domingo, 10 de julho de 2016

Santa Verônica Giuliani


Verônica nasceu dia 27 de dezembro de 1660. Era a última de sete irmãs. Foi educada na vida cristã pela mãe. Aos quatro anos Verônica recebeu um estigma nas costas.

Aos dezessete anos, Verônica entrou para o convento das clarissas. Viveu na sua cela, no silêncio e oração. Devota da Paixão de Cristo, tinha experiências místicas de profunda dor e devoção.

Sobre seu estigma ela contou: "Eu vi sair de suas santas chagas cinco raios resplandecentes, e todos vieram perto de mim. Em quatro estavam os pregos, e no outro estava a lança, como de ouro, toda candente e me passou o coração de fora a fora. Quando vi estes estigmas exteriores chorei muito e roguei ao Senhor que se dignasse escondê-los aos olhos de todos".

Estas experiências não foram compreendidas e Verônica foi mantida reclusa no convento. A jovem chegou a ser impedida de ter conversas com as próprias companheiras de claustro. Inspirada pelo Espírito Santo, Verônica escreveu seus sentimentos espirituais, os quais formaram 40 volumes de uma profunda literatura mística.

Verônica passou sua vida em oração e contemplação do mistério do Cristo crucificado. No convento foi cozinheira, dispenseira, arrumadeira, enfermeira, padeira e mestra de noviças. Foi também abadessa. Suas virtudes marcaram sua vida e deram a ela a herança no Reino dos Céus.

Morreu dia 10 de junho de 1727 com 67 anos.


Amada santa Verônica intercedei junto a Deus Pai, em nome de Seu Filho amado, para que a Vida, a Paixão e a Morte do Senhor não nos seja nunca em vão. Que procuremos corresponder com prontidão os Seus chamados à santidade. Levai a Deus nosso pedido de perdão pelos pecados de omissão, indiferença e nos conceda a graça de corresponder, em plenitude, a todos os Seus ensinamentos. Por Cristo Nosso Senhor. Amém.

sábado, 9 de julho de 2016

O Senhor Jesus Cristo é o verdadeiro Salomão




O templo que Salomão edificou para o Senhor era uma imagem e prefiguração da futura Igreja e do Corpo do Senhor. Por isso diz Jesus no Evangelho: Destruí este templo e Eu o reedificarei em três dias. Assim como Salomão edificou o templo de Jerusalém, também edificou para Si um templo o verdadeiro Salomão, Nosso Senhor Jesus Cristo, o verdadeiro pacífico. Recordemos que o nome de Salomão quer dizer «Pacífico». Ora o verdadeiro pacífico é Aquele de quem diz o Apóstolo: Ele é a nossa paz, Aquele que fez dos dois um só povo. Este é o verdadeiro pacificador, que uniu em Si, como pedra angular, os dois muros que vinham de lados opostos, a saber, o povo dos crentes que provinha da circuncisão e o povo dos crentes que provinha da gentilidade incircuncisa. Dos dois povos fez uma só Igreja, tornando-Se para eles a pedra angular; e por isso Ele é o verdadeiro pacificador.

Cristo é o verdadeiro Salomão, e o outro Salomão, filho de David e da mulher Betsabé, rei de Israel, era figura deste Rei pacífico. Por isso deves pensar antes no novo Salomão que edificou a verdadeira casa de Deus, quando diz a Escritura no salmo: Se o Senhor não edificar a casa, em vão trabalham os que a constroem. Portanto é o Senhor que constrói a casa, é o Senhor Jesus Cristo que edifica a sua casa. São muitos os que trabalham na construção; mas se Ele não a edifica, em vão trabalham os que a constroem.

Quem são os que trabalham na construção? São todos os que na Igreja pregam a palavra de Deus, os ministros dos sacramentos de Deus. Todos nos esforçamos, todos trabalhamos, todos construímos agora; outros antes de nós se esforçaram, trabalharam e construíram. Mas se o Senhor não edificar a casa, em vão trabalham os que a constroem. Por isso, ao verem que alguns caíam, os Apóstolos advertiam-nos, e especialmente Paulo que dizia: Vós observais os dias, os anos, os meses e as estações; receio ter trabalhado em vão entre vós. Como sabia que ele mesmo era edificado interiormente pelo Senhor, lamentava aqueles por quem trabalhava inutilmente. Nós, portanto, falamos do exterior, mas é Ele que edifica interiormente. Nós podemos saber o que ouvis, mas só Aquele que vê os nossos pensamentos pode saber o que pensais. Nós trabalhamos como operários; mas é Ele que edifica, adverte, inspira temor, abre a inteligência e conduz à fé os vossos sentimentos.


Dos Comentários de Santo Agostinho, bispo, sobre os salmos
(Ps. 126, 2: CCL 40, 1857-1858) (Sec. V)

A Igreja segue seu único esposo


Desde os primórdios da Igreja, existiram homens e mulheres que pela prática dos conselhos evangélicos se propuseram seguir a Cristo com maior liberdade e imitá-lo mais de perto, levando, cada qual a seu modo, uma vida consagrada a Deus. Muitos dentre eles, movidos pelo Espírito Santo, ou passaram a vida na solidão ou fundaram famílias religiosas, que a Igreja de boa vontade acolheu e aprovou com sua autoridade. Assim surgiu, por desígnio de Deus, uma admirável variedade de comunidades religiosas, que muito contribuiu para que a Igreja não apenas esteja qualificada para toda boa obra (cf. 2Tm 3,17) e preparada para o exercício do seu ministério, para edificar o Corpo de Cristo (cf. Ef 4, 12), mas também, enriquecida com os vários dons de seus filhos, se apresente qual esposa enfeitada para o seu marido (Ap 21,1) e, através dela, se manifeste a multiforme sabedoria de Deus (Ef 3,10).

Em tão grande variedade de dons, todos os que são chamados à prática dos conselhos evangélicos, e os professam com fidelidade, consagram-se de maneira especial ao Senhor, seguindo a Cristo que, sendo virgem e pobre, redimiu e santificou os homens pela obediência até a morte de cruz(cf. Fl 2,8). Movidos assim pela caridade que o Espírito Santo derramou em seus corações, vivem cada vez mais para Cristo e para o seu corpo, isto é, a Igreja (Cl 1,24). Por conseguinte, quanto mais fervorosamente se unem a Cristo, por essa doação de si mesmos que abrange a vida toda, tanto mais se enriquece a vida da Igreja e mais vigorosamente fecundo se torna seu apostolado.

Os membros de cada instituto recordem antes de mais nada que, pela profissão dos conselhos evangélicos, responderam a um chamado divino, de forma que não apenas morrendo para o pecado, mas também renunciando ao mundo, vivam exclusivamente para Deus. Colocaram toda a sua vida ao serviço de Deus, o que constitui uma consagração especial, que está intimamente radicada na consagração do batismo e a exprime mais plenamente.

Os que professamos conselhos evangélicos, acima de tudo, busquem e amem a Deus, que primeiro nos amou; e procurem em todas as circunstâncias cultivar a vida escondida com Cristo em Deus, da qual deriva e recebe estímulo o amor do próximo para a salvação do mundo e a edificação da Igreja. É também esta caridade que anima e dirige a própria prática dos conselhos evangélicos.

A caridade que os religiosos professam por causa do Reino dos Céus (Mt 19,12) deve ser considerada como um precioso dom da graça. Liberta de modo singular o coração do homem para que se inflame mais na caridade para com Deus e para com todos os homens; por isso ela é um sinal peculiar dos bens celestes e um meio eficacíssimo para levar os religiosos a se dedicarem generosamente ao serviço de Deus e às obras de apostolado. Assim, eles dão testemunho, perante todos os fiéis cristãos, daquela admirável união estabelecida por Deus e que há de manifestar-se plenamente na vida futura, pela qual a Igreja tem a Cristo como seu único Esposo.


Do Decreto Perfectae caritatissobre a renovação da vida religiosa, do Concílio Vaticano II (N.1.5.6.12)                 (Séc.XX)

O homem, o sacerdócio e o matrimônio.

 
As noivas se vestem de branco, como a Igreja.
As noivas se vestem de renda, como a Igreja.
As noivas se enfeitam, como a Igreja.
As noivas ficam lindas no dia de seu casamento e arrancam suspiros de seu noivo, como a Igreja.

O noivo é um homem sortudo. Tem diante de si a mais linda das mulheres da face da terra. A mais amada. A mais desejada. Ao olhá-la avançar pelo corredor da Igreja um pensamento lhe passa de relance: "és minha, toda minha, a minha amada". Chesterton dissera: "Ser fiel a uma única mulher é um preço pequeno demais se comparado a grandiosidade de ter uma mulher''. Certamente é o que se passa na cabeça daquele noivo ao pé do altar esperando ansiosamente sua noiva que, em breve, se tornará sua mulher. Ao final da cerimônia, um beijo sela a união para sempre. Ao início da ação litúrgica um beijo marca também o indelével sinal, o indelével vínculo esponsal do sacerdote com o seu Senhor.

Assim como os noivos caminham para o altar para celebrar a sua união em Deus, também o sacerdote se dirige para o altar para consumar-se. Um só é o homem que se dá, que se entrega, que se doa inteiro. No matrimônio e no sacerdócio o homem há que ser viril e ter coração indiviso. Não haverá de amar mais nada e ninguém mais que sua esposa ou que a Igreja. O homem que se dá inteiro no sacerdócio e no matrimônio há que ser fiel, protetor da casa e da família, das ovelhas e do rebanho do Senhor. Haverá que amar o seu Senhor e Deus com todo o seu coração, com toda a sua alma, com todo o seu entendimento. À diferença do homem casado, o sacerdote amará assim a Deus e o casado amará assim sua esposa e sua família.

Santa Madre Paulina do Coração Agonizante de Jesus


Amábile Lúcia nasceu no dia 16 de dezembro de 1865, na província de Trento, no norte da Itália. Ainda criança mudou-se para o Brasil com a família, indo residir na cidade de Nova Trento, Santa Catarina.

Assim que recebeu a primeira comunhão, a menina passou a dedicar-se de à caridade, consolando e ajudando os necessitados, os idosos, os abandonados, os doentes e as crianças.

Com a permissão de seu pai, Amábile construiu um pequeno casebre, próximo à capela, para aí rezar, cuidar dos doentes, instruir as crianças. A primeira paciente chegou dia 12 de julho de 1890, data considerada como o dia da fundação da Congregação das Irmãzinhas da Imaculada Conceição, a primeira congregação religiosa feminina fundada em solo brasileiro. Amábile recebeu o nome de Irmã Paulina do Coração Agonizante de Jesus e foi nomeada Superiora, passando a ser chamada de Madre Paulina.

A santidade e a vida apostólica de Madre Paulina e de suas Irmãzinhas atraíram muitas vocações, apesar da pobreza e das dificuldades em que viviam. Além do cuidado dos doentes, das crianças órfãs, dos trabalhos da paróquia, trabalhavam também numa pequena indústria da seda para prover o sustento.

Em 1903 Madre Paulina transferiu-se para São Paulo, fixando-se no Bairro do Ipiranga e iniciou a obra da "Sagrada Família" para abrigar os ex-escravos e seus filhos depois da abolição da escravidão.

Em 1938, acometida pelo diabetes, iniciava um período de grande sofrimento. Precisou amputar o braço direito e progressivamente ficou cega. Madre Paulina morreu serenamente no dia 09 de julho de 1942, na Casa Geral de sua Congregação, em São Paulo.

Ela foi beatificada pelo Papa João Paulo II em 1991. O mesmo pontífice a canonizou em 2002. Madre Paulina do Coração Agonizante de Jesus se tornou a primeira Santa do Brasil. 


Ó Santa Paulina, que pusestes toda a confiança no Pai e em Jesus e que, inspirada por Maria, decidiste ajudar o povo sofrido, nós te confiamos a Igreja que tanto amas, nossas vidas, nossas famílias, a Vida Consagrada e todo o povo de Deus. Santa Paulina, intercede por nós, junto a Jesus, a fim de que tenhamos a coragem de lutar sempre, na conquista de um mundo mais humano, justo e fraterno. Amém.