I. Fundamento Bíblico
O Antigo Testamento nos diz que o glorioso plano de redenção de
Deus foi iniciado através de Abrão. Com esse homem, Deus fez uma aliança eterna
e Deus mudou seu nome para Abraão, o pai de muitas nações (Gênesis 17:5). Essa
aliança deveria ser mais tarde cumprida através de um descendente de Abraão, o
Messias prometido.
"A Escritura diz que Abraão teve dois filhos, um da escrava
e outro da livre." (Gálatas 4:22). Abraão teve dois filhos. Seu primeiro
filho, Ismael, nascido de uma escrava egípcia chamada Agar. Seu segundo filho
Isaac, que nasceu da esposa de Abraão, Sara. Deus colocou o fundamento do
cumprimento da Sua aliança através de Isaac, filho de Sara, a mulher livre. Era
através da descendência de Isaac que o Messias viria a aparecer (Gênesis 17).
Ainda que Ismael tenha sido o primeiro filho de Abraão, Deus
escolheu cumprir a Sua aliança através de Isaac, seu filho mais novo. Todos os
futuros profetas de Deus e o Messias só surgiriam a partir da linhagem de
Isaac, o filho escolhido de Abraão, sem qualquer exceção.
Em favor de Sara e seu filho Isaac, Hagar e Ismael foram
expulsos da casa de Abraão e, consequentemente, da herança e linhagem dos
descendentes de Isaac (Gênesis 21:10). As nações árabes (os habitantes do
deserto) são descendentes de Ismael, mas não de Isaac. Então, naquele dia, uma
grande divisão nasceu entre os filhos de Ismael e os filhos de Isaac e o
Messias.
II. A Arábia pré-islâmica
Os muçulmanos
frequentemente argumentam que, tendo sido o Islã e o Alcorão (ou Corão: a
Bíblia muçulmana - ed.) enviados dos céus, nenhuma fonte ou materiais
terrestres poderiam ter sido usados para criá-los. Eles partem da suposição de
que isso seja impossível. Mas a verdade é que a fé islâmica e o Alcorão em si
podem ser completa e suficientemente explicados em termos da cultura, da
religião e dos costumes árabes pré-islâmicos.
O trabalho arqueológico e linguístico feito desde o final
do século 19 trouxe à tona evidências esmagadoras de que Maomé construiu a sua
religião e o Alcorão a partir de material pré-existente na cultura árabe como
veremos a seguir.
a. O significado do Islã.
A própria
palavra Islã não foi revelada do céu nem foi inventada por Maomé. É uma palavra
árabe que originalmente se referia a um atributo de masculinidade e descrevia
alguém que foi heroico e corajoso na batalha.
A palavra Islã originalmente não significava submissão, como
muitos supõem. Em vez disso, ele se referia a essa força que caracteriza um
guerreiro do deserto que, mesmo quando confrontado com o impossível, iria lutar
até a morte para cumprir seu objetivo.
b. A vida tribal pré-islâmica
O aspecto da sociedade tribal da Arábia pré-islâmica explica
muitas das coisas que podem ser encontrados no Islã hoje. Por exemplo, estava
perfeitamente em consonância com a moral árabe atacar outras tribos a fim de
obter riqueza, mulheres e escravos, e assim as tribos estavam constantemente em
guerra umas com as outras. Essas tribos do deserto viviam pelo código do
"olho por olho e dente por dente". A vingança era tomada sempre que algo
era feito para prejudicar qualquer membro da tribo. Forçar pessoas à escravidão
ou sequestrar mulheres, mantendo-as em um harém, e estuprá-las à vontade era
considerado justo e adequado.
O severo clima árabe produziu uma severa sociedade tribal
em que a violência era a norma. E a violência ainda é um atributo das
sociedades islâmicas. É muito interessante notar que a palavra portuguesa
"assassino" é, na verdade, uma palavra árabe. Vem da palavra latinaassassinus, que vem da palavra árabe hashshashin. Hashshashin literalmente significa “fumante
de haxixe” e foi usada como uma descrição dos muçulmanos que fumavam haxixe
para chicotearem-se em um frenesi religioso antes de matar seus inimigos.
Ele entrou no vocabulário europeu por meio de uma seita
muçulmana chamada "Os Assassinos", que acreditavam que Alá os havia
chamado para matar pessoas como um dever sagrado.
c. A religião pré-islâmica
A população árabe era basicamente animista. Os espíritos
masculinos e femininos existiam em árvores, pedras, rios e montanhas, e eles
eram adorados e temidos. Acreditava-se que pedras mágicas sagradas protegiam as
tribos. A tribo coraixita havia adotado uma pedra negra como a sua pedra mágica
tribal e a tinha colocado na Caaba. Esta pedra mágica era beijada quando as
pessoas vinham em peregrinação para adorar a Caaba. Era sem dúvida um asteroide
que caíra do céu e, portanto, era vista como sendo divina, de alguma forma!
A tribo coraixita (tribo de Maomé) tentou colocar um ídolo
de todas as religiões no templo pagão chamado Caaba. A palavra Caaba é o árabe
para "cubo" e refere-se ao templo de pedra quadrado, em Meca, onde os
ídolos eram adorados. O templo continha uma miscelânea virtual de divindades
com alguma coisa para todos. Pelo menos 360 deuses eram representados na Caaba
e um novo poderia ser acrescentado, se algum estrangeiro viesse à cidade e
quisesse adorar o seu próprio deus, além de aqueles que já estavam
representados.
As lucrativas rotas de comércio e as ricas caravanas formaram um
vínculo cultural entre África, o Oriente Médio, o Oriente e o Ocidente. Não é,
portanto, nenhuma surpresa encontrar histórias no Alcorão, cujas origens podem
ser traçadas até histórias religiosas da Babilônia, Egito, Índia, Pérsia e
Grécia.
d. Rituais pagãos
Os pagãos da Arábia pré-islâmica ensinavam que todo mundo
deveria se curvar e orar voltado para Meca (o centro religioso e comercial da
Arábia com sua Caaba) durante certas horas do dia. Todo mundo também deveria
fazer uma peregrinação a Meca para adorar a Caaba pelo menos uma vez na vida.
Quando chegavam a Meca, os pagãos corriam ao redor da Caaba sete vezes,
beijavam a pedra negra, e depois corriam cerca de uma milha até a Wadi Mina para
atirar pedras no diabo. Eles também acreditavam que era bom dar esmola e
condenavam a usura. Eles tinham até um determinado mês em que se devia jejuar
de acordo com o calendário lunar. Que esses ritos pagãos compreendiam a
religião em que Maomé foi criado por sua família é reconhecido por todos.
A religião dominante que tinha se tornado muito poderosa
pouco antes da época de Maomé foi a dos sabeus. Os sabeus tinham uma religião
astral em que adoravam os corpos celestes. A lua era vista como uma divindade
masculina e o sol como a divindade feminina. Juntos, eles produziam outras
divindades, como as estrelas. O Alcorão refere-se a isso na sura 41,37 e em
outros lugares.
Eles usavam um
calendário lunar para regular seus ritos religiosos. Por exemplo, um mês de
jejum era regulado pelas fases da lua. O rito pagão sabeu de jejum começava com
o aparecimento de uma lua crescente e não cessava até que a lua crescente
reaparecia. Isso viria a ser adotado como um dos cinco pilares da sabedoria do
Islã.
Finalmente, a
influência das religiões estrangeiras, como o judaísmo, zoroastrismo (da
Pérsia), hinduísmo, budismo, mitologia grega e egípcia e o cristianismo, também
estavam presentes na Arábia pré-islâmica. Não é nenhuma surpresa ao descobrir
que o Alcorão contém restos de histórias religiosas que podem ser rastreadas
até essas religiões.
Assim, as ideias e ritos religiosos encontrados no Islã e no
Alcorão podem claramente ser rastreados até as influências da cultura, da vida
religiosa e dos costumes pré-islâmicos. Os arqueólogos desenterraram muitos
exemplos de arte pré-islâmica que incluíam os seus ídolos e símbolos de
adoração. Meca continha um dos mais importantes, a Caaba, onde foi colocada a
pedra negra, há muito tempo objeto de adoração.