“Não
denuncieis falsamente” (Lc 3,14).
A vontade de passar informações faz
parte do homem, e a comunicação, é uma ação humana natural e normal, mas na
maioria das vezes esquecemos do outro e não medimos as consequências das nossas
palavras. Precisamos ter consciência de que a maldade humana não conhece
limites e nem todos falam a verdade sobre os outros, distorcendo os fatos ao
seu bel prazer, às vezes sem motivo algum, sem sequer ter proximidade com a
pessoa.
Difamar uma pessoa é algo muito
fácil, espalhar falso boato também, mas isso pode destruir a vida de alguém,
por isso é importante ao menos ouvir os dois lados e também sermos racionais e
imparciais para analisar bem o que foi dito. O melhor é evitar se relacionar
com quem tem essa conduta de denegrir a imagem do outro, ainda assim, nem sempre
estamos livres dessa gente e, por vezes, nos encontramos envolvidos com suas
artimanhas.
Quando uma pessoa não controla a cobiça, o resultado é a inveja,
que desperta o instinto animal de prejudicar o próximo pela difamação. O vaidoso
que é infestado pelo orgulho e pela arrogância,
é muito propenso a usar a fofoca. O egoísmo
é o resultado da maldade, da indiferença
para com o semelhante e, portanto, pela falta de escrúpulos pode-se criar as
mais desalmadas mentiras com a ideia de prejudicar o semelhante.
A recuperação de quem sofre a calúnia
se faz à medida que a pessoa não se submete ao fenômeno, encara-o de frente,
conversa com seus amigos, preserva sua autoestima, desvinculando-se desta
agressão verbal e psicológica da qual está sendo vítima.
A fofoca traduz um sentimento de
maldade de disseminar como joio a intriga, ao passo que a calúnia mostra o
forte instinto maldoso de usurpação da dignidade do outro pelo engano e a
falsidade.
“Seis
coisas há que o Senhor odeia e uma sétima que lhe é uma abominação: olhos
altivos, língua mentirosa, mãos que derramam sangue inocente, um coração que
maquina projetos perversos, pés rápidos em correr ao mal, um falso testemunho
que profere mentiras e aquele que semeia discórdias entre irmãos.” (Provérbios 6,16-19).
Essa é a razão porque os mentirosos
são excluídos da posse da celeste bem-aventurança. Por isso, quando Davi se
dirigiu a Deus com a pergunta: “Quem morará na Vossa casa?” – o Espírito Santo lhe respondeu: “Aquele que diz a verdade no seu coração,
e que não solta em calúnias a sua língua”. (Salmo 14,1-3).
O pior dano da mentira é que ela
constitui doença do espírito quase incurável, pois o pecado de calúnia e o de
menosprezo ou fofoca, contra a fama e o bom nome do próximo, não são perdoados
enquanto o acusador não prestar satisfação ao ofendido pelas injustiças
praticadas.
Ninguém pode, tampouco, esperar o
perdão de suas calúnias e detrações se antes não der satisfação a quem foi por
ele lesado na fama ou consideração, quer em juízo público quer em conversas
familiares e reservadas, segundo a grave advertência de Nosso Senhor Jesus
Cristo que disse: “No
dia do juízo os homens prestarão contas de toda palavra vã que tiverem
proferido.” (Mateus 12,36).
Assim, são pecados graves todos os
agravos à honra de uma pessoa: injúria, suspeita infundada e injusta, juízo
temerário, maledicência e calúnia. A malícia destas duas últimas reside no
grave atentado contra a justiça e a caridade, falta imensamente mais grave do
que o furto (cf. Pr 22,1; Rm 1,29-20). Ambas são pecados mortais não apenas
porque provém de uma intenção positivamente má, mas porque nascem de uma
irresponsabilidade consciente e culposa. Tanto objetiva como subjetivamente,
porém a calúnia deve ser julgada de forma muito mais severa do que a
maledicência, pois a calúnia não viola apenas um direito relativo, mas um
direito absoluto ao bom nome, e o faz de maneira contrária à verdade.
O maledicente encontra-se em atraso
moral e emocional, não se dá conta de que este prazer de massacrar a reputação
alheia é algo ilusório, mesquinho e ainda mais danoso para ele mesmo, pois na
sua grande maioria estas pessoas vivem infelizes com sua própria realidade e
agem assim para obter satisfação, prejudicando os outros e chamando atenção
para si na tentativa de amenizar suas dores internas e se mostrar alguém melhor
do que realmente são. Quem se satisfaz com suas conquistas e com a sua vida,
não compactua com a difamação.
Neste sentido, o Papa Francisco
disse: “Não
há necessidade de consultar um psicólogo para saber que quando você denigre o
outro é porque você mesmo não consegue crescer e precisa que o outro seja
rebaixado para você se sentir alguém. Cuidemos do nosso coração porque é de lá
que sai o que é bom e ruim, o que constrói e o que destrói”.
O caluniador é um terrorista, porque com a sua língua lança a bomba”. O Papa Francisco comentou o oitavo mandamento – “Não levantarás falso testemunho contra teu próximo”. Os caluniadores são pessoas que matam os outros porque a língua mata como uma faca. Fiquem atentos. O caluniador é um terrorista, porque com a sua língua lança a bomba e vai embora e esta bomba destrói a fama dos outros. Caluniar é matar, não esqueçam.”. Os Evangelhos culminam com a narração do processo, da execução da sentença contra Jesus e sua consequência inaudita. “Não levantar falso testemunho quer dizer viver como filhos de Deus, que jamais desmente a si mesmo, jamais mente, deixando emergir em cada ato a grande verdade: que Deus é Pai e é possível confiar Nele. Eu confio em Deus, esta é a grande verdade. E dessa nossa confiança em Deus Pai, de que Ele nos ama, nasce a minha verdade e o ser verdadeiro e não mentiroso. “Porque qualquer que, nesta geração adúltera e pecadora, se envergonhar de mim e das minhas palavras, também o Filho do Homem se envergonhará dele, quando vier na glória de seu Pai com os santos anjos.” (Marcos 8.38) Mateus 10:33. Entretanto, qualquer que me negar diante das pessoas, também Eu o negarei diante de meu Pai que está nos céus. Apocalipse 21:8, Porém, quanto aos covardes, os incrédulos, os depravados, os assassinos, os que praticam imoralidade sexual, os bruxos e ocultistas, os idólatras e todos os mentirosos, a parte que lhes cabe será no lago de fogo, que arde perpetuamente em meio ao enxofre. Esta é a segunda morte!” A Nova Jerusalém.
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