“Eles se denominam católicos, mas permitem a
aprovação da lei que permite matar os nascituros”, repreendeu o Bispo Auxiliar
de Santa Cruz (Bolívia), Dom Estanislao Dowlaszewicz.
“Eu me pergunto: Depois disso, como podem ficar
diante da Mãezinha de Cotoca, de Urkupiña, de Copacabana ou de Guadalupe?”,
questionou o Prelado, referindo-se às devoções marianas veneradas no país.
Dom Dowlaszewicz disse estas palavras no dia da
Virgem de Cotoca, padroeira do oriente boliviano, em 8 de dezembro.
Durante a homilia, o Prelado pediu para fazer a
vontade de Deus como a Virgem Maria nos ensinou e incentivou a viver
a fé com coerência e não ser como aquelas pessoas que levantam as mãos para
aprovar a lei do aborto e depois participam das celebrações
religiosas.
“Depois de aprovar a morte, como você pode olhar
para o rosto da Mãe de Deus? Porque Ela mesma defendeu o Menino Jesus não só no
seu ventre, mas depois de nascer, quando tinha que levá-lo a outro país para
que não o matassem”, assinalou.
Em 6 de dezembro, a Assembleia Legislativa da
Bolívia aprovou o artigo 157 do novo Código Penal que amplia as causas do
aborto.
A norma foi impulsionada pelo governo de Evo
Morales e permite o aborto até a oitava semana de gravidez sempre que houver
“consentimento da gestante”. O artigo 157 estabelece que “não será uma infração
criminal” se a gestante for “uma menina ou uma adolescente”.
Até o momento, o aborto na Bolívia só era permitido
em casos de risco de vida da mãe, mal formação do nascituro, violação
ou incesto.
O presidente Morales promulgará e colocará em vigor
a lei nos próximos dias.