sábado, 4 de fevereiro de 2017

Sacerdote profetizou sua morte e pediu que não executem seu assassino


Em abril de 2016, o sacerdote franciscano Rene Robert foi sequestrado e assassinado em um bosque no estado da Geórgia (Estados Unidos) por Steven James Murray. Vinte e dois anos antes, o sacerdote escreveu uma carta na qual afirmou que estava abertamente contra a pena de morte, inclusive caso alguém o assassinasse, como aconteceu.

“Eu peço que a pessoa considerada culpada do meu assassinato não seja submetida à pena de morte em nenhuma circunstância”, escreveu o Pe. Robert no documento de 1995, intitulado “Declaração de Vida”, que teve como testemunha e notário um advogado e com o qual previu sua morte.

Em 19 de maio do ano passado, a procuradora do distrito o Departamento Judicial de Augusta (estado da Geórgia), Ashley Wright, apresentou a intenção de solicitar a pena de morte para Steven Murray, caso fosse declarado culpado pelo assassinato.

Diante desta situação, a Diocese de Santo Agostinho (Flórida), a qual pertencia o Pe. Robert, enviou a Wright a “Declaração de Vida”, assim como uma carta de Dom Felipe J. Estévez, Bispo diocesano, para tentar deter a moção.

“Embora o Estado tenha o direito de praticar a pena de morte, a fim de proteger a sociedade, eliminar de modo desnecessário e deliberado qualquer vida, nega a dignidade de todas as pessoas, contribui a uma falta de respeito cada vez maior pela santidade da vida humana e estimula um sentimento de vingança, em vez de justiça”, detalhou Dom Estévez na missiva. 

Está próxima a volta dos lefebvristas à Igreja Católica?


Sobre a volta dos lefebvristas (ou Fraternidade Sacerdotal São Pio X – FSSPX) à Igreja, falou recentemente Dom Guido Pozzo, Secretário da Pontifícia Comissão Ecclesia Dei e delegado vaticano neste processo, afirmando que o caminho para a constituição de uma prelatura pessoal já foi iniciado.

Em uma entrevista à revista espanhola ‘Vida Nueva’ publicada hoje, o Prelado assegura que neste momento “há uma profunda análise de alguns aspectos do texto da figura jurídica da prelatura pessoal. Depois desta fase, será apresentado um projeto de constituições ao Santo Padre”.

Entretanto, “a condição necessária para o reconhecimento canônico é a adesão aos conteúdos da Declaração Doutrinária que a Santa Sé apresentou à FSSPX”.

Ao ser perguntado sobre a adesão dos lefebvristas ao Concílio Vaticano II, Dom Pozzo assinala que “o Vaticano II deve ser compreendido e lido no contexto da tradição da Igreja e do seu constante Magistério”.

“Poderiam analisar, depois da reconciliação plena, as reservas sobre questões que não são propriamente temas de fé, mas temas relacionados à aplicação pastoral de orientações e ensinamentos conciliares, como a relação entre a Igreja e o Estado, o ecumenismo, o diálogo inter-religioso ou alguns aspectos da reforma litúrgica e a sua aplicação”.

Por sua vez, explica que “é um falso problema perguntar-se se um católico poderia aceitar ou não o Concilio. Um bom católico não pode rechaçá-lo, pois é uma assembleia universal de bispos reunidos com o Papa”.

“O verdadeiro problema é a interpretação dos documentos conciliares”. Enfim, o responsável pelo processo detalha quais seriam os requisitos fundamentais para que a FSSP pudesse voltar à comunhão plena com Roma:

“Como para qualquer outro católico, a adesão à profissão de fé, o vínculo dos sacramentos e a comunhão hierárquica com o Papa. Um ponto específico teria a ver, como digo, com a correta relação entre a tradição e o magistério da Igreja e o fato de que o Concílio deve ser lido à luz da tradição perene e do magistério constante da Igreja”. 

RO: Prefeito quer retirar de livros didáticos conteúdo com ideologia de gênero


O anúncio na semana passada da prefeitura de Ariquemes (RO) de que os conteúdos relacionados com “diversidade familiar” e ideologia de gênero seriam retirados dos livros didáticos fez com que o prefeito Thiago Flores fosse acionado pelo Ministério Público do estado (MP-RO), para quem a medida é ilegal.

O prefeito Thiago Flores foi acionado pelo MP para que assinasse um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) comprometendo-se a não suprimir páginas ou retirar das escolas da rede municipal de educação livros didáticos destinados a alunos do 1º ao 5º ano do ensino fundamental e que contenham matéria relacionada à ideologia de gênero.

Em nota, o MP considerou que medidas como a retirada dos conteúdos de ideologia de gênero dos livros “disseminam o ódio contra os homossexuais e ferem de morte o fundamento constitucional da promoção da igualdade e da sociedade livre de qualquer preconceito”.

Para o Ministério Público, a medida incentivaria o preconceito e incitaria ao ódio contra homossexuais. Segundo a promotoria, caso as páginas sejam retiradas dos livros, isso poderá constituir um ato de improbidade administrativa e prejuízo ao erário público, além de abuso de poder.

Segundo a prefeitura de Ariquemes, o prefeito Thiago Flores esteve em reunião com o MP no dia 27 de janeiro, mas não assinou o TAC e afirmou que a preocupação desta gestão é garantir que situações como a do ano passado, quando as crianças ficaram sem livros por seis meses, não voltem a ocorrer.

“Fui legitimamente eleito para governar o município pelos próximos quatro anos. A solução deste impasse será tomada no âmbito da prefeitura e devidamente comunicada ao Ministério Público até o dia 2 de fevereiro”, informou o prefeito sobre o prazo que se encerraria nesta sexta-feira.

Procurada pela redação da ACI Digital, a prefeitura de Ariquemes não deu resposta. Entretanto, em sua página no Facebook, postou nesta sexta-feira que, “em relação às discussões acerca da distribuição dos livros didáticos nas escolas municipais, a prefeitura de Ariquemes, em respeito ao procedimento já em curso perante o Ministério Público de Rondônia e, visando pois, não fomentar quaisquer outros desdobramentos subjacentes ao tema, que uma interpretação descontextualizados poderia provocar, optou em se manifestar apenas nos autos do procedimento correspondente”.

“Por outro lado – acrescentou –, assevera-se que os alunos da rede municipal de ensino não terão qualquer prejuízo no que tange a tempestividade da entrega do seu material didático e tampouco não haverá por parte da administração municipal qualquer pratica de ato ou ação que violem o princípio da dignidade da pessoa humana, norteador da ordem jurídica e democrática brasileira”. 

Renunciou à vida do mundo


João de Brito, o benjamim da família, órfão de pai desde a mais tenra infância, foi educado na corte do sábio rei de Portugal D. João IV. No meio da alegria folgazã dos pajens seus companheiros, nunca deixou de refletir na sua vida a bondosa imagem de um novo Estanislau: a sua modéstia, a sua piedade, a espontânea defesa da sua pureza angélica, tornaram-se alvo frequente de mofas e de outros tratamentos ainda piores, os quais, suportados com paciência inquebrantável, lhe deram ocasião para que o apelidassem, como presságio do seu fim heróico, «o mártir». 

Não se julgue que fosse insensível ao que lhe feria o amor próprio; mas era de índole tão bondosa mesmo para com aqueles que não apreciavam a sua virtude, que à irrisão e ofensas dos companheiros correspondia sempre com um sorriso benévolo e suma afabilidade. 

João, que desde o nascimento fora santificado pelo dom da graça divina, e depois saboreou como o Senhor é bom, passa pelo mundo como um raio de luz através das sombras da selva escura, cresce como lírio entre os espinhos, eleva-se para o céu e floresce, esquecendo tudo quanto o rodeia; estimulado pelos favores de Deus, alimenta em si uma adolescência vigorosa que, à imitação do Apóstolo, quando Aquele que o tinha destinado desde o seio materno quis chamá-lo para pregar o seu Filho entre os gentios, decididamente não consultou a carne e o sangue, e subtraiu-se à ternura materna, ao afeto do rei e à tranquilidade da sua terra natal. 

Olhai para o jovem missionário, para o heroísmo da sua ação, que se dilata no meio dos povos infiéis: ação esplêndida, ação destemida, ação fecunda. Seria necessário não ter ideal algum no coração para não sentir o entusiasmo que suscita a narração da sua vida tão ardente, para não experimentar, com um sentimento de santa inveja, o desejo de participar em tão árduas canseiras evangélicas e de alcançar os seus merecimentos na medida das próprias forças. 

Neste herói da santidade, movido por uma atividade sem tréguas nem descanso, não tardaria a sentir-se consumada a vida laboriosa do missionário, se não tivesse sobrevindo tão subitamente o martírio a impedir-lhe o trabalho ardoroso da pregação da fé e moral evangélica, interrompendo o curso da sua vida e da obra começada.



Da Alocução de Pio XII, papa, no dia seguinte ao da canonização de João de Brito (AAS 39 [1947], 392-393.395-396) (Sec. XX)

O que se deve fazer diante do altar? Genuflexão ou inclinação?


Algumas pessoas dizem: “Já vi padres se ajoelharem diante do altar e outros apenas fazerem uma inclinação. Qual é o certo?”. Os dois casos estão certos, mas seguem uma prática. Quando o sacerdote chega ao altar, supõe-se que veio da sacristia e se dirigiu para esse altar integrado na procissão de entrada.

É o que se deduz da IGMR 121: “Enquanto a procissão se dirige para o altar, canta-se o cântico de entrada”. A procissão é formada pelo presidente e ministros. O mesmo documento continua assim, no n. 122: “Ao chegarem ao altar, o sacerdote e os ministros fazem uma inclinação profunda” (vênia). A quem? Naturalmente ao altar, que vai ser o centro da celebração e junto do qual se encontram. Não há, portanto, nenhuma genuflexão a Cristo na cruz ou ao altar.

Havendo, porém, o Tabernáculo com o Santíssimo (Sacrário) se ao centro, no fundo do presbitério, por detrás do altar, presidente e ministros, em vez da inclinação profunda ao altar, genufletem ao Senhor, presente no sacrário. 

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2017

Palavra de Vida: “Dar-vos-ei um coração novo e introduzirei em vós um espírito novo” (Ez 36, 26).


O termo “coração” faz-nos pensar em afetos, sentimentos, paixões. Mas, para o autor bíblico, é muito mais do que isso: o coração, juntamente com o espírito, é o centro da vida e da pessoa, o lugar das decisões, da interioridade, da vida espiritual. Um “coração de carne” é dócil à Palavra de Deus, deixa-se guiar por ela e tem “pensamentos de paz” para com os irmãos. Pelo contrário, um “coração de pedra” está fechado em si mesmo, sendo incapaz de dar atenção e ter misericórdia.

Precisamos mesmo de um coração novo e de um espírito novo? Basta olhar ao nosso redor. As violências, as corrupções, as guerras nascem de corações de pedra, que se fecharam ao projeto de Deus sobre a Criação. E até nós, se olharmos sinceramente para dentro de nós, não nos sentimos muitas vezes arrastados por desejos egoístas? Será que as nossas decisões são sempre orientadas pelo amor e pelo bem dos outros?

Ao olhar para esta nossa pobre humanidade, Deus enche-se de compaixão. Ele, que nos conhece melhor do que nós próprios, sabe que precisamos de um coração novo. E promete-o ao profeta Ezequiel, pensando não apenas em algumas pessoas, mas em todo o seu povo. O sonho de Deus é voltar a criar uma grande família de povos, como Ele a idealizou desde as origens, moldada pela lei do amor recíproco. A nossa história mostrou muitas vezes, por um lado, que, individualmente, não somos capazes de realizar esse projeto, e, por outro, que Deus nunca se cansou de “jogar este jogo”, até ao ponto de nos prometer dar um coração e um espírito novos.

E ele cumpre plenamente a sua promessa quando envia o seu Filho à Terra e infunde o seu Espírito, no dia de Pentecostes. Aí nasce uma comunidade – a primeira comunidade de Jerusalém –, ícone duma humanidade caracterizada por «um só coração uma só alma» (1). 

Pedagogia Litúrgica para Fevereiro de 2017: "Liturgia e discipulado".


A proposta pedagógica da Liturgia nas celebrações do Ano Litúrgico é evidente para quem se dedica ao estudo da Liturgia. Domingo após Domingo, a Liturgia vai celebrando e conduzindo seus celebrantes nos caminhos do discipulado. Isso acontece no decurso de todo o Ano Litúrgico, mas existem momentos nos quais isso aparece de modo mais evidente. Um destes momentos se fazem presentes nas celebrações realizadas neste mês de fevereiro de 2017.
  
Discípulos e discípulas para iluminar o mundo

Vós sois o sal da terra, vós sois a luz do mundo! Esta é uma das mais importantes e completa definição da identidade do discípulo e discípula de Jesus, presente no Evangelho do 5DTC-A. O discípulo e discípula do Evangelho nasceram para brilhar, para irradiar a luz do Evangelho em todas as partes do mundo. A luz da fé não brilha pela excelência do conhecimento de dogmas ou da Teologia, mas, como diz o contexto celebrativo do 5DTC-A, pelo empenho de quem se dedica ao pobre e ao irmão e irmã necessitados, eles que são a grande riqueza do Evangelho.

É através da partilha da vida que cada discípulo e discípula de Jesus acendem a luz divina e dá sabor ao viver aqui na terra. Isto faz com que a celebração deste Domingo seja celebrada num contexto provocador, exigindo dos celebrantes uma avaliação do seu modo de viver para celebrar realmente um culto coerente com aquilo que se vive. 

"Proibido abençoar concubinatos e adultérios", diz arcebispo argentino a sacerdotes


O Arcebispo de La Plata (Argentina), Dom Héctor Aguer, se dirigiu aos sacerdotes da sua Arquidiocese para advertir que, “quando não for possível celebrar, segundo o rito litúrgico, um matrimônio canônico, deve-se evitar cuidadosamente qualquer sinal que induza à confusão, tanto para os supostos cônjuges e seus familiares, quanto para o povo de Deus em geral”.

“Portanto, estão proibidas as bênçãos de alianças e até mesmo a bênção de casais, pois isto pode parecer que está abençoando a união concubinária ou adúltera. Uso estes nomes, que hoje parecem antipáticos, porque é verdade, embora convenha evitá-los em um diálogo pessoal com os demandantes”, descreve a carta enviada no dia 28 de janeiro.

“Com maior razão estão proibidas as cerimônias no templo, como se fossem as cerimônias realizadas normalmente nos casamentos de verdade. Qualquer recusa deve ser feita com respeito absoluto, com muita serenidade e caridade, sem ofender ninguém, mas explicando o significado da celebração nupcial e o valor do sacramento do matrimônio e suas condições de recepção”, acrescenta o texto.

Dom Aguer disse que, “em muitos casos”, os sacerdotes poderão encaminhar à conversão com delicadeza e sempre convidar estes casais a “implorar que a misericórdia de Deus antecipe o momento da graça. De repente, muitos deles têm condições de celebrar um matrimônio canônico”.