terça-feira, 18 de abril de 2017

Vaticano emite nota sobre carta do Papa a Michel Temer


A Sala de Imprensa da Santa Sé publicou um comunicado no qual confirma que “dias atrás o Santo Padre enviou uma carta pessoal ao Presidente do Brasil”, conforme revelado pela imprensa brasileira nesta terça-feira.

Foram publicados na internet trechos da carta, reafirmando que o Pontífice não poderia visitar o Brasil por ocasião dos 300 anos do encontro da imagem de Nossa Senhora Aparecida. O texto traz ainda algumas reflexões do Santo Padre sobre a atual situação do Brasil.

Conforme esclareceu a Santa Sé, “a missiva não foi publicada por ter caráter privado”. Além disso, explica a direção da Sala de Imprensa, trata-se “da resposta do Papa a uma carta do Sr. Michel Temer na qual o Chefe de Estado convidava o Pontífice a visitar o Brasil em 2017 por ocasião dos 300 anos de Aparecida. O Papa respondeu infelizmente não poder ir porque outros compromissos não lhe permitiam”.

“Ademais – acrescenta o comunicado –, como o próprio Presidente Temer em sua carta fazia referência a seu compromisso no combate aos problemas sociais do país, o Papa ressalta tal aspecto e encoraja a trabalhar pela promoção dos mais pobres”, lê-se no comunicado da Sala de Imprensa da Santa Sé. 

Páscoa, a vitória da vida sobre a morte


Hoje e nos próximos cinquenta dias, a Igreja canta solenemente na Liturgia: “Cristo ressuscitou, aleluia!” A Páscoa da ressurreição de Cristo enche o céu e a terra de alegria; está mais uma vez demonstrado o poder de nosso Deus e Salvador. Ninguém Lhe tirou a vida, Ele mesmo a ofereceu ao Pai por nós. Por isso, Jesus ora, dizendo: “Ressuscitei, ó Pai, e sempre estou contigo: pousaste sobre mim a tua mão, tua sabedoria é admirável, aleluia!” (Sl 138,18.5-6). Foi assim que São Francisco de Assis entendeu quando disse: “Cristo deitou-se para dormir e levantar-se depois na madrugada da Ressurreição”.

Se hoje mais uma vez nos alegramos porque Cristo Nosso Senhor ressuscitou, nos alegramos também porque Ele alcançou para nós a redenção e a ressurreição. Não é senão por sublime experiência mística que Santo Agostinho se expressou numa forma que poderia ser mal entendida como um paradoxo no mínimo irreverente: “Ó feliz culpa, a de Adão, que nos trouxe tão grande Salvador”. Na força da ressurreição do Senhor ressuscitamos com Ele, entendemos o sentido último de nossa vida e assistimos a esperança iluminando a face da terra. Toda a criação se alegra com a certeza de sua própria restauração operada pelo Ressuscitado, esperando, como afirma o Apóstolo Paulo, “de ela também ser libertada da escravidão da corrupção para entrar na liberdade da glória dos filhos de Deus” (Rm 8, 23). E nós, cristãos, criados por Deus, redimidos por Cristo e santificados pelo Espírito Santo, podemos caminhar por este mundo de cabeça erguida, louvando a Deus, amando-nos uns aos outros e cuidando da criação. Tudo assim como diz a Palavra de Deus: “Amarás o Senhor, teu Deus, com todo o teu coração, com toda a tua alma e com toda a tua mente e amarás o teu próximo como a ti mesmo. Desses dois mandamentos dependem toda a lei e os profetas” (Mt 22, 37-40). E “cultivarás e guardarás a criação” (Gn 2,15).   

As passagens do Novo Testamento, notadamente dos quatro Evangelhos, que se referem à ressurreição de Jesus, falam das aparições de Jesus ressuscitado, do sepulcro vazio, da fé na ressurreição e do seu anúncio. O Evangelho deste domingo da Páscoa é de São João 20, 1-9. Na Missa vespertina a Liturgia permite que se leia o Evangelho de Lucas 24,13-35. 

Tendo presente o Evangelho de João, o Apóstolo apresenta a fé pascal num crescendo que vai se aperfeiçoando: do “ver sem crer” (20,1.5.6) para o “ver e crer” (20,8.25.27-29a) até o “crer sem ver” (20,29b).  

Páscoa: Ele não está mais aqui!


O grito crucial de Jesus na cruz, na sexta-feira da paixão: “Meu Deus, meu Deus, por que me abandonaste?” (Mateus 27, 46) retoma todas as situações de aflição da humanidade. É expressão do medo existencial diante morte que ocupa o lugar da vida, expressa o fim de projetos e sonhos. A resposta a este grito vem no sábado santo, na madrugada do primeiro dia da semana: “Ele não está aqui! Ressuscitou, como havia dito”. “Alegrai-vos” (Mt 28,6.9)  É um grito de fé e de esperança. De fé, porque anuncia a ressurreição de Cristo, acontecida uma vez para sempre, a verdade fundamental da fé cristã; de esperança, porque anuncia aquilo que diz respeito a todos os homens e mulheres da terra quando irão vê-lo ressuscitado na eternidade.

As constantes notícias de mortes, injustiças, desonestidades, desilusões e tristezas fazem diminuir as esperanças. Isto talvez, por não termos uma ideia mais clara sobre a libertação trazida por Cristo Ressuscitado. A páscoa de Jesus Cristo inaugura a criação de uma nova humanidade. É um fato histórico e o início da transformação global do mundo. É um evento que transforma o sentido da história, indicando uma nova direção. Um evento único que revela uma espera escrita no coração humano. É único porque semelhante fato não foi documentado anteriormente.

É um acontecimento extraordinário, mas que manifesta um desejo universal da imortalidade. A ressurreição de Cristo responde as intuições, às esperanças de um destino humano aberto ao futuro, vem ao encontro do desejo humano de que a morte não seja a última palavra, que a colocação do corpo inanimado no túmulo não seja o último ato da nossa existência. 

Milagre em Israel? Mães cristãs, muçulmanas e judias marcham juntas pela paz


Um pequeno-grande milagre aconteceu e foi quase que completamente ignorado pelos meios de comunicação: milhares de mulheres judias, muçulmanas e cristãs caminharam por Israel, juntas, pela paz.

Recentemente, junto com a cantora israelense, Yael Deckelbaum, lançaram a canção “Prayer of the Mothers” (Oração das Mães), em que as mulheres destas três religiões mostram que a paz é possível – e que, portanto, é um dever.

Elas foram reunidas pelo movimento “Women Wage Peace”, que surgiu na precedente escalada da violência entre israelitas e palestinos.

Neste contexto, em outubro de 2016, mulheres judias e árabes lançaram o projeto Marcha da Paz (“March of Hope”), que, entre suas muitas manifestações, reuniu quatro mil mulheres (metade israelenses e metade palestinas) em Qasr el Yahud (ao norte do Mar Morto).

Ao mesmo tempo, outras 15 mil mulheres exigiam paz diante da residência dos primeiros ministros de ambos os governos – o palestino e o israelense.

“E admirou-se com a falta de fé” (Mc 6,6a).


Naquele tempo, Jesus foi a Nazaré, sua terra, e seus discípulos o acompanharam. Quando chegou o sábado, começou a ensinar na sinagoga. Muitos que o escutavam ficavam admirados e diziam: "De onde recebeu ele tudo isto? Como conseguiu tanta sabedoria? E esses grandes milagres que são realizados por suas mãos? Este homem não é o carpinteiro, filho de Maria e irmão de Tiago, de José, de Judas e de Simão? Suas irmãs não moram aqui conosco?" E ficaram escandalizados por causa dele.

Jesus lhes dizia: "Um profeta só não é estimado em sua pátria, entre seus parentes e familiares". E ali não pôde fazer milagre algum. Apenas curou alguns doentes, impondo-lhes as mãos. E admirou-se com a falta de fé deles. Jesus percorria os povoados das redondezas, ensinando.
 (Mc 6, 1-6)

"E admirou-se com a falta de fé deles". É com essas palavras que o Evangelista São Marcos registra os sentimentos de Cristo, rejeitado pelos que lhe eram mais próximos, desprezado por seus conterrâneos e familiares. Não se admira o Senhor com a pouca fé dos nazarenos, senão com a total falta dela. O próprio texto grego, aliás, faz questão de o ressaltar: Jesus fica perplexo diante da ἀπιστία (apistia) daqueles que, embora o conhecessem desde pequenino, na verdade nunca chegaram a conhecê-lo de fato, porque não estavam dispostos a crer nele. Mas o que significa, na prática, esse não ter fé? Vejamos, antes de mais, em que consiste a fé cristã. Trata-se, com efeito, de um dom de Deus derramado em nossos corações: é, noutras palavras, "uma virtude sobrenatural infundida por Ele" (CIC, 153) em nossas almas. Nesse sentido, podemos dizer que, se alguém tem fé, tem-na apenas porque Deus lha concedeu. Ora, se tal é assim, não estariam escusados os nazarenos? Afinal, que culpa teriam eles por um ato a que, por si sós, não têm direito e do qual, deixados às próprias forças, são incapazes? 

Sucede porém que a fé é um dom que o Senhor quer dar a todos os homens, pois a todos deseja a salvação: Ele "não quer que ninguém pereça", escreve o Príncipe dos Apóstolos, "mas que todos cheguem ao arrependimento" (2Pd 3, 9). Ele a todo momento nos fala ao coração, convida-nos à conversão, inspira-nos a abraçar a fé em seu Filho, Jesus Cristo. "Eis que estou à porta, e bato", diz-nos todos os dias; "se alguém ouvir a minha voz, e abrir a porta, entrarei em sua casa, e com ele cearei, e ele comigo" (Ap 3, 20). Qual, então, a nossa desculpa? De que modo, pois, nos poderíamos excusar de não crer? Não manda Deus graças mais do que suficientes para escutarmos o seu apelo, para assentirmos à sua Palavra? Por que então, ensoberbecidos como os nazarenos de hoje, nos fechamos à fé em Cristo? Acaso julgamos os nossos preconceitos, as nossas tolices e a nossa "ciência", provinciana e de curtas vistas, superiores ao Verbo eterno do Pai? Acaso pensamos ser Deus um enganador, um embusteiro que não merece sequer a mais simplória e frágil das confianças humanas? 

Santo Apolônio


Santo Apolônio, que é venerado de modo especial neste dia, foi um cristão Senador, dando forte testemunho de santidade no meio político em que frequentava. Santo Apolônio viveu no ano 180 e era muito culto, intelectual, eloquente e era uma figura pública, um senador, por isso respeitado por muitos. Pôde assistir e se deixar tocar pelo testemunho de inúmeros mártires no tempo de Nero. Ele percebia naqueles cristãos, que viviam dentro de um contexto pagão, o único e verdadeiro Deus presente naqueles martírios por amor a Cristo.

A conversão deste Senador romano deu-se devido ao testemunho heroico dos cristãos e dos mártires; amigo e instruído nas Sagradas Escrituras pelo Papa Eleutério, Apolônio recebeu o Batismo e começou a levar muitas pessoas para o verdadeiro Deus. Por ser também invejado por muitos, Apolônio foi acusado junto com um juiz como cristão, já que prevalecia ainda a lei de Nero que condenava o Cristianismo e os seus seguidores à morte.

Ele não renunciou a Jesus, mesmo ocupando uma alta posição na sociedade. Seu amor a Deus foi concreto. Diante das autoridades Apolônio confessou sua fé; acusou a idolatria e mostrou a falta de lógica do paganismo, e isso tudo sem temer a morte: "Eu sou cristão não só de palavras, mas de fato maior desejo é o de dar minha vida em testemunho da minha fé em Cristo". Após exortar a muitos à conversão da real religião, o Catolicismo, aceitou o martírio e entrou na eterna felicidade junto a Deus Pai. 

Santo Apolônio é exemplo, para que sejamos testemunhas do amor de Deus, onde quer que estejamos, na profissão que exerçamos, com a idade que tenhamos.

Deus eterno e todo-poderoso, que destes a Santo Apolônio a graça de lutar pela justiça até a morte, concedei-nos, por sua intercessão, suportar por vosso amor as adversidades, e correr ao encontro de vós que sois a nossa vida. Por Cristo, Senhor nosso. Amém.


Santo Apolônio, rogai por nós!

segunda-feira, 17 de abril de 2017

Homilética: 2º Domingo de Páscoa - Ano A: "A fé apostólica, que é nossa".


Com a celebração do 2º domingo de páscoa, o domingo da Misericórdia, concluímos a Oitava de Páscoa, ou seja, esta semana que a Igreja nos convidou a considerar como um dia só: ”O dia que o Senhor fez”.

Nestes dias de Páscoa a Liturgia nos fez assistir ao nascimento da fé pascal. Mediante a narração das aparições do Ressuscitado, vimos renascer nos discípulos de Jesus, desanimados e dispersos, a fé e o amor para com Ele: a ressurreição gerou a fé.

Cristo ressuscitado é a razão de ser de nossa existência. Celebrar essa história é motivo de grande alegria para os cristãos.

O evangelho ( Jo 20, 19-31) inicia falando do primeiro dia da semana, isto é, o Dia por excelência, pois foi o dia da Ressurreição do Senhor; relata a aparição de Jesus Misericordioso aos seus discípulos no mesmo dia da sua Ressurreição, no qual derramou sobre eles e lhes confiou o tesouro da sua Paz e dos seus Sacramentos, e confirmou a nossa fé e a fé de todos os “Tomés” do mundo, que estão cheios  de dúvidas e com ânsias de ter certezas.

“Ao anoitecer daquele dia, o primeiro da semana” ( Jo 20,19), Jesus veio confortar os amigos mais íntimos: A paz esteja convosco, disse-lhes. Depois mostrou-lhes as mãos e o lado. Nesta ocasião, Tomé não estava com os demais Apóstolos; não pôde, pois, ver o Senhor nem ouvir as suas palavras consoladoras.

Imagino os Apóstolos cheios de júbilo procurando Tomé para contar-lhe que tinham visto o Senhor! Mal o encontraram, disseram-lhe: Vimos o Senhor! Tomé continuava profundamente abalado com a crucifixão e a morte do Mestre; quer ver para crer! Acredito que os Apóstolos devem ter-lhe repetido, de mil maneiras diferentes, a mesma verdade que era agora a sua alegria e a sua certeza: Vimos o Senhor!

Hoje nós temos que fazer o mesmo! Para muitos homens e para muitas mulheres, é como se Cristo estivesse morto, porque pouco significa para eles e quase não conta nas suas vidas. A nossa fé em Cristo ressuscitado anima-nos a ir ao encontro dessas pessoas e a dizer-lhes, de mil maneiras diferentes, que Cristo vive, que estamos unidos a Ele pela fé e permanecemos com Ele todos os dias; que Ele orienta e dá sentido à nossa vida.

Desta maneira, cumprindo essa exigência da fé que é difundi-la com o exemplo e a palavra, contribuímos pessoalmente para a edificação da Igreja, como aqueles primeiros cristãos de que falam os Atos dos Apóstolos: “Cada vez mais aumentava o número dos homens e mulheres que acreditavam no Senhor” (At. 5,14).

Oito dias depois Jesus apareceu aos Apóstolos novamente e agora Tomé também estava; Jesus disse: “A paz esteja convosco. Depois disse a Tomé: Mete aqui o teu dedo e vê as minhas mãos…, não sejas incrédulo, mas fiel (Jo 20,26-27).

A resposta de Tomé é um ato de fé, de adoração e de entrega sem limites: Meu Senhor e meu Deus! A fé do Apóstolo brota não tanto da evidência de Jesus, mas de uma dor imensa. O que o levou a adoração e ao retorno ao apostolado não são tanto as provas como o amor. Diz a Tradição que o Apóstolo Tomé morreu mártir pela fé no seu Senhor; consumiu a vida a seu serviço.

A Igreja deve continuar com o seu grito sem ruídos espaventosos a favor da primazia de Deus e dos valores espirituais em meio ao materialismo, hedonismo e relativismo reinantes. O cristão deve fazer ressoar esse grito em qualquer lugar onde se encontre, já que todo cristão é Igreja. Ainda que percebamos que há momentos em que o mal parece dominar a situação, é preciso manter a fé de que o bem sempre tem a última palavra e que nós, filhos e filhas de Deus, somos a voz de Jesus Cristo no meio do mundo.

Ninguém pode manter-se afastado dessa responsabilidade! Ninguém pode desinteressar pela salvação dos demais! Um cristão egoísta, preocupado somente consigo mesmo, e com horizontes que se restringem ao seu microcosmo, está perdendo tempo. Nós fomos feitos servos uns dos outros. A primeira leitura de hoje mostra como os primeiros cristãos viviam: na escuta da Palavra de Deus, na participação da Eucaristia, na oração constante, unidos, desprendidos dos bens materiais, no louvor de Deus e na caridade fraterna. Imitemos os nossos antepassados porque o resultado não decepciona: “O Senhor cada dia lhes ajuntava outros que estavam a caminho da salvação” (At 2,47). Os primeiros cristãos tinham dificuldades? Claro que sim. E não eram poucas: perseguições, divisões, egoísmos, misérias humanas em definitiva. No entanto, o frescor de um ideal que enchia as suas vidas os fazia seguir adiante com a esperança de chegar à santidade, à entrega cada vez mais plena ao Senhor Jesus. Assim sendo, podiam dizer com a consciência em paz: Meu Senhor e meu Deus! Nós também, com essa luta constante por ser santos podemos dizer que Jesus é nosso Deus e Senhor.


Alegremo-nos: Deus fez o Domingo! Talvez é esse o momento de lembrarmos que há um mandamento que reza que devemos “guardar domingos e festas”.

Cartazes de apoio ao Papa são afixados e distribuídos em Roma


Desde a Sexta-feira Santa (14), moradores e turistas que transcorrem as festividades de Páscoa em Roma puderam se deparar com cartazes, escritos em italiano e em inglês, de apoio ao magistério do Papa Francisco. Segundo a Agência de Notícias AGI, a iniciativa faz parte do projeto filantrópico “Rome Loves the Pope Posters” (Roma ama os cartazes do Papa, em tradução livre), do The Global Tolerance Initiative (do site loveistolerance.com).

São mais de 1000 cartazes do Papa: 300 estão sendo afixados na capital eterna e nos arredores do Vaticano até o próximo dia 22, e outros 700 foram distribuídos a estudantes, padres, nas igrejas e aos meios de comunicação da cidade.