturalista, como afirma o  “Catecismo da Igreja Católica”, citando, inclusive, a Quanta Cura, não há contradição em que o Estado católico, visando o bem comum natural e sobrenatural, impeça algumas manifestações religiosas não católicas e tolere outras. Não há contradição entre o ensinamento do Concílio e o ensinamento anterior. Por fim, a liberdade do ato de fé exige que o indivíduo tenha verdadeira liberdade de busca da verdade.