domingo, 9 de outubro de 2016

Por que a Igreja cobra espórtulas e taxas? Comércio?


- "Jesus disse: 'Rebestes gratuitamente; dai gratuitamente’ (Mateus 10,8). Ora, a praxe das espórtulas parece contradizer a este preceito do Mestre".

A atual praxe das espórtulas tem seus precedentes, que não poderíamos deixar de levar em conta.

1. A Religião, desde que se afirmou em suas formas principais na Antiguidade, professou, como norma, que os fiéis devem contribuir materialmente para a celebração do culto sagrado; sabe-se, por exemplo, que no Egito, em virtude das doações feitas pelos faraós e os ricos, os templos dos deuses eram possuidores de uma terça parte dos bens do país; em Roma, Cícero (De natura deorum 1,3 parte final) se referia a semelhante costume de beneficiar o culto divino. Entre os romanos, aliás, estava em vigor o princípio seguinte, enunciado pelo Direito público: os serviços prestados pelas profissões liberais (medicina, advocacia, magistério etc.) não podiam ser objeto de salário propriamente dito; mas quem os recebia era convidado a reconhecer o beneficio ou múnus, remunerando o benfeitor (o médico, o advogado, o mestre etc.); a remuneração era feita pela entrega de um "honos" ou "honorarium" (testemunho da honra devida ou de reverência); este a princípio era espontâneo, depois tornou-se obrigatório (dever de justiça). Ora, o culto religioso era pelos romanos aproximado das artes liberais; merece atenção, por exemplo, o fato de que Ulpiano (+228 d.C.) enumerava as artes liberais entre as coisas sagradas ("res religiosase"; cf. Dig. 1,4, tit. 14, lex 1,4,5).

2. No povo de Israel, a Revelação sancionou a praxe vigente entre as nações orientais; introduziu-se a lei do dízimo obrigatório em favor do culto e dos indigentes (cf. Levítico 27,30-33; Números 18,21-32; Deuteronômio 14,22-29); o costume estava em vigor ainda nos tempos de Jesus (cf. Mateus 23,2-3).

No Novo Testamento, Cristo corroborou o dever que incumbe aos fiéis do sustentar o serviço religioso; lembrava, por exemplo, que «o operário merece o seu salário»; por isto, os pregadores do Evangelho poderiam entrar nas casas dos fiéis e comer o que lhes fosse oferecido (cf. Lucas 10,7; Mateus 10,10). São Paulo repetiu o mesmo principio em 1Coríntios 9,13. Nos Atos dos Apóstolos lê-se que os primeiros cristãos punham espontaneamente os seus haveres à disposição dos irmãos, possuindo tudo em comum (cf. Atos 4,32).

Estes precedentes da religião natural e da Revelação sobrenatural mostram suficientemente que o costume de se sustentar o serviço religioso mediante contribuições dos fiéis é plenamente legitimo; dir-se-ia mesmo: obrigatório.

São Dionísio (São Denis)


São Dionísio (São Denis) foi durante muito tempo venerado como único padroeiro de França, até surgir Santa Joana D'Arc para dividir com ele a grande devoção cristã do povo deste país. 

Gregório de Tours afirma que Denis era bispo da Paris e foi martirizado por ser decapitado por uma espada.

O mais antigo documento dando conta da sua vida e do martírio, o "Passio SS. Dionysii Rustici et Eleutherii" data de c. 600, é erroneamente atribuído ao poeta Venâncio Fortunato, e é lendário.

No entanto, parece que de acordo com a "Passio" Denis foi enviado da Itália para converter Gália, no século III, forjando uma ligação com os "apóstolos para os gauleses" a fama de ter sido enviado, sob a direção do Papa Fabiano.  Formou então a primeira comunidade católica no território da atual França. 

Denis, tendo alarmado os sacerdotes pagãos por suas muitas conversões, teria sofrido o martírio, sendo decapitado no local hoje conhecido como "Colina do Mártir", onde hoje em dia temos uma grande abadia. Isso foi depois que as perseguições sob o imperador Décio dissolveu a pequena comunidade cristã em Lutetia.

Dos muitos relatos de martírio, isto é anotado em detalhe no Golden Legend e na vida de Butler dos Santos, diz a tradição que o mártir carregou a própria cabeça decepada até o local onde deveria ser enterrado, pregando um sermão durante todo o caminho. 

O local onde ele parou de pregar e de fato morreu foi marcado por um pequeno santuário onde se desenvolveu a Basílica de Saint Denis , que se tornou o local de sepultamento para os reis da França. 

Outras narrativas contam que seu corpo foi jogado no rio Sena, mas se recuperou e foi enterrado naquela noite pelos seus convertidos no local da Basílica.

Os corpos dos Santos Denis, Eleutério e Rústico foram enterrados no local de seu martírio, onde a construção da basílica de mesmo nome do santo foi iniciada por Santa Genoveva, assistida pelo povo de Paris. 

Durante muito tempo houve alguma confusão sobre a figura de Dionísio, pois temos outros dois santos com este nome. Não bastante toda esta confusão, São Dionísio segue sendo aclamado pela mais antiga tradição cristã francesa. 


Deus, cuja presença santifica todas as coisas, dai-nos pela intercessão de são Dioníso, conhecer vossos caminhos e trilhá-los com alegria e dedicação. Fortalecei nossa fé e a todos nós concedei-nos as felizes promessas de vossas promessas. Por Cristo nosso Senhor. Amém. 

sábado, 8 de outubro de 2016

Maria e a oração do Rosário são «expressão da riqueza da misericórdia divina», diz Papa


JUBILEU EXTRAORDINÁRIO DA MISERICÓRDIA
VIGÍLIA MARIANA

MEDITAÇÃO DO PAPA FRANCISCO
Praça São Pedro
Sábado, 8 de outubro de 2016

Amados irmãos e irmãs!

Nesta vigília, repassamos os momentos fundamentais da vida de Jesus, em companhia de Maria. Com a mente e o coração, estivemos nos dias do cumprimento da missão de Cristo no mundo. A Ressurreição como sinal do extremo amor do Pai, que de novo traz tudo à vida, e como antecipação da nossa condição futura. A Ascensão como partilha da glória do Pai, onde a nossa própria humanidade encontra um lugar privilegiado. O Pentecostes, expressão da missão da Igreja na história até ao fim dos tempos, sob a guia do Espírito Santo. Além disso, nos dois últimos mistérios, contemplamos a Virgem Maria na glória do Céu – Ela que, desde os primeiros séculos, foi invocada como Mãe da Misericórdia.

Sob muitos aspetos, a oração do Rosário é a síntese da história da misericórdia de Deus que se transforma em história de salvação para aqueles que se deixam plasmar pela graça. Os mistérios que nos são propostos são gestos concretos, em que se desenvolve a ação de Deus em nosso favor. Através da oração e meditação da vida de Jesus Cristo, revemos o seu rosto misericordioso que vai ao encontro de todos nas várias necessidades da sua vida. Maria acompanha-nos neste caminho, apontando para o Filho que irradia a própria misericórdia do Pai. Ela é verdadeiramente a Odigitria, a Mãe que indica o percurso que somos chamados a fazer para sermos verdadeiros discípulos de Jesus. Em cada mistério do Rosário, sentimo-La perto de nós e contemplamo-La como primeira discípula de seu Filho que põe em prática a vontade do Pai (cf. Lc 8, 19-21).

A oração do Rosário não nos afasta dos cuidados da vida; pelo contrário, insta a encarnar-nos na história de todos os dias para sabermos individuar os sinais da presença de Cristo entre nós. Sempre que contemplamos um momento, um mistério da vida de Cristo, somos convidados a individuar o modo como Deus entra na nossa vida, para depois O acolhermos e seguirmos. Assim descobrimos o caminho que nos leva a seguir Cristo no serviço dos irmãos. Acolhendo e assimilando dentro de nós alguns acontecimentos salientes da vida de Jesus, participamos na sua obra de evangelização, para que o Reino de Deus cresça e se propague no mundo. Somos discípulos, mas também missionários e portadores de Cristo, nos lugares onde Ele nos pede para estar presente. Não podemos, portanto, encerrar o dom de sua presença dentro de nós. Pelo contrário, somos chamados a comunicar a todos o seu amor, a sua ternura, a sua bondade, a sua misericórdia. É a alegria da partilha que não se detém perante coisa alguma, porque leva um anúncio de libertação e salvação. 

A responsabilidade do nosso ministério


Ouçamos o que diz o Senhor ao enviar os pregadores do Evangelho: A messe é grande, mas os trabalhadores são poucos. Rogai ao Senhor da messe que envie trabalhadores para a sua messe. Os trabalhadores são poucos para messe tão grande; não podemos falar nesta escassez de operários do Evangelho sem deixar de sentir uma profunda tristeza, pois embora haja quem esteja disposto a escutar a Boa Nova, faltam os pregadores. O mundo está cheio de sacerdotes, mas são raros os que encontramos a trabalhar na messe de Deus. Recebemos o ministério sacerdotal, mas não cumprimos as exigências desse ministério.

Refleti, irmãos caríssimos, reflecti no que dizemos: Rogai ao Senhor da messe que envie trabalhadores para a sua messe. Rogai também por nós, para que sejamos capazes de trabalhar por vós como convém, para que a nossa língua não deixe de exortar-vos, de modo que, tendo recebido o ministério da pregação, não sejamos um dia acusados diante do justo Juiz pelo nosso silêncio. Muitas vezes é a própria maldade dos pregadores que lhes impede de fazer ouvir a sua voz; outras vezes é por culpa dos súbditos que a palavra dos que presidem às nossas comunidades não chega aos ouvidos do povo.

Efectivamente, a língua dos pregadores pode ver-se paralisada pela sua própria maldade, como afirma o salmista: Ao ímpio Deus declara: como falas tanto na minha lei? Por sua vez, a maldade dos súbditos pode fechar a boca dos pregadores, como diz o Senhor ao profeta Ezequiel: Pegarei a tua língua ao céu da boca e ficarás mudo; e não os poderás repreender, porque são um povo de rebeldes. É como se dissesse abertamente: «Vou tirar-te da boca as palavras da pregação, porque esse povo continua a irritar-Me com seus actos e não é digno de ser exortado à verdade». Não é fácil saber por culpa de quem é retirada a palavra ao pregador; mas o que facilmente se vê é que o silêncio do pastor é sempre prejudicial para o povo e, algumas vezes, para o próprio pregador.

Há outra coisa, caríssimos irmãos, que me aflige profundamente na vida dos sacerdotes; mas para que a ninguém pareça injurioso o que vou dizer, acuso-me também a mim mesmo, apesar de me encontrar neste lugar, não por minha vontade, mas obrigado por este tempo calamitoso em que vivemos. 

Somos arrastados muitas vezes para assuntos profanos, o que não corresponde às exigências da missão sacerdotal. Abandonamos o ministério da pregação e, para nossa vergonha, continuamos a chamar-nos bispos, tendo de bispos o título honorífico mas não a virtude. Abandonam a Deus os que nos foram confiados e calamo-nos. Vivem imersos no pecado e não estendemos a mão para os corrigir e salvar. 

Mas como podemos nós corrigir a vida dos outros, se descuidamos a nossa? Envolvidos nos cuidados mundanos, vamo-nos tornando tanto mais insensíveis às realidades interiores do espírito, quanto mais nos dedicamos às coisas exteriores do mundo. 

Com razão diz a santa Igreja a propósito dos seus membros enfermos: Puseram-me a guardar as vinhas e não fui capaz de guardar a minha própria vinha. Escolhidos como guardas das vinhas, não guardamos sequer a nossa vinha, porque, en- tregando-nos a actividades estranhas, descuidamos os deveres do nosso ministério.


Das Homilias de São Gregório Magno, papa, sobre os Evangelhos 
(Hom. 17.3, 14: PL 76, 1139-1140.1146) (Sec. VI)

A verdade científica sobre os efeitos da televisão


O escritor francês Michel Desmurget, em seu livro TV Lobotomie (Éditions Milo, 2011), reforça um sonoro alerta não apenas quanto à gama infeliz de programas oferecidos pelos canais de TV, mas quanto à própria TV, como tal. Muitas vezes ouvimos ou lemos que “a televisão em si não é ruim: basta escolher bem o que ver”. No entanto, para o autor, o problema não é tão simples.

“Eu prefiro que simplesmente não exista a televisão”

Ele cita Alexandre Lacroix, escritor e diretor de redação da Philosophe Magazine: “O problema dos intelectuais é que eles acusam a televisão de não ser boa o suficiente. Eles são suspeitos de querer impor as suas preferências culturais a todos. Pessoalmente, eu não acho que haja uma televisão boa ou uma televisão ruim. Eu prefiro que simplesmente não exista a televisão".

Embora lançado em 2011, o livro continua a ser um trabalho de referência das Edições Milo. As cerca de 320 páginas são lidas mais rapidamente do que imaginaríamos: cada declaração é acompanhada por resultados específicos de estudos, diagramas, gráficos… Nada é deixado ao acaso e o autor não pode ser acusado de antimodernismo sectário ou coisa que o valha. Os fatos estão lá: ele os enuncia e os demonstra. O escritor até sublinha que “estes fatos são negados com fascinante empenho pela indústria audiovisual e seu exército de especialistas complacentes. A estratégia não é nova: as fabricantes de cigarro a usaram em seu tempo para contestar o caráter cancerígeno do tabaco".

Santa Pelágia


Pelágia era uma bailarina belíssima, escandalosa, muito divertida, festiva e pagã. Costumava encantar e seduzir os homens com sua dança, alegria, roupas, jóias e outros ornamentos luxuosos. Tornou-se uma das figuras mais conhecidas da vida mundana e social de Antioquia e adquiriu grande riqueza. 

De acordo com a estória, durante uma procissão, o Bispo Nono percebeu a presença de Pelágia entre o povo, numa atitude desinteressada e debochada. Iluminado por Deus o sábio bispo disse a multidão que se uma simples mulher era capaz de enfeitar-se tanto para os homens, quanto mais deveríamos nós enfeitarmos nosso interior para o encontro com Deus. Aquela observação tocou o coração da bailarina pagã. 

Ela foi para casa refletindo sobre as palavras do sermão e ali chorou de arrependimento a noite toda. No dia seguinte procurou o Bispo, que a enviou à uma senhora cristã, para ser preparada para o Batismo. Trocou as roupas e adereços de seda e ouro por uma túnica branca para ser batizada. Depois disso retirou-se para Jerusalém, viver como eremita, numa gruta, no Monte das Oliveiras. 

Viveu afastada de todos e conservou sua identidade sob segredo, vivendo o resto da vida disfarçada de homem. Somente quando morreu, os ermitãos descobriram que era uma mulher. Foi então que reconheceram tratar-se da bailariana da Antioquia, agora uma simples penitente arrependida, que se anulara do mundo, no seguimento do Cristo. 


Deus, nosso Pai, sede nossa luz e nossa direção neste dia. Velai por nossa saúde e por nossa paz interior. Ajudai-nos, pela intercessão de Santa Pelágia, a sermos mais nós mesmos e assim encontraremos a alegria e a paz interior. Ajudai-nos a viver intensamente cada momento e nossa vida, sabendo que tudo caminha rumo à unidade perfeita. Por Cristo nosso Senhor. Amém. 

sexta-feira, 7 de outubro de 2016

Ano Nacional Mariano




Estimados Diocesanos! A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) instituiu o Ano Nacional Mariano, para que juntos como Igreja povo de Deus possamos celebrar os 300 anos do encontro da imagem de Nossa Senhora da Conceição Aparecida, padroeira do Brasil, nas águas do rio Paraíba do Sul. O Ano Nacional Mariano terá inicio no próximo dia 12, quando celebramos a Festa de Nossa Senhora da Conceição Aparecida e, será concluído no dia 11 de outubro de 2017.

Penso que será um ano de graças e bênçãos para o nosso povo, de modo especial para os peregrinos das regiões mais distantes e remotas do nosso imenso país, que vão até o Santuário Nacional de Aparecida, ou a outros santuários, para agradecer e buscar, na Mãe de Jesus, a ternura, o consolo, o bálsamo que aliviam o cansaço e a dor do coração ferido. Do amor que nasce do coração misericordioso de Maria Santíssima, os peregrinos recebem a força para continuarem a peregrinação da vida, com a esperança de um dia poderem chegar à pátria celeste, a casa do Pai. 

Por que nos Estados Unidos as crianças católicas abandonam a fé aos 10 anos?


Uma recente pesquisa publicada pelo Dr. Mark Gray, que trabalha no Centro de Investigação Aplicada no Apostolado (CARA) da Universidade de Georgetown, mostrou que as crianças católicas estão abandonando a fé aos 10 anos porque existe uma incompatibilidade entre o que aprendem sobre a Igreja e a ciência no colégio.

Das duas pesquisas realizadas pelo Dr. Gray, uma delas se centrou em pessoas cujas idades oscilavam entre 15 e 25 anos e foram criados como católicos, mas já não se identificavam como tais. O outro se centrou em pessoas com 18 anos ou mais que se identificavam como católicos.

“As entrevistas entre os jovens e adultos, que deixaram a sua fé católica, revelaram que a idade na qual tomaram a decisão de abandonar a fé foi aos 13 anos. Cerca de dois terços das pessoas entrevistadas, 63% disseram que deixaram de ser católicos entre os 10 e 17 anos. Outros 23% disseram que se afastaram da fé antes dos 10 anos. Apenas 13 % disseram que alguma vez pensaram em voltar para a Igreja Católica”, explicou ao Grupo ACI.

Gray assinalou que as pessoas que se afastaram “desejam ter uma prova, uma evidência do que estavam aprendendo sore a religião e sobre Deus”.

“Isto é quase uma crise de fé. Em todo o conceito de fé, esta geração está lutando com a fé de uma maneira que não ocorreu nas gerações anteriores”, comentou.

Também explicou que há uma tendência na cultura popular que vê o ateísmo como “inteligente” e a fé como “um conto de fadas”. 

O perito indicou que uma das razões dessa situação é a separação entre a fé e a educação, porque os jovens vão à Missa uma vez por semana, mas passam o resto da semana aprendendo que a fé é “boba”.

Por outro lado, disse que se os estudantes aprendessem na mesma escola sobre a evolução, a teoria de Big Bang e a fé com professores que têm convicções religiosas, isto demonstraria que “não há conflitos entre a ciência e a religião e entenderiam acerca da Igreja, sua história e sua relação com a ciência”.