sexta-feira, 24 de março de 2017

O Espírito Santo, Senhor que dá a vida


O Concílio Vaticano II abriu um novo horizonte de valorização de uma Teologia do Espírito Santo. Raniero Cantalamessa, nas pregações do Advento último, comenta as três grandes afirmações do Credo sobre o Espírito Santo: 1. “Creio no Espírito Santo, Senhor que dá a vida”. 2. “... e procede do Pai (e do Filho) e com o Pai e o Filho é adorado e glorificado”. 3. "... e falou pelos profetas".

Traduzo aqui, em linguagem coloquial, o aprofundamento de Cantalamessa, começando com a primeira afirmação:

1.. “Creio no Espírito Santo, Senhor que dá a vida”.

O credo não diz que o Espírito Santo é "o" Senhor ( no credo, se proclama, "e creio em um só Senhor Jesus Cristo"!). Senhor indica aqui a natureza, não a pessoa; diz o que é, não quem é o Espírito Santo. "Senhor" significa que o Espírito Santo compartilha o Senhorio de Deus, que está do lado do Criador, e não das criaturas; em outras palavras, que é de mesma natureza divina – mesmo ser.

A Igreja chegou a esta certeza baseando-se não somente na Escritura, mas também na própria experiência de salvação. O Espírito, já escrevia Santo Atanásio, não pode ser uma criatura, porque quando somos tocados por ele (nos sacramentos, na Palavra, na oração) fazemos a experiência de entrar em contato com Deus em pessoa, e não com o seu intermediário. Se nos diviniza, isso significa que ele próprio é Deus¹.

A expressão segundo a qual o Espírito Santo "dá a vida" é tomada de várias passagens do Novo Testamento: "É o Espírito que dá a vida" (Jo 6, 63); "A lei do Espírito dá a vida em Cristo Jesus" (Rm 8, 2); "O último Adão tornou-se espírito que dá a vida" (1 Cor 15, 45); "A letra mata, o Espírito dá a vida" (2 Cor 3, 6). 

quinta-feira, 23 de março de 2017

CNBB divulga nota sobre o foro privilegiado


NOTA DA CNBB SOBRE O FORO PRIVILEGIADO


O Conselho Permanente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil - CNBB, reunido em Brasília-DF, no período de 21 a 23 de março de 2017, acompanha o intenso e necessário debate sobre o foro especial por prerrogativa de função ou “foro privilegiado”, diante do número crescente de autoridades envolvidas em denúncias por crimes de corrupção. 

O foro privilegiado tem seu fundamento nos artigos 102 e 105 da Constituição Federal que conferem, respectivamente, ao Supremo Tribunal Federal (STF) e ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) a exclusividade do julgamento de ações penais contra determinadas autoridades. 

Calcula-se um universo de 22 mil autoridades que estariam beneficiadas pelo foro privilegiado. Aos olhos da população, esse procedimento jurídico parece garantia de impunidade numa afronta imperdoável ao princípio constitucional de que todos são iguais perante a lei. Por isso, é urgente rever esses artigos da Constituição Federal de 1988. 

Para CNBB, Reforma da Previdência “escolhe o caminho da exclusão social”


NOTA DA CNBB SOBRE A PEC 287/16

– “REFORMA DA PREVIDÊNCIA”


“Ai dos que fazem do direito uma amargura
e a justiça jogam no chão”
 (Amós 5,7)

O Conselho Permanente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil-CNBB, reunido em Brasília-DF, dos dias 21 a 23 de março de 2017, em comunhão e solidariedade pastoral com o povo brasileiro, manifesta apreensão com relação à Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 287/2016, de iniciativa do Poder Executivo, que tramita no Congresso Nacional.

O Art. 6º. da Constituição Federal de 1988 estabeleceu que a Previdência seja um Direito Social dos brasileiros e brasileiras. Não é uma concessão governamental ou um privilégio. Os Direitos Sociais no Brasil foram conquistados com intensa participação democrática; qualquer ameaça a eles merece imediato repúdio.

Abrangendo atualmente mais de 2/3 da população economicamente ativa, diante de um aumento da sua faixa etária e da diminuição do ingresso no mercado de trabalho, pode-se dizer que o sistema da Previdência precisa ser avaliado e, se necessário, posteriormente adequado à Seguridade Social.

Os números do Governo Federal que apresentam um déficit previdenciário são diversos dos números apresentados por outras instituições, inclusive ligadas ao próprio governo. Não é possível encaminhar solução de assunto tão complexo com informações inseguras, desencontradas e contraditórias. É preciso conhecer a real situação da Previdência Social no Brasil. Iniciativas que visem ao conhecimento dessa realidade devem ser valorizadas e adotadas, particularmente pelo Congresso Nacional, com o total envolvimento da sociedade.

O sistema da Previdência Social possui uma intrínseca matriz ética. Ele é criado para a proteção social de pessoas que, por vários motivos, ficam expostas à vulnerabilidade social (idade, enfermidades, acidentes, maternidade...), particularmente as mais pobres. Nenhuma solução para equilibrar um possível déficit pode prescindir de valores éticos-sociais e solidários. Na justificativa da PEC 287/2016 não existe nenhuma referência a esses valores, reduzindo a Previdência a uma questão econômica.

Buscando diminuir gastos previdenciários, a PEC 287/2016 “soluciona o problema”, excluindo da proteção social os que têm direito a benefícios. Ao propor uma idade única de 65 anos para homens e mulheres, do campo ou da cidade; ao acabar com a aposentadoria especial para trabalhadores rurais; ao comprometer a assistência aos segurados especiais (indígenas, quilombolas, pescadores...); ao reduzir o valor da pensão para viúvas ou viúvos; ao desvincular o salário mínimo como referência para o pagamento do Benefício de Prestação Continuada (BPC), a PEC 287/2016 escolhe o caminho da exclusão social. 

Aprovada a canonização dos Protomártires do Brasil e dos pastorinhos de Fátima Francisco e Jacinta


O Papa Francisco aprovou os votos favoráveis da Sessão Ordinária dos Cardeais e Bispos Membros da Congregação sobre a canonização dos Protomártires do Brasil, também conhecidos como mártires de Cunhaú e Uruaçu.

Ao receber nesta quinta-feira o Prefeito da Congregação das Causas dos Santos, Cardeal Angelo Amato, o Pontífice deu a autorização que levará à canonização de André de Soveral e Ambrósio Francisco Ferro, sacerdotes diocesanos, e Mateus Moreira, leigo, como também de 27 companheiros, mártires. Eles foram assassinados por ódio à fé no Brasil em 16 de julho de 1645 e 3 de outubro de 1645.

Em entrevista à rádio Rural, da Arquidiocese de Natal, o Arcebispo, Dom Jaime Vieira Rocha, deu a notícia da aprovação da canonização dos mártires. “Estamos vivendo este momento muito feliz de ação de graças a Deus”, disse.

O Arcebispo informou que agora o Papa Francisco “vai convocar um consistório para oficializar a canonização dos nossos mártires”.

“Mas, já podemos nos alegrar. Hoje é o dia em que a Arquidiocese de Natal, a Igreja no Brasil, todos nós povo de Deus e, sobretudo os devotos dos mártires de Cunhaú e Uruaçu guardarão na memória como a data histórica quando foi propagada a notícia da aprovação da canonização dos mártires”, ressaltou.

Em seguida, recordou um refrão do hino dos protomártires, que diz: “Mártires da fé, filhos do Rio Grande, homens e mulheres, jovens e meninos. Pelo bom pastor deram o seu sangue, nossa Igreja em festa canta os seus hinos”.

O nome de protomártires foi dado na ocasião da visita do Papa João Paulo II, em 13 de outubro de 1991, na Missa de encerramento do XII Congresso Eucarístico, ocorrido em Natal.

Sua história remonta ao período em que holandeses calvinistas ocuparam territórios do nordeste do país, entre 1630 e 1654. Na época, quiseram obrigar os católicos a se converterem ao calvinismo e proibiram a celebração da Santa Missa.

Foi nesse contexto que, em 1645, católicos do Engenho de Cunhaú foram martirizados durante a Celebração Eucarística, de maneira violenta. Três meses depois, o caso voltou a se repetir em Uruaçu com crueldade ainda maior. Segundo relatos, nessa ocasião, o camponês Mateus Moreira teve o coração arrancado pelas costas, mas, antes de morrer pôde gritar em alta voz: “Louvado seja o Santíssimo Sacramento!”.

Padre André de Soveral, Padre Ambrósio Francisco Ferro, Mateus Moreira e outros 27 companheiros foram beatificados por São João Paulo II, em 5 de março de 2000. 

"...e as portas do inferno não prevalecerão contra ela..." (cf. Mt 16,18).


A Igreja não pode ensinar o erro, porque ela foi fundada por Jesus Cristo, que é o próprio Deus.

A Igreja não tem medo de estar no "lado errado da história", pois seu Esposo está sentado à direita do Pai.

Muitas vezes ouvimos exigências estridentes, vindas de dentro e de fora da Igreja, para que ela mude seus ensinamentos para se conformar às noções modernas. Dada a preocupação da nossa era com o sexo, muitas das exigências de mudança envolvem questões relacionadas: atos homossexuais, "casamento" entre pessoas do mesmo sexo, adultério (especialmente o divórcio eo "novo casamento"), sexo pré-marital, contracepção e aborto.

Mas tais exigências mostram um mal-entendido tanto da natureza como do poder da Igreja . Há muitas idéias equivocadas hoje sobre a teologia da Igreja (eclesiologia), mesmo entre os fiéis. É comum pensar que a Igreja (ou pelo menos seus atuais líderes) pode simplesmente decidir o que queremos ensinar sobre qualquer tópico. Por exemplo, se quisermos simplesmente mudar o que ensinamos sobre o aborto, podemos simplesmente fazê-lo. E os críticos modernos afirmam que se podemos fazê-lo, então nós devemos fazê-lo. O mesmo vale para qualquer dos nossos ensinamentos "controversos", como a anticoncepção, o sacerdócio masculino, e assim por diante. É uma eclesiologia equivocada e um exagero do poder da Igreja.

A Igreja não tem autoridade alguma para derrubar o ensinamento sobre o aborto, a contracepção, o sacerdócio masculino ou o divórcio e o "novo casamento" (aquele que deixa um casamento válido e entra em outro está num estado de contínuo adultério). Não temos autoridade para derrubar as doutrinas bíblicas, as doutrinas da Sagrada Tradição ou qualquer de nossos dogmas e doutrinas definidos. Algo não pode ser moralmente ou doutrinariamente verdadeiro um dia e falso o próximo.

Outros ainda insistem que a Igreja deve ler as pesquisas e mudar seus ensinamentos para se conformar com o que as pessoas nos bancos pensam ou querem. Novamente, isso é eclesiologia falho. A Igreja Católica, que é o Corpo de Cristo e Sua presença visível na Terra, não existe para refletir os pontos de vista desta era ou mesmo de seus membros atuais. A Igreja Católica existe para proclamar os ensinamentos de sua cabeça e fundador, Jesus Cristo. Ela é Sua presença viva e ativa e voz no mundo. 

quarta-feira, 22 de março de 2017

Pe. Eduardo fala sobre as mudanças no sinal da Rede Século 21


Pe. Eduardo Dougherty, sj, fundador da Associação do Senhor Jesus e idealizador da Rede Século 21 gravou um vídeo para explicar os motivos pelos quais se fez necessária a interrupção da parceria com a Rede de Comunicação Interativa (RCI).
 
Com a parceria, a Rede Século 21 cresceu e entrou em milhões de residências. Mas, esse crescimento gerou um custo muito alto e não foi possível cobrir os valores mensais.

Com essa alteração, a partir do último domingo, 19 de março, o sinal da Rede Século 21 não chega mais nas 21 capitais, nem nas TVs Claro, VIVO, SKY, OI e NET.

 
No entanto, o sinal continuará em mais de 20 milhões de lares via satélite (parabólicas) e também via cabo e sinal aberto em diversas cidades. Para conferir em quais cidades será possível assistir à Rede Século 21, clique aqui e confira “Onde assistir”.
 
Além disso, toda a programação da emissora continua ao vivo pelo portal da Rede Século 21. Acesse a qualquer dia e em qualquer horário para acompanhar nossa programação completa: www.rs21.com.br/aovivo
 
No seu smartphone ou tablet, você pode acompanhar a Rede Século 21 em qualquer lugar do Brasil. Baixe agora mesmo o aplicativo disponível para os sistemas Android e iOSwww.rs21.com.br/aplicativos

Reino Unido: Bispos católicos de Inglaterra e Gales lamentam ataque terrorista junto ao Parlamento britânico

Pessoas ajudam homem que foi ferido em ataque perto do Parlamento, em Londres (Foto: Toby Melville/Reuters)

A Conferência Episcopal de Inglaterra e Gales lamentou o ataque que teve lugar hoje em Londres, nas imediações do parlamento inglês, e que provocou pelo menos 4 mortos e 20 feridos.

“Os nossos pensamentos e orações estão com todas as vítimas do incidente desta tarde em Westminster”, escrevem os bispos católicos, numa curta declaração através das redes sociais.

De acordo com as autoridades britânicas, um homem esfaqueou esta quarta-feira um polícia frente ao Parlamento, tendo sido depois abatido pelas forças de segurança.

O referido agente acabou por não resistir aos ferimentos mas o número de vítimas neste dia não fica por aqui, havendo também a registar a morte de pelo menos mais duas pessoas.

A par deste ataque junto ao Parlamento, um veículo atropelou várias pessoas na ponte de Westminster, com os últimos dados disponíveis a apontarem para cerca de 20 pessoas feridas, algumas delas com gravidade.

As autoridades estão a tentar descobrir o paradeiro e a identidade do condutor, e estão também a tentar determinar se há alguma ligação entre estes dois incidentes ou se o autor será a mesma pessoa, mas para já estão a tratar deste caso como um "atentado terrorista". 

Papa: "Comunidade não tem "série A" de fortes e "série B" de fracos"


CATEQUESE
Praça São Pedro – Vaticano
Quarta-feira, 22 de março de 2017

Queridos irmãos e irmãs, bom dia!

Já há algumas semanas o apóstolo Paulo está nos ajudando a compreender melhor em que consiste a esperança cristã. E dissemos que não era um otimismo, era outra coisa. E o apóstolo nos ajuda a entender isso. Hoje o faz em paralelo a duas atitudes de maior importância para a nossa vida e a nossa experiência de fé: a “perseverança” e a “consolação” (vv. 4.5). No trecho da Carta aos Romanos que ouvimos há pouco, são citadas duas vezes: uma em referência às Escrituras e depois ao próprio Deus. Qual é o seu significado mais profundo, mais verdadeiro? E de que modo lança luz à realidade da esperança? Estas duas atitudes: a perseverança e a consolação.

Poderíamos definir a esperança como paciência: é a capacidade de suportar, carregar nos ombros, suportar, permanecer fiéis, mesmo quando o peso parece se tornar muito grande, insustentável, e somos tentados a julgar negativamente e abandonar tudo e todos. A consolação, em vez disso, é a graça de saber colher e mostrar em toda situação, mesmo naquelas mais marcadas pela desilusão e pelo sofrimento, a presença e a ação compassiva de Deus. Ora, São Paulo nos recorda que a perseverança e a consolação nos são transmitidas de modo particular pelas Escrituras (v. 4), isso é, pela Bíblia. De fato, a Palavra de Deus, em primeiro lugar, nos leva a dirigir o olhar a Jesus, a conhecê-lo melhor e a nos conformarmos a Ele, a assemelhar sempre mais a Ele. Em segundo lugar, a Palavra nos revela que o Senhor é realmente “o Deus da perseverança e da consolação” (v. 5), que permanece sempre fiel ao seu amor por nós, isso é, que é perseverante no amor conosco, não se cansa de nos amar! É perseverante: sempre nos ama! E cuida de nós, cobrindo as nossas feridas com o carinho da sua bondade e da sua misericórdia, isso é, nos consola. Não se cansa nem mesmo de nos consolar.