quarta-feira, 20 de setembro de 2017

Francisco dá novo impulso ao ‘Instituto João Paulo II sobre Matrimônio e Família’


O Papa Francisco com uma Carta apostólica em forma de motu próprio, Summa familiae cura, decidiu potenciar o Instituto João Paulo II para os Estudos sobre o Matrimônio e Família, elevando-lo a ‘Instituto Pontificio’.

“No límpido propósito de permanecer fiéis ao ensinamento de Cristo, devemos portanto olhar, com intelecto de amor e com sábio realismo, para a realidade da família hoje em toda a sua complexidade, nas suas luzes e sombras”, escreve Francisco na introdução.

“A mudança antropológica-cultural, que influencia hoje todos os aspetos da vida e exige uma abordagem analítica e diversificada, não permite que nos limitemos a práticas da pastoral e da missão que refletem formas e modelos do passado”, indica.

“No límpido propósito de permanecer fiéis ao ensinamento de Cristo, devemos portanto olhar, com intelecto de amor e com sábio realismo, para a realidade da família hoje em toda a sua complexidade, nas suas luzes e sombras”.

Motu proprio ''Magnum principium'', o desbloqueio das traduções e a retomada do Vaticano II


A publicação do motu proprio Magnum Principium, assinado no dia 3 de setembro e que entrará em vigor no dia 1º de outubro de 2017, é uma virada importante na longa questão das “traduções litúrgicas”. Para compreender o seu significado, é necessário contextualizar brevemente o texto na história dos últimos 20 anos, para depois examinar os conteúdos normativo, eclesiológico e teológico do documento.

Trata-se de um documento curto (aqui a referência ao texto, acompanhado de uma nota jurídica e de uma interpretação do secretário, Dom Roche), mas cujos efeitos estão destinados a modificar profundamente os hábitos eclesiais, as representações teológicas e as práticas institucionais.

Em primeiro lugar, tento reconstruir o contexto no qual o documento pode assumir, hoje, toda a sua importância.

a) As traduções impossíveis

O título e a abordagem do documento remetem a um “grande princípio” afirmado pelo Concílio Vaticano II, ou seja, a “compreensão dos textos litúrgicos” por parte do povo, para assegurar a participação na ação celebrativa. A história da “grave tarefa” de traduzir os textos litúrgicos conheceu diversas fases, mas, nos últimos 30 anos, tinha conhecido, progressivamente, uma espécie de paradoxo: com a instrução Liturgiam authenticam (2001), tinha-se afirmado um princípio de “tradução literal”, como garantia da fidelidade ao texto em latim, que, de fato, tinha tornado impossível toda boa tradução.

As Conferências Episcopais encontravam-se pressionadas por uma polaridade insolúvel: ou obedeciam à normativa da instrução e traduziam de modo incompreensível ao seu povo; ou traduziam de modo compreensível, mas não tinham as traduções aprovadas pela Congregação.

A partir de 2001, o desconforto crescera cada vez mais, até os protestos explícitos que, nos últimos anos, tinham chegado dos episcopados alemães, franceses, estadunidenses, canadenses, italianos...

Na realidade, o “bloqueio institucional” dependia, como veremos, de um duplo bloqueio teórico, que pretendia garantir a fidelidade segundo dois princípios drásticos demais: devia-se traduzir literalmente e devia-se traduzir sem interpretar. Mas a experiência eclesial e a reflexão teológica demonstraram a ilusão teórica e a distorção prática dessa pretensão.

A Riqueza do Culto Católico


«Porque é que a Igreja no seu culto usa de metais preciosos e vestes solenes? Será que ela precisa disto para impressionar o povo?»

O mobiliário e o vestiário do culto sagrado não visam honrar os homens (nem os ministros do culto nem os fiéis) nem impressionar a massa, mas dirigem-se primàriamente a Deus.

O homem, rei da criação, foi incumbido pelo Criador de estabelecer ordem no mundo (cf. Gên 1,28); toca-lhe, portanto, o dever de fazer que as criaturas inferiores, inanimadas, concorram do seu modo para proclamar a grandeza de Deus; é esta a sua função quando utilizadas na arquitetura, na pintura das igrejas ou na confecção de objetos atinentes à Liturgia sagrada.

Se os templos católicos fossem apenas lugares de reunião do povo fiel ou meras salas de oração e pregação, compreende-se que estivessem destituídos de todo ornamento. Na concepção católica, porém, a igreja é, antes do mais, a Casa de Deus, onde o Senhor se torna de modo especial presente na Santa Eucaristia. É a consciência disso que sempre moveu e ainda move os fiéis a consagrarem ao decoro da Casa de Deus o que possuem de melhor, tanto do ponto de vista material como do ponto de vista estético ou artístico.

De resto, o próprio Deus no Antigo Testamento se dignou legislar minuciosa e carinhosamente sobre a arquitetura, o mobiliário e os utensílios da liturgia israelita. Se não fosse a concepção de que a natureza inteira deve testemunhar a grandeza do Criador, não se entenderia uma passagem como a seguinte:

«Moisés disse a toda a assembleia cios filhos de Israel: 'Eis o que prescreveu o Senhor : oferecei dos vossos bens uma parte para o Senhor. Que Iodos os varões generosos levem essa contribuição voluntária ao Senhor: ouro, prata, bronze, púrpura violeta e escarlate, carmezim, linho fino e o pelo do cabra, peles de carneiro ungidas de vermelho, couro fino e madeira de acácia; óleo para a lamparina, perfumes para o crisma e incenso fino aromático, pedras do cornalina e pedrarias para incrustar no efode e no peitoral. Todos os mais hábeis artesãos dentre vós venham executar tudo que Javé prescreveu: a Morada, sua tenda e sua cobertura, suas argolas e seus quadros, suas travessas, suas colunas, seus pedestais,... as vestes do aparato para oficiar no santuário, as vestes sagradas destinadas ao sacerdote Aarão e as que seus filhos revestirão no exercício do sacerdócio'» (Êx 35, 4-11.19).

Veja-se ainda o que se segue a esta passagem, em Êx 36-40. Muito mais rico de pedras e metais preciosos era o Templo construído em Jerusalém por Salomão, sob a inspiração do mesmo Senhor; cf. 3 Rs 5,11-8,66.

Tenha-se em vista outrossim Êx 31, 1-5:

«O Senhor falou a Moisés, dizendo : 'Eis que chamei pelo nome a Beselel... Enchi-o do Espírito de Deus, de sabedoria, do inteligência e de ciência para toda qualidade de obras, para inventar o que se pode fazer com ouro, prata, cobre, mármore, para talhar madeira e executar toda espécie de obras'». 

terça-feira, 19 de setembro de 2017

Imagens X Ídolos: diferenças entre um e outro


Ídolo: é a imagem de um deus falso, uma pintura de um deus, inventado pela fantasia do pensamento humano. Ex: sol, lua, animais vivos e figuras deles e outras entidades etc.

Idolatria: é o ato de prestar um culto de ADORAÇÃO a uma criatura a um objeto fabricado para ser deus. É considerar o falso deus como criador e senhor do universo, seguindo fábulas, mitos e lendas antigas. É um pecado hediondo; é o mais grave de todos os pecados.

Imagem: é a representação de um ser em seu aspecto físico. Imagem é um sinal por onde Deus agiu e age. É uma fotografia, uma estátua, um quadro, que representa uma criatura especial, uma pessoa santa e vencedora das trevas, que merece ser seguida, e em seu exemplo, admirada, jamais, porém em culto de latria. Assim, as imagens dos cristãos não são ídolos. Jamais um cristão pensou ou pensará que a imagem de um santo ou de uma santa seja Deus! Isso seria loucura, além de extrema burrice!

Adorar: é admitir Deus único, como único criador e Senhor do Universo. Somente prestamos culto de ADORAÇÃO a Deus; Ele é o criador e Senhor absoluto de todo o Universo. Deus que é Pai e Filho e Espírito Santo, um só Deus em três pessoas absolutamente distintas.

Venerar: significa imitar, honrar, louvar a Virgem Maria e os santos e as santas, porque são nossos espelhos de virtude, modelos na fé e que por suas vidas em Deus, nos ensinam a praticar a caridade, viver a palavra de Deus fielmente, e heroicamente.

Prostração: nem sempre significar adorar. "Este voltou de novo à presença do rei e falou. Prostrada a seus pés, desfeita em lágrimas, lhe suplicava que destruísse as maquinações que Amã, o agagita, tinha perversamente urdido contra os judeus" [Ester 8,3-4 ss]

Judá e seus irmãos entraram em casa de José no Egito, e prostraram-se diante dele, não em sinal de ADORAÇÃO e sim de profundo respeito. Existem prostrações, inclinações, vênias, ajoelhar-se, que é um ato de ADORAÇÃO a Deus, conforme a intenção de quem assim o faz. Esta intenção brota do coração, da alma humilde.

Inclinar-se: nem sempre é ADORAÇÃO. "Ela (Judite) levantou os olhos para o seu rosto (Holofernes) e inclinou-se profundamente diante dele (Holofernes) até o solo. Os servos de Holofernes levantaram-se por ordem do seu senhor". [Judite 10,20] 

Nossa Senhora da Salette


Nos belos Alpes da França existe uma montanha chamada La Salette. Ela fica na Diocese de Grenoble. Em setembro do ano de 1846, duas crianças pastoreavam ovelhas no alto da montanha: um menino chamado Maximim Giraud, de 11 anos, e a adolescente Melanie Calvat, de 15 anos. As duas crianças tinham pouco estudo por causa do difícil e exigente trabalho que faziam.

Em uma tarde enquanto esperavam a hora de voltarem para casa, viram uma forte luz e uma bela Senhora sentada numa pedra, com belos trajes de camponesa. Era uma “Belle Dame”, como eles definiram. Ela tinha na cabeça um diadema dourado e pisava sobre lindas flores, que desapareceram quando ela foi embora. A Senhora estava chorando e disse:

“Vinde meus filhos, não tenhais medo! Estou aqui para contar uma grande novidade. Se meu povo não quiser aceitar, vejo-me forçada a deixar cair o braço de meu Filho. É tão forte e tão pesado que não posso mais segurar. A tanto tempo que sofro por vós”.

E a Virgem continuou num bonito diálogo com os pequenos pastores:

“E vocês, fazem bem as orações?”

Eles responderam: “Não muito bem.”  E Maria continuou:

“Meus filhos, é preciso fazê-las bem, à noite e de manhã. Quando não puderem rezar, recitem ao menos um Pai-Nosso e uma Ave-Maria; mas quando tiverem tempo, é preciso rezar mais”.

As crianças estavam maravilhadas com aquela visão. E Nossa Senhora continuou:

“Os que conduzem os carros (de boi), não o fazem sem abusar do nome de meu Filho. Se a colheita se estraga, não é senão por vossa causa. Bem vo-lo mostrei no ano passado com a colheita das batatas e não fizestes caso. Ao contrário, quando encontráveis estragadas, era então que em tom de revolta, pronunciáveis o nome de meu Filho.” As crianças reconheciam que essas coisas realmente tinham acontecido com o povo daquela região.

“Se tiverdes trigo, não o semeeis, pois os animais comerão tudo. O que semeardes e o que vingar, reduzir-se-á a pó quando for malhado. Sobrevirá uma grande fome. Os outros farão penitências pela fome. As nozes estragar-se-ão; as uvas hão de apodrecer. Porém, se vocês se converterem, até as pedras e as rochas se transformarão em montões de trigo e as batatas aparecerão semeadas por sobre a terra”.

Nossa Senhora pediu que no local da aparição fosse construída uma Igreja e que se fundasse uma Congregação, para a qual, ela mesma ditou os fundamentos e as regras.

Após alguns momentos, Nossa Senhora foi desaparecendo, a luz diminuindo e ela foi embora. Maximim quis pegar uma das rosas que estavam embaixo dos pés da Virgem, mas elas desapareceram. Os pastores, então, correram para falar com seus pais e seus patrões.

Nos dias que se seguiram, muitas romarias começaram a subir a montanha até o local da aparição, e muitos milagres começaram a acontecer.

O bispo de Grenoble fundou a Congregação dos Missionários para construírem um santuário no lugar das aparições. O santuário tornou-se a Basílica de Nossa Senhora da Salete. Isso aconteceu no ano de 1878, por benção papal. Os Missionários tinham ainda a missão de divulgar a mensagem de Nossa Senhora da Salette, que assim passou a ser chamada, por causa da montanha de La Salette, onde ela apareceu.

O Papa Pio IX aprovou no dia 19 de setembro de 1851 a carta pastoral do Bispo Grenoble, que instituiu o título de Nossa Senhora da Salette.

Melanie Galvat, que se tornou freira das Irmãs da Providência de Corenc, e morreu no ano de 1904, disse que Nossa Senhora chorava o tempo todo em que falou com eles. Porém, as lágrimas não diminuíram seu ar de Rainha e Senhora, tornando-a a mais bela e amorosa de todas as mães.

Melanie Galvat disse que Nossa Senhora trazia uma cruz em seu peito, de um lado um martelo e de outro um alicate. O martelo representando o pecado de todos que pregavam mais ainda Jesus na cruz, e o alicate, as orações do povo, para que, tirando os pregos, Jesus fosse aliviado um pouco de suas dores.

O tema das aparições da Senhora de La Salette é muito forte e atual. Vale a pena ler a mensagem completa de Nossa Senhora de La salette. Ela falou muito sobre a importância da conversão dos pecadores, de fazer penitência, e que todos devem se livrar dos pecados mortais.

Nossa Senhora citou as regras da nova congregação que queria que fosse fundada, a Ordem da Mãe de Deus, com sacerdotes, religiosos, religiosas e também com leigos. A congregação teria como missão pregar uma grande conversão do Clero daquela época.

A Bela Senhora veio para mostrar para todos que a simplicidade e a oração são os caminhos para se chegar a Jesus Cristo e acabar com o pecado mortal a que o mundo vulgar leva o homem. 


Lembrai-vos, ó Nossa Senhora da Salette, das lágrimas que derramastes por nós, no Calvário. Lembrai-vos também dos cuidados que, sem cessar, tendes por vosso povo, a fim de que, em nome de Cristo, se deixe reconciliar com Deus. E vede se, depois de tanto terdes feito por vossos filhos, podeis agora abandoná-los. Reconfortados por vossa ternura, ó Mãe, eis-nos aqui, suplicantes, apesar de nossa infidelidade e ingratidão. Não rejeiteis nossa oração, ó Virgem Reconciliadora, mas volvei nosso coração para vosso, Filho. Alcançai-nos a graça de amar Jesus acima de tudo, e de vos consolar por uma vida de doação, para a glória de Deus e o amor de nossos irmãos. Amém.

segunda-feira, 18 de setembro de 2017

Esquece... Os Idólatras Gospel


A mentalidade evangélica do show não é mais novidade - e a idolatria também não - tanto que já não choca, não "escandaliza" ninguém. Já não se respeita o lugar do culto, a ambiência do sagrado, a oração, a presença de Deus. O que importa é a “alegria”, a “vitória”, tirar fotos com o cantor, abraçar, chorar, entronizar o novo deus do momento, o novo ídolo gospel em seu “ministério de ADORAÇÃO”...

E como os chamados "artistas gospel" adoram isso tudo! Basta ver em seus rostos a expressão de êxtase sob os holofotes, por serem o CENTRO do culto... e não Jesus ou Deus. Substituíram Jesus-Deus pelo homem. Notem o proceder desses deuses de hoje usando as mesmas técnicas dos "artistas" seculares em seus shows: "Joga a mão pra cima! Pula! Dança!” E enquanto o "culto" se desenrola em sua forçada normalidade, o povo tenta esconder sua alarmante ansiedade pelo show, até que chega o momento esperado: "com vocês: o nosso deus!" E o povo... abraça a idolatria em sua mais nefasta expressão - a substituição do Deus verdadeiro pela cópia bizarra do momento, a busca de Deus trocada pela busca da glória dos homens.

Se na Igreja de Cristo (a Católica) a Missa é cristocêntrica, centrada na presença do divino (Jesus) vivo na Eucaristia, nos cultos gospels a idolatria das “músicas de ADORAÇÃO” tomaram conta e, em vez de orar, dançam, em vez de adorar, gritam histéricos, em vez de buscar Jesus, gastam fortunas em equipamentos de som, em vez de meditar no silêncio, cantam músicas cada vez mais barulhentas capazes de espantar até os anjos... e ainda por cima ousam dizer que estão praticando um “ministério de ADORAÇÃO”. Pobre Jesus... agora virou motivo pra sustentar família de “pastor”, vender CD, alimentar a vaidade e o divertimento de dançarinos e cantores, vender prosperidade material nas igrejas neopentecostais e ser pistolão de salvação fácil não importam as obras.

A cruz?? Esquece...
O perdão dos pecados? Esquece...
O pai-nosso? Esquece...
Pedro? Esquece...
A carta de Tiago sobre as obras? Esquece...
Macabeus e outros 7 livros da Bíblia? Esquece... 
Os padres apostólicos, os padres da igreja dos primeiros séculos e o tesouro da patrística? Esquece...
A Igreja fundada por Cristo? Esquece...
A história do cristianismo? Esquece...
A Idade Média e o Renascimento? Esquece...
Os místicos e milhares de santos? Esquece...
O monacado? Esquece...
As promessas de Cristo para sua igreja?  Esquece...
A Igreja? Esquece...
Maria Santíssima? Esquece...
As aparições de Fátima, Lourdes, Guadalupe etc... ? Esquece...

Aí, surge um "reformador" 1500 anos depois pra dizer que a promessa de NSJC não valeu por 15 séculos e ele, só ele o iluminado, é que vai intepretar a Bíblia certo pois a Igreja estaria corrompida?

Pergunto: isso é ser cristão ou apenas anti-católico? 

domingo, 17 de setembro de 2017

HBO é multada por transmitir desenho pornográfico em horário familiar


O Procon de São Paulo (Brasil), uma agência do Departamento de Justiça e Defesa da Cidadania, multou a rede de televisão HBO por transmitir o filme “Festa das salsichas” em horário diurno sem qualquer advertência de que é um filme para pessoas maiores de 16 anos.

Para a associação de defesa do consumidor, esses desenhos animados contêm cenas pornográficas.

A ação contra a HBO ocorreu devido às numerosas críticas dos pais que o Procon recebeu.

A instituição disse que o filme foi transmitido entre 9h e 16h, de modo que deveriam ter indicado a idade recomendada: por essa razão, afirma que o Princípio da Proteção Integral de Menores foi violado.

Justiça suspende peça em que Jesus é retratado como transexual


Depois de levantar polêmica por trazer Jesus Cristo, nos dias atuais, encarnado na pele de um trans, o “espetáculo” O Evangelho Segundo Jesus, Rainha do Céu foi suspenso por conta de uma decisão judicial. A medida foi tomada pelo juiz  Luiz Antonio de Campos Júnior em caráter de urgência na sexta-feira (15), da 1ª Vara Cível da Comarca de Jundiaí, em São Paulo.

Criada pela dramatuga escosesa e transexual Jo Clifford, peça tem a atriz Renata Carvalho no papel principal da adaptação brasileira e vinha sendo apresentada no Sesc de Jundiaí. A suspensão foi confirmada pelo próprio Sesc em seu site oficial; eles também informaram ter recorrido da decisão.

A suspensão foi aceita após um pedido impetrado pela advogada Virginia Bossonaro Rampin Paiva, que deu entrada ao processo contra o Sesc. Na decisão final, o juiz proibiu o Sesc de apresentar a peça na sexta-feira (15) ou em qualquer outra data, sob pena de multa diária de R$ 1 mil. “As circunstâncias jurídicas alegadas (…) corroboram o fato de ser a peça em epigrafe atentatória à dignidade da fé cristã, na qual Jesus Cristo não é uma imagem e muito menos um objeto de adoração apenas, mas sim o filho de Deus”, escreve o juiz.

O juiz afirma que “não se olvida a liberdade de expressão”, “mas o que não pode ser tolerado é o desrespeito a uma crença, a uma religião, enfim, a uma figura venerada no mundo inteiro.”

“De fato, não se olvide da crença religiosa em nosso Estado, que tem Jesus Cristo, como o filho de Deus”, diz ainda a decisão. “Em se permitindo uma peça em que este homem sagrado seja encenado como um travesti, a toda evidência, caracteriza-se ofensa a um sem número de pessoas.”

Na página da peça no Facebook, a diretora de Evangelho Segundo Jesus, Rainha do Céu, Natalia Mallo, condenou a decisão judicial.  “Afirmar que a travestilidade da atriz representa em si uma afronta à fé cristã ou concluir, antes de assistir o trabalho, que é um insulto à imagem de Jesus é, do nosso ponto de vista, negar a diversidade da experiência humana”, escreveu. “Cria-se categorias onde algumas experiências são válidas e outras não, algumas vidas tem valor e outras não.”

“O espetáculo, escrito por Jo Clifford, busca resgatar a essência do que seria a mensagem de Jesus: afirmação da vida, tolerância, perdão, amor ao próximo”, explica ainda a diretora. “Para tanto, Jesus encarna em uma travesti, na identidade mais estigmatizada e marginalizada da nossa sociedade. A mensagem é de amor”, finalizou.

Em nota, a Arquidiocese de Londrina assim se expressou sobre a peça: