Irmãos e filhos
caríssimos, mais uma vez, o Presbitério da Igreja de Deus reúne-se de modo
solene ao redor do Altar da Eucaristia e do seu Bispo, aquele que, por graça do
Senhor, preside a esta Igreja “no lugar de Deus”, como dizia Santo Inácio de
Antioquia.
Sim, preside “no lugar de Deus” porque faz as vezes Daquele que veio da parte
do Pai não para ser servido, mas para servir, faz as vezes do Cristo, “Pastor e
Bispo de nossas almas” (1Pd 2,25), Aquele mesmo que “deu a vida pelas Suas
ovelhas e quis morrer pelo rebanho”...
Aqui estamos no dia
mesmo em que o Senhor Jesus Cristo instituiu o nosso sacerdócio ministerial.
Deveis, vós, presbíteros desta Igreja, renovar as vossas promessas sacerdotais
diante do vosso Bispo e do inteiro Povo de Deus, a quem servis; deveis também,
no final desta Celebração, ao redor do vosso Bispo, estender a mão direita
enquanto ele consagra o Crisma da salvação.
Para compreendermos
estes mistérios, do Crisma e do sacerdócio, é necessário seguir o conselho da
Epístola aos Hebreus, que de modo solene nos exorta: “Meus santos irmãos e
companheiros da vocação celeste, considerai atentamente Jesus, o Apóstolo e
Sumo Sacerdote da nossa profissão de fé!” (3,1) Considerar atentamente Jesus
nosso Senhor e, a partir Dele, compreender o mistério do nosso sacerdócio e o
mistério do Crisma a ser consagrado e dos demais óleos a serem benzidos...
Na Sinagoga de Nazaré, o
Senhor leu o rolo do Profeta Isaías: “O Espírito do Senhor Deus está sobre Mim,
porque Ele Me consagrou com a Unção para anunciar a Boa Nova aos pobres... e
proclamar um Ano da graça do Senhor!”.
Jesus apresenta-Se a Si mesmo como o Ungido, o Messias, Aquele sobre Quem o Pai
derramou o Crisma espiritual para a missão de proclamar o Evangelho da
salvação! Esse Crisma que ungiu Jesus, caríssimos, é o próprio Espírito Santo,
no Qual o Filho foi enviado; é Ele o óleo da alegria, anunciado pelo Profeta
Isaías (cf. Is 61,3)...
Na força do Espírito Santo, o nosso Salvador Jesus Cristo anunciou e tornou
presente o Reino do Pai, seja pela palavra, seja pelos tantos sinais
portentosos que realizou como sinal do Reino inaugurado entre nós.
Na força do Santo Espírito, Jesus, o Cristo, o Ungido de Deus, consolou, acolheu,
perdoou pecados, expulsou demônios e libertou os cativos de todas as
escravidões humanas, porque revelou Deus como Pai e a todos convidou a abrir o
coração e a vida para o Deus que O enviara.
Foi ainda nesse Espírito Santo que Jesus, “tendo amado os Seus que estavam no
mundo, amou-os até o fim” (Jo 13,1s), até a entrega total de Si mesmo na cruz!
E, agora, ressuscitado no Divino Espírito, continua, na Igreja, pelo nosso
humilde e indispensável ministério, a realizar a Sua obra de salvação.