segunda-feira, 13 de fevereiro de 2017

Homilética: 7º Domingo do Tempo Comum - Ano A: "A radicalidade do amor".


Amor a quem? Aos inimigos? Sim. Aos que nos odeiam e aos que nos maltratam, aos que nos perseguem e aos que falam mal de nós, nem excluímos os que difamam a Igreja e os que injuriam os ministros de Deus. Também os insensatos que afirmam disparates contra a fé e os bons costumes tentando corromper a família, a juventude e as crianças, devem ser objetos do nosso amor que perdoa. Enfim, todos os que nos consideram inimigos – nós, ao contrário, não somos inimigos de ninguém – se sintam amados e perdoados por nós. O amor de Cristo não conhece fronteiras e nós, seus discípulos, também devemos desconhecê-las.

Cristo não pregou essa doutrina somente com a palavra, mas também com o exemplo. Do alto da cruz, depois de crucificado por aqueles deicidas, ou seja, por todos os pecadores, pronuncia aquelas palavras que continuam nos comovendo profundamente: “Pai, perdoa-lhes; porque não sabem o que fazem” (Lc 23,34). Faz dois mil anos que essas palavras ressoam aos ouvidos do Pai que, em atenção a essa súplica do seu Filho, ao qual não fizeram justiça, continua perdoando e nos levando ao Paraíso.

A primeira leitura nos ensina a amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a nós mesmos. O amor a Deus e o amor ao próximo estão interligados. A prática desses amores leva-nos a imitar Deus: ser santos como Deus é santo!

Na segunda leitura, Paulo sustenta que a comunidade cristã é templo de Deus. E, como templo de Deus, todos os seus membros devem abraçar a sabedoria da cruz. A cruz revela quão gratuito é o amor de Deus! Revela também a força de Deus: a desmedida do seu amor! Sua sabedoria consiste numa vida doada, inteiramente gratuita. A cruz indica qual deve ser a vida do cristão. Quem se deixa conduzir por sua sabedoria possui já, aqui e agora, a vida eterna!

O Evangelho faz uma referência à chamada “lei de talião” (vv. 38-42), consagrada na conhecida fórmula “olho por olho, dente por dente” e que aparece em vários textos do Antigo Testamento (cf. Ex 21,24; Lv 24,20; Dt 19,21). Trata-se de uma expressão que se tornou proverbial, e que descreve a falta de compaixão, a recusa de usar a clemência em relação ao culpado. Essa lei tinha sido imposta para defender o réu das vinganças sem limites, das represálias brutais, dos excessos nas punições.  Nos tempos antigos, quem conseguisse capturar o responsável por alguma maldade cometida, podia submetê-lo a punições severas, visando a dissuadi-lo, como também dissuadir os demais, a não cometer erros semelhantes.  A pessoa teria que pagar não só pelo seu crime, mas também por todos os outros crimes cujos responsáveis não tinham sido descobertos.

Esta vingança era um método antiquado e desumano de praticar a justiça, mas servia para manter a ordem naquela sociedade.  Neste contexto social, foi introduzida esta nova norma: “Olho por olho, dente por dente”, alicerçada sob a ideia da recusa do perdão, baseada em uma justiça exigente de igualdade, que acaba fazendo surgir, pela sua própria dureza, um convívio atroz.

Contudo, Jesus propõe algo novo, pois, na sua perspectiva, é preciso interromper o curso da violência e, para isso, propõe aos seus discípulos a não resposta às eventuais provocações e a não retribuir o outro com o mal, mas com o bem.  O Senhor nos adverte não só a receber com paciência os golpes que nos ferem, mas a apresentar com humildade a outra face. A finalidade da lei era ensinar a não fazer ao outro aquilo que não queremos que nos façam. Por isto, somos chamados a amputar as nossas más ações.


Com o objetivo de tornar mais clara a sua proposta, Jesus apresenta alguns casos concretos. Inicialmente, pede para não responder com a mesma moeda àquele que nos agride fisicamente, mas que se desarme o violento, oferecendo a outra face (v. 39); em seguida, Jesus recomenda que, diante de uma exigência exorbitante, como a entrega da túnica, isto é, da peça de roupa mais fundamental, que não era tirada senão àquele que era vendido como escravo (cf. Gn 37,23), se responda entregando ainda mais (v. 40).

Não olhemos as pessoas desde cima, como se fossem inferiores a nós, ainda que nos considerem inimigos. A caridade exige justamente o contrário: colocar-nos ao serviço deles, ver os aspectos positivos dos demais, fomentar as qualidades que o outro tem e entrar – de certa maneira – no universo dele para procurar compreendê-lo. E, dessa maneira, desde a visão do outro, ainda que errônea, procurar encaminhar tudo para o bem, para Deus.

Toda a reinterpretação que Jesus apresenta no capítulo quinto do Evangelho de Mateus bem como o programa de vida do discípulo, exposto nas bem-aventuranças, culminam no último versículo desse capítulo: “Sede perfeitos como vosso Pai celeste é perfeito”. Ser santos (Lv 19,2), ser misericordiosos como ele (Lc 6,36) e ser perfeitos como o Pai (Mt 5,48) se equivalem! Ser santo, misericordioso e perfeito consiste em amar gratuitamente!

Buscar a Sabedoria


Procuremos um alimento imperecível: trabalhemos na obra da nossa salvação. Trabalhemos na vinha do Senhor, para merecermos receber o denário de cada dia. Trabalhemos com a Sabedoria, que diz: Quem trabalha comigo não peca. O campo é o mundo, diz a Verdade; escavemos neste campo; nele está um tesouro escondido que devemos desenterrar. É a Sabedoria que está oculta e temos de a descobrir. Todos a procuramos, todos a desejamos. 

Se perguntais, diz a Escritura, continuai a perguntar; convertei-vos e vinde. Perguntas de que te hás de converter? Da tua própria vontade, responde também a Escritura. Mas, dirás talvez, se não encontro a sabedoria na minha vontade, onde a hei de encontrar? A minha alma deseja-a ardentemente; e se tiver a ventura de a encontrar, não estará satisfeita enquanto não receber em meu regaço uma medida boa, cheia, atestada, a transbordar. E com razão: Feliz do homem que encontra a sabedoria e adquire a inteligência. Procura-a, pois, enquanto pode ser encontrada; invoca-a, enquanto está perto. 

Queres saber como está perto? A palavra está junto de ti, na tua boca, no teu coração; mas é preciso procurá-la de coração sincero. É assim que encontrarás a sabedoria no teu coração e a inteligência na tua boca. 

Se encontraste verdadeiramente a sabedoria, encontraste o mel; mas procura não comer em demasia, para que, uma vez saciado, não venhas a rejeitá-lo. Come de maneira que tenhas sempre fome. Diz a Sabedoria: Quem me come terá ainda mais fome de mim. Não consideres muito o que tens; não te julgues totalmente saciado, para que não venhas a rejeitar e a perder o que parecias já possuir, por deixares de procurar antes do tempo. Enquanto se pode encontrar, enquanto está perto, não deixes de procurar e de invocar a sabedoria. Aliás, assim como faz mal o mel aos que o comem em demasia, segundo o dito de Salomão, assim aquele que pretende sondar a majestade será oprimido pela sua glória. 

Se de fato é feliz o homem que encontra a sabedoria, também é feliz, e mais ainda, o homem que permanece firme na sabedoria: isto refere-se certamente à abundância. 

Nestas três coisas se conhecerá se a tua boca está cheia de sabedoria e inteligência: se confessas a tua própria iniquidade, se da tua boca se eleva um canto de louvor e ação de graças, se pronuncias palavras de edificação. Com efeito, pelo coração se acredita para obter a justiça e pela boca se professa a fé para obter a salvação. Além disso, o justo, ao falar, começa por acusar-se a si mesmo; em seguida, glorifica o Senhor; e, em terceiro lugar (se a tanto chega a sua sabedoria), edifica o próximo.



Dos Sermões de São bernardo, abade (Serm. de diversis, 15: PL 183.577-579) (Sec. XII)

Você leva a cruz no pescoço só para mostrar suas crenças para os outros?


A cruz é o símbolo de uma das torturas mais horríveis que o homem inventou para outro homem. A primeira imagem conhecida de Cristo crucificado – nas portas de madeira da Basílica de Santa Sabina em Roma – é do século V.

A manifestação da (não) fé

Antes, os cristãos não retratavam de nenhuma maneira a ferramenta da morte de Jesus. Representava-se a chamada crux gemmata ou a cruz preciosa, de ouro e enfeitada com pedras preciosas, sem a pessoa do crucificado. E essas representações aparecerem só no século IV. Até então, os cristãos evitavam a utilização do sinal da cruz. Não porque era proibido, mas pela natureza controvertida desse símbolo. Entretanto, durante pelo menos dois séculos depois de Cristo, as cruzes continuavam sendo colocadas ao longo dos caminhos dos impérios, em que agonizavam os escravos. A cruz era, pois, um símbolo muito ambíguo, despertando perguntas.

E por isso levo a cruz no pescoço. Ela tem que despertar perguntas. Em mim. Porque, pelo lado de Jesus crucificado não teria nem graça nem brilharia para admirá-lo. E, por outro lado, precisamente no contexto do anúncio da cruz, o Pai o clamava do céu: “Tú és o meu Filho amado! Em ti ponho minha afeição!” A cruz no meu pescoço é para que eu possa ir-me voltando às perguntas: “Consido obedecer o Pai? Meus pensamentos, decisões, palavras e atitudes agradam o Pai? Aceito a cruz na minha vida, já que levo sua miniatura no pescoço todos os dias? A cruz no pescoço é o convite diário ao mais simples exame de consciência.

Não a levo para manifestar alguma coisa. A cruz no meu pescoço é a manifestação de minha fé, do meu ponto de vista. A cruz no peito não significa nada. O próprio fato de se sentar na cadeira não garante, automaticamente, um bom testemunho Daquele que morreu na cruz. A cruz aparecia em muitas bandeiras e cartazes e estava em muitos emblemas. Mas nem todas tinha um motivo nobre. A cruz no meu pescoço pode se transformar, igualmente, em um testemunho de Jesus, como também na manifestação de não-fé. Vai decidir meus gestos, palavras, ações, comportamento. 

São Martiniano


Nasceu no século IV, em Cesareia, na Palestina. Muito jovem, discerniu sua vocação à vida de eremita; retirou-se a um lugar distante para se entregar à vida de sacrifício e de oração pela salvação das pessoas e também pela própria conversão. Ele vivia um grande combate contra o homem velho, aquele que tem fome de pecado, que é desequilibrado pela consequência do pecado original que atingiu a humanidade que todos nós herdamos. Mas foi pela Misericórdia, pela força do Espírito Santo que ele se tornou santo.

Sua fama foi se espalhando e muitos procuravam Martiniano. Embora jovem, ele era cheio do Espírito Santo para o aconselhamento, a direção espiritual, até apresentando situações de enfermidades, na qual ele clamava ao Senhor Jesus pela cura e muitos milagres aconteciam. Através dele, Jesus curava os enfermos.

Homem humilde, buscava a vontade de Deus dentro deste drama de querer ser santo e ter a carnalidade sempre presente. Aconteceu que Zoé, uma mulher muito rica, mas dada aos prazeres carnais e também às aventuras com um grupo de amigos, fez uma aposta de que levaria o santo para o pecado. Vestiu-se com vestes simples, pobres, pediu para que ele a abrigasse por um dia. Eles dormiram em lugares distantes, mas ela, depois, vestiu-se com uma roupa bem sedutora e foi ser instrumento de sedução para Martiniano. Conta-nos a história que ele caiu na tentação.

Os santos não foram homens e mulheres de aço, pelo contrário, ao tomar consciência daquele pecado, ele se prostrou, arrependeu-se, penitenciou-se, mergulhou o seu coração e a sua natureza na misericórdia de Deus. Claro que o Senhor o perdoou.

Só há um pecado que Deus não perdoa: aquele do qual não somos capazes de nos arrepender.

São Martiniano arrependeu-se e retomou o seu propósito. Ele foi um instrumento de evangelização para aquela mulher que, de tal forma, também acolheu a graça do arrependimento, entrou para a vida religiosa e consagrou-se, fazendo parte do mosteiro das religiosas de Santa Paula e ali se santificou.

O santo, depois, foi para uma ilha; em seguida para Atenas, na Grécia, e, no ano 400, partiu para a glória tendo recebido os sacramentos.

Santo não é aquele que “nunca pecou”. A oração, a vigilância e o mergulho da própria miséria na Misericórdia Divina é o que nos santifica.


Ó Deus, que o exemplo de vossos Santos nos leve a uma vida mais perfeita e, celebrando hoje a memória de São Martiniano, imitemos constantemente suas ações. Amém.


São Martiniano, rogai por nós!

domingo, 12 de fevereiro de 2017

"Não pensem que vim abolir a Lei ou os Profetas..." (Mt 5,17ss).


Caros Irmãos, a Palavra santa nos fala sobre a Lei de Deus.

Logo de saída, impressiona a afirmação peremptória de Jesus, nosso Senhor: “Não penseis que vim abolir a Lei e os Profetas. Não vim para abolir, mas para dar-lhes pleno cumprimento. Em verdade, Eu vos digo: antes que o céu e a terra deixem de existir, nem uma só letra ou vírgula serão tiradas da Lei, sem que tudo se cumpra!”

Sejamos sinceros: um cristão deveria ficar inquieto com tais palavras, afinal nós não mais observamos a Lei de Moisés: não nos deixamos circuncidar, não guardamos o sábado, não fazemos restrições alimentares, distinguindo entre alimento puro e impuro...

E agora: como nos haveremos com a palavra tão clara de Jesus?

Mas, o que o Senhor deseja mesmo dizer? Ele diz que não vem abolir a Lei, vem cumpri-la. Atenção: cumprir, aqui, não significa obedecer a Lei, mas realizá-la, dar cumprimento ao que ela anunciou e prometeu! Assim, cumprindo a Lei, Jesus a supera, como um botão que se cumpre na flor. Pensai, irmãos: o botão prepara a flor e sem botão não há flor. Mas, o botão existe para tornar-se flor e, quando se torna, cumpre-se, passa, deixando lugar à flor. É assim que Jesus cumpre a Lei: realiza o que ela anunciou. Agora, como o Velho Simeão, a Lei bem que pode dizer: “Agora, Senhor, podes deixar Tua serva ir em paz. Meus olhos viram a Tua salvação que prometeste!” (Lc 2,29s).

Jesus não abole a Lei no sentido de inutilizá-la, não a despreza; cumpre-a plenamente e, cumprindo-a, supera-a definitivamente! Com a chegada do nosso Salvador, com Sua santa morte e ressurreição, nem uma letra, nem uma vírgula da Lei ficou em vão: tudo se cumpriu Nele, que é a plenitude da Lei e dos profetas.

Por isso mesmo, no Tabor, Moisés e Elias, a Lei e os profetas, apareceram envoltos na Glória de Jesus. É Ele, o Santo Messias, Nosso Senhor, Quem leva a Lei e os profetas à plenitude do cumprimento! É Ele – e só Ele – que, realizando tudo quanto a Antiga Aliança legislou e profetizou, a tudo deu cumprimento e a tudo superou!

Talvez algum de vós pergunte: Então não há mais lei alguma no cristianismo? Os cristãos são livres para fazerem como bem desejarem, para viverem como bem imaginarem, tudo em nome da bondade e da misericórdia de Deus reveladas em Jesus?

Não, queridos irmãos! Este pensamento seria totalmente falso! O próprio São Paulo nos previne contra esta ideia torta: “Iremos pecar porque não estamos sob a Lei, mas sob a graça? De modo algum!” (Rm 6,15) – ele mesmo responde!

A Lei de Moisés foi superada, mas o cristão vive sob uma nova Lei, dada no Espírito Santo de Amor, Espírito de Cristo Jesus, Espírito de Amor! Por isso mesmo, o Espírito foi derramado sobre a Igreja no dia de Pentecostes, festa judaica que celebrava o dom da Lei. Para os discípulos de Cristo, a Lei é o Espírito de Amor que, no Batismo, foi derramado nos nossos corações (cf. Rm 5,5); o cristão vive agora debaixo da Lei do Espírito de Cristo! Por isso o Apóstolo diz: “Vós não viveis segundo a carne, mas segundo o Espírito, se realmente o Espírito de Deus habita em vós!” E previne: “Se alguém não tem o Espírito de Cristo, não pertence a Cristo!” (Rm 8,9) Portanto, é Ele, esse Santo Espírito, Quem nos dá a Vida de Cristo, os sentimentos de Cristo, a sabedoria de Cristo, tão diferente daquela do mundo, para viver segundo Cristo. É o que diz o santo Apóstolo na Epístola de hoje: quem pode compreender os preceitos do Senhor? Somente os que são sábios segundo Deus! Mas, essa sabedoria de Deus é escondida aos olhos do mundo, à lógica da nossa sociedade; é uma sabedoria que desde a eternidade Deus destinou para nossa glória! Nenhum dos poderosos deste mundo conheceu essa sabedoria! E São Paulo adverte: “Se a tivessem conhecido não teriam crucificado o Senhor da Glória”.

A sabedoria do mundo, fechada para o Espírito de Cristo, mata o Senhor da Glória no nosso coração! A verdadeira sabedoria, da verdadeira lei, somente pode ser revelada através do Espírito, que “esquadrinha as profundezas de Deus!”
 

"Não sejam cristãos de fachada, mas de substância", diz Papa


Papa Francisco
ANGELUS
Praça de São Pedro 
domingo, 12 de fevereiro, 2017



Queridos irmãos e irmãs, bom dia!

A liturgia de hoje nos apresenta uma outra página do Sermão da Montanha , que encontramos no Evangelho de Mateus (cf. 5,17-37). Nesta passagem, Jesus quer ajudar seus ouvintes a fazer uma reinterpretação da lei mosaica. O que foi dito na antiga aliança era verdade, mas não era tudo: Jesus veio para cumpri-las e para aprovar definitivamente a lei de Deus, até o último milímetro (cf. v 18).. Ele manifesta os propósitos originais e cumpre os aspectos saudáveis e faz tudo isso por sua pregação e ainda mais, oferecendo-se na cruz. Então, Jesus ensina plenamente a vontade de Deus e usa esta palavra com um "justiça maior" do que a dos escribas e fariseus (cf. v. 20). Uma justiça animada pelo amor, caridade, de misericórdia e, portanto, capaz de perceber a substância dos mandamentos, evitando o risco de formalismo. Formalismo: isto eu posso, que eu não posso; até aqui eu posso, até aqui, eu não posso ... Não, mais, mais.

Em particular, no Evangelho de hoje Jesus analisa três aspectos, três mandamentos: assassinato, adultério e juramento.

No que diz respeito ao mandamento "Não matarás", Ele diz que é violada não só o assassinato real, mas também por aqueles comportamentos que ofendem a dignidade da pessoa humana, incluindo palavras insultuosas (cf. v. 22). É claro que essas palavras insultuosas não tem a mesma gravidade e culpabilidade do assassinato, mas são colocadas na mesma linha, porque eles são as premissas e revelam a mesma maldade. Jesus nos convida a não estabelecer uma lista de infrações, mas considerá-los prejudiciais, como a intenção de fazer mal aos outros. E Jesus dá o exemplo. Insulto: estamos habituados a insulto, é como dizer "Olá". E isso é a matança na mesma linha. Aqueles que insultam o irmão matam o irmão em seu coração. Por favor, não insulte! Nós não ganhamos nada...

Outra conquista é feito para a lei do casamento. O adultério era considerado uma violação do direito humano à propriedade sobre a mulher. Jesus, no entanto, vai para a raiz do mal. Como você chegou a assassinar através das injúrias, ofensas e insultos, para que ele vem o adultério através intenções de propriedade no que diz respeito a uma mulher que não seja sua esposa. Adultério, tais como roubo, corrupção e todos os outros pecados, eles são primeiramente concebido em nossos corações e, uma vez conseguido no coração a escolha errada, são implementadas no comportamento concreto. E Jesus diz: aquele que olhar para uma mulher que não é o seu próprio com a posse espírito é um adúltero em seu coração, ele começou a estrada para o adultério. Nós pensamos um pouco sobre isso: os maus pensamentos que estão nesta linha. 

Papa nomeia enviado especial a Medjugorje


O Papa determinou neste sábado (11/02), que Dom Henryk Hoser, Arcebispo de Varsóvia-Praga, na Polônia, vá a Medjugorje na qualidade Enviado Especial da Santa Sé.

A missão tem o objetivo de obter informações mais aprofundadas da situação pastoral daquela realidade e, sobretudo, das exigências dos fiéis que chegam em peregrinação e, com base nisso, sugerir eventuais iniciativas pastorais para o futuro. Terá, portanto, um caráter exclusivamente pastoral.

Está previsto que Dom Hoser, que continuará a ser Arcebispo de Varsóvia-Praga, complete sua missão no segundo semestre de 2017. 

A palavra de Deus é fonte inesgotável de vida


Quem poderá compreender, Senhor, toda a riqueza de uma só das vossas palavras? Como o sedento que bebe da fonte, muito mais é o que perdemos do que o que tomamos. A palavra do Senhor apresenta aspectos muito diversos, segundo as diversas perspectivas dos que a estudam. O Senhor pintou a sua palavra com muitas cores, a fim de que cada um dos que a escutam possa descobrir nela o que mais lhe agrada. Escondeu na sua palavra muitos tesouros, para que cada um de nós se enriqueça em qualquer dos pontos que medita. 

A palavra de Deus é a árvore da vida, que de todos os lados oferece um fruto bendito, como a rocha que se abriu no deserto, jorrando de todos os lados uma bebida espiritual. Comeram, diz o Apóstolo, uma comida espiritual e beberam uma bebida espiritual. 

Aquele que chegou a alcançar uma parte deste tesouro, não pense que nessa palavra está só o que encontrou, mas saiba que apenas viu alguma coisa de entre o muito que lá está. E porque apenas chegou a entender essa pequena parte, não considere pobre e estéril esta palavra; incapaz de apreender toda a sua riqueza, dê graças pela sua imensidade inesgotável. Alegra-te pelo que alcançaste, e não te entristeças pelo que ficou por alcançar. O que tem sede alegra-se quando bebe, e não se entristece por não poder esvaziar a fonte. Vença a fonte a tua sede, e não a tua sede a fonte, porque se a tua sede fica saciada sem que se esvazie a fonte, poderás ainda beber dela quando voltares a ter sede; se, ao contrário, saciada a sede, secasse a fonte, a tua vitória seria a tua desgraça. 

Dá graças pelo que recebeste e não te entristeças pelo que sobrou e deixaste. O que recebeste e alcançaste é a tua parte, e o que deixaste é ainda a tua herança. O que não podes receber imediatamente por causa da tua fraqueza, poderás recebê-lo noutra altura, se perseverares. E não tentes avaramente tomar dum só fôlego o que não podes abarcar duma vez, nem desistas, por preguiça, do que podes ir conseguindo pouco a pouco.



Do Comentário de Santo Efrém, diácono, sobre o Diatéssaron (1, 18-19: SC 121, 52-53) (Sec. IV)