sábado, 22 de outubro de 2016

São Donato


Donato, filho de nobres cristão, nasceu na Irlanda nos últimos anos do século VIII. Desde criança foi educado na fé católica. Ainda jovem abandonou a família e a pátria seguiu em peregrinação por várias regiões até chegar em Roma, onde se tornou sacerdote, em 816. 

Na volta para a Irlanda, acabou sendo eleito bispo na cidade de Fiesole. A tradição conta que quando Donato entrou na igreja, os sinos tocaram e os círios se acenderam, sem que alguém tivesse contribuído para isso. O povo viu nestes sinais a chegada do novo pastor. Era o ano 829. Existem muitos registros sobre o seu governo pastoral que durou cerca de quarenta anos. 

Teve uma boa relação com os soberanos daquela época, os quais acompanhava nas empreitadas e nas viagens. Escritos relatam que Donato era professor, trabalhou para os reis franceses, participou de expedições com os imperadores italianos e chefiou uma campanha contra os invasores muçulmanos na Itália meridional. 

Em 850, o Bispo Donato esteve em Roma participando da coroação do imperador Ludovico, feita pelo Papa Leão IV. Morreu em 877 na cidade de Fiesole, Itália. A festa de Santo Donato se espalhou por todo o mundo cristão, mas principalmente na Irlanda ele é muito homenageado. 

Era um sacerdote muito instruído, sábio e prudente, por isso se preocupou com a instrução do clero e da juventude. Escreveu diversas obras, entre as quais um Credo poético, que recitou antes de morrer. 


Bendito sejais Deus, que concedestes ao bispo Donato a graça da santidade. Dai também a nós, o espírito de tranqüilidade e amor por vós. Concedei-nos hoje e sempre a firmeza da fé e a fortaleza nas adversidades. Por Cristo Nosso Senhor. Amém. 

sexta-feira, 21 de outubro de 2016

PEC 241


A “PEC do teto” ou o Projeto de Emenda à Constituição (PEC 241), já aprovada em 1.o turno pela Câmara Federal, apresenta medida de austeridade econômica, como o favorecimento de caixa para o Governo Federal e o arrocho para a população. É preciso haver avaliação do resultado para a sociedade e não se incorrer em risco do sacrifício ainda maior aos que são fragilizados socialmente. Precisam-se também avaliar outras alternativas que ajudassem a resolver o problema econômico para o Governo e que, ao mesmo tempo, beneficiassem a maioria carente. O econômico e o político não podem passar acima do ético, para não se lesarem os valores e direitos da população.

A discussão e a decisão política devem ter o fio condutor do custo-benefício para os cidadãos e não só para uma parcela minoritária, como é o caso do poder econômico. As próprias conquistas sociais não podem ser menosprezadas nas decisões governamentais e políticas, muito menos o SUS, bem como todo o atendimento à saúde e à educação, que já estão muito sucateados. As argumentações a favor da PEC 241 parecem a de candidatos que querem convencer a população só mostrando o que aparentemente seria vantagem. Daí  a necessidade do debate com mais tempo para a população não amargar com as consequências que podem ser danosas depois da lei aprovada.

Gastos congelados levam ao esfriamento e ao afunilamento dos benefícios democráticos dos cidadãos. Não se vai poder aplicar mais dinheiro do que o mínimo da assistência necessária à vida minimamente digna de grande parte da população mais carente, ainda mais com uma regra desta PEC por 20 anos! 

CNBB apresenta texto-base da CF 2017


A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) publicou o texto-base da Campanha da Fraternidade (CF) de 2017. Com o tema “Fraternidade: biomas brasileiros e defesa da visa” e o lema “Cultivar e guardar a criação” (Gn 2.15), a iniciativa alerta para o cuidado da criação, de modo especial dos biomas brasileiros.

Segundo o bispo auxiliar de Brasília (DF) e secretário geral da CNBB, dom Leonardo Ulrich Steiner, a proposta é dar ênfase a diversidade de cada bioma e criar relações respeitosas com a vida e a cultura dos povos que neles habitam, especialmente à luz do Evangelho. Para ele, a depredação dos biomas é a manifestação da crise ecológica que pede uma profunda conversão interior. “Ao meditarmos e rezarmos os biomas e as pessoas que neles vivem sejamos conduzidos à vida nova”, afirma.

Ainda de acordo com o bispo, a Campanha deseja, antes de tudo, que o cristão seja um cultivador e guardador da obra criada. “Cultivar e guardar nasce da admiração! A beleza que toma o coração faz com que nos inclinemos com reverência diante da criação. A campanha deseja, antes de tudo, levar à admiração, para que todo o cristão seja um cultivador e guardador da obra criada. Tocados pela magnanimidade e bondade dos biomas, seremos conduzidos à conversão, isto é, cultivar e a guardar”, salienta.

Além de abordar a realidade dos biomas brasileiros e as pessoas que neles moram, a Campanha deseja despertar as famílias, comunidades e pessoas de boa vontade para o cuidado e o cultivo da Casa Comum. Para ajudar nas reflexões sobre a temática são propostos subsídios, sendo o texto-base o principal.

Dividido em quatro capítulos, a partir do método ver, julgar e agir, o texto-base faz uma abordagem dos biomas existentes, suas características e contribuições eclesiais. Também traz reflexões sobre os biomas e os povos originários, sob a perspectiva de São João Paulo II, Bento XVI e o papa Francisco. Ao final, são apresentados os objetivos permanentes da Campanha, os temas anteriores e os gestos concretos previstos durante a Campanha 2017.  

Papa Francisco não visitará o Brasil em 2017


Embora fosse muito aguardado pelos brasileiros, o Papa Francisco não poderá viajar ao Brasil em 2017, quando o país celebrará os 300 anos do encontro da imagem de Nossa Senhora Aparecida no Rio Paraíba do Sul.

A informação foi confirmada nesta quinta-feira pela presidência da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) à equipe da Canção Nova em Roma, após uma audiência com o Santo Padre.

“Falamos do Ano Nacional Mariano que começou dia 12 de outubro e ele se interessou. Foi aí que entrou o assunto de Aparecida e ele nos disse que ano que vem não poderá ir a Aparecida, porque indo a Aparecida teria que ir na Argentina, Chile, Uruguai e não há condições porque esse ano suspendeu as visitas ad limina (a visita dos bispos), e ano que vem vai pegar as visitas que seriam deste ano e do próximo ano”, disse o vice-presidente da CNBB, Dom Murilo Krieger.

Entretanto, segundo o secretário-geral da Conferência, Dom Leonardo Steiner, isso não significa que o Pontífice descarte uma segunda visita ao Brasil.

“Nós esperamos que, no futuro, ele venha nos visitar mais uma vez e isso certamente acontecerá porque existe sempre uma conjuntura de elementos, de momentos, e também a necessidade da presença do Santo Padre em outros lugares do mundo”, declarou. 

O Espírito intercede por nós


Quem só pede ao Senhor a bem-aventurança e só por ela anseia, pede com segurança e certeza e não teme receber com ela qualquer dano, porque pede aquilo sem o qual de nada lhe serviria qualquer outra coisa que recebesse, orando como convém. Esta é a única verdadeira vida, a única vida bem-aventurada: contemplar eternamente a bondade do Senhor, na imortalidade e incorruptibilidade de corpo e alma. Só por causa desta felicidade se buscam outros bens, só com esta finalidade se pede como convém. Quem alcançar a vida bem-aventurada terá tudo o que deseja e nela nada encontrará que não lhe convenha.

Ali está a fonte da vida, da qual agora sentimos sede na oração, enquanto vivemos na esperança sem ver ainda o que esperamos, refugiando-nos à sombra das asas d’Aquele em cuja presença estão todos os nossos desejos, para saborearmos a abundância da sua casa e saciarmo-nos na torrente das suas delícias; porque n’Ele está a fonte da vida e é na sua luz que veremos a luz, quando na sua bondade saciarmos todos os nossos desejos e já nada tivermos que pedir com gemidos porque tudo possuiremos com alegria.

Mas, como essa vida é a paz que supera todo o entendimento, também quando a pedimos na oração não sabemos o que pedimos. Não sabemos de facto o que pedimos, porque não conhecemos essa paz. Ao pensarmos nessa vida inefável, rejeitamos, recusamos e desprezamos tudo o que vem à nossa mente, sabendo bem que não é isso o que buscamos, embora não saibamos verdadeiramente o que esperamos.

Há em nós, por assim dizer, uma douta ignorância; douta, sem dúvida, porque instruída pelo Espírito Santo que vem em auxílio da nossa fraqueza. De facto, diz o Apóstolo: Esperar o que não vemos é esperar com perseverança; e acrescenta: O Espírito vem em auxílio da nossa fraqueza, porque não sabemos o que devemos pedir nas nossas orações; mas o próprio Espírito intercede por nós com gemidos inefáveis. E Aquele que vê no íntimo dos corações conhece as aspirações do Espírito e sabe que Ele intercede pelos santos em conformidade com Deus.

Isto não há-de entender-se como se o Espírito Santo de Deus, que na Trindade é Deus imutável, um só Deus com o Pai e o Filho, intercedesse pelos santos como alguém que não fosse Deus. Diz-se com efeito: Intercede pelos santos, porque os move a interceder, do mesmo modo que se diz: O Senhor vosso Deus vos põe à prova, para saber se O amais, isto é, para vo-lo fazer saber a vós. Efectivamente, o Espírito de Deus move os santos a interceder com gemidos inefáveis, inspirando-lhes o desejo daquela sublime realidade ainda desconhecida, mas que esperamos com perseverança. Aliás como seria possível falar de uma realidade que se deseja e que ainda se ignora? Certamente, se fosse totalmente desconhecida, não poderíamos desejar essa realidade sublime; e por outro lado, se já a estivéssemos a ver, não a buscaríamos nem pediríamos com gemidos inefáveis.


Da Carta de Santo Agostinho, bispo, a Proba
(Ep. 130, 14, 27 – 15, 28: CSEL 44, 71-73) (Sec. V)

Quais são os erros litúrgicos mais comuns na missa?


Rezar orações próprias do sacerdote

Os fervorosos fiéis da figura à esquerda estão cometendo um dos equívocos mais comuns em termos de liturgia. Há orações que são próprias e exclusivas do sacerdote. No caso específico, rezam o “Por Cristo, com Cristo, em Cristo…”, a doxologia com que o sacerdote encerra a anáfora (a parte central da missa). Só o padre pode pronunciá-la. Mesmo que o celebrante convide (“todos juntos!”, etc.) os fiéis deverão ficar em silêncio, imóveis, e responder, ao final, o solene “amém” (cf. IGMR 151).

Os leigos também não devem rezar a oração da paz (“Senhor Jesus Cristo, dissestes aos vossos apóstolos: Eu vos deixo a paz, Eu vos dou a minha paz…”). Só o sacerdote pronuncia essa oração.

Há que se distinguir os papéis do sacerdote e do leigo na missa: “Deve-se evitar o perigo de obscurecer a complementaridade entre a ação dos clérigos e dos leigos, para que as tarefas dos leigos não sofram uma espécie de «clericalização», como se fala, enquanto os ministros sagrados assumem indevidamente o que é próprio da vida e das ações dos fiéis leigos” (Redemptionis Sacramentum).

Comportamento inconveniente dos fiéis


Conversas, barulho, alvoroço, danças… nada disso combina com a missa. Certamente haverá locais e circunstâncias propícias para extravasar a alegria de ser cristão. Na missa, vale a “regra de ouro”: o que não caberia fazer no Calvário, não cabe fazer na missa.

Estamos diante do sacrifício do Filho de Deus! No altar, Jesus oferece-se ao Pai como vítima, por nossos pecados. Portanto, conversar com o vizinho, atender chamadas de celulares, bater palmas ou fazer coreografias, danças, etc., nada disso é próprio na missa.

Santa Úrsula e companheiras


Úrsula nasceu no ano 362, filha dos reis da Cornúbia, na Inglaterra. Era uma linda menina, meiga, inteligente e caridosa. Cresceu muito ligada à religião, seguindo aos princípios da fé e amor em Cristo. A fama de sua beleza se espalhou e logo os pedidos de casamento sugiram. Por motivos políticos, seu pai aceitou a proposta feita por um duque pagão. 

Pela obediência à seu pai Ùrsula aceitou, mas pediu que ficasse ainda três anos solteira. Neste tempo pensava em converter o pretendente ou fazê-lo desistir das núpcias. Mas ao seu tempo a jovem precisou ir ao encontro do noivo. Com ela viajaram mais onze meninas virgens, que se casariam com soldados do rei. 

Aconteceu então o imprevisto. Navegando pelo Reno, o navio de Úrsula cruzou o território dominado pelos Hunos, povo bárbaro e pagão. Logo os soldados hunos mataram todos e apenas Úrsula escapou, pois Átila, o rei dos Hunos, ficou maravilhado com a beleza e juventude da nobre princesa. Ele tentou seduzi-la e lhe propôs casamento. Mas, a custo da própria vida, Úrsula o recusou dizendo que já era esposa do mais poderoso de todos os reis da Terra, Jesus Cristo. Cego de ódio ele pessoalmente a degolou. Tudo aconteceu em 21 de outubro de 383. 

O martírio de Ùrsula e de suas companheiras retrata para nós a perseverança na fé mesmo em condições adversas. Sabemos que em períodos de tranquilidade é fácil manter o coração e a boca no louvor ao Senhor. Mas será que quando vierem as dores e as cruzes saberemos reconhecer a bondade de Deus em nossa vida? 


Ó Deus, destes a Santa Úrsula a fortaleza da graça para ir ao encontro do martírio com toda a coragem: concedei que, apoiados em suas preces e instruídos pelo seu exemplo, possamos avançar no caminho do vosso amor, por entre as dificuldades da vida, e chegar à contemplação de vossa beleza. Por Cristo nosso Senhor. Amém. 

quinta-feira, 20 de outubro de 2016

Música de Crivella ironiza reação a chute em santa


O senador Marcelo Crivella (PRB), candidato à Prefeitura do Rio, ironizou em canção de sua autoria a reação ao episódio em que um bispo da Igreja Universal chutou uma imagem de Nossa Senhora Aparecida, em 1995.

Na canção "Um chute na heresia" lançada em CD de 1998, Crivella, bispo licenciado da Universal, classifica como "idolatria" a adoração à santa, questiona o processo judicial movido após o episódio e conclui: "Se ela [Nossa Senhora] é Deus, ela mesmo me castiga", canta o senador.

A música faz referência a um dos momentos de maior atrito entre a Universal, que critica a adoração a santos, e a Igreja Católica.

O bispo Sérgio von Helde deu chute e soco na imagem da santa durante o programa "Despertar da fé", na TV Record, no dia 12 de outubro de 1995, feriado nacional em sua homenagem.

A composição integra o CD "Como posso me calar?", uma espécie de desagravo contra o que considera perseguição à Universal. Ele tem estampado na capa uma foto do líder da igreja e seu tio, bispo Edir Macedo, preso.


"Na minha vida dei um chute na heresia / Houve tanta gritaria de quem ama a idolatria / Eu lhe respeito meu irmão, não quero briga / Se ela é Deus, ela mesmo me castiga", diz a música.

"Aparecida, Guadalupe ou Maria / Tudo isso é idolatria de quem vive a se enganar / Mas não se ofenda meu irmão, não me persiga / Se ela é Deus, ela mesmo me castiga", afirma outra estrofe.

Dias após a transmissão, em 1995, Macedo pediu desculpas aos católicos e criticou o colega. Em 1997, von Helde foi condenado por discriminação religiosa e vilipêndio de imagem religiosa.

A canção "Um chute na heresia" foi lançada um ano depois da condenação do bispo. Embora a Universal tenha pedido desculpas, Crivella fez provocações na composição.

"Por que mover processo na justiça? / Se ela é Deus, ela mesmo me castiga", conclui.

O CD "Como posso me calar?" é o único que não está disponível no site do senador. As composições, porém, são encontradas em diferentes sites religiosos. A música que dá nome ao disco é, segundo sua contracapa, "inspirada na luta do bispo Macedo".

"Se tantas perseguições / É o preço a pagar / Meu Jesus morreu na cruz / Perseguido por me amar", diz a música.

Crivella nunca se posicionou diretamente sobre o episódio de chute na santa. À Folha, em 2007, afirmou que "talvez no passado os métodos [da Universal] de expressar a fé tenham excedido, por imaturidade, os limites da prudência que lhe fossem recomendados".

Nesta campanha, ele já pediu perdão por trechos revelados pelo jornal "O Globo"do livro "Evangelizando na África", no qual critica o catolicismo, as religiões africanas e os homossexuais.

Líder nas pesquisas, Crivella tem tentado se distanciar da imagem da Universal a fim de reduzir sua rejeição.

Ele buscou mostrar proximidade com a Igreja Católica divulgando material de campanha ao lado do arcebispo do Rio, dom Orani Tempesta. Os panfletos geraram ação judicial da Arquidiocese.

Crivella tem 27 anos de carreira como cantor. Há duas semanas, lançou seu 14º disco, "Deus vê".

Em 1999, ele lançou o disco "O mensageiro da solidariedade", que pode ser considerado seu lançamento político. O disco superou a marca de 1 milhão de cópias, e sua renda foi revertida para a Fazenda Canaã, projeto explorado em suas campanhas.

Em "Olhai por nós", o agora candidato critica aquele que "governa sem fé": "Quem governa sem fé / Pouco pode fazer / Precisamos de ti pra viver / Pra plantar e colher [...] Quem governa sem fé / Nem consegue entender / Que dependemos de ti para viver / Pra plantar e colher".