domingo, 20 de novembro de 2016

Estátua de Cristo Rei é iluminada de vermelho, pelos cristãos perseguidos, em Portugal


A estátua de Cristo Rei, em Almada, Portugal, será iluminada de vermelho neste fim de semana, a fim de alertar as populações das duas margens do Rio Tejo para o drama da perseguição religiosa no mundo e assinalar o encerramento do Ano Santo da Misericórdia.

A inciativa é da Fundação Pontifícia Ajuda à Igreja que Sofre (ACN), juntamente com o Santuário Cristo Rei e com esse gesto de iluminar o monumento com a cor do sangue dos mártires, pretende-se também destacar também a importância do Relatório sobre a Liberdade Religiosa no Mundo, apresentado em Lisboa na última quinta-feira.

A Fundação ACN explica ainda que, “além da perseguição religiosa”, essa iniciativa simbólica busca “assinalar o encerramento do Ano Santo da Misericórdia, proclamado pelo Papa Francisco e que mobilizou particularmente a Fundação ACN em todo o mundo”.

De fato, o Santo Padre lançou um desafio a todos os Cristãos do mundo para, em conjunto com a Ajuda à Igreja que Sofre, fazerem “obras de misericórdia” que permaneçam, que sejam sinais visíveis do amor e da “carícia de Deus”. 

Venha a nós o vosso Reino


Segundo as palavras de Nosso Senhor e Salvador, o reino de Deus não vem ostensivamente, e ninguém dirá: ‘Ei-lo aqui ou acolá’, porque o reino de Deus está dentro de nós, e a sua palavra está junto de nós, na nossa boca e no nosso coração; por isso, sem dúvida alguma, quando alguém implora a vinda do reino de Deus, o que pede realmente é que o reino de Deus, que está dentro de si, se desenvolva, frutifique e chegue à sua plenitude. Efetivamente, Deus reina em todos os seus santos, em todos aqueles que observam as suas leis espirituais; e assim Deus habita neles como numa cidade bem governada. Na alma perfeita está presente o Pai e, juntamente com o Pai, reina Cristo, segundo aquela palavra: Viremos a ele e nele estabeleceremos a nossa morada. 

O reino de Deus, que está em nós, chegará à sua plenitude, através do nosso aperfeiçoamento contínuo, quando se verificar o que afirma o Apóstolo, isto é, quando Cristo, depois de ter submetido todos os seus inimigos, entregar o reino a Deus seu Pai, para que Deus seja tudo em todos. Por isso, orando incessantemente com aquele afeto de alma que pelo Verbo se tornou divino, digamos ao nosso Pai que está nos Céus: Santificado seja o vosso nome, venha a nós o vosso reino. 

A respeito do reino de Deus devemos ter isto presente: assim como não pode haver consórcio da justiça com a iniquidade, nem união da luz com as trevas, nem acordo de Cristo com Belial, também o reino de Deus não pode associar-se com o reino do pecado. 

Por isso, se queremos que Deus reine em nós, de nenhum modo reine o pecado em nosso corpo mortal; mortifiquemos os nossos membros terrenos e dêmos frutos pelo Espírito, para que Deus habite em nós como num paraíso espiritual e só Ele reine em nós com Cristo; tenha Cristo em nós o seu trono, onde Se sente à direita daquele poder espiritual que também nós esperamos receber, e conosco permaneça, até que todos os seus inimigos que há em nós se prostrem como escabelo de seus pés e desapareça de nós todo o principado, potestade e virtude (que não sejam os seus). 

Tudo isto pode realizar-se em cada um de nós, onde o último inimigo a ser destruído será a morte. Então Cristo poderá dizer também em nós: Onde está, ó morte, o teu aguilhão? Onde está, inferno, a tua vitória? Que desde agora, portanto, este nosso corpo corruptível se revista de santidade e incorrupção, e este nosso corpo mortal expulse a morte e se revista da imortalidade do Pai, para que assim, reinando Deus em nós, comecemos já a gozar os bens da regeneração e da ressurreição.


Do Opúsculo de Orígenes, presbítero, sobre a oração

(Cap. 25: PG 11, 495-499) (Sec. III)

Só a Deus se deve amar


Quem se ama a si mesmo não pode amar a Deus; aquele que, movido pela riqueza superior do amor divino, não se ama a si mesmo, esse ama a Deus. E como consequência, tal homem nunca busca a própria glória, mas a glória de Deus. Quem se ama a si mesmo procura a sua glória; quem ama a Deus procura a glória do seu Criador. É próprio da alma que sente o amor de Deus procurar sempre a glória de Deus em todos os preceitos que cumpre e deleitar-se na submissão à vontade divina, pois a glória pertence à magnificência de Deus, enquanto ao homem convém a submissão, que o leva a formar parte da família de Deus. Quando procedemos assim, a nossa felicidade está na glória do Senhor e não nos cansamos de repetir, a exemplo de João Batista: É necessário que Ele cresça e eu diminua. Sei de alguém que sofre por ainda não amar a Deus como deseja; e contudo ama-O de tal modo que o maior desejo da sua alma é ver a Deus glorificado nele e ver-se a si mesmo como se nada fosse. Tal homem não se deixa impressionar por palavras elogiosas, porque sabe quem é na realidade; ao contrário, no seu grande desejo de humilhação, não pensa na própria dignidade; entrega-se ao serviço divino como a lei prescreve aos sacerdotes, mas o seu ardente desejo de amar a Deus fá-lo esquecer a própria dignidade e ocultar a própria glória nas profundidades do amor de Deus; pelo seu espírito de humildade, não pensa em si mesmo e apenas se considera como servo inútil. Assim devemos proceder nós também, evitando as honras e a glória, atraídos pela superior riqueza do amor de Deus que tanto nos amou. Deus conhece aqueles que O amam de coração sincero; esses são de facto amigos de Deus na medida em que sentem na alma a caridade divina. Quem atinge essa perfeição deseja ardentemente que a luz do conhecimento divino penetre até ao mais íntimo do seu ser, a ponto de se esquecer de si mesmo e de se transformar totalmente no amor divino. Assim transformado, vive no mundo como se não vivesse; vive no corpo, mas a sua alma encontra-se numa permanente peregrinação para Deus; o seu coração, inflamado pelo fogo da caridade, está tão unido a Deus e tão livre do amor próprio, que pode dizer com o Apóstolo: Se estamos fora de nós, é por Deus; se somos sensatos, é por vós.



Dos Capítulos de Diádoco de Foticeia, bispo, sobre a perfeição espiritual (Cap. 12.13.14: PG 65, 1171-1172) (Sec. V)

Os dois reinos


Quando o Papa Pio XI instituiu, em 1925, a festa de Cristo Rei, queria reagir contra os excessos do laicismo moderno que pretende passar sem Deus, algo que atualmente está em alta. A festa de Cristo Rei coloca em contraste o Reino de Cristo, que "não é deste mundo" (Jo 18,36), e o reino do "príncipe deste mundo" (Jo 12,31), e nos leva a perguntarmos a nós mesmos: de que lado estou? Do lado do Reino de Deus, ou do reino de Satanás?

O relativismo tem levado inúmeros à perdição. Hoje em dia o "tanto faz" e o discurso do "amor misericordioso" de um Deus que aceita tudo de qualquer forma porque é bondoso, tem sido arraigado na mente de muitos católicos, inclusive. Desde então se "aceita e perdoa tudo, sem a exigência de um arrependimento sincero, e se negligencia as obras feitas para Deus". Como há católicos negligentes com Deus! São estilo "paz e amor", aceitam todas as doutrinas e, com vergonha, escondem a sua cruz a fim de não serem identificados como discípulos de Cristo. São partícipes do reino do príncipe deste mundo, sentem vergonha do evangelho e procuram agradar a todos.

A Igreja Católica, por sua vez, acredita que Jesus Cristo, morto e ressuscitado por todos, oferece aos homens pelo seu Espírito a luz e a força para poderem corresponder à sua altíssima vocação; nem foi dado aos homens sob o céu outro nome, no qual devam ser salvos. Acredita também que a chave, o centro e o fim de toda a história humana se encontram no seu Senhor e Mestre. E afirma, além disso, que, subjacentes a todas as transformações, há muitas coisas que não mudam, cujo último fundamento é Cristo, o mesmo ontem, hoje, e para sempre. - Gaudium et Spes,10

O mal de muitos movimentos esquerdistas presentes no interior da Igreja de Cristo, está o de querer estabelecer o Reino de Deus neste mundo terreno. Cristo disse que o "Reino de Deus está no meio de nós" (Lc 17,21), mas “ele não é daqui" (Jo 18,36), não é uma comunidade política e social que deve, como erroneamente publicaram em uma das preces do semanário litúrgico "O Domingo", "erradicar a pobreza". A Igreja, como muito bem disse o Papa Francisco, “não é uma ONG”. Erradicar a pobreza é papel dos governos constituídos deste mundo. 

Santo Edmundo


Reinava Offa nos Estados ingleses. Desejando terminar seus dias em Roma, no exercício da piedade e da penitência, passou a coroa para Edmundo, de quinze anos de idade, descendente dos antigos reis anglo-saxões da Grã-Bretanha.

Edmundo, segundo os seus historiadores, foi coroado no dia de Natal de 855. Suas qualidades morais tornaram-no modelo dos bons reis. Tinha grande aversão aos lisonjeiros; toda a sua ambição era manter a paz e assegurar a felicidade dos súditos. Daí o grande zelo na administração da justiça e na implantação dos bons costumes nos seus Estados. Foi o pai dos súditos, sobretudo dos pobres, protetor das viúvas e dos órfãos, sustento e apoio dos fracos. O fervor no serviço de Deus realçava o brilho das suas outras virtudes. A exemplo dos monges e de várias outras pessoas piedosas, aprendeu o saltério de cor.

No décimo quinto ano do seu reinado, foi atacado pelos Dinamarqueses Hínguar e Hubla, príncipes desta nação, verdadeiros piratas, que foram desembarcar na Inglaterra. Edmundo, a princípio, manteve-se sereno, confiando num tratado que tinha feito com os bárbaros logo que vieram para o seu país. Mas quando viu que não respeitaram o tratado, reuniu o seu exército. Mas os infiéis receberam auxílios. Perante este reforço do inimigo, Edmundo sentia-se impotente para o combater.

Então os bárbaros fizeram-lhe várias propostas que recusou, por serem contrárias à religião e à justiça que devia aos súditos. Preferiu expor-se à morte a trair sua consciência. Carregaram-no de pesadas cadeias e levaram Edmundo à tenda do general inimigo. Fizeram-lhe novas propostas. Respondeu com firmeza que a religião lhe era mais cara do que a vida, e que nunca consentiria em ofender a Deus, que adorava. Hínguar, enfurecido com esta resposta, mandou açoitá-lo cruelmente.


O santo sofreu todos os maus tratos com paciência invencível, invocando o Sagrado Nome de Jesus. Por fim, foi condenado a ser decapitado, recebendo a palma do martírio a 20 de novembro de 870.

Os ingleses consideraram-no mártir e dedicaram-lhe numerosas igrejas.

Santo Edmundo, rogai por nós!


Pai de justiça e bondade, que chamaste São Edmundo para testemunhar a fé no vosso nome e dispuseste toda a vida dele em função da evangelização, daí-nos seguir seus exemplos e nos converter sempre mais ao vosso amor. Por Cristo nosso Senhor. Amém.

Nosso Senhor Jesus Cristo, Rei do Universo *


O povo estava a observar. Os príncipes dos sacerdotes com o povo o escarneciam dizendo: "Salvou os outros, salve-Se a Si mesmo, se é o Cristo, o escolhido de Deus!" Também o insultavam os soldados que, aproximando-se dele e oferecendo-lhe vinagre, diziam: "Se és o Rei dos judeus, salva-Te a Ti mesmo!" Estava também por cima de sua cabeça uma inscrição: "Este é o Rei dos judeus". Um daqueles ladrões que estavam suspensos da cruz, blasfemava contra ele, dizendo: "Se és o Cristo, salva-Te a Ti mesmo e a nós", o outro, porém, tomando a palavra, repreendia-o dizendo: "Nem tu temes a Deus, estando no mesmo suplício? Quanto a nós se fez justiça, porque recebemos o castigo que mereciam nossas ações, mas Este não fez nenhum mal." E dizia a Jesus: "Senhor, lembra-Te de mim, quando entrares no teu Reino!" Jesus disse-lhe: "Em verdade te digo: Hoje estarás comigo no Paraíso." (Lc 23, 35-43).

Ao ouvirmos este Evangelho da Paixão, de imediato surge em nosso interior uma certa perplexidade: por que a Liturgia, para celebrar uma festa tão grandiosa como a de Cristo Rei, terá escolhido um texto todo ele feito de humilhação, blasfêmia e dor?

Tanto mais que, em extremo contraste com esse trecho de São Lucas, a segunda leitura de hoje nos apresenta Jesus Cristo como sendo "a imagem do Deus invisível, o Primogênito de toda a criação (...) porque foi do agrado do Pai que residisse n'Ele toda a plenitude" (Col 1, 15 e 19). Como conciliar esses dois textos, à primeira vista, tão contraditórios?

Para melhor compreendermos esse paradoxo, devemos distinguir entre o Reinado de Cristo nesta terra e o exercido por Ele na eternidade. No Céu, seu reino é de glória e soberania. Aqui, no tempo, ele é misterioso, humilde e pouco aparente, pelo fato de Jesus não querer fazer uso ostensivo do poder absoluto que tem sobre todas as coisas: "Foi-me dado todo o poder no Céu e na terra" (Mt 28, 18).

Por direito de herança e de conquista, Cristo reina com autoridade absoluta sobre todas as criaturas. Entretanto, não governa segundo os métodos do mundo.

Apesar de as exterioridades nos causarem uma impressão enganosa, Ele é o Senhor Supremo dos mares e dos desertos, das plantas, dos animais, dos homens, dos anjos, de todos os seres criados e até dos criáveis. Porém, diante de Pilatos, assevera: "O meu Reino não é deste mundo" (Jo 18, 36), porque não quer manifestar seu império em todas as suas proporções, a não ser por ocasião do Juízo Final.

Assim, enquanto o Evangelho nos fala de seu Reinado terreno, a Epístola proclama o triunfo de sua glória eterna. No tempo, vemo-Lo exangue, pregado na Cruz entre dois ladrões, sendo escarnecido pelos príncipes dos sacerdotes e pelo povo, insultado pelos soldados e objeto das blasfêmias do mau ladrão. A Liturgia exige de nós um esforço de fé para, indo além do fracasso e da humilhação, crermos na grandiosidade do Reino de Jesus.

Por outro lado, errôneo seria imaginar que Ele não deve reinar aqui na terra. Para compreender bem o quanto Cristo é Rei, é preciso diferenciar seu modo de governar daquele empregado pelo mundo.

O governo humano, quando ateu, encontra sua força nas armas, no dinheiro e nos homens. Tem por finalidade as grandes conquistas territoriais, perdurar longamente e alcançar a felicidade terrena. Porém, o tempo sempre demonstra o quanto esses objetivos são ilusórios e até mentirosos. As armas em certo momento caem ao solo, ou se voltam contra o próprio governante; o dinheiro é por vezes um bom vassalo mas sempre um mau senhor; os homens, quando não assistidos pela graça, neles não se pode confiar.

Napoleão Bonaparte é um bom exemplo do vazio enganador no qual se fundamentam os Impérios neste mundo. Basta imaginá-lo proclamando seu fracasso do alto de um penhasco na ilha Santa Helena, durante o penoso exílio ao qual ficara reduzido. Em síntese, a plenitude da felicidade de um governador terreno é um sonho irrealizável. E ainda que ela fosse atingível, a nós caberia a frase do Evangelho: "Que aproveitará ao homem ganhar o mundo inteiro se perder a sua alma?" (Mc 8, 36).


A Realeza de Cristo é bem outra. Ele de fato é Rei do Universo e, de maneira muito especial, de nossos corações. Ele possui uma autoridade absoluta sobre todas as criaturas e já muito antes de sua Encarnação, quando se encontrava no seio do Padre Eterno, ouviu estas palavras:

"Tu és meu Filho, eu hoje te gerei. Pede- me; dar-te-ei por herança todas as nações; tu possuirás os confins do mundo, tu governarás com cetro de ferro" (Sl 2, 7-9).

Ele é o unigênito Filho de Deus e por Este foi constituído como herdeiro universal, recebendo o poder sobre toda a criação, no mesmo dia em que foi engendrado.

Por outro lado, Jesus Cristo é Deus e, assim sendo, tudo foi feito por ele, o Criador de todas as coisas visíveis e invisíveis. Senhor absoluto de toda existência, do Céu, da terra, do sol, das estrelas, das tempestades, das bonanças. Seu poder é capaz de acalmar as mais terríveis ferocidades dos animais bravios e as procelas dos mares encapelados. Os acontecimentos, as forças físicas e morais, a guerra e a paz, a pobreza e a fartura, a humilhação e a glória, o revés e o sucesso, as pestes, os flagelos, a doença e a saúde, a morte e a vida, estão todos ao dispor de um simples ato de sua vontade. Aí está um Governo incomparável, superior a qualquer imaginação, e do qual ninguém ou nada poderá se subtrair.

O título de Rei Lhe cabe mais apropriadamente do que às outras duas Pessoas da Trindade Santíssima, por ser o Homem-Deus, conforme comenta Santo Agostinho: "Apesar de que o Filho é Deus e o Pai é Deus e não são mais que um só Deus, e se o perguntássemos ao Espírito Santo, Ele nos responderia que também o é...; entretanto, as Sagradas Escrituras costumam chamar de rei, ao Filho" (2).

De fato, o título de Rei, quando aplicado ao Pai, é usado de forma alegórica para indicar seu domínio supremo. E se quisermos atribuí-lo ao Espírito Santo, faltará exatidão jurídica, por tratar-se Ele de Deus não-encarnado, pois, para ser Rei dos homens é indispensável ser Homem. Deus não encarnado é Senhor, Deus feito homem é o Rei.


Jesus Cristo é nosso Rei também por direito de conquista, por nos ter resgatado da escravidão a Satanás.

Ao adquirirmos um objeto às custas de nosso dinheiro, ele nos pertence por direito. Mais ainda se o obtivermos através de duras penas, pelos esforços de nosso trabalho, e muito mais, se for conseguido pelo alto preço de nosso sangue. E não fomos nós comprados pelo trabalho, sofrimentos e pela própria morte de Nosso Senhor Jesus Cristo? É São Paulo quem nos assevera: "Porque fostes comprados por um grande preço!" (I Cor 6, 20).

Cristo é nosso Rei por aclamação. Antes mesmo das purificadoras águas do Batismo serem derramadas sobre no ssa cabeça, nós O elegemos para ser o regente de nossos corações e de nossas almas, através dos lábios de nossos padrinhos. Por ocasião do Crisma e a cada Páscoa, de viva voz nós renovamos essa eleição, sempre de um modo solene.

Não houve, nem jamais haverá um só monarca dotado da capacidade de governar o interior dos homens, além de bem conduzi-los na harmonia de suas relações sociais, seus empreendimentos, etc. O único Rei pleníssimo de todos os poderes é Cristo Jesus.

Exteriormente, pelo seu insuperável e arrebatador exemplo - além de suas máximas, revelações e conselhos - Ele governa os povos de todos os tempos, tendo marcado profundamente a História com sua Vida, Paixão, Morte e Ressurreição. Por meio do Evangelho e sobretudo ao erigir a Santa Igreja, Mestra infalível da verdade teológica e moral, Jesus perpetuaaté o fim dos tempos o imorredouro tesouro doutrinário da fé. Através dessa magna instituição Ele orienta, ampara e santifica todos os que nela ingressam, e vai em busca das ovelhas desgarradas.

Aqui precisamente se encontra o principal de seu governo neste mundo: o Reino Sobrenatural que é realizado, na sua essência, através da graça e da santidade.


Nosso Senhor Jesus Cristo enquanto a "videira verdadeira" é a causa da vitalidade dos ramos. A seiva que por eles circula, alimentando flores e frutos, tem sua origem n'Aquele Unigênito do Pai (Jo 15, 1-8). Ele é a Luz do Mundo (Jo 1, 9; 3, 19; 8, 12; 9, 5) para auxiliar e dar vida aos que dela quiserem se servir para evitar as trevas eternas. Jesus - segundo a leitura de hoje - é "a cabeça do corpo que é a Igreja, é o Princípio, o Primogênito entre os mortos, de maneira que tem a primazia em todas as coisas, porque foi do agrado do Pai que residisse n'Ele toda a plenitude e que por Ele fossem reconciliadas consigo todas as coisas, pacificando pelo Sangue da sua Cruz, tanto as coisas da terra, como as do Céu" (Col 1, 18-20).

O Reinado de Cristo, em nosso interior, se estabelece pela participação na vida de Jesus Cristo. Só no Homem- Deus se encontra a plenitude da graça, enquanto essência, virtude, excelência e extensão de todos os seus efeitos. Os outros membros do Corpo Místico participam das graças que têm sua origem em Jesus, a cabeça que vivifica todo o organismo. Quem de maneira privilegiadíssima tem parte em grau de plenitude nessa mesma graça, é a Santíssima Virgem.

Dada a desordem estabelecida em nós após o pecado original, acrescida pelas nossas faltas atuais, nossa natureza necessita do auxílio sobrenatural para atingir a perfeição. Sem o sopro da graça, é impossível aceitar a Lei, obedecer aos preceitos morais, não elaborar razões falsas para justificar nossas más inclinações e conhecer, amar e praticar a boa doutrina de forma estável e progressiva. Ela refreia nossas paixões e as equilibra nos gonzos da santidade, orienta nosso espírito, modera nossa língua, tempera nosso apetite, purifica nosso olhar, gestos e costumes. É através da graça que nossa alma se transforma num verdadeiro trono e, ao mesmo tempo, cetro de Nosso Senhor Jesus Cristo. E é nessa paz e harmonia que se encontra nossa autêntica felicidade, e esse é o Reino de Cristo em nosso interior.

E qual o principal adversário contra esse Reino de Cristo sobre as almas? O pecado! Por isso mesmo, se alguém tem a desgraça de o cometer, nada fará de melhor do que procurar um confessionário e com arrependimento ali declará-lo a fim de ver-se livre da inimizade de Deus. É impossível gozar de alegria com a consciência atravessada pelo aguilhão de uma culpa. Nessa consciência não reinará Cristo; e se ela não se reconciliar com Deus, aqui na terra, tampouco reinará com Ele na glória eterna.


O júbilo e às vezes até mesmo a emoção, penetram nossos co rações ao contemplarmos estas inflamadas palavras de São Paulo:"Cristo amou a Igreja e Se entregou a Si mesmo por ela, para a santificar, purificando-a no batismo da água pela Palavra, para apresentar a Si mesmo esta Igreja gloriosa, sem mácula, nem ruga ou coisa semelhante, mas santa e imaculada" (Ef 5, 25-27).

Porém, ao analisarmos a Igreja militante, na qual hoje vivemos, com muita dor encontramos imperfeições - ou pior ainda, faltas veniais - nos mais justos, conferindo opacidade a essa glória mencionada por São Paulo. Entre as ardentes chamas do Purgatório, está a Igreja padecente, purificando-se de suas manchas. Até mesmo a triunfante possui suas lacunas, pois, exceção feita da Santíssima Virgem, as almas dos bem-aventurados foram para o Céu deixando seus corpos em estado de corrupção nesta terra, onde aguardam o grande dia da Ressurreição.

Portanto, a "Igreja gloriosa, sem mácula, nem ruga ou coisa semelhante, mas santa e imaculada" , manifestação suprema da Realeza de Cristo, ainda não atingiu sua plenitude.


E quando definitivamente triunfará Cristo Rei? Só mesmo depois de derrotado seu último inimigo, ou seja, a morte! Pela desobediência de Adão, introduziram-se no mundo o pecado e a morte. Pelo seu Preciosíssimo Sangue Redentor, Cristo infunde nas almas sua graça divina e aí já se dá o triunfo sobre o pecado. Mas a morte será rendida com a Ressurreição no fim do mundo, conforme o próprio São Paulo nos ensina:

"Porque é necessário que Ele reine, ‘até que ponha todos os inimigos debaixo de seus pés'. Ora, o último inimigo a ser destruído será a morte; porque Deus ‘todas as coisas sujeitou debaixo de seus pés' " (I Cor 15, 25- 26).

Cristo Rei, por força da Ressurreição que por Ele será operada, arrancará das garras da morte a humanidade inteira, como também iluminará os que purgam nas regiões sombrias. Ao retomarem seus respectivos corpos, as almas bem-aventuradas farão com que eles possuam sua glória; e assim, serão também os eleitos outros reis cheios de amor e gratidão ao Grande Rei. Apresentarse- á o Filho do Homem em pompa e majestade ao Pai, acompanhado de um numeroso séqüito de reis e rainhas, tendo escrito em seu manto: "Rei dos reis e Senhor dos senhores" (Apoc 19, 16)

Se Cristo é Rei por ser Homem-Deus e recebeu o poder sobre toda a Criação no momento em que foi engendrado, daí se deduz ter sido realizada no puríssimo claustro maternal de Maria Virgem a excelsa cerimônia da unção régia que elevou Cristo ao trono de Rei natural de toda a humanidade. O Verbo assumiu de Maria Santíssima nossa humanidade, e assim adquiriu a condição jurídica necessária para ser chamado Rei, com toda a propriedade. Foi também nesse mesmo ato que Nossa Senhora passou a ser Rainha. Uma só solenidade nos trouxe um Rei e uma Rainha.

Agora sim, estamos aptos a entender e amar a fundo o significado do Evangelho de hoje. A resposta ao povo e aos príncipes dos sacerdotes que escarneciam contra Jesus: "Salvou os outros, salve-Se a Si mesmo, se é o Cristo, o escolhido de Deus" (v. 35), como também aos próprios soldados romanos em seus insultos: "Se és o Cristo, salva-Te a Ti mesmo" (v. 37), transparece claramente nas premissas até aqui expostas.

Eles eram homens sem fé e desprovidos do amor a Deus, julgando os acontecimentos em função de seu egoísmo e por isso levados a se esquecerem de sua contingência. Cegos de Deus, já há muito afastados de sua inocência primeva, perderam a capacidade de discernir a verdadeira realidade existente por trás e por cima das aparências de derrota que revestiam o Rei eterno transpassado de dor sobre o madeiro, desprezado até pelas blasfêmias de um mau ladrão. Não mais se lembram dos portentosos milagres por Ele operados, nem sequer de suas palavras: "Julgas porventura que Eu não posso rogar a meu Pai e que poria já ao meu dispor mais de doze legiões de anjos?" (Mt 26, 53). Sim, se fosse de sua vontade, numa fração de segundo poderia reverter gloriosamente aquela situação e manifestar a onipotência de sua realeza, mas não o quis, como o fez em outras ocasiões: "Jesus, sabendo que O viriam arrebatar para O fazerem rei, retirou-se de novo, Ele só, para o monte" (Jo 6, 15).


Quem discerniu em sua substância a Realeza de Cristo foi o bom ladrão, por se ter deixado penetrar pela graça. Arrependido em extremo, aceitou compungido as penas que lhe eram infligidas, e reconhecendo a Inocência de Jesus no mais fundo de seu coração, proclamou os segredos de sua consciência para defendê-La das blasfêmias de todos: "Nem tu temes a Deus, estando no mesmo suplício? Quanto a nós se fez justiça, porque recebemos o castigo que mereciam nossas ações, mas Este não fez nenhum mal" (vv. 40-41). Eis a verdadeira retidão. Primeiro, humildemente ter dor dos pecados cometidos; em seguida, com resignação abraçar o castigo respectivo; por fim, vencendo o respeito humano, ostentar bem alto a bandeira de Cristo Rei e aí suplicar- Lhe:"Senhor, lembra-Te de mim, quando entrares no teu Reino!" (v. 42)

Tenhamos sempre bem presente que só pelos méritos infinitos da Paixão de Cristo e auxiliados pela poderosa mediação da Santíssima Virgem nos tornaremos dignos de entrar no Reino.

Seguindo os passos da conversão final do bom ladrão, poderemos esperar com confiança ouvir um dia a voz de Cristo Rei dizendo também a nós: "Em verdade te digo: Hoje estarás comigo no Paraíso" (v. 43).



Ó Cristo Jesus, eu Vos reconheço como Rei do Universo, sois o autor de toda a criação; exercei sobre mim todos os vossos direitos. Renovo as minhas promessas do batismo, renunciando a Satanás, suas pompas e suas obras; e de modo especial comprometo-me a lançar mão de todos os meios ao meu alcance para fazer triunfar os direitos de Deus e de vossa Igreja. Ó Sagrado Coração de Jesus, eu Vos ofereço minhas pobres ações para que os homens reconheçam a vossa Realeza Sagrada e o Reino de vossa paz se estabeleça por todo o universo.
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* Esta solenidade é celebrada no 34º Domingo do Tempo Comum e encerra o ano litúrgico.

sábado, 19 de novembro de 2016

Cristo, fonte da verdadeira Paz


Se soubessem os homens resolver-se a reconhecer a autoridade de Cristo em sua vida particular e pública, deste ato para logo dimanariam em toda a humanidade incomparáveis benefícios: uma justa liberdade, a ordem e o sossego, a concórdia e a paz (...).

Se os príncipes e governos legitimamente constituídos tivessem a persuasão de que regem menos no próprio nome do que em nome e lugar do Rei Divino, é manifesto que usariam do seu poder com toda a prudência, com toda a sabedoria possíveis Em legislar e na aplicação das leis, como haveriam de atender ao bem comum e à dignidade humana de seus súditos! Então floresceria a ordem, então veríamos difundirem- se e firmarem-se a tranqüilidade e a paz (...).

Oh! que ventura não pudéramos gozar, se os indivíduos, se as famílias, se a sociedade se deixasse reger por Cristo! "Então finalmente - para citarmos as palavras que, há 25 anos, o Nosso Predecessor Leão XIII dirigia aos bispos do mundo inteiro - fora possível sanar tantas feridas; o direito recobraria seu antigo viço, seu prestígio de outras eras; tornaria a paz com todos os seus encantos. ecairiam das mãos armas e espadas, quando todos de bom grado aceitassem o império de Cristo, Lhe obedecessem, e toda língua proclamasse que Nosso Senhor Jesus Cristo está na glória de Deus Padre" (Enc Annum Sacrum) (...).

A fim de que a sociedade cristã goze largamente de tão preciosas vantagens, e para sempre as conserve, é mister que se divulgue quanto possível o.conhecimento da dignidade real de Nosso Salvador Ora, nada pode, pelo que nos parece, conseguir melhor este resultado, do que a instituição de uma festa própria e especial em honra de Cristo Rei.

Com efeito, para instruir o povo nas verdades da fé e levá-lo assim às alegrias da vida eterna, mais eficazes que os documentos do Magistério eclesiástico são as festividades anuais dos sagrados mistérios. Os documentos do Magistério, de fato, apenas alcançam. um restrito número de espíritos mais cultos, ao passo que as festas atingem e nstruem a universalidade dos fiéis Os primeiros, por assim dizer, falam uma vez só, as segundas falam sem intermitência de ano para ano; os primeiros dirigem-se, sobretudo, ao entendimento; as segundas influem não só na inteligência, mas também no coração, quer dizer, no homem todo Composto de corpo e alma, precisa o homem dos incitamentos exteriores das festividades, para que, através da variedade e beleza dos sagrados ritos, recolha no ânimo a divina doutrina, e, transformando- em substância e sangue, tire dela novos progressos em sua vida espiritual.

Além disso, ensina-nos a própria História, que estas festividades litúrgicas foram introduzidas no decorrer dos séculos, umas após outras, para. responder a necessidades ou vantagens espirituais do povo cristão. Foram-se constituindo para fortalecer os ânimos em presença de algum inimigo comum, para premunir os espíritos contra os ardis da heresia, para mover e inflamar os corações a celebrar com a mais ardente piedade algum mistério de nossa fé ou algum benefício da divina graça (...) Assim se deu com a festa de Corpus Christi, instituída quando se esfriava a reverência e o culto para com o Santíssimo Sacramento.

A festa, doravante anual, de "Cristo-Rei" dá-nos a mais viva esperança de acelerarmos a tão desejada volta da humanidade a seu Salvador amantíssimo (...) Uma festa, anualmente celebrada por todos os povos em homenagem a Cristo-Rei, será sobremaneira eficaz para condenar e ressarcir, de algum modo, esta apostasia pública (...).

Portanto, em virtude de Nossa autoridade apostólica, instituímos a festa de "Nosso Senhor Jesus Cristo Rei", mandando que seja celebrada cada ano, no mundo inteiro, no último domingo de outubro (...) porque ele, em certo modo, encerra o ciclo do ano litúrgico. Destarte, os mistérios da vida de Jesus Cristo, comemorados no decorrer do ano que finda, terão na solenidade de "Cristo-Rei" seu como termo e coroa. (Revista Arautos do Evangelho, Nov/2004).



Papa Pio XI

"A Igreja não é um time de futebol que procura torcedores. Eu não barateio a doutrina, eu sigo o Concílio", diz Papa Francisco


"O Jubileu? Eu não fiz um plano. As coisas vieram. Simplesmente, me deixei levar pelo Espírito. A Igreja é o Evangelho, não é um caminho de ideias. Este Ano sobre a misericórdia é um processo amadurecido ao longo do tempo, desde o Concílio... Também no campo ecumênico o caminho vem de longe, com os passos dos meus antecessores. Esse é o caminho da Igreja. Não sou eu. Eu não dei nenhuma aceleração. Na medida em que seguimos em frente, o caminho parece ir mais rápido, é o motus in fine velocior."

Casa Santa Marta, é meio-dia. A conversa com o Papa Francisco entra diretamente nas dinâmicas de um período eclesial intenso, e não podia deixar de se deter, em particular, sobre os encontros e os passos ecumênicos dados, que pontilharam também as viagens apostólicas neste Ano da misericórdia que está prestes a se concluir, e sobre a busca prioritária da unidade dos cristãos, neste tempo histórico dilacerado por conflitos.

Depois da viagem à Suécia, eu lhe disse por telefone que, durante o voo de volta a Roma, dialogando com os jornalistas sobre aquele importante encontro reconciliado com os luteranos, tinha ficado sem resposta um comentário seu, e que, há muito tempo, eu pensava em lhe dirigir algumas interrogações justamente sobre o ecumenismo. Ele me pegou no contrapé, dizendo-me que poderia responder imediatamente. "Mas agora...?", eu lhe disse, e ele me concedeu um bem-humorado adiamento.

No encontro, pelo menos eu cheguei com antecedência. Entrei com o meu filho, enquanto chovia lá fora. Mas ele já estava esperando na porta. Como em outras circunstâncias, é no limiar que eu o encontrei, como o pai de sempre, como na primeira vez que eu o encontrei, há muitos anos. A paciência ao esperar parece ser a sua fibra, uma razão de ser, o seu ofício. 

Ele pegou os óculos e folheou sem pressa a enorme quantidade de perguntas. À margem, fez algumas anotações. Enquanto se levantava para dispor as flores banhadas de chuva, eu pensei nas “gotas finais” do Ano Santo, na Porta da misericórdia que está prestes a se fechar e reli uma observação de 50 anos atrás do patriarca ortodoxo Atenágoras no diálogo com Olivier Clément, que me surpreendeu: "Deveremos perscrutar mais profundamente o destino de Pedro no Evangelho. Pedro – escreveu São Gregório Palamas – é o próprio protótipo do homem novo, ou seja, o pecador perdoado. Ele pode estar aqui apenas para recordar à Igreja que ela vive do perdão de Deus e não tem outra força senão a Cruz. Se na Igreja existe um bispo que é ‘o análogo’ de Pedro, então estamos bem longe do poder e da glória mundana. E se Pedro esquecesse que o seu testemunho fundamental é o do pecador perdoado, então, à imagem de Paulo em Antioquia, profetas virão se opor a ele ‘de rosto aberto’ (Gl 2, 11)". 

Eu olho para o papa em silêncio e depois lhe pergunto:

Santo Padre, o que significou para o senhor este Ano de Misericórdia?

Quem descobre que é muito amado começa a sair da solidão ruim, da separação que leva a odiar os outros e a si mesmo. Espero que muitas pessoas tenham descoberto que são muito amadas por Jesus e tenham se deixado abraçar por Ele. A misericórdia é o nome de Deus e é também a Sua fraqueza, o Seu ponto fraco. A Sua misericórdia O leva sempre ao perdão, a se esquecer dos nossos pecados. Eu gosto de pensar que o Onipotente tem uma péssima memória. Uma vez que Ele perdoa você, Ele se esquece. Porque é feliz em perdoar. Para mim, isso basta. Assim como para a mulher adúltera do Evangelho "que muito amou". "Porque Ele muito amou." Todo o cristianismo está aqui.

Mas foi um Jubileu sui generis, com muitos gestos emblemáticos...

Jesus não pede grandes gestos, mas apenas o abandono e o reconhecimento. Santa Teresa de Lisieux, que é doutora da Igreja, na sua "pequena via" para Deus, indica o abandono da criança, que adormece sem reservas entre os braços do seu pai, e lembra que a caridade não pode permanecer fechada no fundo. Amor a Deus e amor ao próximo são dois amores inseparáveis.

Foram realizadas as intenções pelas quais o senhor o havia convocado?

Mas eu não fiz um plano. Eu simplesmente fiz aquilo que o Espírito Santo me inspirava. As coisas vieram. Eu me deixei levar pelo Espírito. Tratava-se somente de ser dócil ao Espírito Santo, de deixar que Ele fizesse. A Igreja é o Evangelho, é a obra de Jesus Cristo. Não é um caminho de ideias, um instrumento para afirmá-las. E, na Igreja, as coisas entram no tempo quando o tempo está maduro, quando ele se oferece.