quinta-feira, 14 de julho de 2016

A Celebração da Missa


Foram muitos envios de mensagens e muitas perguntas que inundaram as redes sociais na semana que passou sobre a maneira como presidir a Missa Latina. No centro das discussões estava uma conferência pronunciada pelo Cardeal da Congregação para o Culto Divino sobre o voltar-se para o “Oriente” a partir do próximo Advento, esperando o Senhor que virá. Creio que tudo já foi esclarecido com a declaração da Sala de Imprensa da Santa Sé. 

Recentemente, uma declaração do Cardeal Robert Sarah, Prefeito da Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos, não foi bem interpretada, por isso, o Pe. Federico Lombardi, SJ, porta-voz oficial da Santa Sé prestou alguns esclarecimentos oportunos. Trata-se da Missa ad Orientem (olhando para o Oriente, de costas para a assembleia) que poderia – a título de sugestão – ser celebrada a partir do próximo Advento.

À luz dos dados de que dispomos, abordaremos o assunto neste artigo a fim de ajudar a dissipar as dúvidas que possam, eventualmente, ter permanecido nos fiéis, clérigos ou leigos, de modo especial, visando a nossa Arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro.

Trata-se do seguinte: no dia 7 de julho, na Conferência inaugural de Sagrada Liturgia UK 206, em Londres, o Cardeal Sarah disse que “é muito importante que voltemos o mais rápido possível a uma mesma direção, dos sacerdotes e de todos os fiéis na mesma direção: para o oriente ou pelo menos para o tabernáculo”, como prevê a forma extraordinária da Missa, nunca abolida, mas autorizada mais amplamente pelo Papa Bento XVI por meio do Motu Proprio Sumorum Pontificum, de 2007.

No entanto, a colocação do Cardeal não é uma norma, mas, sim, sugestão que, se aceita, deve ser implantada a partir do Primeiro Domingo do Advento (27 de novembro), de forma muito prudente, pastoralmente útil, sem se esquecer da catequese antecedente. Diz ele: “Assim, queridos sacerdotes, peço-lhes para que implementem essa prática sempre que possível, com prudência e com a catequese necessária, certamente, mas também com a confiança pastoral de que isso é algo bom para a Igreja, algo bom para o nosso povo”. 

A ideia do Cardeal é melhor integrar, a pedido do Papa Francisco, as duas formas do mesmo rito romano: a ordinária e a extraordinária. Daí o tempo do Advento ser propício a isso, pois nos leva a olharmos todos na mesma direção, olhando para o Senhor que vem, ou para a sua Cruz, centro de nossa salvação, que está no Oriente. E acrescenta: “Como Prefeito da Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos, desejo recordar que a celebração Ad Orientem está autorizada pelas rubricas, que especificam os tempos em que o celebrante deve se virar para o povo. Portanto, não é necessário ter uma permissão especial para celebrar olhando para o Senhor”. Tal forma de celebrar evitaria também que algumas Missas se tornem espetáculos, que, em vez de louvar a Deus, se pratica um culto humano no qual o Senhor quase nem é lembrado. Ora, isso faz com que as pessoas sedentas de Deus se afastem da Igreja.

Missa: "O que mais importa é a posição do nosso coração", diz padre.


Sobre a polêmica de Card. Sarah e o "ad orientem" não quis falar nada porque já imaginava que seria este o desfecho.

Porém, cabe uma precisação importante, sobretudo depois da chuva de estupidezes que se disseram esses dias.

Uma coisa é a "posição do altar" e outra a "posição interior do celebrante". Esta última sempre é "versus Dei", como esclareceu uma resposta autêntica da Congregação para o Culto Divino do ano 2000 (Cf. prot. 2036/00/L), pois o padre reza a Deus, não ao povo, mas pelo povo e com o povo.

Quanto à "posição do altar", a Igreja SEMPRE teve as duas posições coexistindo em harmonia: "coram Deo" (de frente para Deus) ou "coram populo" (de frente para o povo). Nas Igrejas de estilo basilical, por exemplo, construía-se sempre o altar voltado para o povo, mas sempre "ad orientem"… Pois o ponto de referência sempre foi Deus, e NUNCA houve um conflito entre os dois estilos.

Contudo, nas últimas décadas, o problema se tornou praticamente ideológico, e criou-se uma dialética artificial entre as duas posições, sendo que ambas, como esclarece a mesma resposta da Congregação para o Culto Divino, permanecem plenamente válidas, e isso para as duas formas do rito romano.

Na referida resposta autêntica, a Igreja já esclareceu que a norma litúrgica se refere a que se "possa" celebrar facilmente "coram populo", mas não que isso se "deva" em todos os casos. Cabe aqui o discernimento pastoral na comunhão da Igreja.

Todavia, sejamos francos. Como a hipocrisia é grande em nossos dias!!! Há tempos se mandou alterar a fórmula da consagração para "pro multis", e ninguém fez nada, embora houvesse um prazo de dois anos, já esgotado há tempos. O próprio papa Francisco mandou que se moderasse mais o "abraço da paz", e praticamente ninguém viu nada se fazendo a respeito. Agora, o Card. Sarah fez uma intervenção, sem praticamente novidade alguma em termos legislativos, e cria-se uma celeuma dos diabos.

Se as sugestões fossem para dançar o maculelê na liturgia, mesmo que isso não fosse oficial, haveria não apenas acatamento imediato, mas se obrigariam todos os que não quisessem a fazê-lo sob pena de qualquer coisa… A liturgia, no final das contas, se tornou um festival de gostos, e o problema que o Card. Sarah aponta continua candente: não se trata da posição do altar, mas da nossa posição interior. A quem estamos buscando? A nós mesmos, nossa popularidade? Ou a Deus?

Catequese dos ritos após o Batismo




Ao sair da fonte batismal, aproximaste-te do sacerdote. Repara no que se seguiu. Porventura não foi aquilo que disse David: Como o óleo precioso derramado sobre a cabeça, a escorrer pela barba de Aarão? Este é o óleo precioso de que falou também Salomão: O teu nome é um perfume de suave fragrância; por isso te amam as donzelas. Quantas almas hoje renovadas, Senhor Jesus, Vos dizem cheias de amor: Levai-nos convosco; correremos seguindo o perfume dos vossos vestidos, atraídas pela fragrância da ressurreição.

Procura compreender o sentido deste rito: Os olhos do sábio estão na sua cabeça. O óleo precioso escorre pela barba, como sinal da juventude, escorre pela barba de Aarão, a fim de te tornares um povo eleito, sacerdotal, precioso. Todos somos ungidos com a graça do Espírito para o reino e o sacerdócio de Deus.

A seguir recebeste a veste branca como sinal de que te havias despojado do pecado e que tinhas sido revestido com o puro manto da inocência, como dizia o Profeta: Aspergi-me com o hissope e serei purificado; lavai-me e ficarei mais branco do que a neve. Na verdade, segundo a Lei e segundo o Evangelho, aquele que é baptizado fica purificado: segundo a Lei, porque Moisés aspergia o sangue do cordeiro com um ramo de hissope; segundo o Evangelho, porque as vestes de Cristo eram brancas como a neve quando manifestou a glória da sua ressurreição. Fica mais branco do que a neveaquele a quem é perdoada a culpa. Por isso também o Senhor diz por meio de Isaías: Ainda que os vossos pecados sejam como o escarlate, tornar-se-ão brancos como a neve.

Depois de receber esta veste pelo Baptismo da regeneração, diz a Igreja no Cântico dos Cânticos: Sou morena mas formosa, filhas de Jerusalém. Morena pela fragilidade da condição humana, formosa pela graça; morena porque formada de pecadores, formosa pelo sacramento da fé. Contemplando esta veste, as filhas de Jerusalém dizem maravilhadas: Quem é esta que sobe vestida de branco? Se era morena, donde lhe veio esta inesperada brancura?

Cristo, ao contemplar a sua Igreja vestida de branco – Ele que por seu amor, como se lê no livro do profeta Zacarias, tinha tomado vestes manchadas– e ao contemplar a alma purificada e lavada pelo baptismo da regeneração, diz: Como és formosa, minha amada, como és formosa! Os teus olhos são como pombas, em cuja figura o Espírito Santo desceu do Céu.

Por isso recorda que recebeste o sinal do Espírito, o Espírito de sabedoria e de inteligência, o Espírito de conselho e de fortaleza, o Espírito de ciência e de piedade, o Espírito do santo temor; e guarda bem o que recebeste. Deus Pai assinalou-te, Cristo Senhor confirmou-te e, como aprendeste na leitura do Apóstolo, colocou em teu coração o penhor do Espírito.



Do Tratado de Santo Ambrósio, bispo, «Sobre os Mistérios»
(Nn. 29-30, 34-35.37.42: SC 25 bis, 172-178) (Sec. IV)   

A alma da Igreja


Deus, ao criar Adão, o primeiro homem, após formar o seu corpo do pó do solo, soprou sobre ele um “sopro de vida”, surgindo assim o ser humano completo, corpo e alma (Gn 2, 7).

Assim Jesus, durante sua vida pública, formou o corpo da Igreja: convocou os Apóstolos, a quem deu a sua autoridade, escolheu Pedro para o chefe, a “pedra”, e deu-lhes o poder de transmitir a graça e os seus ensinamentos. Estava formada a hierarquia, a Igreja docente, que, junto com os outros discípulos, a Igreja discente, formava o corpo da Igreja. Faltava agora a alma, o sopro da vida. Sopro em latim é “spiritus”. Sopro divino, a alma da Igreja, é o Espírito Santo, que Jesus enviou sobre os Apóstolos, sobre a sua nascente Igreja. Agora a obra está completa. A festa de Pentecostes, na qual celebramos a vinda do Espírito Santo sobre a Igreja, na pessoa dos Apóstolos reunidos com Nossa Senhora (Atos 1, 13-14), é a inauguração oficial da Igreja de Cristo, seu Corpo Místico vivo,  pela ação do Espírito Santo.

Foi o Espírito Santo que completou a obra de Cristo, santificando os Apóstolos, transformando-os de fracos em fortes, de medrosos em corajosos, de ignorantes em sábios, para assim pregarem o Evangelho de Jesus a todos os povos, enfrentando a sabedoria pagã, as perseguições e até a morte, pela causa de Cristo. E até hoje, é o Espírito Santo que dá força aos mártires, testemunhas do Evangelho até o derramamento do sangue, o vigor aos missionários e pregadores, a ciência aos doutores, a pureza às virgens, a perseverança aos justos e a conversão aos pecadores. É o Espírito Santo que garante a indefectibilidade e a infalibilidade à Igreja, até ao fim do mundo. Nenhuma sociedade humana sobreviveria a tantas perseguições, tantas heresias e cismas, tantos inimigos externos e internos, tanta gente ruim no seu seio (nós, por exemplo!), leigos, padres, Bispos e Papas ruins, tantos escândalos da parte dos seus membros, tantas dificuldades, se não fosse a ação do Espírito Santo que a mantém incólume no meio de todas essas tempestades, até a consumação dos séculos. 

São Camilo de Léllis


Camilo nasceu de pais já idosos, no dia 25 de maio de 1550, no sul da Itália. Camilo não gostava de estudar e era rebelde. O pai de Camilo, apesar de seus problemas com jogo de cartas, preocupou-se em educar o filho e o colocou na escola militar. O jovem, devido à sua grande estatura e físico atlético era requisitado para os trabalhos braçais e nunca passou de soldado, por falta de instrução.

Aos dezenove anos pensou em entrar para a vida religiosa, mas um tumor no pé impediu sua admissão. Ele então foi enviado para o hospital de São Tiago, em Roma. Sem dinheiro para o tratamento, conseguiu ser internado em troca do trabalho como servente. Com vinte e cinco anos de idade pediu novamente para ingressar na ordem dos franciscanos, mas novamente não foi aceito.

Camilo, já tocado pela Graça, passa a cuidar de doentes como voluntário. Preferia assistir aos doentes mais repugnantes e terminais, abandonados à própria sorte. Neles, Camilo viu o próprio Cristo e por eles passou a viver.

Em 1584 constituiu uma irmandade de voluntários para cuidar dos doentes pobres e miseráveis, depois intitulada Congregação dos Ministros Camilianos. Com a ajuda de Filipe Néri estudou e vestiu o hábito negro com a cruz vermelha de sua própria Ordem.

Mesmo sofrendo terríveis dores nos pés, Camilo ia visitar a casa dos doentes e, quando necessário, chegava a carregá-los nas costas para o hospital. Nesta hora agradecia à Deus a estatura física que lhe dera. Recebeu o dom da cura pelas palavras e orações, e os fiéis ricos e pobres, procuravam sua ajuda.

Era um homem muito querido em toda a Itália, quando morreu em 14 de julho de 1614. Foi canonizado em 1746. São Camilo de Lellis, em 1886 foi declarado padroeiro dos enfermos, dos doentes e dos hospitais.


Ó São Camilo, que imitando Jesus Cristo, destes a vida pelos vossos semelhantes, dedicando-vos aos enfermos, socorrei-me na minha doença, aliviai minhas dores, fortalecei meu ânimo, ajudai-me a aceitar os sofrimentos, para purificar-me dos meus pecados. Por nosso Senhor Jesus Cristo.

quarta-feira, 13 de julho de 2016

Equador: Ladrões roubam e profanam Eucaristia em Santuário Mariano



Na segunda-feira, 11 de julho, desconhecidos ingressaram no Santuário Mariano de Cajas em Cuenca, Equador, onde forçaram o sacrário e roubaram dois cálices sagrados que continham a Eucaristia, além de outros objetos litúrgicos.

O roubo, informado em um comunicado assinado pelo Pe. Rigoberto Jara, Secretário-Chanceler da Arquidiocese de Cuenca, gerou a consternação dos fiéis equatorianos.

O comunicado de 12 de julho precisa que os ladrões levaram, além dos dois cálices sagrados, vários rosários, o sino grande que estava sobre a capela e o aparelho de som.

O jornal equatoriano ‘El Tiempo’ publicou os comentários de alguns frequentadores do santuário ao ver o episódio. “Foi doloroso ver as hóstias esparramadas no piso e que os símbolos religiosos tinham desaparecido”, disseram os presentes.

As testemunhas explicaram que não se pode quantificar o valor dos objetos roubados porque, além do custo monetário, os mesmos representam a fé de um povo “que não é quantificável”.

Os fatos estão sendo investigados por agentes da Polícia Judicial.

A nova forma de perseguição contra cristãos no Paquistão




A agência vaticana Fides denunciou que a chamada “blasfêmia digital” está ganhando cada vez mais espaço no Paquistão. Em que consiste? Os cidadãos muçulmanos denunciam os cristãos por supostas mensagens blasfemas contra o Corão, o Islã ou Maomé em redes sociais ou na internet. Fazem isso com ou sem provas e sob a proteção da lei da blasfêmia.

“Acontece sempre assim: um cristão é acusado, a acusação deve ser demonstrada, entretanto, toda a comunidade corre o risco de uma punição coletiva”, disse à agência vaticana Fides o Pe. Emmanuel Parvez, da diocese de Faisalabad, em Punjab, onde ele luta para evitar tais incidentes.

“Convocamos os líderes religiosos e os imames da região e trocamos opiniões a respeito”, afirma o sacerdote.

“Reiteramos o nosso respeito pelo Islã e por todas as religiões e fizemos um pedido: quando houver um incidente de presumível blasfêmia, vamos enfrentar juntos a questão, para evitar violências de massa”, explica.

Um desses casos foi o do cristão James Nadeem, que foi preso por enviar uma suposta mensagem blasfema por WhatsApp.

Nadeem vive no distrito de Gujrat, na região de Punjab. Seu amigo Yasir Bashir o denunciou por supostamente ter enviado uma poesia ofensiva contra figuras sagradas islâmicas.

A queixa foi apresentada à polícia e Nadeem e seus familiares foram presos, informa Fides. A polícia também enviou agentes ao bairro cristão da cidade de Sara-i-Alamgir, onde o episódio ocorreu, para prevenir incidentes ou ataques de massa.

No passado, episódios como este desencadearam a violência contra as comunidades cristãs. No bairro vivem 30 famílias cristãs que ainda estão assustadas.

A água não purifica sem o Espírito Santo




Já antes te foi dito que não devias acreditar apenas no que vês, para que não digas: «É este o grande mistério que nem os olhos viram, nem os ouvidos ouviram, nem jamais passou pelo pensamento do homem? Eu vejo as águas que via todos os dias. Vão purificar-me estas águas a que tantas vezes desci sem nunca ter sido purificado?». Deves reconhecer que a água não purifica sem o Espírito.

Por isso leste que no Baptismo as três testemunhas são uma só: a água, o sangue e o Espírito; porque, se prescindes de uma delas, já não há sacramento do Baptismo. Que é a água sem a cruz de Cristo? É um elemento comum, sem nenhuma eficácia sacramental. Mas também é verdade que sem a água não há mistério da regeneração: Quem não renascer da água e do Espírito não entrará no reino de Deus.

Também o catecúmeno acredita na cruz do Senhor Jesus, com a qual é assinalado; mas se não for batizado em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo, não pode receber o perdão dos pecados nem obter o dom da graça espiritual.

Por isso o sírio Naaman mergulhou sete vezes, segundo a Lei; tu, porém, foste batizado em nome da Trindade. Recorda o que fizeste: proclamaste a tua fé no Pai, no Filho e no Espírito Santo. Agora tira as consequências desta profissão de fé: morreste para o mundo, ressuscitaste para Deus e, de certo modo sepultado naquele elemento do mundo, morto para o pecado, ressuscitaste para a vida eterna. Acredita, por conseguinte, na eficácia destas águas.

Também o paralítico da piscina de Betsaida esperava um homem. Quem é esse homem senão o Senhor Jesus, nascido da Virgem, em cuja vinda já não era a sombra que havia de curar algumas pessoas, mas a verdade que havia de curar todos os homens? Era Ele que os homens esperavam que descesse; d’Ele falou Deus Pai a João Baptista: Aquele sobre quem vires o Espírito descer do céu e permanecer sobre Ele, Esse é o que baptiza no Espírito Santo. D’Ele deu testemunho João ao dizer: Eu vi o Espírito descer do céu como uma pomba e permanecer sobre Ele. E agora pergunto: Por que razão desceu o Espírito sob forma de pomba, senão para que saibas ver naquela pomba que o justo Noé lançou da arca a imagem desta pomba, e assim reconheças a figura do sacramento?

Terás ainda razão para duvidar? Recorda como no Evangelho o Pai proclama tão claramente: Este é o meu Filho em quem pus toda a minha complacência; como proclama o Filho sobre quem o Espírito Santo desceu em forma de pomba; como proclama o Espírito Santo, que desceu em forma de pomba; como proclama David: A voz do Senhor ressoa sobre as águas, a majestade de Deus faz ouvir o seu trovão, o Senhor está sobre a vastidão das águas; como a Escritura dá testemunho de que, a pedido de Jerubaal, desceu o fogo do céu, e noutra ocasião, a pedido de Elias, o fogo vindo do céu consagrou o sacrifício.

Não consideres nos sacerdotes os méritos pessoais, mas as funções do seu ministério. E se olhas aos méritos, assim como tens consideração por Elias, atende também aos méritos de Pedro e de Paulo, que nos transmitiram este mistério que receberam do Senhor Jesus. Para que eles acreditassem, foi-lhes enviado um fogo visível; em nós que acreditamos actua um fogo invisível; para eles era uma figura, para nós é uma exortação. Creio, portanto, que o Senhor Jesus está presente, quando é invocado pelas preces dos sacerdotes, porque disse: Onde estiverem dois ou três, aí estou Eu também. Com muito mais razão, onde está a Igreja, onde se realizam os sagrados mistérios, aí Se digna manifestar a sua presença.

Desceste à fonte baptismal. Recorda o que respondeste: que acreditavas no Pai, no Filho e no Espírito Santo. Não disseste: Acredito no maior, no menor e no último, mas com a garantia da tua palavra te obrigaste a acreditar no Filho como acreditas no Pai, a acreditar no Espírito Santo como acreditas no Filho, com uma só exceção: a cruz em que acreditas é só do Senhor Jesus.



Do Tratado de Santo Ambrósio, bispo, «Sobre os Mistérios»
(Nn. 19-21.24.26-28: SC 25 bis, 164-170) (Sec. IV)