quarta-feira, 21 de dezembro de 2016

Sobre ídolos e vidas fúteis...


Meditando no Livro da Sabedoria, dei com estas palavras: “Nenhum homem pode modelar um deus à sua semelhança: porque, sendo mortal, forja com suas mãos iníquas um morto! De fato, ele é melhor do que aqueles aos quais cultua, porquanto pelo menos vive, mesmo sendo mortal, ao passo que aqueles nunca viverão!” (Sb 15,16b-17).

São palavras contra a idolatria, culto aos falsos deuses e seus simulacros. No sentido bíblico mais profundo, a idolatria consiste em o homem endeusar, divinizar e idolatrar a criatura ao invés do Criador, divinizar a obra de suas mãos, como se fosse um deus que lhe pudesse dar a vida.

Nossa cultura tem modelado tantos deuses: a tecnologia, a razão, as ciências tão avançadas, o divertimento, o culto do corpo e do bem estar, do sucesso e da fama, o prazer em todas as formas possíveis e imagináveis... E tem colocado em tudo isso a sua esperança de uma vida feliz, de realizar sua existência...

Mas, é uma ilusão, uma armadilha: essas coisas não salvam, não dão o sentido, não podem servir de fundamento válido e duradouro para a existência! Elas simplesmente não são Deus; elas são vaidade, isto é, inconsistência! Aliás, como adverte o texto sagrado, o homem mortal – pó que o vento leva – não pode modelar um Deus imortal!

Tudo quanto modelam os filhos de Adão não passa de pó e não pode servir para dar sustento à nossa existência: nem a filosofia, nem a sociologia, nem a psicanálise, nem a economia, nem as ciências várias, nem a tecnologia... Tudo isto pode ter valor, mas nada disto é absoluto, nada disto é Deus! Pode, no máximo, tornar-se um ídolo miserável...

A humanidade nunca foi tão iludida e enganada, tão superficial como nestes nossos tempos! Como diz ainda o texto santo, este homem de agora “ignora Aquele que o plasmou, que nele inspirou uma alma ativa e nele insuflou o espírito que faz viver. Chega a considerar nossa vida um jogo e nossas atividades como voltadas para o lucro; por isso diz que deve tirar proveito de tudo, até do mal” (Sb 15,11-12). 

São Pedro Canísio


São Pedro Canísio nasceu em Nimega, atual Holanda, mas então parte da Alemanha naquele tempo. Isto no ano de 1521. Canísio é a latinização de Kanijs. Seu pai foi prefeito de Nimega e encaminhou seu filho para estudar Direito.

Cursou estudos em Colônia e Lovaina para formar-se como advogado sem, no entanto, descuidar de sua espiritualidade (tendo em vista suas frequentes visitas ao Mosteiro dos Cartuxos). Descobrindo o seu chamado com o auxílio de um padre jesuíta, Pedro Canísio tornou-se o primeiro jesuíta alemão, tendo entrado na Companhia de Jesus em 1543. Recebeu a ordenação sacerdotal três anos mais tarde. Nesse mesmo ano publicou as obras de S. Cirilo de Alexandria, sendo o primeiro livro mandado imprimir por um jesuíta. Foi teólogo do Concílio de Trento e um grande pregador e professor. Exerceu a sua docência sobretudo em Inglostad, Viena, Augsburgo, Innsbruk e Munique. Organizou a sua Ordem na Alemanha, fazendo dela o instrumento valioso para a reforma católica contra o protestantismo. Foi um dos iniciadores da imprensa católica.

Profundo devoto da Santíssima Virgem, Pedro Canísio foi conselheiro de Príncipes, Núncios e Papas. Das 36 obras que compôs, as mais célebres são os seus três Catecismos (1555-1556 e 1558), largamente difundidos por toda a cristandade até o século XIX. O denominado “Catecismo Mayor”, em 221 perguntas e respostas, alcançou pelo menos 130 edições. O Papa Leão XIII chamou-lhe mesmo o “segundo Apóstolo da Alemanha, depois de S. Bonifácio”.

Faleceu em Friburgo, na Suíça, a 21 de dezembro de 1597. O Papa Pio XI canonizou-o a 21 de maio de 1925, declarando-o ao mesmo tempo Doutor da Igreja.

São Pedro Canísio, rogai por nós!



Deus, que marcastes pela vossa doutrina a vida de São Pedro Canísio, concedei-nos, por sua intercessão, que sejamos fiéis à mesma doutrina, e a proclamemos em nossas ações. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso filho, na unidade do Espírito Santo. Amém.

terça-feira, 20 de dezembro de 2016

"E não havia lugar para eles na hospedaria" (Lc 2,7c).


Quando Maria, a Santíssima Virgem e São José foram a Belém recensear-se, obedecendo ao edito de César, por serem eles pobres, disseram-lhes que não havia lugar para eles na estalagem.

Por isso o Menino Jesus teve que nascer fora da cidade, numa cocheira miserável, onde havia um boi e um burro.

Cristo veio para o que era seu - Israel -- e os seus, os judeus, não O receberam. Ele nasceu numa cocheira, fora da cidade, assim como iria morrer fora da cidade de Jerusalém. Por que "os seus não O receberam" (Jo. I, 11).

"O boi conhecerá o seu dono, e o burro conhecerá o presépio de seu Senhor" profetizou Isaías (Is. I, 3).

Mas, os seus não o receberam...

Nasceu numa pobre cocheira, porque Israel, seu povo, a Sinagoga, não O recebeu, nem o conheceu, recusando o Messias que Deus lhe prometera.

Nasceu numa cocheira símbolo da Igreja. Porque, como explica Hugo de São Victor, na cocheira os animais -- o boi e o burro -- deixam suas sujeiras, e se alimentam no cocho, assim como nós, cristãos, vamos à Igreja, para deixar, no confessionário, nossos pecados, a fim de, depois, irmos nos alimentar com o Pão que desceu dos céus, na mesa da comunhão.

O presépio de Belém representa, então, a Igreja, que perdoa os nossos pecados e nos alimenta com o corpo de Cristo, o maná que desceu dos céus.

Mas "os seus não o receberam", e não havia lugar para eles na estalagem".

Espantamo-nos com a frieza e a dureza de coração dos habitantes de Belém, que recusavam receber Maria e José.

Espantamo-nos com a cegueira da Sinagoga, que abria o rolo da profecia e respondia a Herodes: "Sim. É verdade. Estamos na época em que deve nascer o Messias prometido. E Ele vai nascer em Belém, palavra que significa casa do pão". E depois de ler a profecia, a Sinagoga fechava o rolo, e não ia a Belém adorar o Rei dos judeus que nascera. E O recusava, não lhe dando lugar na estalagem. 

Que a Estrela Guia brilhe!


“Glória a Deus nas alturas, e paz na terra aos que ele ama! (Lc 2,14).

Estamos às portas do natal. Encerram sonhos e esperanças do ano em curso. Muitas vidas nasceram, morreram e outras padecem na angústia da dor, esperando melhoras. Vivemos num mundo agitado, desconexo, muitas vezes sem rumo e sem brilho.

Vivemos em situação decadente produzido por lideranças da nação sem capacidade de liderar e governar. Falta a estrela guia para apontar o rumo. Uma sociedade dividida, manipulada, sequestrada nos seus direitos e por isso, não sabe mais quais são seus deveres. Uns, não tão poucos, legislando em causa própria, escondendo seus roubos e rombos dos cofres públicos. Enquanto isso, a sociedade é jogada na guerra fria fomentando ódio da direita contra a esquerda e vice versa, anestesiando as consciências humanas e matando o direito de pensar e agir como cidadãos. Basta lembrar a infeliz proposta de emenda parlamentar (PEC 55), votada e aprovada pela elite inconsequente que castiga os pobres, justificando que é preciso diminuir despesas da União. Sabemos que, quase a metade das receitas engordam o sistema financeiro, pagando juros e amortecendo a dívida pública, dívida essa, que não apresentam documentos. Encurtar receitas para a Educação, Saúde, Previdência e privilegiar o Sistema financeiro e Pois esses, dificultam fazer auditoria cidadã da dívida pública (cf. www.auditoriacidadadadividapublica) . Infeliz e diabólica é essa emenda parlamentar!

A sociedade brasileira e até mundial se chocou com o trágico acidente aéreo (Chapecoense), resultado desse sistema que sobrepõe o financeiro acima da vida e dignidade humana, decepando tantas vidas. A humanidade chora, e os magnatas do poder e do capital se aproveitam da desgraça e ainda aplicam mais golpes justificando uma lei que despenaliza o assassinato de inocentes que vivem no ventre materno, o aborto. O lugar mais seguro da vida humana se tornou o lugar mais frágil, pois a segurança da vida foi substituída pela lei perversa e desumana que não sente a perda da vida sem defesa e sem proteção. É o nível rebaixado das altas autoridades, se assim ainda podemos considerar, em vez de implementar leis de proteção e educação, prefere a lei da morte, mata, aborta e pronto. Essa é norma dos que governam ou legislam nesse mundo confuso e sem respeito pela dignidade humana. A justificativa para resolver certas questões sociais é a morte e não a vida.

Nessa bagunça generalizada, estamos para receber um Menino luz, estrela guia, esperança, brilho, encanto e salvação, o Menino Jesus. 

Arrepender-se e acreditar na Palavra de Deus


Amigo, estamos na Semana Santa do Natal. Para você, um texto de Beato Isaac da Estrela, monge cisterciense do século XII:

Irmãos, este é o momento de sair, cada um de nós por si, das vias do pecado. Saiamos da nossa Babilônia para nos reencontrarmos com Deus, nosso Salvador, como nos advertia o Profeta: «Prepara-te para comparecer diante do teu Deus, ó Israel!» (Am 4,12).


Abandonemos o abismo do nosso pecado e aceitemos partir em direção ao Senhor que assumiu «uma carne idêntica à do pecado» (Rm 8,3).

Libertemo-nos do desejo do mal e façamos penitência pelos nossos erros. Assim, encontraremos Cristo, Ele que expiou o pecado, que não tinha cometido de modo algum. Então, Aquele que salva os arrependidos dar-nos-á a salvação: «Ele é misericordioso para com aqueles que se convertem» (Eclo 12,3 Vulg).

Dir-me-ão: «Quem pode então, por si mesmo, sair do pecado?» Sim, na verdade, o maior pecado é o amor que lhe temos, o desejo de o cometer!

Por isso, despoja-te do teu desejo, odeia o mal e assim conseguirás desapegar-te dele! Se odiares o pecado encontrarás a Cristo, em seu lugar. Cristo perdoa as faltas dos que odeiam o pecado e espera que arranquemos os maus hábitos pela raiz.
 

Ataque do terrorismo islâmico na Alemanha


Nesta 2ª. feira (19 de dezembro), mais um atentado perpetrado pelo terrorismo islâmico na Europa. Desta vez em Berlin (Alemanha). Um enorme caminhão Scania dirigido por um maometano invadiu uma feira de Natal da cidade atropelando dezenas de pessoas, deixando, segundo informações da CNN, pelo menos 12 mortos e mais de 50 feridos — algumas vítimas ficaram esmagadas debaixo do veículo. Ataque terrorista que nos faz lembrar daquele ocorrido em Nice (França) em 14 de julho passado.

Em Berlin, primeiramente, o caminhão derrubou uma árvore de Natal e acelerou atropelando as pessoas próximas as encantadoras barracas natalinas, muito frequentadas nesta época do ano. Nessas feiras de Natal os visitantes compram chocolates, decorações natalinas, brinquedos para as crianças, enquanto tomam um vinho quente ou saboreiam diversas iguarias que os alemães fazem para celebrar o Natal.



A esse propósito, pareceu-nos oportuno publicar neste site uma entrevista com Benno Hofschulte, do TFP-Bureau em Frankfurt. Ela foi estampada na revista Catolicismo deste mês e revela como, no continente europeu, o governo alemão foi o que mais abriu suas fronteiras para a entrada de imigrantes maometanos, inclusive militantes do “Estado Islâmico”, que aproveitam de tal abertura para se introduzirem na Europa, onde arregimentam novos adeptos para perpetrar delitos de toda ordem e mesmo atentados terroristas — como este na capital alemã… 

Lições da genealogia de Jesus


A genealogia de Jesus (Mateus 1,1-17) é um texto riquíssimo de significado. Eis algumas lições preciosas:

1. O texto começa afirmando que o Senhor é filho de Davi, filho de Abraão. Ele é verdadeiro homem, vindo do limo da terra, da raça dos filhos de Adão. Por outro lado, Ele é o cumprimento das promessas feitas a nosso Pai Abraão ("por tua descendência todos os povos da terra serão abençoados") e a Davi ("nunca faltará um descendente teu no teu trono").

2. Na genealogia aparecem santos como o rei Josias e ímpios como Manasses. Jesus não vem de uma raça pura, mas de uma humanidade marcada por grandezas e baixezas. É na trama da nossa vida, nos altos e baixos da existência, dia após dia, que Deus vai tecendo na nossa pobre vida o Seu desígnio de amor e salvação.

3. Na genealogia aparecem cinco mulheres, todas elas em situação peculiar e irregular: Tamar, que teve um filho do sogro Judá; Raab, que era uma prostituta cananéia; Rute, que era uma pagã moabita, a mulher de Urias, com quem Davi adulterou e da qual nasceu Salomão e, finalmente, Maria, que antes de casar e ainda virgem, concebeu... Diante do Senhor Deus tudo tem sentido, tudo vai se encaixando e até nossas debilidades servem ao Seu plano de amor! 

Todo o mundo à espera da resposta de Maria


Ouviste, ó Virgem, a voz do Anjo: Conceberás e darás à luz um filho. Ouviste-o dizer que não será por obra de varão, mas por obra do Espírito Santo. O Anjo aguarda a resposta: é tempo de ele voltar para Deus que o enviou. Também nós, miseravelmente oprimidos por uma sentença de condenação, também nós, Senhora, esperamos a tua palavra de misericórdia.

Em tuas mãos está o preço da nossa salvação. Se consentes, seremos imediatamente libertados. Todos fomos criados pelo Verbo eterno de Deus, mas agora vemo-nos condenados à mor- te: a tua breve resposta pode renovar-nos e restituir-nos à vida.

Isto te suplica, ó piedosa Virgem, o pobre Adão, desterrado do paraíso com toda a sua mísera posteridade; isto te suplicam Abraão e David. Imploram-te todos os santos Patriarcas, teus antepassados, também eles retidos na região das sombras da morte. Todo o mundo, prostrado a teus pés, espera a tua resposta: da tua palavra depende a consolação dos infelizes, a redenção dos cativos, a liberdade dos condenados, a salvação de todos os filhos de Adão, de toda a tua linhagem.

Dá, depressa, ó Virgem, a tua resposta. Responde sem demora ao Anjo, ou, para melhor dizer, ao Senhor por meio do Anjo. Pronuncia uma palavra e recebe a Palavra. Profere a tua palavra humana e concebe a divina. Diz uma palavra transitória e acolhe a Palavra eterna.

Porque demoras? Porque receias? Crê, consente e recebe. Encha-se de coragem a tua humildade e de confiança a tua modéstia. Não convém de modo algum, neste momento, que a tua simplicidade virginal esqueça a prudência. Virgem prudente, não temas neste caso a presunção, porque, embora seja louvável aliar a modéstia ao silêncio, mais necessário é agora aliar a piedade à palavra.

Abre, ó Virgem santa, o coração à fé, os lábios ao consentimento, as entranhas ao Criador. Eis que o desejado de todas as nações está à tua porta e chama. Se te demoras e Ele passa adiante, terás então de recomeçar dolorosamente a procurar o amado da tua alma. Levanta-te, corre, abre. Levanta-te pela fé, corre pela devoção, abre pelo consentimento.

Eis a serva do Senhor, disse a Virgem, faça­se em mim segundo a tua palavra.



Das Homilias de São Bernardo, abade, em louvor da Virgem Mãe 
(Hom. 4, 8-9: Opera omnia, Edit. Cisterc. 4 (1966), 53-54) (Sec. XII)