domingo, 5 de março de 2017

Como ir para o inferno?


O inferno é, em essência, a completa ausência de Deus. E não é Deus quem condena alguém ao inferno: é o próprio pecador que, livre e conscientemente, rejeita Deus em sua vida. Todo pecado mortal nos afasta de Deus, mas Deus está sempre pronto para nos perdoar até as mais abomináveis e terríveis ofensas. Basta que nos deixemos perdoar por Ele!

Pense nos maiores pecadores confessos de toda a história da humanidade. Pense nas piores abominações já cometidas por um ser humano em qualquer época ou lugar. Pense nos piores e mais hediondos pecados que a sua mente puder imaginar e esteja certo de que todos eles, absolutamente todos eles, podem ser perdoados por Deus – todos, menos um: o pecado contra o Espírito Santo.

Quem nos afirma isto é ninguém menos que Jesus Cristo: “Por isso, eu vos digo: todo pecado e toda blasfêmia serão perdoados aos homens, mas a blasfêmia contra o Espírito não lhes será perdoada” (Mateus 12,31).


Se Jesus Cristo falou, então está falado: Deus é capaz de perdoar as maiores e piores abominações, mas não pode perdoar a blasfêmia contra o Espírito santo.
E, afinal, em que consiste esse pecado que nem mesmo Deus, em toda a sua misericórdia, pode perdoar?


Simples: consiste precisamente em não deixar que Deus perdoe!

sábado, 4 de março de 2017

MG: Justiça determina demolição de igreja e causa revolta entre fiéis


A Justiça de Minas Gerais concedeu a uma imobiliária reintegração de posse de um terreno onde atualmente está localizada a Igreja Nossa Senhora Aparecida, em Esmeraldas (MG), região metropolitana de Belo Horizonte.

Com isso, a construção, que ocupa aproximadamente 3.500 m², pode ser demolida, o que vem causando revolta na comunidade. "Nós vamos ficar dentro da igreja e eles vão ter de derrubá-la na nossa cabeça", diz, exaltada, a moradora Ilza Helena Silva.

O processo agora foi para o TJ-MG (Tribunal de Justiça de Minas Gerais), já que a Arquidiocese de Belo Horizonte afirmou ter entrado com recurso no tribunal após sentença de primeira instância favorável à imobiliária, que está localizada na cidade de Contagem, também na região metropolitana da capital mineira. 

Na sentença, a juíza Cirlaine Maria Guimarães, da comarca de Esmeraldas, declarou que, após estudo pericial feito na área, "ficou demonstrado que a área efetivamente ocupada pela Mitra Arquidiocesana está inserida no imóvel da autora [da ação, a imobiliária]".

O dono disse ter comprado a propriedade legalmente de um homem que havia se tornado o proprietário das terras por usucapião. O empresário Clóvis Nogueira Amaral, 88, afirmou ter procurado os moradores e a igreja por mais de uma vez. Ele disse ter comprado a área no início da década de 1980.


"Eu os procurei por muitas vezes. A área pertence a mim. Construíram sabendo que era meu, e a Igreja [Católica] também sabia que era meu", se defendeu Amaral, dizendo já ter feito loteamentos na região para serem comercializados.

A igreja, por meio da assessoria da Mitra Arquidiocesana de Belo Horizonte, informou que recebeu determinação judicial para a desocupação do terreno no início de fevereiro.

O padre Joaquim Fonseca, 68, disse que no processo judicial constam documentos que comprovariam a doação das terras para a Igreja Católica feita por um fazendeiro da região, que já teria morrido.

"A igreja já está lá há mais de 20 anos. O terreno foi um doado por um antigo morador do bairro que era dono. Ele fez o ato de doação à igreja, com todo o registro exigido por lei, em 1994. O que nos deixa perplexo é o fato de a imobiliária, que se diz dona do terreno, ter deixado a comunidade construir a igreja tranquilamente." 

O mistério da piedade e o mistério da iniquidade!


Logo no início deste santo caminho para a Páscoa, a Palavra de Deus nos desvenda dois mistérios tremendos: o mistério da piedade e o mistério da iniquidade! Esses dois mistérios atravessam a história humana e se interpenetram misteriosamente; dois mistérios que nos atingem e marcam nossa vida, e esperam nossa decisão, nossa atitude, nossa escolha! Um é mistério de Vida; o outro, mistério de Morte.

Comecemos pelo mistério da iniquidade: “O pecado entrou no mundo por um só homem. Através do pecado, entrou a morte. E a morte passou a todos os homens, porque todos pecaram”. Eis! A vida que vivemos, a vida da humanidade é uma vida de morte, ferida por tantas contradições, por tantas ameaças físicas, psíquicas, morais... Viver tornou-se uma luta e, se é verdade que a vida vale a pena de ser vivida, não é menos verdade que ela também tem muito de peso, de dor, de pranto, de fardo danado.

Mas, como isso foi possível? Escutemos a primeira leitura: “O Senhor Deus formou o homem do pó da terra, soprou-lhe nas narinas o sopro da vida e o homem tornou-se um ser vivente”. Somos obra de Deus, do Seu amor gratuito: do nada Ele nos tirou e encheu-nos de vida. Mais ainda: “O Senhor Deus plantou um jardim em Éden, ao oriente, e ali pôs o homem que havia formado”. Vede: o Senhor não somente nos tirou do pó do nada, não somente nos encheu de vida; também nos colocou no jardim de delícias, pensou nossa vida como vida de verdade toda banhada pela luz do oriente. E mais: nosso Deus passeava no jardim à brisa do dia (cf. Gn 3,8), como amigo do homem.

Eis o mistério da piedade, o plano, o desígnio que Deus concebeu para nós desde o início, apresentado pela Palavra de modo poético e simbólico: um Deus que é Deus de amor, de ternura, de carinho, de respeito pela Sua criatura, com a qual Ele deseja estabelecer uma parceria; um homem chamado a ser plenamente homem: feliz na comunhão com Deus, feliz em ter no seu Deus sua plenitude e sua Vida; homem plenamente homem nos limites de homem!

O homem é homem, não é Deus! Somente o Senhor Deus é o Senhor do Bem e do Mal. Por isso as duas árvores no Éden: a do conhecimento do Bem e do Mal (isto é, o poder de decidir por si mesmo o que é bem ou mal, certo ou errado) e a árvore da Vida (da Vida plena, da Vida divina, Vida bem-aventurada). Se o homem confiasse em Deus, se cumprisse Seu preceito, se reconhecesse seus limites, um dia comeria do fruto da árvore da Vida...

Mas, o homem foi seduzido; é seduzido ainda agora: deseja ser seu próprio Deus, sem nenhum limite, sem nenhuma abertura à graça, como se ele mesmo fosse um absoluto, dono da sua vida, o sentido mesmo da sua existência! Somente sua vontade lhe importa, somente sua medida! Hoje, como no princípio, ele pensa que é a medida de todas as coisas! Eis aqui o seu pecado!

O Diabo o seduziu e o seduz: primeiro distorce o preceito de Deus (“É verdade que Deus vos disse: ‘Não comereis de nenhuma das árvores do jardim’?”), semeando no coração do homem a desconfiança e o sentimento de inferioridade; depois, mente descaradamente: “Não! Vós não morrereis! Vossos olhos se abrirão e sereis como Deus, conhecendo o bem e o mal!” Ser como Deus, decidindo de modo autônomo o que é certo e o que é errado; decidindo que a libertinagem é um bem, que as aventuras com embriões humanos, que o aborto, que a infidelidade feita de preservativos, que a destruição da família, são um bem... Decidindo loucamente que levar a sério a religião e a Palavra de Deus é um mal... Ser como Deus... Eis nosso sonho, nossa loucura, nossa mais triste ilusão! Está aí, nos meios de comunicação, nas redes sociais, nas novelas e filmes, nas salas das universidades, nas palavras de tantos sabichões segundo o mundo!

Tudo tão atraente, tudo tão apto para dar conhecimento, autonomia, felicidade... O resultado: os olhos dos dois se abriram: estavam nus... estamos nus... somos pó e, por nós mesmos, ao pó tornaremos, inapelavelmente!
 

Papa: "Modernizar a música nas igrejas, mas sem banalidades".


Na manhã de sábado (04/03), o Pontífice recebeu no Vaticano cerca de 400 participantes de um congresso internacional organizado pelo Pontifício Conselho da Cultura e a Congregação para a Educação Católica em Roma. “Música e Igreja: culto e cultura, há 50 anos da Musicam sacram” é o nome do evento, uma experiência de encontro, diálogo e reflexão sobre a música sacra e seus aspectos culturais e artísticos.

O objetivo do congresso foi aprofundar, do ponto de vista interdisciplinar e ecumênico, a relação atual entre a música sacra e a cultura contemporânea; entre o repertório usado pela comunidade cristã e as atuais tendências musicais. Foi analisada ainda a formação estética e musical do clero e dos leigos engajados na vida pastoral.

O discurso do Papa ao grupo        

Discursando ao grupo, o Papa Francisco lembrou que o primeiro documento elaborado pelo Concílio Vaticano II foi precisamente a Constituição sobre a liturgia Sacrosanctum Concilium. As Instruções nela contidas são ainda hoje atuais, principalmente a sua premissa: “A ação litúrgica tem uma forma mais nobre se celebrada em canto e com a participação dos fiéis”.   

Várias vezes, o Documento evidencia a importância da ‘teofania’ que se realiza em toda celebração eucarística em que o Senhor se manifesta em meio a seu povo, chamado a participar realmente da salvação atuada por Cristo, morto e ressuscitado.

“A participação ativa e consciente consiste em saber penetrar profundamente neste mistério, em saber contemplar, adorar e acolher; em sentir o seu significado, graças especialmente ao religioso silêncio e à ‘musicalidade da linguagem com que o Senhor nos fala’”.

Para o Papa, o desafio da Igreja neste campo é salvaguardar e valorizar o patrimônio herdado do passado utilizando-o com equilíbrio no presente e evitando o risco de uma visão ‘nostálgica ou arqueológica’. 

Qual a diferença entre o batismo de João Batista e o batismo cristão?


João Batista pregou um "batismo" de arrependimento, era algo simbólico.

Já o de Cristo nos confere a graça, e o Espírito Santo.

Alguns protestantes confundem o batismo de João Batista (antes do calvário) com o batismo dos apóstolos (depois do calvário).

(At 19,3): "Então em que batismo fostes batizados? perguntou Paulo. 
Disseram: no batismo de João."

(At 19,4): "Certamente João batizou com o batismo de arrependimento, dizendo ao povo que cresse no que após ele havia de vir, isto é, em Jesus Cristo."

(At 19,5): "E os que ouviram foram batizados em nome do Senhor Jesus."

O batismo do arrependimento é o batismo de João Batista:

(Mt 3,11): "E eu, em verdade, vos batizo com água, para o arrependimento [...]”.

O batismo de Jesus (Mt 3,11): “Disse João: Eu vos batizo com água, em sinal de penitência, mas aquele que vem após mim é mais poderoso do que eu [...] ele vos batizará com o Espírito Santo, e com fogo."

As crianças são batizadas para apagar o pecado original e se tornarem membros do corpo de Cristo.

Novo Adão


A Igreja, celebrando o primeiro domingo da Quaresma, começa seu itinerário espiritual para chegar às alegrias pascais. Para isso, na oração de coleta, o sacerdote, unido com a toda comunidade, pede para que “possamos progredir no conhecimento de Jesus Cristo e corresponder a seu amor por uma vida santa”. O binômio conhecer - santificar-se é, de fato, o caminho eclesial assumido na espiritualidade quaresmal. Através de uma contínua leitura orante da Escritura, os fiéis podem se deixar plasmar pela graça divina convertendo-se dos seus pecados e configurando-se ao Senhor.

O elenco de leituras pertencentes ao primeiro domingo da Quaresma se forma com as seguintes passagens escriturísticas: Gn 2,7 – 3,7 (a narrativa da desobediência de Adão e Eva); Sl 50 (oração de arrependimento do rei Davi); Rm 5,12-19 (a justificação em Cristo); e Mt 4,1-11(a tentação de Jesus no deserto). Elas foram escolhidas para servir como uma catequese bíblica sobre o tema do pecado e da salvação.

Na narrativa da desobediência de Adão e Eva, podemos encontrar a raiz do mal no coração do homem. Criado por Deus bom e livre, ele, pela influência enganadora da serpente, delibera em comer do fruto da árvore do conhecimento do bem e do mal, atentando diretamente contra o preceito divino. A Igreja entendeu que tal atitude dos primeiros pais ocasionou uma ferida, chamada de pecado original. Desta forma, os homens estariam chagados e inclinados em sua vontade ao mal. Esta situação não poderia ser revertida pelas próprias forças humanas, mas apenas pela intervenção salvífica divina.

O salmo 50 possui como contexto o episódio da relação entre Davi e a mulher de Urias. O rei de Israel, arrependido do seu duplo pecado (adultério e assassinato), pede a Deus o seu perdão e o seu favor. Tal oração sálmica se tornou o modelo da prece elevada ao Senhor para expressar dor, arrependimento e vontade de conversão. Tudo isso, baseado no amor misericordioso divino que “não pune os homens conforme suas faltas nem os trata como exigem suas culpas” (Sl 102). Na liturgia deste domingo, esta peça se ajusta como resposta diante da narrativa do pecado de Adão e Eva. 

Pequenas coisas que partem do coração


Estimados Diocesanos! Neste tempo de Quaresma, a mãe Igreja propõe aos seus filhos e filhas a prática do jejum. A Bíblia Sagrada menciona o jejum de quarenta dias de Moisés, do profeta Elias e principalmente aquele de Jesus Cristo.

Moisés por dois períodos de quarenta dias esteve sobre a montanha de Deus fazendo jejum. Num primeiro momento, para receber as tábuas da lei; em um segundo, para aplacar a ira de Deus e implorar a sua misericórdia sobre o povo que tinha se afastado do Deus que o havia libertado da escravidão do Egito.

O jejum do profeta Elias é o jejum de quem caminha no deserto, de quem vai para um encontro com o Senhor. É o jejum que o prepara para encontrar-se com Deus, para escutar a sua voz e estar na sua presença.

O jejum dos quarenta dias de Jesus o prepara para combater contra o mal e assim obter a vitória sobre as tentações do inimigo, mantendo-se fiel à Palavra de Deus. Neste contexto, durante a Quaresma, os quarenta dias de jejum de cada cristão tem por finalidade a penitência para obter o perdão dos pecados, a preparação ascética para o encontro com Deus e para combater as tentações e o maligno, guiados pelo exemplo e pela ajuda de Jesus Cristo. 

Dispôs de seus tesouros segundo os preceitos do Altíssimo


Uma caridade quase inacreditável, não fingida mas sincera, inflava o coração de Casimiro no amor de Deus todo-poderoso, pela ação do Espírito divino. E de tal modo este amor transbordava espontaneamente para com o próximo, que não havia alegria maior, nada lhe era tão agradável quanto dar o que era seu e entregar-se inteiramente aos pobres de Cristo, aos peregrinos, aos doentes, aos prisioneiros e aos sofredores.

Para as viúvas, órfãos e oprimidos não era apenas tutor e defensor: era pai, filho e irmão.

Seria necessário escrever uma longa história, se quiséssemos narrar uma por uma as obras de caridade com que demonstrava seu amor para com Deus e os homens.

Dificilmente se poderá descrever ou imaginar o seu amor pela justiça, a sua temperança, a sua prudência, a sua constância e fortaleza de ânimo. E tudo isso, justamente naquela idade da juventude em que os homens costumam ser mais impetuosos e inclinados para o mal.

Lembrava diariamente ao pai o dever de governar com justiça o reino e povos que lhe estavam submetidos. E se, às vezes, ocorria que, por descuido ou fraqueza humana, alguma coisa era negligenciada no governo, nunca deixava de chamar com delicadeza a atenção do rei.

Abraçava e defendia como suas as causas dos pobres e infelizes; por isso o povo se pôs a chamá-lo “defensor dos pobres”. Apesar de filho do rei e de ascendência nobre, nunca se mostrou orgulhoso, no trato ou nas palavras, com qualquer pessoa, por mais humilde e pequena que fosse.

Sempre preferiu estar no meio dos humildes e pobres de coração – dos quais é o reino dos céus – a se ver entre os ilustres e poderosos deste mundo. Nunca ambicionou nem aceitou o poder, mesmo quando o pai lhe ofereceu. Temia, na verdade, que seu ânimo fosse ferido pelo aguilhão das riquezas, que nosso Senhor Jesus Cristo chamava de espinhos, ou pudesse ser contaminado pelo contágio das coisas terrenas.

Todos os de casa, seus camareiros e secretários, homens de grande valor, dos quais alguns ainda vivem, que o conheciam por dentro e por fora, afirmam e testemunham que ele viveu e se conservou virgem até o fim de seus dias.



Da vida de São Casimiro, escrita por um autor quase contemporâneo.