quarta-feira, 16 de novembro de 2016

Cristo Rei, dia dos leigos e leigas


Na festa de Cristo Rei, último domingo do ano Litúrgico, comemoramos o dia dos cristãos leigos e leigas. Saudamos a todos os cristãos leigos e leigas que procuram ser sal na terra, luz no mundo e fermento na massa. Nesse ano, quando foi apresentado um documento sobre os cristãos leigos e leigas na Igreja e na sociedade, temos certeza que o mundo será melhor e mais brilhante quando os cristãos viverem os sentimentos de Nosso Senhor Jesus Cristo. A sociedade será fermentada pela esperança, amor e justiça. A Igreja tomada por uma espiritualidade libertadora e encarnada, é a sementeira do Amor de Deus, sinais do seu Reino. É a festa de Cristo Rei, onde os cristãos procuram testemunhar o seu jeito bonito de seguir Jesus Cristo Rei e Senhor.

O Papa Francisco, na missa matutina do dia 10.11.2016, na casa Santa Marta, disse: “O Reino de Deus não é uma religião do espetáculo, que sempre procura coisas novas, revelações, mensagens… Deus falou em Jesus Cristo: esta é a última Palavra de Deus. As outras são como fogos de artifício que te iluminam por um instante e depois, o que fica? Nada. Não há crescimento, não há luz, não há nada: um instante. Muitas vezes, somos tentados por esta religião do espetáculo, tentados em procurar coisas estranhas à revelação, à mansidão e o Reino de Deus que está no meio de nós, cresce. E isto não é espetáculo: é a vontade de possuir algo em mãos. A nossa salvação se dá na esperança, a esperança que tem o homem que semeia o grão ou a mulher que prepara o pão, misturando fermento e farinha: a esperança que ela cresça. Ao contrário, esta luminosidade artificial se concentra em um momento e depois acaba, como os fogos de artifício. Não são suficientes para iluminar uma casa; é um espetáculo” … Precisamos cuidar com paciência. A paciência no nosso trabalho, nos nossos sofrimentos… Cuidar como cuida o homem que plantou a semente, protege a planta e se preocupa para que não tenha uma erva daninha perto dela, para que a planta cresça. Cuidar da esperança. E aqui está a pergunta que eu faço a vocês hoje: se o Reino de Deus está no meio de nós, se todos nós temos esta semente dentro, temos o Espírito Santo ali, como eu cuido dele? Como discirno, como posso discernir a planta boa do grão da intriga? O Reino de Deus cresce e nós o que devemos fazer? Cuidar. Crescer na esperança, cuidar da esperança. Porque na esperança fomos salvos. E este é o elo: a esperança é o elo da história da salvação. A esperança de encontrar o Senhor definitivamente … O Reino de Deus está no meio de nós, mas nós devemos com o repouso, com o trabalho, com o discernimento proteger a esperança deste Reino de Deus que cresce, até o momento em que virá o Senhor e tudo será transformado… E como diz Paulo aos cristãos de Tessalônica, naquele momento permanecemos todos com Ele”. 

Família: primeira porta de Misericórdia


O tema da misericórdia tem sido recorrente desde o começo do pontificado do Papa Francisco, atingindo o seu cume com a proclamação do Jubileu Extraordinário da Misericórdia. Segundo o Papa, reconhecer a própria miséria e acolher a misericórdia de Deus que se aproxima de nós em meio às nossas infidelidades é condição necessária para que possamos também nós ter um olhar misericordioso em favor dos outros.

Aí é que entra a família, como “primeira escola de misericórdia”. “A família é a primeira escola das crianças (onde a compreendem quando possibilitamos que elas experimentem desta misericórdia), é o ponto de referência imprescindível para os jovens, é o melhor lar para os idosos. Acrescento que a família é também a primeira escola de misericórdia, porque ali se é amado e se aprende a amar, se é perdoado e aprende-se a perdoar.”

É no amor dos pais que podemos encontrar a referência mais clara do amor que Deus tem por nós: um amor que salva sem condenar, exorta sem julgar, liberta sem usar, acolhe sem pôr barreiras, bastando que exista uma fresta aberta para receber esse amor. Não é à toa que Deus mesmo se identifica como pai e como mãe em várias passagens da Bíblia. 

Misericordiosos como o Pai


Estimados Diocesanos! Estamos concluindo o Ano Santo do Jubileu Extraordinário da Misericórdia. É com espírito de gratidão que iremos fazê-lo, porque tivemos, durante este ano jubilar, a oportunidade de redescobrirmos a importância da misericórdia do Pai em nossa vida de fé.  Foi para resgatar a humanidade ferida e oprimida sob o jugo do pecado, que Deus enviou ao mundo seu Filho Jesus.  Este gesto revela o amor e a ternura de Deus pelos homens e mulheres, e Jesus de Nazaré, com a Palavra e os seus gestos, revela o rosto da misericórdia do Pai.

Na Bula de Proclamação do Jubileu Extraordinário da Misericórdia, o Papa Francisco nos lembrava que “precisamos sempre contemplar o mistério da misericórdia, fonte de alegria, serenidade e paz. É condição de nossa salvação... Misericórdia: é o ato último e supremo pelo qual Deus vem ao nosso encontro, é a lei fundamental que mora no coração de cada pessoa, quando vê com olhos sinceros o irmão que encontra no caminho da vida. É o caminho que une Deus e o homem, porque nos abre o coração à esperança de sermos amados para sempre, apesar da limitação do nosso pecado” (MV). 

Advogados apelam contra decisão que arquiva denúncia por exposição blasfema em Pamplona


A Associação Espanhola de Advogados Cristãos (AEAC) anunciou que recorrerá da resolução do magistrado Fermín Otamendi Zozaya, do Tribunal de Instrução número 2 de Pamplona, pela qual suspende e ordena o arquivamento da causa contra Abel Azcona por um suposto delito contra os sentimentos religiosos e de ódio.

Abel Azcona roubou mais de 240 hóstias consagradas de Missas celebradas nas cidades de Madri e Pamplona. Depois, fez fotos suas nu com as hóstias e escreveu com elas a palavra ‘pederastia’, como “obra de arte”, parte de uma exposição em uma sala pública em novembro de 2015 na cidade de Pamplona (Espanha).

Ao finalizar tal exposição, o autor vendeu as hóstias consagradas por mais de 240 mil euros.

A Associação de Advogados Cristãos declarou estar “surpresa” por esta resolução e anunciou que apresentará um “recurso de reforma subsidiário de apelação” e que estão dispostos a chegar “até as instâncias que seja preciso chegar, ante o que vem a ser uma campanha de graves ofensas contra a fé cristã e a liberdade religiosa”.

No auto, o juiz de Instrução Número 2 de Pamplona (Espanha), Fermín Otamendi, define as hóstias consagradas e roubados como “objetos brancos e redondos de pequenas dimensões” e alega que não houve profanação de espécies sagradas porque, segundo o dicionário da Real Academia Espanhola, isto se define como “tratar algo sagrado sem o devido respeito, ou aplica-lo para usos profanos”.

Em sua opinião, não se pode afirmar que “a conduta do acusado implicara tratar algo sagrado (as espécies consagradas o são, sem dúvidas, paras os católicos), sem o devido respeito, uma vez que não cabe confundir faltar com respeito com não realizar o que a religião católica exige a seus fiéis que façam com as espécies consagradas no ato da comunhão”.

O magistrado também assegura no auto que Azcona usou as espécies “de forma discreta, sem que sua conduta possa se qualificar como desrespeitosa, ofensiva ou irreverente”.

“Na opinião deste instrutor, a obra exposta no Monumento aos Caídos de Pamplona não constitui um escárnio dos dogmas, crenças, ritos ou cerimônias da Igreja Católica, tampouco uma vexação de quem professa ou pratica tais crenças”, acrescenta. 

O coração do justo exultará no Senhor


Alegre-se o justo no Senhor e n’Ele espere, congratulem-se os homens de coração recto. Isto é o que cantamos com a boca e o coração. São palavras que a consciência e a língua cristãs dirigem a Deus: Alegre-se o justo, não no mundo, mas no Senhor. A luz resplandece para os justos – diz outro salmo – e a alegria para os corações rectos. Talvez perguntes donde vem esta alegria. Num salmo ouves: Alegre-se o justo no Senhor. E noutro: Põe no Senhor as tuas delícias e Ele satisfará os anseios do teu coração.

Que é que se nos declara? Que se recomenda? Que se manda? Que se dá? Que nos alegremos no Senhor. E quem se alegra naquilo que não vê? Ou será que vemos o Senhor? Isso é ainda uma promessa. Agora caminhamos à luz da fé; enquanto habitamos neste corpo, vivemos como exilados, longe do Senhor. Caminhamos à luz da fé e não da visão clara. Quando chegaremos à visão clara? Quando se cumprir o que diz São João: Caríssimos, agora somos filhos de Deus e ainda não se manifestou o que havemos de ser. Mas sabemos que, na altura em que se manifestar, seremos semelhantes a Deus, porque O veremos como Ele é.

Então será a alegria plena e perfeita, a felicidade completa, quando já não tivermos por alimento o leite da esperança, mas o alimento sólido da realidade. Todavia, também agora, antes de chegarmos a essa ventura, antes de essa ventura chegar até nós, alegremo-nos no Senhor. Porque não é pequena a alegria da esperança que nos garante a futura realidade.

Agora amamos em esperança. Por isso diz a Escritura: Alegre-se o justo no Senhor. Mas porque o justo ainda não vê, acrescenta em seguida o texto sagrado: E n’Ele espere.

De fato, temos já as primícias do Espírito, que nos aproximam d’Aquele que amamos e nos permitem saborear de antemão, embora tenuemente, o que mais tarde havemos de comer e beber com satisfação plena.

E como é possível alegrar-nos no Senhor, se Ele está longe de nós? Mas não deve estar longe! És tu que O fazes estar lonXXXge. Ama-O, e Ele aproximar-se-á de ti; ama-O e Ele habitará em ti. O Senhor está próximo; não vos inquieteis com coisa alguma. Queres ver como está contigo, se O amares? Deus é caridade.

Dir-me-ás: «Sabes o que é a caridade?». A caridade é aquilo com que amamos. E que amamos? O bem inefável, o Bem benéfico, o Bem criador de todos os bens. Põe n’Ele as tuas delícias, pois d’Ele recebeste tudo o que te deleita. Não me refiro ao pecado, porque o pecado é a única coisa que não recebeste d’Ele. Excetuando o pecado, foi d’Ele que recebeste tudo o que tens.


Dos Sermões de Santo Agostinho, bispo
(Sermo 21, 1-4; CCL 41, 276-278) (Sec. V) 

Sobre a calúnia e difamação...


“Não denuncieis falsamente” (Lc 3,14).

A vontade de passar informações faz parte do homem, e a comunicação, é uma ação humana natural e normal, mas na maioria das vezes esquecemos do outro e não medimos as consequências das nossas palavras. Precisamos ter consciência de que a maldade humana não conhece limites e nem todos falam a verdade sobre os outros, distorcendo os fatos ao seu bel prazer, às vezes sem motivo algum, sem sequer ter proximidade com a pessoa.

Difamar uma pessoa é algo muito fácil, espalhar falso boato também, mas isso pode destruir a vida de alguém, por isso é importante ao menos ouvir os dois lados e também sermos racionais e imparciais para analisar bem o que foi dito. O melhor é evitar se relacionar com quem tem essa conduta de denegrir a imagem do outro, ainda assim, nem sempre estamos livres dessa gente e, por vezes, nos encontramos envolvidos com suas artimanhas.

Quando uma pessoa não controla a cobiça, o resultado é a inveja, que desperta o instinto animal de prejudicar o próximo pela difamação. O vaidoso que é infestado pelo orgulho e pela arrogância, é muito propenso a usar a fofoca. O egoísmo é o resultado da maldade, da indiferença para com o semelhante e, portanto, pela falta de escrúpulos pode-se criar as mais desalmadas mentiras com a ideia de prejudicar o semelhante.

A recuperação de quem sofre a calúnia se faz à medida que a pessoa não se submete ao fenômeno, encara-o de frente, conversa com seus amigos, preserva sua autoestima, desvinculando-se desta agressão verbal e psicológica da qual está sendo vítima.

A fofoca traduz um sentimento de maldade de disseminar como joio a intriga, ao passo que a calúnia mostra o forte instinto maldoso de usurpação da dignidade do outro pelo engano e a falsidade.

“Seis coisas há que o Senhor odeia e uma sétima que lhe é uma abominação: olhos altivos, língua mentirosa, mãos que derramam sangue inocente, um coração que maquina projetos perversos, pés rápidos em correr ao mal, um falso testemunho que profere mentiras e aquele que semeia discórdias entre irmãos.” (Provérbios 6,16-19).

Essa é a razão porque os mentirosos são excluídos da posse da celeste bem-aventurança. Por isso, quando Davi se dirigiu a Deus com a pergunta: “Quem morará na Vossa casa?” – o Espírito Santo lhe respondeu: “Aquele que diz a verdade no seu coração, e que não solta em calúnias a sua língua”. (Salmo 14,1-3).

O pior dano da mentira é que ela constitui doença do espírito quase incurável, pois o pecado de calúnia e o de menosprezo ou fofoca, contra a fama e o bom nome do próximo, não são perdoados enquanto o acusador não prestar satisfação ao ofendido pelas injustiças praticadas.

Ninguém pode, tampouco, esperar o perdão de suas calúnias e detrações se antes não der satisfação a quem foi por ele lesado na fama ou consideração, quer em juízo público quer em conversas familiares e reservadas, segundo a grave advertência de Nosso Senhor Jesus Cristo que disse: “No dia do juízo os homens prestarão contas de toda palavra vã que tiverem proferido.” (Mateus 12,36).

Assim, são pecados graves todos os agravos à honra de uma pessoa: injúria, suspeita infundada e injusta, juízo temerário, maledicência e calúnia. A malícia destas duas últimas reside no grave atentado contra a justiça e a caridade, falta imensamente mais grave do que o furto (cf. Pr 22,1; Rm 1,29-20). Ambas são pecados mortais não apenas porque provém de uma intenção positivamente má, mas porque nascem de uma irresponsabilidade consciente e culposa. Tanto objetiva como subjetivamente, porém a calúnia deve ser julgada de forma muito mais severa do que a maledicência, pois a calúnia não viola apenas um direito relativo, mas um direito absoluto ao bom nome, e o faz de maneira contrária à verdade.

O maledicente encontra-se em atraso moral e emocional, não se dá conta de que este prazer de massacrar a reputação alheia é algo ilusório, mesquinho e ainda mais danoso para ele mesmo, pois na sua grande maioria estas pessoas vivem infelizes com sua própria realidade e agem assim para obter satisfação, prejudicando os outros e chamando atenção para si na tentativa de amenizar suas dores internas e se mostrar alguém melhor do que realmente são. Quem se satisfaz com suas conquistas e com a sua vida, não compactua com a difamação.


Neste sentido, o Papa Francisco disse: “Não há necessidade de consultar um psicólogo para saber que quando você denigre o outro é porque você mesmo não consegue crescer e precisa que o outro seja rebaixado para você se sentir alguém. Cuidemos do nosso coração porque é de lá que sai o que é bom e ruim, o que constrói e o que destrói”.

Santa Gertrudes


Nascida na Saxônia, em 1256, era filha de fervorosos pais cristãos. Aos cinco anos de idade foi entregue do mosteiro cisterciense de Helfa, onde cresceu adquirindo grande cultura cristã. Possuidora de grande carisma místico tornou-se religiosa consagrada. 

Gertudres revelou-se como uma profunda mística. Sua vida contemplativa era sinal de perseverança para as outras religiosas. Aos vinte e cinco anos de idade teve a primeira das visões que, como ela mesma narrou, transformaram sua vida. Toda a sua rica experiência transcreveu e reuniu no livro "Mensageiro do Divino amor", talvez a mais importante obra cristã de teologia mística. 

A união com Cristo vivo constitui a essência de suas aspirações e de suas experiências místicas. Este amor tão próximo à humanidade de Cristo levou-a a descobrir a devoção ao Sagrado Coração, constituindo-se numa das iniciadoras de seu culto. Mas para ela o coração significa “toda a pessoa do Verbo feio carne, que o desejo de união leva a atingir no seu coração, onde se encerra toda a virtude da divindade”. 

Mais tarde foi eleita abadessa, cargo que exerceu até o fim de seus dias. Adoeceu e sofreu muitas dores físicas por mais de dez anos. Faleceu em 1302.



Ó Senhor, que amaste santa Gertrudes com amor eterno, falando a seu coração, dá-me ouvidos para escutar a tua voz e fé para responder a teu chamado, com entrega comparável a essa apaixonada de tua sabedoria eterna. Por Cristo Nosso Senhor. Amém.

terça-feira, 15 de novembro de 2016

Mãe da Misericórdia


Existe uma íntima relação entre Maria Santíssima, a Mãe de Jesus, o mistério da misericórdia divina e a prática da misericórdia. Maria está desde a sua concepção envolta na misericórdia infinita do Pai, pelo Filho e no Espírito (preservada do pecado e do demônio), ao mesmo tempo em que o seu agir – antes e depois da sua Assunção – está assinalado pelo amor efetivo aos seres humanos (especialmente pelos pecadores e sofredores).

Oficialmente a Igreja Católica aprovou a 15/8/1986 o formulário da Missa Votiva “Santa Maria, Rainha e Mãe de Misericórdia”, importante marco para a história de sua veneração – sem nos esquecermos que a 30/11/1980 o Papa João Paulo II destacara na sua Encíclica Dives in misericordia que Maria é a “pessoa que conhece mais a fundo o mistério da misericórdia divina” (n. 9). Anos depois o Catecismo da Igreja Católica (1997) dirá que ao rezar na Ave-Maria: “rogai por nós, pecadores”, estamos recorrendo à “Mãe da misericórdia” (n. 2677).

A invocação “Salve, Rainha de misericórdia” se encontra pela primeira vez com o Bispo Adhémar, de Le Puy (+ 1098); destaca a qualidade do olhar materno de Maria: “esses vossos olhos misericordiosos a nós volvei”, e conclui com o sentido desta sua misericórdia: “ó clemente, ó piedosa, ó doce, Virgem Maria”. Já o título “Mãe de Misericórdia” se crê que foi dado pela primeira vez a Maria por Santo Odão (+942), abade de Cluny. “Ego sum Mater misericordiae” (Eu sou a Mãe de Misericórdia), Maria lhe teria dito em sonho.

No mundo oriental podemos encontrar testemunhos ainda mais antigos. O padre oriental Tiago de Sarug (+521), aplicou a Maria explicitamente o título de “Mãe de misericórdia” (Sermo de transitu), o que é por muitos considerado como sua primeira atribuição em absoluto.