A freira pró-aborto e autodenominada ecofeminista, Ivone Gebara, estará no Centro de Pastoral da Arquidiocese de Fortaleza nos dias 10 e 11 de
junho para palestrar no Seminário "O Conservadorismo cresce
assustadoramente. O que fazer?". O subtema do encontro diz respeito ao feminismo. A
realização é do Centro de Estudos Bíblicos do Ceará -CEBI.
Como toda boa feminista Ivone Gebara é favorável à
despenalização e legalização do aborto no Brasil. A freira foi proibida pelo
Vaticano de ensinar em entidades católicas, cumpriu uma sanção de reeducação
teológica durante alguns anos Bélgica, o que lhe rendeu mais um doutorado. A
religiosa passou a dedicar-se à produção intelectual tendo escrito mais de 30
livros.
A partir de 1994 passou a ser tratada como ecofeminista a
partir do ensaio “Trindade: palavra sobre
coisas velhas e novas. Uma perspectiva ecofeminista”. O site Usininos em uma entrevista com a
freira doutora descreve o objetivo da palestrante que irá à Arquidiocese de
Fortaleza: "[Ivone Gebara] De dentro da Igreja procura mudá-la. Dedica-se,
fundamentalmente a partir de uma teologia feminista, desconstruir o direito
natural, patriarcal e machista que a hierarquia católica pretende impor".
Confira trechos da entrevista:
Com quais argumentos
defende a despenalização do
aborto numa estrutura como a da
Igreja Católica, que condena tão duramente essa prática, inclusive, quando se
trata de uma gravidez produto de um estupro ou quando a vida da mulher corre
risco?
Nem em caso de fetos anencéfalos a Igreja o permite. É algo espantoso. Existe uma forma de fazer teologia
metafísica que naturaliza a maternidade, que a torna dependente de um ser
supra-histórico. Eu faço a desconstrução desse tipo de pensamento. Em minha militância
pela causa das mulheres, não somente do aborto, trabalho na teologia feminista.
E eles não aceitam. Eu também sofri um segundo processo por meu pensamento.
Tive que responder três páginas de perguntas: se acredito na Trindade, se acredito que o Papa é infalível, coisas desse
tipo.
O que faço é a desconstrução do discurso religioso justificador da
superioridade masculina. Justificador, também, da concepção de que existe uma
supra-história que nos conduz. Desconstruo o que é a natureza. Inclusive, um
bispo justifica que se deve levar adiante uma gravidez de um feto anencéfalo
porque Deus quer assim, o que é de um primitivismo até chocante. Uma pessoa
mais simples não diz um absurdo como esse. Meu trabalho é desconstruir isso e
também a Bíblia como a palavra de Deus. Eu digo: não é a palavra, é uma palavra humana, onde se coloca uma
pessoa pela qual lhe é atribuído, dependendo dos textos, uma característica.
Algumas vezes Deus é vingador, às vezes é bom, às vezes manda matar profetas.
Procuro entrar pela linha do humanismo, onde a dor do outro me toca,
provoca-me. Deus é mais um verbo. Quero “deusar”, quero sentir sua dor e quero que sinta
minha dor. Não há uma lei do alto que diga “não faça abortos” ou “não mates”. O
fato é que de muitas maneiras nos matamos, inclusive, afirmando que não mate. A
vida social é uma vida de vida e morte. Meu principal trabalho é a
desconstrução do pensamento, da filosofia, da teologia que mantém estas
posições contra as escolhas das mulheres, contra os corpos femininos, contra as
dores femininas. E isto incomoda muito, porque eles dizem que, segundo Santo Tomás, a alma masculina vem primeira, para novamente demonstrar a superioridade
masculina, ou sustentam que a partir do início da união do óvulo e o
espermatozoide, a alma está criada por Deus. E agora adotam a ciência do DNA para justificar suas posições.