quinta-feira, 9 de junho de 2016

A conquista de Jericó


Jericó é cercada; é preciso conquistá-la. E como é que Jericó é conquistada? Não se desembainha a espada, nem se arremessa o aríete, nem se lançam dardos; apenas são utilizadas as trombetas dos sacerdotes, e são elas que derrubam as muralhas de Jericó.
Frequentemente se verifica que Jericó é utilizada nas Escrituras como imagem do mundo. Também no Evangelho, o que se conta acerca do homem que descia de Jerusalém para Jericó e caiu nas mãos dos ladrões, era sem dúvida a imagem daquele Adão que foi posto fora do paraíso e colocado no exílio deste mundo. Também os cegos que estavam em Jericó, dos quais Jesus se aproximou para lhes dar a vista, representavam a imagem daqueles que neste mundo eram oprimidos pela cegueira da ignorância e que o Filho de Deus veio socorrer. Portanto, isto é Jericó, quer dizer, este mundo que há de ruir. De facto, o fim do mundo foi já revelado há muito tempo nos livros santos.

Como será feita a sua destruição? Por que meios? Ao som das trombetas, diz a Escritura. Que trombetas? Paulo revela-te o segredo deste mistério. Escuta o que ele diz: Soará a trombeta: os mortos que estão em Cristo ressuscitarão incorruptíveis; e o próprio Senhor, ao sinal dado, à voz do Arcanjo e ao som da trombeta de Deus, descerá do Céu. Portanto, nessa altura, Jesus nosso Senhor vencerá Jericó ao som das trombetas e a sujeitará de tal modo que dela apenas se salvará a mulher pecadora [Raab] e toda a sua casa. Virá, diz ele, Jesus nosso Senhor, e virá ao som das trombetas.

E salvará somente aquela que recebeu os seus exploradores, aquela que recebeu os seus Apóstolos na fé e na obediência e os colocou nos postos mais altos, e associará esta mulher pecadora à casa de Israel. Mas não recordemos nem a acusemos da antiga culpa. Em tempos foi pecadora, mas agora é a virgem casta, desposada com um só Esposo, Cristo. Ouve o que o Apóstolo diz a seu respeito: Eu quis desposar-vos com um só esposo, apresentando-vos a Cristo como virgem pura. Era também descendente dela aquele que dizia: Também nós outrora fomos insensatos, incrédulos, errantes, sujeitos a toda a espécie de desejos e prazeres.

Queres ainda aprender de modo mais explícito como é que a pecadora já não é pecadora? Escuta ainda as palavras de Paulo: Vós éreis de facto assim; mas fostes purificados, fostes santificados no nome de Nosso Senhor Jesus Cristo e do Espírito do nosso Deus. Para que ela pudesse salvar-se e não perecer com Jericó, recebeu dos exploradores um sinal muito valioso, uma corda cor de escarlate: era o sinal do Sangue de Cristo, pelo qual foi salva a Igreja universal no mesmo Jesus Cristo Nosso Senhor, a quem é dada a glória e o poder pelos séculos dos séculos. Amém.


Das Homilias de Orígenes, presbítero, sobre o Livro de Josué(Hom. 6, 4: PG 12, 855-856) (Sec. III)

A dor do luto


A gente sente mesmo quando a dor não é nossa. Sente o aperto e a aflição daqueles que choram pelo seu ente querido. Pelo vendaval que vem e entra de repente levando aos poucos ou rapidamente alguém querido. Um amigo, um colega, um familiar ou um conhecido. Aquele vizinho que víamos passar na rua e nem sabíamos seu nome.

Tudo acontece sem escolher o dia e a hora. Chega e bate na porta deixando tudo escuro e o coração às lagrimas. Tentamos entender mesmo querendo não acreditar, parece um pesadelo irreal.

Tudo é confuso, a medicina, o abraço e as palavras dadas para confortar. Nada é favorável, nem o silencio e nem o grito, nada muda ou refaz o fôlego voltar. Sentimos como crianças perdidas, com medo, frágeis e queremos colo. Acolhemo-nos e analisamos tudo e todos e a música fúnebre nos toca.

O corpo sente, vem dor de cabeça, insônia, angústia, depressão e dores da alma. Tentamos refazer cada segundo e parece que a estrutura acaba ali, o fim é esse. As flores, tudo preparado para o funeral, e a despedida não são agradáveis e aceitáveis. Choramos, as coisas ficam sem significado e palavras não mudam nada.

Tudo fica cinza, horrível, a dor será a companhia de meses. Só Deus e o tempo aliviarão as feridas e aceitação de caminhar sem o outro. Mas jamais nos permitirá esquecer e apagar os momentos vivenciados. 

São José de Anchieta

 
José de Anchieta nasceu no arquipélago das ilhas Canárias no dia 19 de março de 1534. Na puberdade, Anchieta foi enviado à Universidade de Coimbra, em Portugal. Aos 17 anos fez votos como religioso e entrou para a Companhia de Jesus. Aos 18 anos, decide-se pela missão evangelizadora do Novo Mundo e inscreve-se para participar de uma missão no Brasil no ano seguinte. Em Salvador, Anchieta tem sua primeira tarefa: ajudar na organização do Colégio de Jesus. Nesse mesmo ano, Anchieta visita pela primeira vez a aldeia de Reritiba, lugar onde vai encontrar no futuro seu repouso eterno. Anchieta segue para o litoral paulista. Ao tomar contato com a injustiça sofrida pelos nativos, Anchieta se posiciona firmemente a favor dos humilhados e ofendidos indígenas. Em 25 de janeiro de 1554, junto com Manuel de Nóbrega, Anchieta funda outra escola jesuíta, o Colégio Piratininga, núcleo do que mais tarde veio a ser cidade de São Paulo. Em 1556, Anchieta recebe sua ordenação sacerdotal em Salvador, Bahia. Logo depois ele passa um período de tempo em Reritiba, entre os índios puris e tupiniquins. Em 15 de agosto de 1579 a imagem de Nossa Senhora da Assunção, trazida de Portugal é entronizada no Santuário de Reritiba. No dia 9 de julho de 1597, o velho sacerdote morre vítima de um acidente fatal, ao tentar descer a escada da cela para socorrer um índio doente. O frágil e desengonçado adolescente da Espanha tinha se tomado um gigante em terras brasileiras. Era chamado de 'paizinho' pelos indígenas; agora é chamado de "Apóstolo do Brasil" pela CNBB. É um dos pilares da civilização brasileira. 

São José de Anchieta que deixaste vossa pátria, família, parente, para servir a Deus sobre todas as coisas, vós que sofreste a solidão e as dificuldades de um Brasil recém descoberto, e cercastes os índios de cuidados espirituais, peço-vos exatamente por todos os índios que existem na humanidade, para que se sintam amados e protegidos, continuando assim vossa santa missão no mundo. Por Cristo Nosso Senhor. Amém.

quarta-feira, 8 de junho de 2016

Papa explica o "primeiro milagre" de Jesus.


CATEQUESE Praça São Pedro – Vaticano Quarta-feira, 8 de junho de 2016

Queridos irmãos e irmãs, bom dia!

Antes de começar a catequese, gostaria de saudar um grupo de casais que celebram 50 anos de casamento. Isso sim é “o vinho bom” da família! O testemunho de vocês é algo que os recém-casados – que saudarei depois – e os jovens devem aprender. É um belo testemunho. Obrigado pelo testemunho de vocês. Depois de ter comentado algumas parábolas da misericórdia, hoje nos concentramos sobre o primeiro dos milagres de Jesus, que o evangelista João chama de “sinais”, porque Jesus não os fez para suscitar maravilhas, mas para revelar o amor do Pai. O primeiro destes sinais prodigiosos é relatado justamente por João (2, 1-11) e se realiza em Caná da Galileia. Trata-se de uma espécie de “portal de ingresso”, em que são esculpidas palavras e expressões que iluminam todo o mistério de Cristo e abrem o coração dos discípulos. Vejamos algumas.

Na introdução encontramos a expressão “Jesus com os seus discípulos” (v. 2). Aqueles que Jesus chamou para segui-Lo ligou-os a si em uma comunidade e, agora, como uma única família, são convidados todos para as bodas. Dando início ao seu ministério público nas bodas de Caná, Jesus se manifesta como o esposo do povo de Deus, anunciado pelos profetas, e nos revela a profundidade da relação que nos une a Ele: é uma nova Aliança de amor. O que há no fundamento da nossa fé? Um ato de misericórdia com o qual Jesus nos ligou a si. E a vida cristã é a resposta a esse amor, é como a história de dois apaixonados. Deus e o homem se encontram, se buscam, se encontram, se celebram e se amam: justamente como o amado e a amada no Cântico dos Cânticos. Todo o resto é consequência dessa relação. A Igreja é a família de Jesus em que se derrama o seu amor; é este amor que a Igreja protege e quer dar a todos.

México: PRI e Peña Nieto recebem “voto de castigo” por casamento gay


Aproximadamente duas semanas depois que o presidente do México, Enrique Peña Nieto, anunciou medidas para legalizar o casamento gay e a adoção homossexual em todo o país, seu grupo político, Partido Revolucionário Institucional (PRI), sofreu um duro revés eleitoral em 5 de junho. Importantes defensores da família relacionaram a situação como um “voto de castigo”.

No dia 5 de junho, aconteceu no México as eleições para governador em 12 estados. Segundo a contagem preliminar, a espera dos resultados oficiais no dia 8 de junho, o PRI teria perdido as eleições em 7 estados.

O caso foi abordado pela imprensa mexicana como “duro revés” e “domingo negro” para o PRI. Estas eleições, segundo muitos analistas, serviriam de referência para a votação presidencial de 2018.

Na derrota do PRI, indicou ao Grupo ACI o presidente do Conselho Mexicano da Família (ConFamilia), Juan Dabdoub Giacomán, observa-se claramente a influência do “voto de castigo” ao que convocaram os defensores do matrimônio e da família nesse país.

Logo depois de que Peña Nieto anunciou que promoveria uma reforma constitucional a fim de reconhecer o casamento gay em todo o país, assim como modificações no Código Civil Federal para permitir a adoção homossexual, mais de mil organizações se uniram na Frente Nacional pela Família (FNF).

Filipinas: Presidente da CBCP responde com a “virtude do silêncio” às ofensas do presidente eleito no país, Rodrigo Duterte, à Igreja Católica.


Dom Sócrates Villegas, Arcebispo de Lingayen-Dagupan e presidente da Conferência de Bispos Católicos das Filipinas (CBCP), respondeu com a “virtude do silêncio” as ofensas realizadas há alguns dias por Rodrigo Duterte, presidente eleito no país, e rechaçou a “magia negra da vingança”.

Duterte, que ganhou as eleições presidenciais no dia 9 de maio nas Filipinas, qualificou em 20 de maio a Igreja Católica como “a instituição mais hipócrita” e insultou os bispos filipinos: “vocês filhos de p***as, não estão envergonhados? Pedem tantos favores, inclusive a mim”.

O presidente eleito das Filipinas também insultou no passado o Papa Francisco e é conhecido pela sua forma dura de governar como prefeito, por isso foi chamado “O castigador” (The Punisher) pela revista americana Time.

Dom Sócrates Villegas se pronunciou no último dia 5 de junho, segundo informações da página da CBCP, e explicou que sua “linguagem é de paz, a qual rechaça a magia negra da vingança”.

“Minha linguagem é o silêncio, como respeito por aqueles que nos consideram seus inimigos, mas por cujo bem verdadeiramente rezamos e cuja felicidade queremos que se realize”.

A passagem do Jordão


No Jordão a arca da aliança guiava o povo de Deus. A ordem sacerdotal e levítica sustém o passo; e as águas, como que prestando reverência aos ministros de Deus, param o seu curso e juntam-se em alta muralha, oferecendo ao povo de Deus um caminho seguro. Não te admires, cristão, de te serem anunciados estes fatos realizados em favor do antigo povo de Deus, porque a ti, que passaste o Jordão por meio do sacramento do batismo, a palavra divina promete coisas muito maiores e mais admiráveis, e oferece um caminho e uma passagem para o Céu através dos ares.

Escuta as palavras de Paulo a respeito dos justos: Seremos levados sobre as nuvens ao encontro de Cristo, através dos ares, e assim estaremos sempre com o Senhor. Não há absolutamente nada que o justo deva temer; todas as criaturas lhe estão sujeitas.

Ouve também o que Deus lhe promete por meio do Profeta, dizendo: Ainda que passes pelo fogo, a chama não te queimará, porque eu sou o Senhor teu Deus. Por isso, todo o lugar acolhe o justo e todas as criaturas lhe prestam serviço. E não penses que isto foi realizado apenas em favor dos homens que te precederam, e que a ti, que és agora ouvinte destes prodígios, nada de semelhante acontecerá: tudo isso continua a realizar-se em ti, embora de maneira misteriosa.

Na verdade, tu que já abandonaste as trevas da idolatria e desejas prestar ouvidos à lei divina, começaste desse modo a sair do Egito.

Quando foste agregado ao número dos catecúmenos e começaste a obedecer aos preceitos da Igreja, atravessaste o Mar Vermelho e, percorrendo as estações do deserto, todos os dias te entregas a ouvir a lei de Deus e a contemplar o rosto de Moisés, em que se revela a glória de Deus. E quando te aproximares da mística fonte batismal e fores iniciado pela ordem sacerdotal e levítica naqueles venerandos e admiráveis sacramentos, que apenas conhecem aqueles a quem é lícito conhecê-los, então também tu atravessarás o Jordão, pelo ministério dos sacerdotes, e entrarás na terra prometida, na qual, depois de Moisés, te recebe Jesus, que será o guia do teu caminho novo.

Então, recordando-te de tantas e tão grandes maravilhas de Deus, compreenderás que para ti se dividiu o mar e pararam as águas do rio, e dirás: Que tens, ó mar, para assim fugires, e tu, Jordão, para voltares atrás? Montes, porque saltais como carneiros, e vós, colinas, como cordeiros do rebanho? E responderá a palavra divina: A terra treme diante do Senhor, diante do Deus de Jacob, que transformou o rochedo em lago e a pedra em fonte das águas.


Das Homilias de Orígenes, presbítero, sobre o Livro de Josué
(Hom. 4, 1: PG 12, 842-843) (Sec. III)

Como deve ser o coral da paróquia?


Nas ações litúrgicas, cabe qualquer gênero de música sagrada, inclusive os cânticos locais, sempre e quando correspondam ao espírito, à natureza e aos elementos celebrativos do mistério de Cristo, e não impeçam a devida participação do povo de Deus.

É preciso valorizar e promover os corais e ministérios de canto litúrgico, mas vinculados às paróquias, bem formados, que não buscam exibicionismos e que sabem integrar-se adequadamente nas celebrações. São um verdadeiro serviço ao Senhor e à Igreja.

Uma boa organização litúrgica evita ter sempre solistas ou corais contratados para diversas ocasiões, porque estes tendem a substituir a assembleia e impedir sua participação, ao se tornarem protagonistas de uma espécie de "show", estando mais em função de um retorno financeiro que de um serviço litúrgico.

O melhor canto é aquele que permite integrar equilibradamente a participação da assembleia com as intervenções do coral ou dos solistas – fazendo, por exemplo, um diálogo entre antífonas e estrofes. Em nenhuma celebração litúrgica, por nenhum motivo, a assembleia pode ficar muda ou ser marginalizada do canto.

É preciso esforçar-se por cantar bem, com clareza, simplicidade, unção. E executar cânticos dos quais, pela melodia, tom e movimento, os fiéis possam participar. Ajuda muito quando um diretor ensaia antes com a assembleia e que se tenha pelo menos a letra dos cantos.

Os instrumentos musicais existem para acompanhar o canto; portanto, não devem cobrir as vozes nem impedir a compreensão da letra. A amplificação dos equipamentos deve ser moderada e não convém abusar.