terça-feira, 14 de junho de 2016

Santificado seja o vosso nome




Como é grande a misericórdia do Senhor, como é grande a sua condescendência e a sua bondade para conosco! Ele quis que, ao orarmos na sua presença, O invocássemos com o nome de Pai, e assim como Cristo é o Filho de Deus, assim também nós nos chamássemos filhos de Deus. Nenhum de nós ousaria pronunciar este nome na oração, se Ele próprio nos não tivesse permitido rezar assim. Por isso, irmãos caríssimos, devemos lembrar-nos e saber que, chamando a Deus nosso Pai, devemos proceder como filhos de Deus, para que, se nós nos honramos de Deus como Pai, também Ele se honre de nós como filhos.

Vivamos como templos de Deus, de modo que a nossa vida seja um testemunho da presença de Deus em nós. Não sejam indignas do Espírito as nossas ações: se começamos a ser espirituais e celestes, não deixemos de pensar e praticar senão coisas espirituais e celestes, porque assim fala o Senhor Deus: Eu glorifico aqueles que Me glorificam e desprezo aqueles que Me desprezam. Também o santo Apóstolo escreveu na sua Epístola: Não vos pertenceis a vós mesmos, porque fostes comprados por grande preço. Glorificai a Deus no vosso corpo.

Depois disto dizemos: Santificado seja o vosso nome, não para exprimir o desejo de que Deus seja santificado com as nossas orações, mas para pedirmos ao Senhor que seja santificado em nós o seu nome. Aliás, por quem poderá Deus ser santificado, se é Ele próprio quem santifica? Mas porque Ele disse: Sede santos, porque Eu sou santo, pedimos e rogamos para que, uma vez santificados no Batismo, perseveremos no que principiámos a ser. E isto pedimo-lo todos os dias, porque precisamos desta santificação quotidiana. Todos os dias pecamos, e por isso devemos purificar-nos das nossas faltas em contínua santificação.

O Apóstolo ensina-nos em que consiste esta santificação que Deus Se digna conceder-nos, quando diz na sua Epístola: Nem os impudicos, nem os idólatras, nem os adúlteros, nem os efeminados, nem os sodomitas, nem os ladrões, nem os avarentos, nem os ébrios, nem os maldizentes, nem os salteadores, alcançarão o reino de Deus. E vós éreis assim, mas fostes purificados, justificados e santificados no nome do Senhor Jesus Cristo e no Espírito do nosso Deus. Afirma que fomos santificados no nome do Senhor Jesus Cristo e no Espírito do nosso Deus.

O que pedimos, portanto, é que permaneça em nós esta santificação. E lembrando-nos de que o nosso Senhor e Juiz advertiu aquele homem que Ele tinha curado e vivificado, para que não voltasse a pecar, a fim de não lhe acontecer coisa pior, não deixamos de pedir a Deus dia e noite em nossas orações, para que conserve em nós aquela santidade e aquela vida que nos vem da sua graça.



Do Tratado de São Cipriano, bispo e mártir, sobre a Oração Dominical
(Nn. 11-12: CSEL 3, 274-275) (Sec. III)

A Igreja Católica e a Maçonaria


A maçonaria tem uma origem difícil de ser comprovada. Alguns afirmam remontar ao tempo anterior ao dilúvio de um tal Jabal, construtor contratado por Caim e Enoch. Jabal ensinou uma arte secreta para trabalhar com lâminas de ouro. Esses conhecimentos chegaram a Abraão, por meio de quem seriam transmitidos aos egípcios. Estes os transmitiram aos Judeus, que alcançaram o seu apogeu na construção do templo de Salomão. Depois da destruição do templo, o conhecimento teria passado para os cristãos. Os depositários desses segredos seriam os "quatro santos coroados" e Santo Albano na Inglaterra, o qual com a ajuda do rei Athelstan os teria codificado.

A maioria dos estudiosos não aceita essa primeira origem, ela é considerada um tanto fantasiosa. Admiti-se que a origem remota da maçonaria moderna( franco-maçonaria = pedreiros livres) desenvolveu-se a partir das organizações medievais que agrupavam arquitetos, mestres- de- obras e pedreiros, os quais, por construírem castelos e igrejas eram considerados espiritualmente nobres.

Tinham como meta construir a liberdade e a tolerância e o aperfeiçoamento da humanidade. Professavam a existência de um Principio Criador, sob a denominação de Grande Arquiteto do Universo.

A maçonaria, conforme é conhecida até os nossos dias, foi criada em 24 de junho de 1717, como a fundação da Grande Loja da Inglaterra. Surgiu da iniciativa dos pastores protestantes ingleses James Anderson e J. T. Desaguliers. No ano de 1723, Anderson elabora a primeira Constituição maçônica. A partir de então a maçonaria adotou uma forma de organização política que deveria conservar daí por diante.

Durante o século XVIII surgiram lojas na Europa e na América. Com o tempo os maçons tornaram-se anticlericais, sendo por isso, excomungados pela Igreja Católica (1738). Após a cisão que resultou na fundação do Grande Oriente, na França, em 1773, a maçonaria alcançou o apogeu, tendo importante papel nos acontecimentos da Revolução Francesa.

A maçonaria tem como principio professar as mais diversas religiões. Como no Brasil a grande maioria dos brasileiros é cristã, adota-se a Bíblia como livro da lei. Em outra nação, o livro que ocupa o lugar de destaque no Templo poderá ser o Alcorão, o Tora, o livro de Maomé, os Vedas etc., de acordo com a religião de seus membros.

Em 24 de abril de 1738, o papa Clemente XII escreve a encíclica IN EMINENTI, em que condenou abertamente pela primeira vez a maçonaria. A partir dessa palavra oficial da Igreja foi proibido aos católicos pertencer à maçonaria.

Santa Iolanda da Polônia

  
Iolanda nasceu no ano de 1235, era filha do rei da Hungria, que era da ordem terceira de São Francisco. Além disso, era sobrinha de Santa Isabel da Hungria, também da Ordem Terceira. Iolanda foi educada desde muito pequena pela irmã. Por tradição familiar e social da época, Iolanda deveria se casar com alguém da terra e escolheu Boleslau, o Duque de Kalisz, conhecido como "o Pio". Foi uma época de muita alegria para o povo polonês, que viu em Iolanda uma pessoa profundamente bondosa, justa e caridosa. Iolanda tinha então três filhas, das quais duas se casaram e uma terceira retirou-se para o convento das clarissas. Iolanda e sua irmã, quando ficaram viúvas, resolveram entrar também para a vida religiosa. As três damas cristãs viveram muitos anos em um mosteiro de clarissas, fazendo do silêncio do claustro o terreno para um fecundo período de meditação e oração. Quando sua irmã morreu, em 1292, Iolanda mudou de mosteiro. No novo lar, ela foi superiora e aí mesmo faleceu, no dia 14 de junho de 1298. 

Senhor Nosso, Pai de Bondade, a exemplo de Santa Iolanda, colocai a humildade em meu coração. Que eu saiba silenciar para melhor ouvir Vossa voz. Fazei que saiba me colocar humildemente diante do Crucificado para que Ele me faça compreender o que fez por mim e continua a fazer na Eucaristia. Que eu saiba contemplar silenciosamente a Cruz para que o Espírito pouco a pouco me faça descobrir a verdadeira essência do Vosso amor. Amém.

segunda-feira, 13 de junho de 2016

Estado Islâmico assume atentado terrorista em boate gay de Orlando


Na madrugada do último domingo, um sujeito identificado como Omar Saddiqui Mateen, de origem afegã, atacou uma casa noturna gay em Orlando causando até o momento a morte de 50 pessoas e 53 ficaram feridas, no atentado massivo que causou o maior número de vítimas nos Estados Unidos.

O Bispo de Orlando, Dom John Noonan, através da sua conta pessoal na rede social Twitter, condenou o ataque cruel e pediu orações: “Oremos pelas vítimas do tiroteio desta manhã em Orlando, pelos seus familiares e pelos socorristas. Que a misericórdia do Senhor seja derramada sobre nós”.

Agências locais, estatais e federais participam na investigação deste atentado. As primeiras investigações já vinculam os fatos como um atentado terrorista.

Segundo o chefe da polícia de Orlando, o atirador carregava uma pistola e uma arma tipo rifle. O sujeito morreu durante a troca de tiro com a Polícia. O assassino usava “um dispositivo” semelhante a um colete bomba.

Devido à dimensão da tragédia, o prefeito de Orlando, Buddy Dyer, explicou que solicitou ao governador da Flórida que declarasse o estado de emergência em Orlando.
Tudo ocorreu por volta das 2h (hora local), quando o guarda de segurança da sala de festas descobriu o homem com duas armas de fogo e um artefato. Começaram a disparar e o agressor manteve várias pessoas como reféns dentro do local.

Aproximadamente quatro horas depois, a polícia decidiu resgatar os reféns, conseguiu libertar 30 pessoas depois de várias explosões controladas. O tiroteio está sendo investigado pelas autoridades como um ato de terrorismo e o FBI estuda relações do suspeito com extremistas islâmicos.

O atentado ocorreu menos de 24 horas depois que a cantora Christina Grimmie, famosa por participar no programa The Voice, foi assassinada por um homem que atirou nela depois de um show em Orlando.

Papa destaca trabalho corajoso de funcionários do PMA contra a fome





DISCURSO Discurso do Papa Francisco na Sede do Programa Mundial Alimentar (PMA) Segunda-feira, 13 de junho de 2016

Senhoras e senhores,

Agradeço à Diretora Executiva, Senhora Ertharin Cousin, ter-me convidado a inaugurar a Sessão Anual 2016 do Conselho Executivo do Programa Alimentar Mundial, bem como as palavras de boas-vindas que me dirigiu. De igual modo saúdo a Embaixadora Stephanie Hochstetter Skinner-Klée, Presidente desta importante assembleia que reúne os Representantes dos vários governos chamados a tomar medidas concretas na luta contra a fome. E ao mesmo tempo que saúdo a todos vós aqui reunidos, agradeço tantos esforços e compromissos com uma causa que não pode deixar de nos interpelar: a luta contra a fome que sofrem muitos dos nossos irmãos.

Há pouco rezei diante do «Muro da Memória», testemunha do sacrifício feito pelos membros deste Organismo, dando a sua vida para que, mesmo no meio de complexas vicissitudes, não faltasse o pão aos famintos. Memória que devemos manter para continuar a lutar, com o mesmo vigor, pela meta tão ansiada da «fome zero». Aqueles nomes gravados à entrada desta Casa são um sinal eloquente de que o PAM, longe de ser uma estrutura anónima e formal, constitui um válido instrumento da comunidade internacional para empreender atividades sempre mais vigorosas e eficazes. A credibilidade duma instituição não se baseia nas suas declarações, mas nas ações realizadas pelos seus membros. Baseia-se nos seus testemunhos.

No mundo interconectado e híper-comunicativo em que vivemos, as distâncias geográficas parecem encurtar-se. Temos a possibilidade de contato quase simultâneo com o que está a acontecer no outro lado do planeta. Graças às tecnologias da comunicação, aproximamo-nos de muitas situações dolorosas; e tais meios podem ajudar (e têm ajudado) a mobilizar para gestos de compaixão e solidariedade. Paradoxalmente, porém, esta aparente proximidade criada pela informação, vemo-la diluir-se de dia para dia. O excesso de informação de que dispomos gera gradualmente a habituação à miséria; ou seja, pouco a pouco tornamo-nos imunes às tragédias dos outros, considerando-as como qualquer coisa de «natural»; em nós gera-se – desculpai o neologismo – a «naturalização» da miséria. São tantas as imagens que nos invadem onde vemos o sofrimento, mas não o tocamos; ouvimos o pranto, mas não o consolamos; vemos a sede, mas não a saciamos. Assim, muitas vidas entram a fazer parte duma notícia que, em pouco tempo, acabará substituída por outra. E, enquanto mudam as notícias, o sofrimento, a fome e a sede não mudam, permanecem. Esta tendência – ou tentação – exige de nós um passo mais e, por sua vez, revela o papel fundamental que instituições como a vossa têm no cenário global. Hoje não podemos dar-nos por satisfeitos apenas com o facto de conhecer a situação de muitos dos nossos irmãos. As estatísticas não nos saciam. Não é suficiente elaborar longas reflexões ou submergir-nos em discussões infindáveis sobre as mesmas, repetindo continuamente argumentos já conhecidos por todos. É necessário «desnaturalizar» a miséria, deixando de considerá-la como um dado entre muitos outros da realidade. Porquê? Porque a miséria tem um rosto. Tem o rosto duma criança, tem o rosto duma família, tem o rosto de jovens e idosos. Tem o rosto da falta de oportunidades e de emprego de muitas pessoas, tem o rosto das migrações forçadas, das casas abandonadas ou destruídas. Não podemos «naturalizar» a fome de tantas pessoas; não nos é lícito afirmar que a sua situação é fruto dum destino cego contra o qual nada podemos fazer. Quando a miséria deixa de ter um rosto, podemos cair na tentação de começar a falar e discutir sobre «a fome», «a alimentação», «a violência», deixando de lado o sujeito concreto, real, que continua ainda hoje a bater às nossas portas. Quando faltam os rostos e as histórias, as vidas começam a transformar-se em números e assim, pouco a pouco, corremos o risco de burocratizar o sofrimento alheio. As burocracias ocupam-se de procedimentos; a compaixão – não a pena, mas a compaixão, o padecer com –, pelo contrário, põe-nos em campo em prol das pessoas. E, nisto, acho que temos muito trabalho a fazer. Juntamente com todas as ações já em curso, é necessário trabalhar por «desnaturalizar» e desburocratizar a miséria e a fome dos nossos irmãos. Isto exige de nós, em diversa escala e a diferentes níveis, uma intervenção em que apareça como objetivo dos nossos esforços a pessoa concreta que sofre e tem fome, mas que encerra também uma imensa riqueza de energias e potencialidades que devemos ajudar a concretizar.

1. «Desnaturalizar» a miséria

Quando estive na FAO, por ocasião da II Conferência Internacional sobre a Nutrição, disse que uma das graves incoerências que estávamos chamados a considerar é o facto de haver comida suficiente para todos mas «nem todos podem comer, enquanto o desperdício, o descarte, o consumo excessivo e o uso de alimentos para outros fins estão diante dos nossos olhos» (Discurso à Plenária da Conferência, 20/XI/2014).

Fique claro que a falta de comida não é uma coisa natural, não é um dado óbvio nem evidente. O facto de hoje, em pleno século XXI, muitas pessoas sofrerem deste flagelo deve-se a uma egoísta e má distribuição dos recursos, a uma «mercantilização» dos alimentos. A terra, maltratada e abusada, continua em muitas partes do mundo a dar-nos os seus frutos, continua a brindar-nos com o melhor de si mesma; os rostos famintos lembram-nos que desvirtuamos os fins da terra. Um dom, que tem finalidade universal, tornamo-lo um privilégio de poucos. Fizemos dos frutos da terra – dom para a humanidade – mercadoria de alguns, gerando assim exclusão. O consumismo – que permeia as nossas sociedades – induziu a habituar-nos ao supérfluo e ao desperdício diário de comida, a que por vezes já não somos capazes de dar o justo valor e que se situa para além de meros parâmetros económicos. Far-nos-á bem recordar que o alimento desperdiçado é como se fosse roubado à mesa do pobre, de quem tem fome. Esta realidade solicita-nos a refletir sobre o problema da perda e desperdício de alimentos, a fim de individuar vias e modalidades que, enfrentando seriamente tal problemática, sejam veículo de solidariedade e partilha com os mais necessitados [cf. Catequese de 5 de junho de 2013: Insegnamenti, I/1 (2013), 280].

Mulheres que cultivam maconha na Califórnia não são religiosas católicas




Há várias semanas, circulam na internet dezenas de notícias e vídeos sobre mulheres que se vestem como religiosas e cultivam maconha na Califórnia para fazer um unguento que supostamente curaria doenças como o câncer.

Em declarações ao jornal ‘ABC10’, as mulheres que se autodenominam “Irmã Kate” e “Irmã Darcy” admitem que não são religiosas, autoproclamaram-se “religiosas espirituais”, chamadas “Sisters of the Valley” (Irmãs do Vale) porque a granja onde cultivam a maconha está em um povoado da região do Central Valley chamado Merced.

Kate, que se declara feminista e vegana, assegura que o estilo de vida de sua “comunidade” se inspira nas antigas curandeiras e não tem nenhum vínculo com a Igreja Católica. Elas realizam rituais antes de começar seu trabalho e fazem oferendas à natureza.

A capa criminosa de Veja associa a Igreja a pedofilia






Há mentiras que são ditas usando a verdade como instrumento. Os que usam a verdade para conduzir à mentira são mais criminosos do que os que usam a mentira como instrumento de trabalho. A verdade não se rende à mentira, ela é conduzida até certo ponto, onde fica ancorada, mas a exploração da mentira fica a cargo dos aventureiros.

A revista Veja trouxe na capa desta semana um caso de pedofilia cometido por um padre em Goias. Conta a reportagem que Fabiano Santos Gonzaga, 28 anos, abusou de um adolescente de 15 anos numa sauna de um clube. O garoto tem retardo mental e  sua compreensão do mundo é próxima a uma criança de 9 anos de idade. Segundo a denuncia, o padre ao ficar sozinho com o menino, obrigou-o a fazer sexo oral. Ao que consta, o menino sem entender bem a gravidade do ocorrido, pediu licença a mãe para lavar a boca e justificou o porque. A mãe foi atrás do abusador e descobriu posteriormente que o abusador que se veste de civil, na verdade era um padre católico. O padre nega que isso tenha ocorrido, mas, devido o seu celular ter sido apreendido,  já se sabe que ele não vivia a castidade e mantinha relações homossexuais.

De fato, é um caso escandaloso! Como o Fides Press me dá liberdade para dizer o que desejo, então vamos ver não somente os fatos mas os bastidores da noticia. Muito bem, dessa notícia resumida acima, a revista Veja dá uma capa escrito em letras garrafais: “Pedofilia na Igreja”. Acompanha o titulo criminoso, a imagem de um falso padre vestido de batina segurando um terço e tampando a boca de uma criança assustada.

Ora, ora, pois, pois. Nesta capa a revista Veja deu uma aula de vigarice. Nunca se deve usar termos genéricos em caso específicos, nem se associar instituição a delitos de membros, quando esses agem por orientação própria. O que se pretende com isso? É evidente que atacar um padre específico seria trabalho de amador. O que a grande imprensa deseja é atacar a Igreja, afugentar novas vocações e retirar as crianças da Igreja. A Veja tendo a foto do acusado não pôde fazer seu terrorismo plenamente, pois faltava-lhe uma batina e um terço nas mãos. Coube a edição da revista fazer uma montagem criminosa.  Não era mais o padre Fabiano, mas a Igreja Católica. Notou o truque? Definitivamente não estou preparado para um mundo onde não existe culpa individual mas pecados sociais.

A linguagem é viva, quando falam as obras




Quem está cheio do Espírito Santo fala várias línguas. Estas várias línguas são os vários testemunhos de Cristo, como a humildade, a pobreza, a paciência e a obediência; falamos com estas virtudes, quando as praticamos na nossa vida. A linguagem é viva, quando falam as obras. Calem-se, portanto, as palavras e falem as obras. De palavras estamos cheios, mas de obras vazios; por este motivo nos amaldiçoa o Senhor, como amaldiçoou a figueira em que não encontrou fruto, mas somente folhas. Diz São Gregório: «Há uma norma para o pregador: que faça aquilo que prega». Em vão pregará os ensinamentos da lei, se destrói a doutrina com as obras.

Mas os Apóstolos falavam conforme a linguagem que o Espírito Santo lhes concedia. Feliz de quem fala conforme o Espírito Santo lhe inspira e não conforme o que lhe parece!

Há alguns que falam movidos pelo próprio espírito e, usando as palavras dos outros, apresentam-nas como próprias, atribuindo-as a si mesmos. Desses e de outros como eles, fala o Senhor pelo profeta Jeremias: Eis-Me contra os profetas que roubam uns aos outros as minhas palavras. Eis-Me contra os profetas – oráculo do Senhor –, que forjam a sua linguagem para proferir oráculos. Eis-Me contra os profetas que profetizam sonhos falaciosos – oráculo do Senhor, – que os contam e seduzem o povo com suas mentiras e com seus enganos, não os tendo Eu enviado nem dado ordem alguma a esses que não são de nenhuma utilidade para este povo – oráculo do Senhor.

Falemos, por conseguinte, conforme a linguagem que o Espírito Santo nos conceder; e peçamos-lhe, humilde e piedosamente, que derrame sobre nós a sua graça, para que possamos celebrar o dia de Pentecostes com a perfeição dos cinco sentidos e a observância dos dez mandamentos, nos reanimemos com o forte vento da contrição e nos inflamemos com as línguas de fogo na profissão da nossa fé, para que, assim inflamados e iluminados nos esplendores da santidade, mereçamos ver a Deus trino e uno.



Dos Sermões de Santo António de Lisboa, presbítero
(Sermões, Ed. Locatelli, Pádua, 1895, I, 226) (Sec. XIII)