domingo, 9 de abril de 2017

Egito: ISIS assume autoria no atentado contra duas igrejas coptas neste domingo.

Igreja Mar Girgis, na cidade de Tanta

Duas explosões ocorridas em duas igrejas cristãs coptas - em Tanta, norte do Cairo e em Alexandria do Egito - provocaram ao menos 45 mortos. No primeiro atentado morreram 27 pessoas e no segundo ao menos 18. Dezenas de pessoas ficaram feridas. O autoproclamado Estado Islâmico assumiu a autoria do ataque nos dois locais que celebravam o Domingo de Ramos.

O Papa recebeu a notícia do primeiro atentado, enquanto fazia sua alocução que precede a Oração mariana do Angelus. Francisco ofereceu sua proximidade e oração às vítimas e aos coptas, rezando pela conversão de quem semeia o terror, fabrica e trafica armas:

“Rezemos pelas vítimas do atentado perpetrado, infelizmente, hoje, esta manhã, no Cairo, numa igreja copta. Ao meu querido irmão, Sua Santidade Tawadros II, à Igreja copta e a toda a querida nação egípcia expresso o meu profundo sentimento de pesar. Rezo pelos defuntos e feridos. Estou próximo aos familiares e a toda comunidade. Que o Senhor converta o coração das pessoas que semeiam terror, violência e morte, e também o coração daqueles que fazem e traficam armas.”


A Igreja Mar Girgis de Tanta encontra-se na região de Ali Moubarak. Uma fonte de segurança egípcia afirmou que a explosão foi provocada por um artefato colocado dentro da igreja. Segundo a TV estatal, é possível que o artefato tenha sido acionado à distância. Segundo outros fontes, se trataria de um atentado suicida.

As forças de segurança egípcias também desarmaram dois artefatos explosivos na Mesquita Sidi Abdel Rahim - também em Tanta - a segunda em importância da localidade. Dentro dela está um importante santuário sufi. 

Papa: "Jesus está presente nos que padecem tribulações como Ele".


CELEBRAÇÃO DO DOMINGO DE RAMOS
E DA PAIXÃO DO SENHOR

HOMILIA DO PAPA FRANCISCO
Praça São Pedro
XXXII Jornada Mundial da Juventude
Domingo, 9 de abril de 2017


Esta celebração tem, por assim dizer, duplo sabor: doce e amargo. É jubilosa e dolorosa, pois nela celebramos o Senhor que entra em Jerusalém, aclamado pelos seus discípulos como rei; ao mesmo tempo, porém, proclama-se solenemente a narração evangélica da sua Paixão. Por isso o nosso coração experimenta o contraste pungente e prova, embora numa medida mínima, aquilo que deve ter sentido Jesus em seu coração naquele dia, quando rejubilou com os seus amigos e chorou sobre Jerusalém.

Desde há trinta e dois anos que a dimensão jubilosa deste domingo tem sido enriquecida com a festa dos jovens: a Jornada Mundial da Juventude, que, este ano, se celebra a nível diocesano, mas daqui a pouco viverá, nesta Praça, um momento sempre emocionante, de horizontes abertos, com a passagem da Cruz dos jovens de Cracóvia para os do Panamá.

O Evangelho, proclamado antes da procissão (cf. Mt 21, 1-11), apresenta Jesus que desce do Monte das Oliveiras montado num jumentinho, sobre o qual ainda ninguém se sentara; evidencia o entusiasmo dos discípulos, que acompanham o Mestre com aclamações festivas; e pode-se, verosimilmente, imaginar que isso contagiou os adolescentes e os jovens da cidade, que se juntaram ao cortejo com os seus gritos. O próprio Jesus reconhece neste jubiloso acolhimento uma força irreprimível querida por Deus, respondendo assim aos fariseus escandalizados: «Digo-vos que, se eles se calarem, gritarão as pedras» (Lc 19, 40). 

Argumentos filosóficos (racionais) contra o Espiritismo


Hoje é muito mais importante uma refutação filosófica (racional) do espiritismo que uma refutação teológica extraída da Sagrada Escritura, tão desprestigiada está a teologia.

Cumpre, em primeiro lugar, dizer que a metempsicose defendida por Platão e fundamentada em mitos e mistérios escatológicos da antiguidade deve-se ao fato de o filósofo não ter conseguido explicar bem o conhecimento humano a partir dos sentidos e, então, propor a teoria do mundo das ideias, segundo a qual o conhecimento se daria por recordação e, consequentemente, só ser possível se a alma fosse  preexistente. Ademais, Platão não soube explicar bem a união entre a alma e o corpo. Para ele, no homem não há uma união substancial entre corpo e alma. Concebe o corpo como um cárcere da alma. Aliás semelhante equívoco foi defendido por Orígenes que dizia serem as almas preexistentes e, por castigo de uma culpa grave, se transformavam em demônios ou se uniam a corpos materiais.

Ao contrário, Aristóteles e Santo Tomás de Aquino explicaram o conhecimento humano com base na distinção entre conhecimento sensível e conhecimento intelectivo. No homem não há ideias inatas; a alma não é preexistente, o conhecimento não se dá por recordação nem iluminação (salvo uma revelação sobrenatural), mas a partir dos sentidos. A alma (ou princípio vital) é a forma do corpo; é ela que organiza o corpo de um ser vivo e lhe garante uma unidade em suas operações. Como forma substancial de um ser vivo, a alma não pode informar senão o corpo do qual é forma, não pode encarnar em outro corpo, porque é parte constitutiva do homem.

Como explana de modo admirável o Padre Enrico Zoffoli em sua obra Principi di Filosofia:  “Toda alma difere das outras da sua espécie segundo a determinada e inconfundível porção de matéria que é destinada a informar. Trata-se de uma distinção profunda, que a caracteriza como substância absolutamente única, inédita, irrepetível. E acrescenta logo a seguir: “À luz da genética pode-se dizer que a individuação deriva de uma entre milhares de bilhões de combinações dos cromossomos maternos com os paternos que fixam  o código genético da cada zigoto. Portanto, as diferenças entre as almas dependem da relação de cada uma à particular constituição do corpo ao qual Deus a destina em sintonia (misteriosa) com a causalidade desenvolvida pelos respectivos genitores. (…) Resulta que não seria humana uma alma que, por absurdo, não se relacionasse a um determinado corpo” (o. c. p. 325).

Por conseguinte, é um desarrazoado e contra os dados da ciência genética afirmar que a alma possa reencarnar em diferentes e sucessivos corpos. 

sábado, 8 de abril de 2017

5ª Pregação da Quaresma 2017: “Manifestou-se a Justiça de Deus – Como fazer do V centenário da Reforma protestante uma ocasião de graça e de reconciliação para toda a Igreja”.


“MANIFESTOU-SE A JUSTIÇA DE DEUS”

Como fazer do V centenário da Reforma protestante 
uma ocasião de graça e de reconciliação para toda a Igreja

1. As origens da Reforma protestante

O Espírito Santo que – vimos nas meditações anteriores – nos insere na plena verdade da pessoa de Cristo e no seu mistério pascal, nos ilumina também sobre um aspecto crucial da nossa fé em Cristo, ou seja, sobre a maneira pela qual a salvação alcançada por ele chega a nós hoje na Igreja. Em outras palavras, sobre o grande problema da justificação do homem pecador por meio da fé. Acredito que tentar lançar luz sobre a história e sobre o estado atual deste debate seja a melhor forma para fazer do acontecimento do V centenário da Reforma protestante uma ocasião de graça e de reconciliação para toda a Igreja.

Não podemos deixar de ler todo o trecho da Carta aos Romanos, sobre o qual este debate está concentrado. Diz:

“21Agora, porém, independentemente da Lei, se manifestou a justiça de Deus, testemunhada pela Lei e pelos Profetas, 22justiça de Deus que opera pela fé em Jesus Cristo, em favor de todos os que creem – pois não há diferença, 23visto que todos pecaram e todos estão privados da glória de Deus – 24e são justificados gratuitamente, por sua graça, em virtude da redenção realizada em Cristo Jesus: 25Deus o expôs como instrumento de propiciação, por seu próprio sangue, mediante a fé. Ele queria assim manifestar sua justiça, pelo fato de ter deixado sem punição os pecados de outrora, 26no tempo da paciência de Deus; ele queria manifestar sua justiça no tempo presente para mostrar-se justo e para justificar aquele que apela para a fé em Jesus. 27Onde está, então, o motivo de glória? Fica excluído. Em força de que lei? A das obras? De modo algum, mas em força da lei da fé. 28Porquanto nós sustentamos que o homem é justificado pela fé, sem a prática da Lei”

Como foi possível que esta mensagem tão consoladora e luminosa tenha se tornado o pomo da discórdia no seio do cristianismo ocidental, dividindo a Igreja e a Europa em dois continentes religiosos diferentes? Ainda hoje, na pessoa religiosa mediana, em certos países do Norte da Europa, tal doutrina é o divisor de águas entre catolicismo e protestantismo. Eu mesmo ouvi de vários fieis leigos luteranos a pergunta: “Você crê na justificação pela fé?”, como a condição para poder ouvir aquilo que eu dizia. Esta doutrina é definida pelos próprios iniciadores da Reforma “o artigo com o qual a Igreja está em pé ou cai” (articulus stantis et cadentis Ecclesiae).

Devemos remontar à famosa “experiência da torre” de Martinho Lutero que teve lugar nos anos de 1511 ou 1512. (Tem essa denominação porque se pensa que ocorreu em uma cela do convento agostiniano de Wittenberg chamado de “a Torre”). Lutero estava angustiado, quase em nível de desespero e ressentimento para com Deus, por causa do fato de que com todas as suas práticas religiosas e penitências ele não conseguisse sentir-se acolhido e em paz com Deus. Foi aqui que, de repente, apareceu de súbito em sua mente a palavra de Paulo em Romanos 1, 17: “O justo vive pela fé”. Foi uma libertação. Ele próprio, narrando sua experiência, próximo à sua morte, escreveu: “Quando descobri isso, me senti renascer e pareceu-me que se escancaravam para mim as portas do paraíso1”.

Precisamente, alguns historiadores luteranos datam este momento, ou seja, alguns anos antes do 1517, como o verdadeiro começo da Reforma. A ocasião que transformou esta experiência interior em uma verdadeira e real avalanche religiosa foi o incidente das indulgências que fez Lutero se decidir a afixar as famosas 95 teses na Igreja do Castelo de Wittenberg, em 31 de outubro de 1517. É importante notar esta sucessão histórica dos fatos. Ela nos diz que a tese da justificação pela fé e não pelas obras, não foi o resultado da polêmica com a Igreja da época, mas a sua causa. Foi uma verdadeira iluminação do alto, uma “experiência Erlebnis, tal como foi definida por ele próprio.

Surge espontaneamente uma pergunta: como podemos explicar o terremoto causado pela tomada de posição de Lutero? O que havia nessa decisão de tão revolucionário? Santo Agostinho tinha dado, da expressão “justiça de Deus”, a mesma explicação de Lutero muitos séculos antes. “A justiça de Deus (justitia Dei) – tinha escrito – é aquela através da qual, pela sua graça, nos tornamos justos, exatamente como a salvação de Deus (salus Dei) (Sal 3,9) é aquela pela qual Deus nos salva2”.

São Gregório Magno tinha dito: “Não se vai das virtudes à fé, mas da fé às virtudes3”. E São Bernardo: “Eu, aquilo que não posso alcançar por mim mesmo, me aproprio (usurpo!) com confiança do lado trespassado do Senhor, porque é cheio de misericórdia. […] E o que sobra da minha justiça? Oh, Senhor, lembrar-me-ei somente da tua justiça. De fato, ela é também a minha, porque tu es para mim justiça da parte de Deus (cf. 1 Cor 1, 30)4“. S. Tomas de Aquino foi ainda mais longe. Comentando a sentença paulina “a letra mata, mas o Espírito vivifica” (2 Cor 3,6), ele escreveu que por letra entendem-se também os preceitos morais do evangelho, pelos quais “também a letra do Evangelho mataria, se não se acrescentasse, dentro, a graça da fé que cura5”.

O Concílio de Trento, convocado em resposta à Reforma, não encontra dificuldade em reafirmar esta convicção do primado da fé e da graça, embora considerando (como, aliás, fará todo o ramo da Reforma encabeçada por Calvino) as obras e a observância da lei, necessárias no contexto de todo o processo da salvação, segundo a fórmula paulina da “fé que opera pela caridade” (“fides quae per caritatem operatur”) (Gal 5,6)6. Fica assim explicado como, no novo clima de diálogo ecumênico, tenha sido possível chegar à declaração conjunta da Igreja Católica e da Federação mundial das Igrejas Luteranas, sobre a justificação pela graça mediante a fé, assinada no dia 31 de Outubro de 1999, na qual se reconhece um acordo fundamental, embora não total, sobre tal doutrina.

Então, a Reforma Protestante foi um caso de “muito barulho por nada”? Fruto de um equívoco? Devemos responder com firmeza: não! É verdade que o magistério da Igreja não tinha anulado nunca as decisões tomadas nos concílios anteriores (especialmente contra os Pelagianos); nunca negou o que havia escrito Agostinho, Gregório, Bernardo, Tomás de Aquino. As revoluções, no entanto, não surgem pelas ideias ou pelas teorias abstratas, mas por situações históricas concretas, e a situação da Igreja, há tempo, não refletia realmente aquelas convicções. A vida, a catequese, a piedade cristã, a direção espiritual, por não falar depois da pregação popular: tudo parecia afirmar o contrário, ou seja, que o que conta são as obras, o esforço humano. Além disso, por “boas obras” não se entendiam no geral aquelas enumeradas por Jesus em Mateus 25, sem as quais, diz ele próprio, não se entra no reino dos céus; entendiam-se, ao invés, peregrinações, velas votivas, novenas, ofertas à Igreja e, como contrapartida a estas coisas, as indulgências.

O fenômeno tinha raízes profundas comuns a todo o cristianismo e não só ao latino. Depois que o cristianismo se tornou religião do Estado, a fé era absorvida naturalmente através da família, da escola, da sociedade. Não era tão importante insistir no momento em que se chega à fé e na decisão pessoal com a qual se torna crentes, mas insistir nas exigências práticas da fé, em outras palavras, na moral, nos costumes.

Um sinal indicador desta mudança de interesse é indicado por Henri de Lubac em sua História da exegese medieval. Na fase mais adiantada, a ordem dos quatro sentidos da Escritura era: sentido histórico literal, sentido cristológico ou de fé, sentido moral e sentido escatológico7. Cada vez mais, esta ordem é substituída por uma diferente na qual o senso moral é anterior ao cristológico ou de fé. Antes do “em que acreditar”, se coloca o “o que fazer.” O dever vem antes do dom. Na vida espiritual, se pensava, em primeiro lugar há o caminho da purificação, em seguida, o da iluminação e da união8. Sem perceber, se dizia exatamente o oposto do que havia escrito São Gregório Magno, ou seja, que “não chega das virtudes à fé, mas da fé às virtudes”.

Nós não temos outro rei, senão César


Diante de Pilatos, que perguntou aos Judeus: “Mas eu vou crucificar o rei de vocês?”; os chefes dos sacerdotes responderam: “Nós não temos outro rei, senão César” (Jo 19, 14-16).

Vivemos um tempo de muitos “césares”, de muitos reis, presentes na política, na economia, na justiça, nas organizações sociais e nas religiões. Há uma diluição do “reinado”, que é dividido, coexistente e compartilhado, disputando a aquiescência das pessoas. Diante dos massivos apelos dos múltiplos reinados, as pessoas permanecem um pouco livres ou condicionadas para aceitarem ou não a subserviência que lhes é solicitada direta, indireta ou sub-repticiamente. A aceitação ou não de um ou vários reinados parece ser determinada pela conveniência de cada pessoa ou grupo social ou pela capacidade de convencimento e persuasão de cada reinado.

Diante de Nosso Senhor Jesus Cristo, glorificado pela Cruz e Ressurreição, parece que repetimos o grito dos chefes dos sacerdotes: “Nós não temos outro rei, senão César”. Estamos contentes ou de tal modo ocupados com os reinados humanos e históricos, que não nos interessa ou não nos importa o Reino do Céu e a pessoa de Nosso Senhor Jesus Cristo, Rei do Universo, que necessariamente não são objetivamente negados, mas ignorados, menosprezados ou não levados em consideração na organização cotidiana da vida e da sociedade.

O Rei, Nosso Senhor Jesus Cristo, e o Reino do Céu, estão sendo esquecidos também na práxis litúrgica dos batizados, que se distanciam dos sacramentos e não reconhecem e não vivem, como poderiam e deveriam, a peculiaridade dos tempos santificados. Em um número significativo de pessoas, imersas nos reinados históricos, há uma diluição da compreensão e da vivência dos tempos fortes da quaresma e do advento, com consequente relativização da Páscoa e do Natal na vida cristã, transformadas por segmentos da sociedade em ocasião de consumo e comemorações paganizadas com pouco ou nenhum vestígio do seu sentido e significado originário.

A solicitude das mídias em falar da Páscoa Judaica e das festas do Islamismo, ou de comemorações de outras religiões, não se repete na veiculação das festas cristãs; estas, algumas vezes, são mostradas de modo estereotipado e reducionista, apresentadas como fato cultural ou folclórico, um erro fatal e duro golpe, que contribui para uma reducionista ou pseudo compreensão dos mistérios centrais da fé cristã. Assim, a ignorância religiosa, total ou parcial, campeia por amplos espaços sociais. 

A ação missionária e evangelizadora dos cristãos não está conseguindo reverter esta situação de modo satisfatório, o que contribui para a diluição dos valores humanos e cristãos, com graves prejuízos para a sociedade, como o crescimento da violência, a intensificação das desigualdades sociais, o comprometimento da vida do planeta, a relativização da vida humana, a corrupção, o domínio da mentira e do individualismo pessoal, cultural e social. 

sexta-feira, 7 de abril de 2017

Jesus, entrada triunfal e entrega por amor


Hoje é chamado Domingo de Ramos e da Paixão do Senhor. A Liturgia evoca dois mistérios: a entrada triunfal de Jesus em Jerusalém, celebrada com a bênção e a procissão dos ramos, e a paixão de Jesus Cristo com a proclamação do Evangelho da paixão segundo São Mateus. Desta forma tem início a Semana Santa. Hoje se encerra a Campanha da Fraternidade com o recolhimento, no momento das oferendas, das doações em favor dos projetos de defesa da vida e preservação da criação. Não esqueçamos que a Palavra de Deus que inspirou a Campanha da Fraternidade/2017 nos convida a “Cultivar e guardar a criação” (Gn 2,15), como uma atitude permanente.

Como sabemos, a Semana Santa é a semana mais importante do ano, porque nela a Igreja celebra os mistérios da paixão, morte e ressurreição do Senhor, numa palavra a Páscoa do Senhor. O ponto alto é o tríduo pascal – Quinta-feira, Sexta-feira e Sábado Santo. E a Vigília pascal está no centro não só da Semana Santa como do Ano Litúrgico. Nesta noite santa da Vigília pascal, celebra-se a vida nova do Cristo morto e ressuscitado que, entregando-se por amor na cruz, deu também a vida nova aos cristãos. Por isso é que se diz que a Páscoa é a festa da Páscoa de Cristo e dos cristãos. É assim como devemos entender o que afirma o apóstolo Paulo quando ressalta que ressuscitamos com Cristo: “Quando Cristo, que é a nossa vida, se manifestar, então nós também seremos manifestados com Ele em glória” (Cl 3, 1-4). 

Acompanhemos Jesus entrando triunfalmente em Jerusalém, conforme nos conta São Mateus – Mt 21, 1-11. Mateus, que escreveu o seu Evangelho especialmente para os judeus convertidos, diz que a entrada de Jesus em Jerusalém aconteceu da forma como previu o profeta: “Dizei à filha de Sião: Eis que o teu rei vem a ti, manso e montado num jumento, num jumentinho, num potro de jumenta”. Os discípulos trouxeram um jumentinho e puseram sobre ele suas vestes, Jesus montou e foi descendo do monte das Oliveiras à cidade, enquanto a numerosa multidão estendia suas vestes pelo caminho e por ele espalhavam ramos de oliveira esperando Jesus passar. As multidões que O acompanhavam gritavam: “Hosana ao filho de Davi! Bendito o que vem em nome do Senhor! Hosana no mais alto dos céus!” Entrando em Jerusalém, a cidade inteira se movimentou e diziam: “‘Quem é este homem?’ E as multidões respondiam: ‘Este é o profeta Jesus, de Nazaré da Galiléia’”. Não sabia o povo, mas o sabia Jesus, que sua entrada triunfal em Jerusalém terminaria no monte do Calvário, e que o fim daquele percurso seria a cruz.  

Ameaças da Ideologia de Gênero


Nesta semana, a nossa cidade viveu alguns momentos importantes sobre a elaboração do Plano Municipal de Educação. A discussão foi muito significativa e trouxe à luz muitas situações relevantes, e é necessário que reflitamos sobre isso. Também tomamos conhecimento de que o Ministério da Educação tem consigo, em três diferentes versões, a Base Nacional Curricular Comum (BNCC).

Trata-se de um Documento elaborado pelo próprio Ministério junto com representantes da área educacional e, aprovado pelo Conselho Nacional de Educação, será, finalmente, implementado em mais de 190 mil escolas públicas e particulares (incluindo, é óbvio, as mantidas por entidades religiosas) do Brasil.

Ocorre, no entanto, que tanto o PME em discussão aqui no Rio de Janeiro e as três versões da BNCC ignoram o PNE (Plano Nacional de Educação) aprovado pelo Congresso Nacional, dado que este, atendendo aos legítimos apelos da Nação, retirou do texto toda menção à ideologia de gênero que a BNCC, agora, deseja reinserir. Aliás, esse tipo de manobra é antiga e sempre volta: quando o Congresso não aprova algum desejo de um grupo, as manobras fazem com que tudo volte de um outro modo a ser imposto à população, seja por via executiva, seja por via judiciária. 

Ora, essa ideologia, sob capa de correta e louvável proteção às mulheres, impõe, na verdade, a mais radical ideologia da História, dado que, se levada às últimas consequências, destruirá a humanidade, conforme afirma o estudioso argentino Dr. Jorge Scala. (Cf. Ideologia de gênero: neototalitarismo e morte da família. São Paulo: Catechesis/Artpress, 2011, p. 11). 

EUA corta financiamento ao Fundo de População da ONU por apoiar aborto forçado


O governo dos Estados Unidos deixará de financiar o Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA) por apoiar abortos forçados e esterilizações involuntárias na China.

Com o corte, o organismo das Nações Unidas perderá 32,5 milhões de dólares em seu orçamento de 2017, que o governo destinará à Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID).

As políticas rígidas de controle de natalidade da China causaram mais de 400 milhões de abortos em seus 37 anos de vigor. Em 2014, a China mudou a sua política do “filho único” por uma política de “somente dois filhos”.

A decisão do governo dos Estados Unidos foi comunicada ao UNFPA em um memorando da Secretária de Estado, na qual indicou que o organismo da ONU “apoia ou participa na gestão de um programa de aborto coagido ou esterilização involuntária” na China.

A USAID também não poderá destinar os fundos para organizações que promovam ou pratiquem abortos em outros países, devido a uma normativa reinstaurada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, no início deste ano.