domingo, 3 de julho de 2016

São Tomé, apóstolo




O apóstolo Tomé tinha o apelido de Dídimo, que quer dizer "gêmeo”. Era pescador, natural da Galiléia. Quando Jesus o encontrou, o admitiu entre seus discípulos. São Tomé foi um dos doze apóstolos de Jesus e o seu nome consta na lista dos quatro evangelistas.

São três as grandes passagens do apóstolo Tomé no livro sagrado. A primeira é quando Jesus é chamado para voltar à Judéia e acudir Lázaro. Seu grupo tenta impedir que se arrisque, pois havia ameaças dos inimigos e Jesus poderia ser apedrejado. Mas Ele disse que iria assim mesmo e, aflito, Tomé intima os demais: "Então vamos também e morramos com Ele!".

Na segunda passagem Jesus reuniu os discípulos no cenáculo e os avisou de que era chegada a hora do cumprimento das determinações de seu Pai. Tomé queria mais detalhes, talvez até tentando convencer Jesus a evitar o sacrifício: "Se não sabemos para onde vais, como poderemos conhecer o caminho?". A resposta de Jesus passou para a história: "Eu sou o caminho, a verdade e a vida. Ninguém vai ao Pai senão por mim".

E a terceira e definitiva passagem foi a que mais marcou a trajetória do apóstolo. Foi justamente quando todos lhe contaram que o Cristo havia ressuscitado, pois ele era o único que não estava presente ao evento. Tomé disse que só acreditaria se visse em Suas mãos o lugar dos cravos e tocasse em Seu peito dilacerado. A dúvida em pessoa, como se vê. Mas ele pôde comprovar tanto quanto quis, pois Jesus lhe apareceu e lhe disse: "Põe o teu dedo aqui e vê minhas mãos!...Não sejas incrédulo, acredite!". Ao que Tomé respondeu: “Meu senhor e meu Deus”.

Diz a tradição que Tomé levou o evangelho à Índia, onde foi martirizado com uma lança.  


Concedei-nos, Deus onipotente, a graça de celebrar com alegria a festa do apóstolo São Tomé, de modo que, ajudados pela sua intercessão, tenhamos a vida pela fé em Jesus Cristo, que ele reconheceu como Senhor. Amém.

sábado, 2 de julho de 2016

Comunidade protestante cria polêmica com pastor e fiéis nus durante culto nos EUA


Uma igreja no estado de Virginia (EUA) criou polêmica depois que decidiu permitir que os fiéis acompanhem nus o culto. O pastor Allen Parker, da capela White Tail, na cidade de Southampton, também fica nu durante a celebração.

Segundo o pastor, todos aqueles que estão reunidos na igreja são simples seres humanos. Ele destaca que, sem qualquer riqueza pessoal ou aparência glamourosa, todos são iguais quando estão nus.

Ofensa à sadia autonomia da atuação laical, em pronunciamentos políticos de bispos


Os leigos não atuam na política por delegação clerical, mas em nome próprio. Assim, quando um bispo, mormente em nome da Conferência Episcopal, denuncia um “golpe” ou o rompimento da ordem institucional e jurídica ali onde ela não existiu, invade o que não é de sua atribuição e desconsidera, de modo injusto, a responsabilidade política dos leigos católicos.

Recentemente, o Papa Francisco declarou, de modo muito veemente, que “a porta de entrada Igreja é o batismo, e não a ordenação episcopal ou sacerdotal” (Discurso do Papa Francisco aos 85 participantes na Assembleia do Pontifício Conselho para os Leigos, no Vaticano, 17 de junho de 2016). Assim, fica afastada qualquer possibilidade de que a Igreja caia num clericalismo, vale dizer, que os sacerdotes, em razão de sua condição de ordenado, imagine-se mais competente ou mais capaz do que os leigos batizados para aquilo que é próprio dos leigos, ou seja, o papel de, “por vocação própria, buscar o reino de Deus, ocupando-se das coisas temporais e ordenando-as segundo Deus. Vivem no mundo, isto é, no meio de todas e cada uma das atividades e profissões, e nas circunstâncias ordinárias da vida familiar e social, as quais como que tecem a sua existência. Aí os chama Deus a contribuírem, do interior, à maneira de fermento, para a santificação do mundo, através do cumprimento do próprio dever, guiados pelo espírito evangélico; e a manifestarem Cristo aos outros antes e mais nada com o testemunho da vida e com o fulgor da sua fé, esperança e caridade.” Aos leigos compete “muito especialmente esclarecer e ordenar todas as coisas temporais, com que estão intimamente comprometidos, de tal maneira que sempre se realizem segundo o espírito de Cristo, se desenvolvam e louvem o Criador e o Redentor.” (Vaticano II, Constituição Lumen Gentium, n.º 31). Os leigos não exercem este papel por delegação do clero, mas em nome próprio. Por isto, todo cuidado e toda responsabilidade é necessária, por parte do clero, quando vai denunciar, opinar ou mesmo se manifestar em tais assuntos. As manifestações do clero sobre estes assuntos fazer presumir a insuficiência dos leigos, ou seu equívoco, e portanto equivale a um corretivo. E por isso deve ser usado com extrema cautela. Sob pena de, ao confundir seu papel clerical com suas próprias preferências partidárias, o clérigo ofender, desnecessariamente, aos leigos e à sua luta legítima.

Mesmo porque, em muitos casos, e de modo acidental, somente o clero tem a possibilidade de fazer tais denúncias. Cito como exemplo a situação insustentável da Venezuela, comandada por um governo desastroso, em que o papel do clero tem sido essencial para alertar o mundo, já que os leigos, oprimidos por um socialismo destrutivo, não podem exercer a contento o seu papel ali. Quando o clero se esquece de que este papel é estritamente excepcional, e se mete diretamente na política, valendo-se da sua posição eclesial para promover suas próprias preferências partidárias, invade aquilo que é distinto e pode agir de modo, até, ofensivo. Além de perder credibilidade para quando as denúncias forem realmente necessárias.

A Igreja Católica tem culpa do atentado de Orlando?


Depois do massacre na boate gay Pulse em Orlando, nos Estados Unidos, que causou a morte de 50 pessoas e mais de 100 ficaram feridas, alguns responsabilizaram a Igreja Católica de ser um dos instigadores do ódio contra os homossexuais. Quanto de verdade existe nesta acusação? O Pe. Hugo Valdemar, diretor do Escritório de Comunicação Social do Arcebispado do México, responde.

Na madrugada de 12 de junho, Omar Mateen entrou na casa noturna e disparou contra os presentes, antes de ser morto pelas autoridades.

O grupo terrorista Estado Islâmico assumiu o atentado. Relatórios posteriores revelaram que Mateen, em ligações telefônicas ao 911 durante o ataque, declarou-se fiel à organização extremista muçulmana.

Em uma recente entrevista ao semanário ‘Desde la Fe’, da Arquidiocese do México, o Pe. Valdemar disse que a Igreja “absolutamente” foi omissa à condenação do atentado de Orlando e destacou que o Arcebispo do México, Cardeal Norberto Rivera, “através de um comunicado, foi o primeiro a condenar o que chamou um atentado covarde e brutal”.

Nessa ocasião, recordou, o Cardeal Rivera “foi enfático ao recordar que ‘a Igreja Católica rechaça todo crime de ódio’, e nos recordou que ‘a vida é um dom que sob nenhuma circunstância ou justificação deve ser vulnerado’”.

O Papa Francisco também condenou duramente o massacre, recordou o sacerdote mexicano.

Desculpa aos gays?


Durante o voo da Armênia a Roma, o papa Francisco disse que devemos pedir desculpas aos gays. É verdade, quantas vezes esses nossos irmãos não foram maltratados, humilhados e, o pior, segregados das comunidades? O vigário de Cristo, mais uma vez, se baseou no Catecismo da Igreja Católica: “Devem [os homossexuais] ser acolhidos com respeito, compaixão e delicadeza. Evitar-se-á para com eles todo sinal de discriminação injusta.” (n.º 2358).

Não se trata de referendar os chamados “atos homossexuais”, vale dizer, o modo de os gays se relacionarem sexualmente, proscrito pela ética (cf. Catecismo da Igreja Católica, n.º 2357), mas de respeitar quem pratica tais atos. Afinal de contas, é princípio da moral católica estabelecer diferença entre o erro e o errante. Este se ama; aquele se corrige.

Estado Islâmico assassina sacerdote copto no Egito


O grupo terrorista Estado Islâmico (ISIS) assassinou nesta quinta-feira, 30, o sacerdote copto Rafael Moussa, da paróquia de São Jorge de Al Arish no norte do Sinai (Egito), mesma região na qual há três anos extremistas muçulmanos assassinaram outro sacerdote, o Pe. Mina Aboud.

Em um comunicado, o grupo terrorista reivindicou o assassinato do Pe. Moussa, de 46 anos, que se encontrava com seu automóvel em uma oficina mecânica logo depois de ter celebrado a Missa. “Soldados do Estado Islâmico tiveram êxito ao se deparar com seu objetivo, o sacerdote Moussa Azmi, conhecido como Rafael, que combate o Islã”, indicou.

Por sua parte, a Igreja copta ortodoxa expressou suas condolências à família do sacerdote, casado e com dois filhos.

“A Igreja Copta Ortodoxa com o Papa Twadros envia suas condolências à família do mártir e condena todos os atos terroristas que ameaçam a segurança da pátria e tem como objetivo dividir seus filhos. Deus proteja o Egito de todo perigo”, indica o texto.

Confessa os teus pecados no tempo favorável


Se há aqui algum escravo do pecado, prepare-se pela fé para a regeneração na liberdade da adoção filial; e tendo abandonado a miserável escravatura dos pecados e submetendo-se ao suavíssimo jugo do Senhor, será digno de possuir a herança do reino celeste. Pela confissão dos pecados, despojai-vos do homem velho, viciado pelas seduções do mal, e revesti-vos do homem novo que se renova à imagem d’Aquele que o criou. Adquiri pela fé o penhor do Espírito Santo, para serdes recebidos nas moradas eternas. Aproximai-vos do místico sinal para poderdes ser reconhecidos favoravelmente pelo vosso Senhor. Reuni-vos ao santo e espiritual rebanho de Cristo, para que um dia, separados à sua direita, recebais em herança a vida que vos está preparada.

Porque aqueles que estiverem ainda presos à aspereza do pecado, serão colocados à esquerda, por não se terem aproximado da graça de Deus, que é dada por Cristo na regeneração do Batismo. Não me refiro, evidentemente, a uma regeneração corporal, mas ao renascimento espiritual da alma. Na verdade, os corpos são gerados pelos pais terrenos, mas as almas são regeneradas pela fé, porque o Espírito sopra onde quer. E então, se te tornares digno, se a tua consciência for encontrada livre de qualquer mancha ou falsidade, poderás ouvir aquela voz: Muito bem, servo bom e fiel.

Se, no entanto, algum dos presentes julga que pode enganar a graça de Deus, ilude-se a si mesmo e desconhece o valor das coisas. Procura, ó homem, ter uma alma sincera e isenta de toda a simulação, porque Deus perscruta a mente e o coração.

O tempo presente é tempo de conversão. Confessa o que fizeste, quer por palavras quer por obras, de noite ou de dia. Confessa-o no tempo favorável e receberás o tesouro celeste no dia da salvação.

Purifica a tua ânfora, para que receba a graça com maior abundância; porque a remissão dos pecados é dada a todos por igual, mas a comunicação do Espírito Santo é concedida segundo a proporção da fé de cada um. Se trabalhares pouco, pouco receberás; mas se trabalhares muito, receberás uma grande recompensa. Corres para teu proveito; olha bem para a frente e vê o que te convém.

Se tens alguma coisa contra alguém, perdoa. Aproximas-te para receberes o perdão dos pecados: é preciso que também tu perdoes a quem te ofendeu.


Das Catequeses de São Cirilo de Jerusalém, bispo
(Cat. 1, 2-3. 5-6: PG 33, 371. 375-378) (Sec. IV)

Aceito Jesus mas não reconheço a Igreja!

 
A Igreja parece constituir um intermediário supérfluo entre Cristo e os cristãos. Aceito perfeitamente o que Cristo disse e mandou, mas não reconheço o que a Igreja manda! - Pergunta de um protestante da cidade de Rio Preto.

A esta dificuldade, muito comum em nossos dias, poder-se-ia responder considerando um por um os diversos pronunciamentos da Igreja através da história, a fim de mostrar que são aceitáveis para quem os examine sem preconceitos.

Todavia, seguindo esse método, embora conseguíssemos o nosso intento em cada caso, procederíamos quase sem fim...; a experiência ensina que renascem continuamente as mesmas dúvidas, com modalidades diferentes, no espírito dos homens. Na verdade, tal método não tocaria a raiz das dificuldades ; estas só se podem resolver cabalmente mediante a revisão de certas noções básicas. Sendo assim, procuraremos esclarecer as dúvidas, propondo abaixo duas concepções do Cristianismo, das quais uma é autêntica, a outra é errônea e fonte de dificuldades.

As duas concepções se baseiam no fato de que Cristo, como Mestre Divino, apareceu outrora sobre a terra, deixando aos homens o convite para O seguirem numa vida nova. Este fato é geralmente aceito mesmo pelos que afirmam não aceitar a Igreja. Há, porém, duas maneiras de conceber a presença ou a passagem de Cristo sobre a terra...

1. As ondas concêntricas e a presença ontológica

Alguns compararão a vinda do Salvador ao mundo à de um seixo atirado na água. O pedregulho, visível a princípio, se torna invisível, porque se mergulha no seio da água. Contudo; ao desaparecer, ele desencadeia um movimento de ondas concêntricas, que se vão propagando através do espaço e do tempo ; essas ondas vão atingir os mais diversos e remotos objetos, pondo-os em contato com o próprio seixo, pois por elas passa o dinamismo do pedregulho; mediante essas ondas, estabelece-se continuidade entre um acontecimento capital verificado no passado e seres ou acontecimentos existentes no presente; por elas o feito primordial se prolonga.

De modo análogo se há de conceber a vinda do Filho de Deus ao mundo. Subtraiu-nos a sua presença visível, mas prolonga a ação de sua humanidade através dos séculos ; entre a carne de Cristo e a carne de cada cristão contemporâneo há continuidade ininterrupta de vida através de 55 gerações (continuidade que o movimento dos círculos concêntricos ilustra bem). Diz-se, por conseguinte, que Cristo está presente a cada geração de cristãos por uma presença ontológica, isto é, por uma presença objetiva, real, não apenas pela recordação ou pelas idéias que os homens possam ter a respeito d'Ele. Em consequência, a sociedade que se deriva do Cristo, através dos Apóstolos e dos sucessores dos Apóstolos sem ruptura até hoje, não é senão a continuação do Cristo ou o Cristo prolongado; nela, e somente nela, se vai encontrar o Senhor Jesus ontologicamente presente, isto é, presente não só porque é evocado, mas presente porque a sua vida está encerrada nessa sociedade.

Fora desta, não se encontra o Cristo vivo, mas um Cristo que é ideia ou doutrina apenas. É isto o que São Paulo quer dizer quando ensina que a Igreja é o Corpo de Cristo (cf. Col 1,24) ou que Ela é a plenitude do Cristo (cf. Ef 1,22s). É plenitude... não por acrescentar algo aos méritos do Senhor, mas por constituir o ambiente homogêneo em que Este propaga a sua ação através dos séculos.

Tal é a concepção católica da vinda e da presença do Cristo na terra. Em consequência, para o católico a via para encontrar o Cristo é a Igreja ; mais precisamente ainda... é o ambiente criado pelo último círculo concêntrico de vida que, irradiando-se a partir do Cristo, atinge a geração presente. É nesse ambiente que o homem sequioso do Divino Mestre tem que entrar; aí será afetado pela vida do Senhor, lerá e ouvirá a Palavra do Salvador comunicada por órgãos fidedignos (fidedignos, porque por eles é Jesus mesmo quem prolonga seu magistério e seu sacerdócio).

À luz desta concepção, vê-se que não tem cabimento a expressão : «Aceito o Cristo e seus ensinamentos, não, porém, a Igreja». — Como saberia eu quais são os ensinamentos de Cristo senão através desse órgão vivo do Cristo que é a Igreja? A doutrina de Jesus (como, aliás, o próprio Jesus) não é mera palavra encerrada em código, mas é vida, e só se pode apreender numa comunidade viva, na família dos discípulos do Senhor. Ninguém entenderá o Cristo senão dentro da Igreja, porque não há outro meio de contato de Jesus conosco senão o dos círculos concêntricos.

Resumindo, diremos que a concepção católica acima exposta se formula no axioma: «Onde está a Igreja, aí está o Cristo». O que quer dizer: quem procura o Salvador, terá primeiramente que indagar, entre as múltiplas sociedades que hoje em dia professam o Cristo, onde está aquela que ininterruptamente prolonga o Senhor até hoje ; dentro desta, e somente pelo magistério desta, é que encontrará a face autêntica de Jesus.