sexta-feira, 3 de junho de 2016

Santos Carlos Lwanga e companheiros

 
O catolicismo penetrou vagarosamente na África. Em Uganda, temos o testemunho de Carlos Lwanga e seus companheiros. Este homem era pajem do rei Muanga e professava a fé cristã. Entretanto, o rei decidiu acabar com a presença cristã em Uganda. Ele próprio matou um pajem cristão, usando este sinal como aviso aos outros que professavam a fé. Sendo chefe dos pajens, Carlos Lwanga reuniu todos eles e fez com que rezassem juntos, batizou os que ainda não haviam recebido o batismo e se prepararam para um final trágico. Nenhum destes jovens, cuja idade não passava de vinte anos, alguns com até treze anos de idade, arredou pé de suas convicções e foram todos encarcerados na prisão em Namugongo.

Carlos Lwanga morreu primeiro, queimado vivo, dando a chance de que os demais evitassem a morte renegando sua fé. De nada adiantou e os demais cristãos também foram mortos, sob torturas brutais e alguns queimados vivos. Vinte e dois pajens foram condenados à morte e cruelmente executados. Os vinte e dois mártires de Uganda foram beatificados em 1920. Carlos Lwanga foi declarado o "padroeiro da juventude africana" em 1934. 

Deus todo-poderoso, que destes aos mártires Santos Carlos Lwanga e companheiros a graça de sofrer pelo Cristo, ajudai também a nossa fraqueza, para que possamos viver firmes em nossa fé, como eles não hesitaram em morrer por vosso amor. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso filho, na unidade do Espírito Santo. Amém.

quinta-feira, 2 de junho de 2016

Iraque: 175 crianças fazem sua Primeira Comunhão no campo de refugiados


Na sexta-feira, 27 de maio, 175 crianças sírio-católicas que vivem em um campo de refugiados em Erbil (Iraque) fizeram sua Primeira Comunhão, um sinal de esperança para esta comunidade de cristãos que foi obrigada a fugir ante a perseguição do Estado Islâmico.

Das 5.500 pessoas que vivem no campo de refugiados, 2.200 são crianças. Dessas, 470 crianças fazem a sua Primeira Comunhão durante estas semanas.

O segundo grupo de 145 crianças farão a Primeira Comunhão na sexta-feira, 3 de junho, e o último grupo de 150 na sexta-feira, dia 10.

A Missa foi presidida pelo Arcebispo sírio-católico de Mossul, Dom Yohanno Petros Moshe, na igreja pré-fabricada do campo que pode receber 800 pessoas no total.

A Igreja adianta-se qual o despontar da aurora




A madrugada ou aurora é o tempo da passagem das trevas para a luz. Portanto, é muito justo dar estes nomes à Igreja de todos os eleitos. Pois, conduzida da noite da infidelidade à luz da fé,qual aurora depois das trevas, ela se abre para o dia com o esplendor da caridade celeste. O Cântico dos Cânticos bem o diz: Quem é esta que se adianta qual aurora nascente? Indo em busca dos prêmios da vida celeste, a Santa Igreja é chamada aurora porque abandonou as trevas dos pecados e começou a refulgir com a luz da justiça.

Sobre esta qualidade de ser madrugada ou aurora, temos algo a pensar com mais sagacidade. A aurora e a madrugada anunciam ter passado a noite, no entanto, ainda não mostram toda a claridade do dia: repelem aquela, acolhem este, e, enquanto isto, as trevas e a luz se misturam. Que somos nós nesta vida, nós que seguimos a verdade, a não ser aurora ou madrugada? Já havendo realizado algo que pertence à luz, no entanto, ainda não nos libertamos inteiramente das trevas. Pelo Profeta foi dito a Deus: Diante de ti, nenhum vivente é justo. E em outro lugar: Em muitas coisas falhamos todos.

Por isto, quando Paulo diz: Passou a noite; não acrescenta logo: Chegou o dia, mas: O dia se aproximou. Ao dizer que, passada a noite, o dia não veio mas se aproximou, demonstra, sem qualquer dúvida, estar ainda na aurora, depois das trevas e antes do sol.

A Santa Igreja dos eleitos será então plenamente dia quando já não houver nela sombra de pecado. Será então plenamente dia quando for clara pelo perfeito ardor da luz em seu íntimo. Bem se mostra estar a aurora como que de passagem, nas palavras: E mostrastes à aurora seu lugar. Aquele a quem se mostra seu lugar é chamado daqui para ali, é claro. Qual é então o lugar da aurora, a não ser a perfeita claridade da visão eterna? Quando, conduzida, lá chegar, nada mais lhe restará das passa das trevas da noite. A aurora apresa-se em alcançar seu lugar, no testemunho do Salmista: Minha alma tem sede do Deus vivo; quando irei e aparecerei diante da face de Deus?A este lugar já conhecido a aurora apressava-se a chegar, quando Paulo dizia ter o desejo de morrer e estar com Cristo. E de novo: Para mim, viver é Cristo e morrer, um lucro.



Dos Livros “Moralia” sobre Jó, de São Gregório Magno, papa
(Lib. 29,2-4:PL76,478-480)            (Séc.VI)

Provas arqueológicas confirmam que o Apóstolo Pedro viveu e morreu em Roma


Resolver essa pergunta é importante porque este “morrer de Pedro em Roma e ser enterrado em Roma”, capital do Império Romano, sempre foi interpretado pela Igreja como uma vontade implícita de Cristo, fundador da Igreja, que o Bispo de Roma deve ser considerado o sucessor de Pedro e o seu Vigário na terra.

Temos testemunhos literários que confirmam tudo isso:

1- A carta do Papa Clemente de Roma aos Coríntios (ano 96). Falando da perseguição de Nero, ano 64, escreve: “Lancemos os olhos sobre os excelentes apóstolos: Pedro foi para a glória que lhe era devida… A esses homens … juntou-se grande multidão de eleitos que, em consequência da inveja, padeceram muitos ultrajes e torturas, deixando entre nós magnífico exemplo” (5,3-7; 6,1).

2- Ireneu (140-203),  Bispo de Lião-França, escreveu uma obra importante “Contra as Heresias”. Nesta nos confirma a chegada de Pedro a Roma: “À maior e mais antiga e conhecida por todos, à Igreja  fundada e constituída em Roma, pelos dois gloriosíssimos apóstolos  Pedro e Paulo” (III, 3, 2); “Os bem-aventurados apóstolos que fundaram e edificaram a Igreja romana transmitiram o governo episcopal a Lino” (III, 3, 3).

3- Tertuliano (160-250), no escrito “Sobre o Batimo”: Não há nenhuma diferença entre aqueles que João batizou no Jordão e aqueles que Pedro batizou no Tibre” (IV, 3).  O Tibre é o rio que atravessa Roma; de tal forma que Tertuliano confirma a presença de Pedro em Roma.

4- Eusébio de Cesaréia  (260-340), na sua “História Eclesiástica”: “O  apostolo Pedro  na Judéia, empreendeu uma longa viagem além-mar… para o Ocidente, veio para Roma” (História , II, 14, 4-5).  “Nero foi também o primeiro de todos os inimigos de Deus, que teve a presunção  de matar os apóstolos. Com efeito conta-se  que sob o seu reinado Paulo foi decapitado em Roma.  E ali igualmente Pedro  foi crucificado. Confirmam tal asserção os nomes de Pedro e  de Paulo, até hoje atribuidos aos cemitérios da cidade” (História, II, 25, 5).

5- Ainda Eusébio  refere o testemunho do Presbítero Gaio (ano 199)  que viveu durante o pontificado do Papa Zefirino (199-217), no seu escrito contra Proclo, chefe da seita dos Montanistas: “Nós aqui em Roma temos algo melhor do que o túmulo de São Filipe. Possuímos os troféus dos apóstolos fundadores desta Igreja local. Vai à via Óstia e lá encontrareis o troféu de Paulo; vai ao Vaticano e lá vereis o troféu de Pedro” (História, II, 25, 6).

6- O mesmo Eusébio nos refere outros testemunhos. No livro II refere o testemunho de Dionísio bispo de Corinto (ano 170): “Tendo vindo ambos a Corinto, os dois apóstolos Pedro e Paulo nos formaram na doutrina evangélica. A seguir, indo para a Itália, eles vos transmitiram os mesmos ensinamentos e, por fim, sofreram o martírio na mesma ocasião” (História, II,25,8).

7- Orígenes, (185-253),  na obra Comentários ao Gênesis, terceiro livro  (conservado na História  de Eusébio, III,1, 2):  “Pedro, finalmente tendo ido para Roma, lá foi crucificado de cabeça para baixo, conforme ele mesmo desejara sofrer”.

Além desses testemunhos, foram encontrados e decifrados grafites anônimos dos séculos II e III escritos sobre o túmulo de São Pedro localizado durante as escavações arqueológicas realizada debaixo da Basílica do Vaticano nas décadas de 50 e 60 (do séc. XX) que confirmam a sepultura do Apóstolo Pedro em Roma: “Pedro está aqui.” (=Petros Eni) , “Pedro, pede a Cristo Jesus pelas almas dos santos cristãos sepultados junto do teu corpo”, “Salve, Apóstolo!”,  “Cristo e Pedro” , “Viva em Cristo e em Pedro”,  “Vitória a Cristo, a Maria e a Pedro”.

Em 1953 foi achado um antigo túmulo hebraico com a inscrição “Simão filho de Jonas”. 

Santos Marcelino e Pedro, mártires

 
Marcelino era um dos sacerdotes mais respeitados entre o clero romano. Por meio dele e de Pedro, outro sacerdote, exorcista, muitas conversões ocorreram na capital do império. Como os dois se tornaram conhecidos por todos daquela comunidade, inclusive dos pagãos, não demorou a serem denunciados como cristãos. No cárcere, conheceram Artêmio, o diretor da prisão. Diz a história que Artêmio tinha uma filha adoentada e contou isso a Marcelino e Pedro. Numa noite, misteriosamente liberto das cadeias, Pedro foi à casa de Artêmio e disse que a cura da filha Paulinha dependeria de suas sincera conversão. Começou a pregar a Palavra de Cristo e pouco depois o diretor da prisão e sua esposa se converteram. A filha Paulinha se curou e se converteu também. Dias depois, Artêmio libertou Marcelino e Pedro, provocando a ira de seus superiores. Os dois foram recapturados e condenados à decapitação. Foram levados para um bosque isolado onde lhe cortaram as cabeças. Também Artêmio morreu decapitado, enquanto sua esposa e filha foram colocadas vivas dentro de uma vala que foi sendo coberta por pedras até morrerem sufocadas. Era o ano de 304. 

Ó Deus todo-poderoso, dá-me a exemplo dos mártires São Marcelino e São Pedro, crer em Ti, abandonar-me a Ti, confiar em Ti. Que a Tua vontade seja feita em mim e em todas as tuas criaturas. Livra-me de todo mal e dá-me um espírito de revelação para que realmente possa conhecer e amar Teu filho Jesus, o Salvador. Amém.

quarta-feira, 1 de junho de 2016

"Diante dos humildes, Deus abre seu coração", diz Papa




CATEQUESE Praça São Pedro – Vaticano Quarta-feira, 1º de junho de 2016

Queridos irmãos e irmãs, bom dia!

Quarta-feira passada ouvimos a parábola do juiz e da viúva, sobre a necessidade de rezar com perseverança. Hoje, com outra parábola, Jesus quer nos ensinar qual é a atitude correta para rezar e invocar a misericórdia do Pai; como se deve rezar; a atitude correta para rezar. É a parábola do fariseu e do publicano (cfr Lc 18, 9-14).

Ambos os protagonistas vão ao templo para rezar, mas agem de modos muito diferentes, obtendo resultados opostos. O fariseu reza “estando de pé” (v.11), e usa muitas palavras. A sua é, sim, uma oração de agradecimento dirigida a Deus, mas na realidade é uma exposição dos próprios méritos, com sentido de superioridade para com os “outros homens”, qualificados como “ladrões, injustos, adúlteros”, como, por exemplo, – e aponta aquele outro que estava ali – “este publicano” (v. 11). Mas o problema está justamente aqui: aquele fariseu reza a Deus, mas na verdade olha para si mesmo. Reza para si mesmo! Em vez de ter diante dos olhos o Senhor, tem um espelho. Mesmo encontrando-se no templo, não sente a necessidade de se prostrar diante da majestade de Deus; está de pé, se sente seguro, como se fosse ele o patrão do templo! Ele elenca as boas obras realizadas: é irrepreensível, observador da lei além do devido, jejua “duas vezes na semana” e paga o dízimo de tudo aquilo que possui. Em suma, mais que rezar, o fariseu se congratula da própria observação dos preceitos. No entanto, a sua atitude e as suas palavras estão distantes do modo de agir do falar de Deus, que ama todos os homens e não despreza os pecadores. Ao contrário, aquele fariseu despreza os pecadores, também quando aponta o outro que está ali. Em resumo, o fariseu que se diz justo negligencia o mandamento mais importante: o amor por Deus e pelo próximo.

Palavra de Vida: “Vivei em paz uns com os outros” (Mc 9,50).




Como soa bem, no meio dos conflitos que ferem a humanidade em tantas partes do mundo, o convite de Jesus à paz. É algo que mantém viva a esperança, pois sabemos que Ele mesmo é a paz e prometeu que nos daria a sua paz.

O Evangelho de Marcos traz essa frase de Jesus no final de uma série de máximas dirigidas aos discípulos, reunidos na casa em Cafarnaum, com as quais Ele explica como deveria viver a sua comunidade. A conclusão é clara: tudo deve conduzir à paz, na qual se encerra todo bem.

Uma paz que somos chamados a experimentar na vida de cada dia: na família, no trabalho, com aqueles que pensam de modo diferente na política. Uma paz que não tem medo de confrontar-se com opiniões discordantes, sobre as quais precisamos falar abertamente, se quisermos uma unidade cada vez mais verdadeira e profunda. Uma paz que, ao mesmo tempo, exige a nossa atenção para que o relacionamento de amor nunca desapareça, porque a pessoa do outro vale mais do que as diversidades que possam existir entre nós.

“Onde quer que chegue a unidade e o amor mútuo”, afirmava Chiara Lubich, “chega a paz, ou melhor, a paz verdadeira. Porque onde existe o amor mútuo, existe uma certa presença de Jesus no nosso meio, e Ele é justamente a paz, a paz por excelência”1.

A falsa e a verdadeira misericórdia


A misericórdia exige um processo de educação. Ela é resultado do seguimento de Jesus Cristo, como um discípulo que, à medida que caminha com seu Mestre, aprende dele seu jeito de viver. Neste processo, é importante discernir a verdadeira misericórdia da falsa misericórdia. Isto porque a misericórdia pode ser compreendida e também utilizada de modo errado. Ela pode servir de “amaciador da ética cristã” (W. Kasper, A misericórdia, p.180), permitir um estilo de vida descompromissado e sem limites, afinal, Deus sempre será bom e compassivo.

A fé cristã nos mostra Deus que continua a nos amar sempre, mesmo quando erramos, pecamos. Isto não significa que Deus aprova o erro. “Não quero a morte do pecador, e sim, que ele se converta e viva.” (Ez 18,23). Porém, Deus não protege o pecador no seu erro ou se importa mais com o autor do que com a vítima em casos de injustiça. A proteção das vítimas é o primeiro dever da misericórdia. Pior ainda, quando em nome da misericórdia, os erros e até delitos não são tratados com o rigor devido. Neste sentido, como em tudo na educação, parte-se da verdade.