quarta-feira, 6 de setembro de 2017

São Zacarias, profeta


Zacarias (cujo nome significa: o Senhor lembra), o profeta mais citado no Novo Testamento, depois de Isaías, penúltimo dos profetas menores, foi chamado ao ministério profético no mesmo ano de Ageu, 520. O seu ministério durou provavelmente até o término da construção do Templo de Jerusalém, tema das suas exortações. Mediante visões e parábolas, anuncia o convite de Deus à penitência, condição para que se realizem as promessas: “Assim fala o Senhor dos exércitos: Convertei-vos a mim, e eu me voltarei a vós”. As suas profecias referem-se ao futuro do novo Israel, futuro próximo e futuro messiânico. Chegou o tempo da benevolência do Senhor para com Israel: o Templo se encaminha para a reconstrução e estão para serem reedificadas Jerusalém e as outras cidades de Judá, enquanto os povos que se alegraram com sua destruição serão punidos.

Zacarias põe em evidência o caráter espiritual do novo Israel, a sua santidade, realizada progressivamente, ao lado da reconstrução material. A ação divina nesta obra de santificação atingirá a sua plenitude com o reino do Messias. Este renascimento é fruto do amor de Deus e da sua onipotência: “Eis que eu libertarei o meu povo. Reconduzi-lo-ei para habitar em Jerusalém: será o meu povo e eu serei o seu Deus, na fidelidade e na justiça”. A aliança na promessa messiânica feita a Davi retoma seu curso em Jerusalém: “Exulta com todas as tuas forças, filha de Sião, transborda o teu júbilo, filha de Jerusalém. Eis que teu rei vem a ti: ele é justo e vitorioso, é humilde e cavalga um burrinho, potro novo de uma jumenta”. A profecia realizou-se ao pé da letra com a entrada de Jesus em Jerusalém, entrada solene na cidade santa. O burrinho, em oposição ao cavalo de guerra, simboliza a índole pacífica do rei Messias. “Ele anunciará a paz aos povos; seu reino se estenderá de um a outro mar”. Assim, junto com amor ilimitado para com o seu povo, Deus une abertura total para com os povos, que, purificados, passaram a ser parte do reino: “Que felicidade, que beleza. O trigo dará vigor aos jovens e o vinho doce às meninas”.

Neste vaticínio, claramente messiânico, é vislumbrada a eucaristia. Pertencente à tribo de Levi, nascido em Galaad e tendo voltado na velhice à Caldeia, na Palestina, Zacarias teria feito muitos prodígios, acompanhando-os com profecias de conteúdo apocalíptico, como o fim do mundo e o duplo juízo divino. Morreu muito velho e, provavelmente, foi sepultado ao lado do túmulo de Ageu.



Ó Deus, que o exemplo de vossos santos nos leve a uma vida mais perfeita e, celebrando a memória de São Zacarias, imitemos constantemente suas ações. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo. Amém.

terça-feira, 5 de setembro de 2017

Quando eu era deus


Todo homem quer crer em Deus e ter uma explicação lógica para seu existir e como recuperar essa intimidade com o criador.

Temos que abdicar do nosso intelecto como um pensamento próprio, pois esse pensar e agir só é possível em Jesus Cristo, quando ele vive em nós.

O homem vive duas realidades distintas, o mundo real da matéria e das sensações e o mundo espiritual que apresenta ao homem uma dificuldade de crer.

Para crer no mundo espiritual, o homem precisa sentir a presença de Deus, precisa ouvir Deus lhe falando e para isso acontecer, o homem precisa exercitar continuamente esse diálogo com o Pai e estar atento ao mundo invisível.

O pecado de Adão e Eva não foi a desobediência, na verdade a serpente convenceu Eva de que pular aquela cerca daria a ela e Adão o mesmo conhecimento do Pai. A vontade de ser como Deus fez Eva e Adão escorregarem. Deus então lhes diz que eles agora são deuses e já não precisam mais Dele ...

O homem tornou-se um ser autossuficiente, e diante dessa revelação do Espírito Santo que abriu-me os olhos e libertou-me da autossuficiência pude escrever um texto denominado "Quando eu era Deus". Jesus disse que a verdade nos libertaria e então peço sempre a Deus e a Jesus que me ensinem a verdade, pois quero ser um homem livre e consciente de que sou filho de Deus e um filho de Deus não mata, um filho de Deus não rouba.

O intelecto busca a Deus, e a atitude do próprio intelecto afasta o homem do Criador, pois ele age como o próprio Deus pela autossuficiência. 

Santa Teresa de Calcutá


Nascida no dia 27 de agosto de 1910 em Skopje, na Albânia, foi batizada um dia depois de nascer. A sua família pertencia à minoria albanesa que vivia no sul da antiga Iugoslávia. Seu verdadeiro nome era Agnes Gonxha Bojaxhiu.

Pouco se sabe sobre sua infância, adolescência e juventude, porque ela não gostava de falar de si mesma. Aos dezoito anos, sentiu o chamado de consagrar-se totalmente a Deus na vida religiosa. Obtido o consentimento dos pais, e por indicação do sacerdote que a orientava, no dia 29 de setembro de 1928, ingressou na Casa Mãe das Irmãs de Nossa Senhora de Loreto, situada na Irlanda.

O seu sonho, no entanto, era o trabalho missionário com os pobres na Índia. Cientes disso, suas superioras a enviaram para fazer o noviciado já no campo do apostolado. Agnes então partiu para a Índia e, no dia 24 de maio de 1931, fez a profissão religiosa tomando o nome de Teresa. Houve na escolha deste nome uma intenção, como ela própria dissera: a de se parecer com Teresa de Jesus, a humilde carmelita de Lisieux.

Foi transferida para Calcutá, onde seguiu a carreira docente e, embora vivesse cercada de meninas filhas das famílias mais tradicionais de Calcutá, impressionava-se com o que via ao sair às ruas: os bairros pobres da cidade cheios de crianças, mulheres e idosos cercados pela miséria, pela fome e por inúmeras doenças.

No dia 10 de setembro de 1946, dia que ficou marcado na história das Missionárias da Caridade – congregação fundada por Madre Teresa – como o “Dia da Inspiração”, durante uma viagem de trem ao noviciado do Himalaia, Madre Teresa deparou com um irmão pobre de rua que lhe disse: “Tenho sede!”. A partir disso, ela afirmou ter tido a clareza de sua missão: dedicar toda sua vida aos mais pobres dos pobres.

Após um tempo de discernimento, com o auxílio do Arcebispo de Calcutá e de sua madre superiora, ela saiu de sua antiga congregação para dar início ao trabalho missionário nas ruas de Calcutá. Começou por reunir um grupo de cinco crianças, num bairro pobre, aos quais começou a ensinar numa escola improvisada. Pouco a pouco, o grupo foi crescendo. Dez dias depois, eram cerca de cinquenta crianças.

O início foi muito desafiador e exigente, mas Deus foi abençoando sua obra e as vocações começaram a surgir entre suas antigas alunas. Em 1949, Madre Teresa começou a escrever as constituições das Missionárias da Caridade e, no dia 7 de outubro de 1950, a congregação fundada por ela foi aprovada pela Santa Sé, expandindo-se por toda a Índia e pelo mundo inteiro anos mais tarde.

No ano de 1979 recebeu o Prêmio Nobel da Paz. Neste mesmo ano, o Papa João Paulo II a recebeu em audiência privada e a tornou sua melhor “embaixadora” em todas as nações, fóruns e assembléias de todo o mundo.

Com saúde debilitada e após uma vida inteira de amor e doação aos excluídos e abandonados – reconhecida e admirada por líderes de outras religiões, presidentes, universidades e até mesmo por alguns países submetidos ao marxismo – Madre Teresa foi encontrar-se com o Senhor de sua vida e missão no dia 5 de setembro de 1997. Sua despedida atraiu e comoveu milhares de pessoas de todo o mundo durante vários dias.

Foi beatificada pelo Papa João Paulo II no dia 19 de outubro de 2003, Dia Mundial das Missões.

No dia 04 de setembro de 2016, foi canonizada pelo Papa Francisco. A canonização da missionária foi decidida após a Igreja Católica ter aprovado seu segundo milagre, a “cura extraordinária” de um brasileiro.


Ó Jesus, Tu que sofres, faz com que hoje e todos os dias eu saiba ver-te na pessoa dos teus doentes. Oferecendo-lhe os meus cuidados que eu te possa servir. Faz com que, mesmo oculto sob o disfarce pouco atraente da ira, do crime ou da loucura, eu saiba ver-te e dizer: Ó Jesus como é doce servir-te a ti que sofres!

Dá-me, Senhor, esta visão de fé e o meu trabalho nunca será monótono. Encontrarei alegria satisfazendo as pequenas veleidades e desejos de todos os pobres que sofrem.

Amado doente, és mais amado ainda para mim porque representas Cristo. Que grande privilégio o meu por poder cuidar de ti!

Ó Deus, Tu que és Jesus que sofre, digna-te ser também para mim um Jesus paciente, indulgente com as minhas faltas, não vendo senão as minhas intenções, que são de Te amar e servir na pessoa dos teus filhos que sofrem.

Senhor, aumenta a minha fé. Abençoa os meus esforços e trabalhos,a gora e sempre. Amém.


Santa Teresa de Calcutá, rogai por nós!

segunda-feira, 4 de setembro de 2017

Os primeiros cristãos eram socialistas?


São três as passagens mais citadas por gente de esquerda sobre este ponto. Porém, cada uma delas tem sua explicação:

1 – Jesus expulsou a chicotadas os mercadores do Templo. Sim, mas é preciso ler corretamente os evangelhos: Mateus 21, Marcos 11, Lucas 19 e João 2. Não eram simples “mercadores”; eles comercializavam a religião. A cada festa da Páscoa, vendiam as pombas e animais para os sacrifícios no Templo. E os cambistas trocavam o dinheiro grego e romano dos peregrinos por moedas judaicas, as únicas autorizadas para as oferendas. O templo, “Casa de Oração”, e não de negócios, se encontrava tomado por todo esse ruído e desordem.

Jesus nada tinha contra o trabalho e o comércio: ele e sua família eram carpinteiros; boa parte de seus discípulos eram pescadores; e suas maiores lições sobre o Reino de Deus são as “parábolas agrícolas”, com vinhas e propriedades, senhores e trabalhadores: nada tinham contra o capitalismo nem a favor do socialismo. O comércio com o sagrado é algo distinto; por isso aquele ato foi o equivalente a hoje expulsar a chicotadas esses pastores que enriquecem com dízimos e ofertas, “promessas” e “pactos”.

2 – E o “jovem rico”? Leia com atenção Mateus 19, Marcos 10 e Lucas 18. Um camelo não passa pelo buraco de uma agulha; é impossível. Não é como dizem, que “Agulha era o nome de uma porta da cidade”; ou “uma corda, e a palavra se parecia com um camelo”, etc. A pergunta do jovem rico nada tem que ver com riqueza, mas com vida eterna: “Mestre, que farei eu de bom, para alcançar a vida eterna?” A resposta correta é: nada; porque a salvação é pela graça. “Ao Senhor pertence a salvação”: Salmo 37.39, Isaías 33.22, Jonas 2.9. E o jovem o sabia. Porém, Jesus quis que ele pensasse novamente sobre a questão, por isso repassou com ele os mandamentos; e o jovem respondeu que os observava desde a infância. Então Jesus lhe mandou que desse sua fortuna aos pobres, porém, não para ganhar o mesmo na eternidade com Deus, nem para fazer “justiça social”, mas para desligar-se de seus afãs e negócios, e se tornasse um discípulo: “segue-me”, tal como Mateus.

A vida eterna com Deus não é algo que alguém faz por merecer cumprindo essa ou aquela regra, como creem os “sinergistas” e a grande maioria das pessoas. Não é algo que os ricos podem comprar com suas riquezas; nem tampouco “ganhar” dando suas riquezas aos pobres, como dizem (mas não fazem) os socialistas. E o discipulado? Bem, esse é outro assunto: para isso, sim, é necessário deixar muitas coisas, e o jovem não estava pronto. Essas são as duas lições de Jesus ao jovem — e aos discípulos que ali estavam. Quando disse que era mais fácil passar um camelo pelo buraco de uma agulha do que alguém entrar por seus méritos na Salvação, os discípulos lhe fizeram outra pergunta: “Sendo assim, quem pode ser salvo?”. Resposta de Jesus: “Isto é impossível aos homens, mas para Deus tudo é possível”. 

domingo, 3 de setembro de 2017

Pedagogia Litúrgica para Setembro de 2017: "Liturgia e projeto divino".


O Reino de Deus, que tanto ouvimos falar no Evangelho, é o projeto divino para a terra e para toda humanidade. Na expressão “Reino de Deus” encontra-se a realização do Mistério Pascal de Jesus Cristo, é lógico, mas algumas particularidades que se fazem presentes nas celebrações do mês de setembro de 2017, do 22º Domingo do Tempo Comum – A ao 25º Domingo do Tempo Comum – A. Quatro celebrações com quatro elementos importantes interagentes, para que o Reino de Deus, para que o projeto divino seja cultivado na terra.

Discípulos para realizar o projeto divino

Inicialmente, não se pode esquecer que o projeto é divino, é de Deus, mas acontece na terra. E, pelo fato de acontecer na terra, de acontecer no meio do mundo, este conta com a nossa colaboração. Para que esta colaboração seja eficaz e promotora de resultados, a primeira coisa a se considerar é a qualidade de quem atua neste projeto. Tal qualidade é formatada no caminho do discipulado, proposto no 22DTC-A.

A Liturgia tem uma função importantíssima: todos os Domingos, cada celebração propõe o caminho do discipulado e indica como cultivar o projeto do Reino de Deus. Nossa ajuda, nossa colaboração no cultivo do Reino depende da condição de ser discípulos e discípulas do Evangelho. É por meio do discipulado do Evangelho que, a exemplo de Jesus, fazemos a vontade do Pai em tudo e, assim, o projeto divino cresce entre nós.

A primazia e a prioridade do projeto divino para a terra e, especialmente, para a humanidade tem seu enfoque central na Liturgia do 22DTC-A. Nada está acima do projeto divino e tudo que realizamos como discípulos e discípulas tem em vista o crescimento do Reino de Deus, realizando a vontade de Deus. O seguimento de Jesus comporta também a aceitação da vontade divina, mesmo que esta apresente dificuldade de compreender o sucesso existencial. Quem se coloca contra o projeto divino é considerado Satanás, diz Jesus. Satanás é quem faz oposição ao projeto divino. Disto, a necessidade de ser tão somente discípulo e discípula, seguidores de Jesus, realizadores do projeto de Deus onde se vive. 

Palavra de Vida: «Se alguém quiser vir comigo, renuncie a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me» (Mt 16, 24).


Jesus, no meio da sua vida pública, num momento alto do anúncio de que o Reino de Deus está próximo, prepara-se para subir a Jerusalém. Os seus discípulos, que tinham intuído a grandeza da sua missão – tendo reconhecido nele o Enviado de Deus, esperado pelo povo de Israel -, aguardam finalmente a libertação da dominação romana e o alvorecer de um mundo melhor, portador de paz e prosperidade.

Mas Jesus não quer alimentar essas ilusões e diz-lhes claramente que a sua viagem para Jerusalém não o levará ao triunfo, mas sim à rejeição, ao sofrimento e à morte. Revela-lhes também que, ao terceiro dia, ressuscitará. São palavras difíceis de compreender e aceitar, de tal maneira que Pedro reage, manifestando a sua recusa a um projeto tão absurdo, e chega até a querer dissuadir Jesus.

Então Jesus, depois de uma severa censura a Pedro, dirige-se a todos os discípulos, fazendo-lhes um convite desconcertante:

«Se alguém quiser vir comigo, renuncie a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me».

Afinal, com estas palavras, o que é que Jesus pede aos seus discípulos de ontem e de hoje? Quererá que nos desprezemos a nós mesmos? Quer que nos dediquemos todos a uma vida ascética? Pretende que procuremos o sofrimento para agradar a Deus?

Esta Palavra exorta-nos, antes de mais, a seguirmos os passos de Jesus, aceitando os valores e as exigências do Evangelho, para nos parecermos cada vez mais com Ele. E isto significa viver toda a vida em plenitude, como Ele fez, mesmo quando, no caminho, aparece a sombra da cruz.

Eles se expuseram e quem viu opinou


São meus colegas mais novos de sacerdócio e fazem um grande bem cada um do seu jeito e com o seu talento.

Recentemente os dois contaram para o público ( são milhões de seguidores) as suas dores de alma.

Creio que acharam honesto expor seu sofrimento porque muita gente sofre semelhantes dores. Portanto foram testemunhos não de gloria, mas de sofrimento!

Como sempre, há quem reaja a favor, contra, ou como quem sabe a resposta que nem os doutores em psicologia ou teologia não sabem o suficiente.

Mas como gosto deles, digo que arriscaram. Imagino que sabiam o que faziam. Lido com mídia e comunicação há 45 anos. Dei aulas por 32 anos. E sei que contar suas dores pela TV ou pelas redes, é como deixar examinar o coração e os rins por curiosos que não estudaram medicina.

CNBB divulga mensagem aos brasileiros para as celebrações do dia 7 de setembro de 2017


MENSAGEM DA CNBB

VIDA EM PRIMEIRO LUGAR

O “Grito dos Excluídos” nasceu com o objetivo de responder aos desafios levantados por ocasião da 2ª Semana Social Brasileira, realizada em 1994, cujo tema era “Brasil, alternativas e protagonistas”, e aprofundar o tema da Campanha da Fraternidade em 1995, que tinha como lema “Eras tu, Senhor”.

O Grito, realizado no dia 7 de setembro, com suas várias modalidades, é construído com a participação das comunidades cristãs, movimentos, pastorais sociais e organizações da sociedade civil, tem, em 2017, como tema: “Vida em primeiro lugar”, e como lema: “Por direito e democracia, a luta é de todo dia”.

A sociedade brasileira está cada vez mais perplexa, diante da profunda crise ética que tem levado a decisões políticas e econômicas que, tomadas sem a participação da sociedade, implicam em perda de direitos, agravam situações de exclusão e penalizam o povo brasileiro pobre.