sexta-feira, 7 de julho de 2017

Bebê Charlie: Hospital do Vaticano e Donald Trump se oferecem para cuidar do bebê mas Hospital de Londres nega transferência.


O Hospital Pediátrico Bambino Gesù (Menino Jesus), administrado pelo Vaticano, publicou uma nota, no último dia 3, dizendo que sua equipe está pronta para acolher o bebê inglês Charlie Gard, condenado à morte pela Corte Europeia. 

No domingo, 02, o papa Francisco pronunciou-se oficialmente e de forma enfática sobre o caso do bebê Charlie Gard, pedindo explicitamente para que o hospital no qual o bebê está internado respeite a vontade dos pais. A declaração do papa foi dada por meio do porta-voz oficial do Vaticano, Greg Burke. O texto diz:

“O Santo Padre acompanha com afeto e comoção o caso do pequeno Charlie Gard e expressa sua proximidade aos pais. Ele reza por eles, desejando que não se negligencie a vontade de acompanhar e tratar o próprio bebê até o fim”.

A declaração se dá um dia após um tweet no qual o pontífice fez referência ao caso, embora sem citar o nome do menino:

“Defender a vida humana, sobretudo quando é ferida pela doença,
é um compromisso de amor que Deus confia a cada ser humano”.

As manifestações do pontífice também ocorreram alguns dias depois da Pontifícia Academia para a Vida ter emitido uma nota sobre o caso. A nota foi muito criticada por religiosos e pelo movimento pró-vida de todo o mundo por não tomar posição alguma, limitar-se a fazer mera alusão ao problema e apenas oferecer consolo à dor dos pais. Longe de estar satisfeitas, e sendo solidárias à família de Charlie, organizações pró-vida continuaram a fazer insistentes solicitações para que o próprio Francisco intervisse. O papa atendeu e a postura adotada por Francisco foi a de defesa explícita dos pais de Charlie, muito diferente, portanto, do tíbio texto da Academia para a Vida.

Depois do papa Francisco, foi a vez de Donald Trump sair em defesa do menino Charlie Gard e oferecer o auxílio de seu país. O presidente dos Estados Unidos tweetou nesta segunda-feira, 03:

“Se pudermos ajudar o pequeno #CharlieGard, assim como nossos amigos no Reino Unido e o Papa, nós ficaríamos encantados em fazê-lo”

A "Justiça" negou aos pais do menino o direito de ir para os Estados Unidos buscar um tratamento alternativo para a sua doença, apesar deles conseguirem mais de 1,4 milhão de euros, recolhidos por meio de doações. É o poste mijando no cachorro!

Mas voltando ao hospital pediátrico do Vaticano... A presidente da instituição, Mariella Enoc, pediu ao hospital onde Charlie está internado, em Londres, que informe se existem condições sanitárias para transferir o bebê para o Bambino Gesù.

Não há terapias disponíveis para Charlie no Hospital Bambino Gesù; mas certamente esse seria um local tranquilo para manter o menino até que ele possa ser transferido para os EUA, sem ameaças de desligamento de seus aparelhos.

Mariella chegou a mandar uma mensagem consoladora aos pais de Charlie: "Estamos perto dos pais na oração e, se for esse o seu desejo, dispostos a aceitar seu filho conosco, durante todo o tempo que lhe resta de vida".

No entanto, no último dia 04, Mariella informou no Vaticano, que “O hospital (Great Ormond Street, em Londres) nos disse que, por motivos legais, não pode transferir para nós Charlie Gard. Esta é mais uma notícia triste”.

O Estado tentou até mesmo conceder a cidadania vaticana ao pequeno bebê para tentar transferi-lo para o hospital pediátrico mantido pela Santa Sé, o Bambino Gesù, mas as tentativas foram em vão. Isso porque, mesmo se conseguissem dar a cidadania ao pequeno bebê, o hospital que fica em Roma seria obrigado a cumprir a determinação judicial de tirar os aparelhos da criança. 

A declaração foi à margem da apresentação do Relatório de Saúde e Científico 2016, do ‘hospital do Papa’.

Valor do matrimônio cristão é maior do que uma união civil, assegura Bispo alemão


Na celebração do sacramento do matrimônio é Deus quem se une ao “sim” de duas pessoas e, portanto, tem mais valor do que uma união civil, sublinhou o Bispo de Eichstätt (Alemanha), Dom Gregor Maria Hanke, em uma Missa na Catedral local diante de cerca de mil casais com mais de 50 anos de casados.

“O matrimônio cristão é uma bênção de Deus que homens e mulheres necessitam para se complementar entre si no amor mútuo e experimentar a riqueza da condição humana”, destacou o Bispo no último dia 1º de julho.

Dom Hanke disse aos casais que a Igreja agradece pela sua fidelidade, porque dão testemunho de Deus nos momentos bons e ruins da vida. E, além do amor que existe entre eles como resposta ao amor de Deus, mutuamente carregam a responsabilidade de cuidar do outro.

Homilética: 16º Domingo do Tempo Comum - Ano A: "Por que Deus permite tanto mal no campo do mundo?"


A essa pergunta nos responde a primeira leitura de hoje: “Ao pecador lhe dás tempo para que se arrependa”. E para isso, Deus nos manda o seu Espírito que nos ajuda na nossa debilidade (segunda leitura). Mas também temos que colocar a nossa parte: vigilância, porque o inimigo da nossa alma não dorme e quer semear o seu joio nos momentos de sonolência e distração da nossa parte (evangelho).

A Palavra de Deus, em Mt 13, 24-43, nos apresenta três parábolas: O trigo e o joio, o grão de mostarda e o fermento na massa. Na volta da Missão, nota-se a impaciência dos Apóstolos para com aqueles que não os acolheram: “Queres que mandemos que desça o fogo do céu para destruí-los?” Jesus critica a pressa dos Apóstolos contando as três parábolas citadas. As parábolas evangélicas são breves narrações que Jesus utilizava para anunciar os mistérios do Reino dos Céus. Utilizando imagens e situações da vida cotidiana, o Senhor “deseja indicar-nos o verdadeiro fundamento de todas as coisas. Ele mostra-nos o Deus que age, que entra na nossa vida e quer guiar-nos pela mão” ( Bento XVl, Jesus de Nazaré, 2007). Com este tipo de discursos, o Mestre divino convida a reconhecer antes de tudo a primazia de Deus Pai: onde Ele não está, nada pode ser bom. Trata-se de uma prioridade decisiva para tudo. Reino dos Céus significa, precisamente, Senhorio de Deus, e isto quer dizer que a sua Vontade deve ser assumida como o critério-guia da nossa existência.

O tema contido no texto do Evangelho (Mt 13, 24 – 43) é precisamente o Reino dos Céus. O “Céu” não deve ser entendido unicamente no sentido da altura que nos ultrapassa, porque tal espaço infinito possui também a forma da interioridade do homem. Jesus compara o Reino dos Céus com um campo de trigo, para nos levar a compreender que dentro de nós foi semeado algo de pequeno e escondido que, no entanto, possui uma força vital insuprimível. Não obstante todos os obstáculos, a semente desenvolver-se-á e o fruto amadurecerá. Este fruto só será bom, se o terreno da vida for cultivado em conformidade com a vontade divina. Por isso, na parábola do trigo bom e do joio, Jesus admoesta-nos que, depois da sementeira realizada pelo dono, “enquanto todos dormiam”, interveio “o seu inimigo”, que semeou a erva daninha. Isto significa que devemos estar prontos para conservar a graça recebida desde o dia do Batismo, continuando a alimentar a fé no Senhor, a qual impede que o mal ganhe raízes. Santo Agostinho, comentando esta parábola, observa que “muitos, primeiro são joio e depois tornam-se trigo bom”, e acrescenta: “Se eles, quando são malvados, não fossem tolerados com paciência, não chegariam à mudança louvável” ( Quest. Sobre Ev. Mateus, 12, 4 ).

A Igreja Católica, sendo Santa, sempre fugiu dos diversos puritanismos, rigorismos e da mentalidade de seita, ou seja, duma visão estreita e separatista. Ela deseja que os seus filhos estejam no meio do mundo, convivendo com os seus iguais, como o bom trigo, e no mesmo campo que o joio. No entanto, o trigo não se sente mal, não se sente estranho no seu próprio ambiente. Se tivesse consciência, o trigo saberia que aquele é o seu lugar natural, deve estar aí, nem deseja que o plantem nos ares, aí não sobreviveria. Ainda que o joio, esta planta que engloba os vegetais e cresce às suas custas, lhe subtraia algumas energias, deve continuar aí no mesmo lugar.

A parábola (do trigo e do joio) nos revela duas atitudes: a impaciência dos homens: “Senhor, queres que arranquemos o joio?” – A paciência de Deus: “Deixai crescer junto até a colheita…” A paciência de Deus não é simples paciência, isto é, ficar aguardando o dia do juízo para depois punir com maior satisfação. Esta é, muitas vezes, a falsa paciência do homem. A de Deus é longanimidade, é misericórdia, é vontade de salvar. Ou desprezas as riquezas da sua bondade, tolerância e longanimidade, desconhecendo que a bondade de Deus te convida ao arrependimento? (Rm 2, 4 ). Ele é, de verdade, como cantou o salmo 85(86), um Deus de piedade, cheio de compaixão, lento para a cólera e cheio de amor, um Deus fiel.

O mundo é o campo em que o Senhor semeia continuamente a semente da sua graça: semente divina que, ao arraigar nas almas, produz frutos de santidade. Com que amor Jesus nos dá a sua graça! Para Ele, cada homem é único, e, para redimi-lo, não vacilou em assumir a nossa natureza humana.

O campo é, sim, o mundo, mas é também a Igreja: lugar em que há espaço para crescer, converter-se e, sobretudo, para imitar a paciência de Deus. “Os maus existem no mundo ou para que se convertam, ou para que por eles os bons exercitem a paciência” (Santo Agostinho).

A parábola não perdeu atualidade: muitos cristãos dormiram e permitiram que o inimigo semeasse a má semente na mais completa impunidade; surgiram erros sobre quase todas as verdades da fé e da moral. “Está claro: o campo é fértil e a semente é boa; o Senhor do campo lançou às mãos cheias a semente no momento propício e com arte consumada; além disso, preparou toda uma vigilância para proteger a recente sementeira. Se depois apareceu o joio, é porque não houve correspondência, já que os homens – os cristãos especialmente – adormeceram e permitiram que o inimigo se aproximasse” (São Josemaria Escrivá, Cristo que passa, 123 ).

É necessário que vigiemos dia e noite, e não nos deixemos surpreender; que vigiemos para podermos ser fiéis a todas as exigências da vocação cristã, para não deixarmos prosperar o erro, que leva rapidamente à esterilidade e ao afastamento de Deus. É necessário que vigiemos sobretudo o nosso coração, sem falsas desculpas de idade ou de experiência, pois “ o coração é um traidor, e tem que estar fechado a sete chaves” (Caminho, 188).

Diz Jesus: “o joio são os filhos do Maligno, e o inimigo, que o semeou, é o demônio” (Mt 13, 39). O inimigo de Deus e das almas sempre lançou mão de todos os meios humanos possíveis. Vemos, por exemplo, que ora se desfiguram umas notícias, ora se silenciam outras; ora se propagam ideias demolidoras sobre o casamento, por meio dos seriados de televisão de grande alcance, ora se ridiculariza o valor da castidade e do celibato; defende-se o aborto ou a eutanásia, ou semeia-se a desconfiança em relação aos sacramentos e se dá uma visão pagã da vida, como se Cristo não tivesse vindo redimir-nos e lembrar-nos que o Céu nos espera. E tudo isto com uma constância e um empenho incríveis. O inimigo não descansa!

A parábola constitui, pois, um convite universal à vigilância, a não deixar passar em vão a hora da graça e a estar preparados para a ceifa, porque tal como o joio é apanhado e queimado no fogo, assim será no fim do mundo”. Então, “todos os que fazem outros pecar e os que praticam o mal, serão lançados na fornalha de fogo, enquanto os justos brilharão como o sol no Reino de Seu Pai” (Mt 13, 40-43).

A abundância do joio só pode ser enfrentada com maior abundância de boa doutrina: vencer o mal com o bem (Rm 12, 21), com o exemplo da vida e a coerência da conduta. O Senhor nos chama para que procuremos a santidade no meio do mundo, no cumprimento dos deveres cotidianos.

O joio e o trigo estão presentes em toda parte: Mesmo em nossas comunidades cristãs vemos presente tanto joio de desunião, de inveja, de fofocas…

Fiquemos atentos pois, dentro de cada um de nós, há trigo e joio! Peçamos ao Senhor para que sejamos trigo de amor, dedicação e colaboração. Que seja afastado de nós o joio do ódio, da discórdia, da calúnia, da vontade de ser grande, das disputas, do ciúme, da falta de oração. De onde vem esse joio? O Senhor nos alerta que veio do inimigo. O inimigo é o pai da mentira, da separação, da discórdia. São em momentos assim que precisamos “voltar ao primeiro amor”, recordar o nosso primeiro chamado, aquele chamado simples e confiante em Deus.

Existe o bem e o mal dentro de cada um, de cada coração dividido. Separar então o joio é um movimento cirúrgico, pois se trata de tirar de cada coração humano aquilo que é mentira, que é orgulho, para que fique só a Cristo. Deus tem sido paciente conosco, sejamos também com o próximo, até que todo joio seja extirpado nas nossas vidas.

Que elementos de “joio” encontro em mim? Tenho sido um instrumento paciente para ajudar na separação do joio e do trigo?

É preciso saber valorizar a semente de trigo presente no coração de cada pessoa; cultivá-la com paciência e profundo respeito. Respeitar o processo de amadurecimento de cada pessoa, usando de paciência.

Procuremos ser a semente de mostarda, pequena, insignificante, mas que cresce até aninhar os pássaros em seus ramos. Devemos ser o fermento, que leveda toda a massa da farinha, o mundo em que vivemos…

O fermento é também figura do cristão! Vivendo no meio do mundo, sem se desnaturalizar, o cristão conquista com o seu exemplo e com a sua palavra as almas para o Senhor.  “A nossa vocação de filhos de Deus, no meio do mundo, exige-nos que não procuremos apenas a nossa santidade pessoal, mas que vamos pelos caminhos da Terra, para convertê-los em atalhos que, através dos obstáculos, levem as almas ao Senhor; que participemos, como cidadãos normais e correntes, em todas as atividades temporais, para sermos levedura que há de fermentar toda a massa” (Cristo que passa, nº 120).

Somos convidados a imitar a misericórdia do Pai celeste, aceitando pacientemente as dificuldades provenientes da convivência com os inimigos do bem e tratá-los com bondade fraterna na esperança de que, vencidos pelo amor, mudem de comportamento. Deve-se recorrer também à oração, para que o Senhor defenda os seus filhos de serem contagiados. “Que o Espírito Santo venha em auxílio de nossa fraqueza, pois não sabemos o que pedir… É que o Espírito intercede pelos cristãos de acordo com a vontade de Deus” (Rm 8, 26-27). Há que deixar em Suas mãos a causa do bem!


Diz o Livro da Sabedoria: “Não há fora de Vós um Deus que se ocupa de tudo… Porque a vossa força é o fundamento da vossa justiça e o fato de serdes Senhor de todos torna-vos indulgente para com todos” (Sb 12, 13.16); e o Salmo 85 confirma-o: “Porque Vós sois clemente e bom, Senhor, cheio de misericórdia para com aqueles que Vos invocam” (v. 5). Portanto, se somos filhos de um Pai tão grande e bom, procuremos assemelhar-nos a Ele! Esta era a finalidade que Jesus se propunha com a sua pregação; com efeito, a quantos O ouviam, Ele dizia: “Sede perfeitos, como o vosso Pai que está nos Céus é perfeito” (Mt 5, 48). Dirijamo-nos com confiança a Maria, que no dia 16 pudemos invocar com o título de Nossa Senhora do Carmo, a fim de que nos ajude a seguir fielmente Jesus e, deste modo, a viver como verdadeiros filhos de Deus. 

Santo Adriano de Nicomédia


Adriano era um oficial estacionado na Nicomédia (moderna Turquia) durante o reinado do Imperador Diocleciano, viveu no século IV. Era casado com Natália. Recebia oração e via o testemunho de sua esposa nas pequenas coisas, na fidelidade, no amor a Deus e a ele.

Adriano pertencia à chefia da guarda romana, onde o Imperador Diocleciano perseguia duramente os cristãos. Numa ocasião, foram presos 22 cristãos, que testemunharam Jesus perante os tribunais. O coração de Adriano se decidiu por Cristo naquele momento e quis pertencer ao número daqueles heróis do Senhor.

Decidiu-se por Cristo, recusou-se a fazer sacrifício aos deuses romanos e foi preso, sofreu todas as pressões para negar a fé em Cristo e na Igreja. De acordo com a tradição durante a sua prisão, sua esposa Natália colocou  roupas de homem e  cuidou dele e dos seus amigos prisioneiros.

Natália acompanhou tudo e orava pela fidelidade de seu esposo a Cristo. Adriano teve uma última chance de declarar seu amor à esposa e foi martirizado, queimado vivo, juntamente com os outros 22 cristãos. Quando foi martirizado  Natália  assistiu suas pernas serem esmagadas e seus braços serem cortados. 

Ela recuperou um dos braços do seu marido quando os romanos tentavam queimar seus restos mortais. Inexplicavelmente uma forte chuva apagou a fogueira. Natália  então pegou o braço de Adriano e escapou da área para não chamar a atenção dos oficiais romanos. 

Ela foi então para Constantinopla (hoje Istambul) onde o corpo de Adriano tinha sido levado por outros cristãos e estava incorrupto. Ela costurou o braço de São Adriano no devido lugar e suas relíquias estão na Catedral de Istambul.



Deus eterno e todo-poderoso, que destes a Santo Adriano a graça de lutar pela justiça até a morte, concedei-nos, por sua intercessão, suportar por vosso amor as adversidades, e correr ao encontro de vós que sois a nossa vida. Por Cristo Senhor nosso, amém.

quinta-feira, 6 de julho de 2017

O pacto com o diabo: um tema recorrente na arte e na cultura


Muitas lendas populares mostram-nos os pactos de seres humanos com o diabo. Trata-se de uma referência cultural de toda a civilização ocidental inserida no acervo das tradições cristãs.

Em todas – ou quase todas – lendas e histórias, há um padrão: uma pessoa oferece sua alma ao diabo para que o maligno lhe conceda algum favor. Estes favores podem ser os mais variados: desde a construção de um elemento arquitetônico (como a Frauenkirche de Munique), o poder ou a eterna juventude.

Na Europa, existem inúmeras pontes chamadas de “Ponte do Diabo”, que foram, supostamente, construídas pelo maligno e, inclusive, chegou-se a dizer que o extraordinário violinista Nicooló Paganini fez um pacto em troca de sua magnífica técnica.

São histórias em que se mostra o perigo deste pacto e – ainda bem!- na tradição popular, é sempre o diabo que sai perdendo. Algumas vezes, porque é enganado; outra pela intervenção de Deus ou pelo arrependimento de quem faz o pacto.

Talvez, Fausto, de Goethe, seja quem melhor represente este tema universal. Goethe moldou, em seu relato, uma lenda clássica alemã. O autor mostra como um grande sábio, insatisfeito com sua vida, faz um trato com o diabo. Depois, o Fausto literário esconde um Fausto real, que é de onde vem a lenda transmitida de forma oral.

A lenda situa o protagonista na cidade Knittlingen e seu nome é Johann Georg Faust. A história acontece no final do século XVI e supõe-se que o Fausto real tenha vivido em Colinia, Leipzig Leipzig e Saturen de Brisgovia (onde morreria por causa de uma explosão com substâncias químicas). Outros se referem a ele como Georgius Faustus e dizem que ele andava com os cachorros, que eram demônios.

Morreu Joaquin Navarro-Valls porta-voz no pontificado de João Paulo II


Joaquin Navarro-Valls, porta-voz do Vaticano durante o pontificado de João Paulo II, morreu nesta tarde (05) em Roma, aos 80 anos de idade por um câncer no pâncreas, na residência do Opus dei onde morava.

Foi porta-voz do Vaticano durante 22 anos no pontificado de João Paulo II. Com formação em medicina psiquiátrica e jornalismo, era membro numerário do Opus Dei, dedicou-se ao jornalismo e foi nessas funções que entrou no Vaticano, quando era presidente da Associação de Imprensa Estrangeira na Itália (1983 – 1984) a pedido de João Paulo II que queria melhorar os meios de comunicação da Santa Sé. Foi assim diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, cargo que ocupou até 2006, sendo o principal artífice da modernização da informação do Vaticano.

Acompanhou o papa João Paulo II em todas as suas viagens e atos oficiais, e confirmou oficialmente a morte do pontífice na noite de 02 de abril de 2005. No pontificado de Bento XVI, entre 2005 e 2006 esteve um pouco mais de um ano em funções.

Integrou as Delegações da Santa Sé nas Conferências Internacionais das Nações Unidas no Cairo (1994), Copenhague (1995), Pequim (1995) e Istambul (1996).

De 1977 a 1984 foi correspondente do diário ABC para a Itália e para o Mediterraneo Oriental e enviado especial nos países da África Equatorial, Japão e Filipinas.

quarta-feira, 5 de julho de 2017

Ninguém é obrigado a gostar de ninguém, mas respeito é fundamental


Tem muita gente desocupada nesse mundo, não é possível; não há outra razão para que tantos se sintam incomodados com quem não cuida da vida de ninguém, com quem apenas vive as próprias verdades da forma que bem entende.

Parece que o mundo anda se esquecendo de uma regra básica da convivência em sociedade: o respeito. Não dá para manter um mínimo de harmonia em qualquer ambiente, caso não se respeitem as diferenças de credo, de religião, de opinião, de tudo enfim. Não conseguiremos gostar de todo mundo nessa vida, mas respeitar o espaço do outro é uma obrigação de todos nós.

Basta dar uma zanzada pelos comentários que inundam posts polêmicos pelas redes sociais, para percebermos que as diferenças vêm sendo rechaçadas e menosprezadas, por meio de ofensas e de agressões explícitas. Tem muita gente que não tolera ser contrariado, ser discordado, como se sua opinião tivesse que prevalecer sobre as demais, de qualquer jeito. E assim vão condenando todos que apenas expõem um ponto de vista, simplesmente porque pensam o oposto e agem de forma antagônica ao que os donos da verdade postulam como o mais adequado e correto.

O pior é notar que grande parte dessa verborragia violenta que muitos utilizam contra opiniões diversas não contém um mínimo de estofo argumentativo, visto serem vazias de embasamento coerente, sendo tão somente ofensas isentas de base que não seja xingamento raso. Lotam-se as redes sociais de lugares comuns, de juízos de valor, cujo mote vem a ser um preconceito cego e infantil. Soam a brigas de pré-adolescentes, cujo vocabulário é sofrível e ínfimo.

terça-feira, 4 de julho de 2017

Existe crise de identidade? O que é isso?


Para se falar da crise de identidade, é preciso primeiro entender o significado de identidade. Fala-se em identidade ontológica, psicológica, genética, sexual, relacional e social. O ser humano é um complexo extraordinário que o constitui como pessoa humana. As diversas identidades da pessoa humana (genética, ontológica, psicológica, metafísica) encontram-se na pessoa e estão inextricavelmente entrelaçadas.

A identidade da pessoa humana não é simplesmente representativa, seu conceito é elaborado a partir de contribuições genéticas, sociológicas, filosóficas e teológicas. O conceito de identidade foi empregado, pela primeira vez, por Erik Erikson (1902 – 1994), em sua obra ‘Juventude e Crise de Identidade’, publicado em 1968, sendo que o termo “identidade” se refere à totalidade da pessoa e integra os componentes biológicos, psicológicos e sociais.

A identidade, entretanto, não é estática, ela evolui de acordo com as modificações que o ser humano, desde seu nascimento e infância, passa para atingir uma identidade adulta, ou seja, um eu maduro, uma identidade integrada. A falta de integração de todas as partes desse eu (masculino/feminino, bom/mau, superego admirado/superego desprezado) consequentemente cria um falso eu.1

A identidade é individual

Sendo a identidade um conceito mutável e dinâmico, atravessa diversas fases de reestruturação em coincidência com alguns períodos da vida do indivíduo, que podem ser críticos e que exige reestruturação da identidade.2 A identidade é um dos aspectos mais importantes de um indivíduo. Cada pessoa desenvolve a sua. Possuímos características distintas, as quais nos diferenciam dos outros e estão relacionadas à nossa história de vida pessoal. Na identidade de pessoa, há aquilo que é o ser, a essência, que permanece, e a história que é dinâmica e evolui.

Desde que fomos concebidos no seio de nossa mãe, vamos tecendo nossa identidade. A identidade ontológica do ser humano não se altera, aquilo que ele é, pessoa, imagem e semelhança de Deus, com dignidade intrínseca, é estável, inalterável; o que realmente pode ocorrer é uma alteração de ordem psicológica, social e histórica.

Compreender a identidade ontológica do homem é reafirmar o caráter singular do respeito à sua identidade e dignidade como requisito para sua igual consideração como pessoa, livre de qualquer forma de manipulação. A identidade ontológica constitui um bem da pessoa, uma qualidade intrínseca de seu ser e, então, um valor moral sobre o qual funda o direito/dever de promover e defender a integridade da identidade pessoal e sua dignidade.

Entendemos que todo indivíduo é um ser único, irrepetível, com composição genética própria, distinta da dos demais indivíduos, e que a identidade genética seria então a base biológica da identidade de pessoa, porém, esta não se resume ao genético, pois tem como referencial tanto o aspecto biológico como o meio.