domingo, 21 de janeiro de 2018

Dom Helder Câmara, patrono brasileiro dos Direitos Humanos.


“Felizes sereis quando os homens vos odiarem, expulsarem, insultarem e amaldiçoarem o vosso nome por causa do Filho do Homem. (…) pois era assim que os seus antepassados tratavam os profetas. (…) Ai de vós quando todos falarem bem de vós, pois era assim que seus antepassados tratavam os falsos profetas” (Lc 6, 22- 23 e 26).

Queridos irmãos e irmãs de nossa arquidiocese,

Todos nós fomos surpreendidos pela Lei n. 13581, de 26 de dezembro de 2017, aprovada pelo Congresso Nacional e sancionada pelo presidente da República Michel Temer. Declara Dom Helder Camara patrono brasileiro dos direitos humanos. 

Todos os brasileiros conscientes e que amam a justiça e o direito concordam que Dom Helder é nosso patrono em toda a luta pacífica pela justiça, pela paz e pelos direitos humanos, tanto individuais, como coletivos das minorias fragilizadas pela sociedade dominante. No entanto, nos surpreendemos pela ambiguidade desse decreto, sentimento já expresso por amigos de Dom Helder, inclusive, Marcelo Barros que escreveu uma profética carta dirigida ao Dom da Paz. O texto dessa lei é sucinto e não explicita motivações, nem consequências. No entanto, nenhum ato dessa natureza é neutro ou sem repercussões.

Em seu tempo, o profeta Jeremias adverte os governantes do seu povo: “Sem responsabilidade, querem curar as feridas do meu povo dizendo apenas Paz, Paz, quando paz verdadeira não existe. Deveriam envergonhar-se, pois o que fizeram foi horrível, mas não se acanham, mesmo eles não sabem o que é ter vergonha” (Jer 8, 11- 12).

É nossa responsabilidade de cidadãos e de cristãos dar peso às palavras e exigir dos poderes públicos coerência em seus posicionamentos. Se a Política que deveria ser um exercício nobre do serviço ao bem comum está tão desacreditada é porque os políticos não primam pela coerência entre o seu falar e o seu agir. 

sábado, 20 de janeiro de 2018

Pabllo Vittar e a roupa invisível do rei nu

Sua música é péssima, lidem com isso. Porém, criticá-lo nestes aspectos meramente musicais faz do crítico um criminoso, preconceituoso, invejoso e homofóbico

Eis que chegamos ao tempo em que se faz necessário provar às pessoas que a grama é verde e a água é molhada.

Antes de embarcar na insólita investida de argumentar sobre os porquês de a música de Pabllo Vittar ser tão ruim – fato que deveria ser captado menos pelo intelecto do que pela própria experiência sensorial não racional –, serei obrigado a esclarecer dois pontos.

Primeiro, e mais importante: aqui nessas paragens, a discussão é adulta e civilizada. Qualquer acusação de “homofobia” ou correlatos será rechaçada com vigor, porque injusta com quem, como eu, cresceu ouvindo Freddie Mercury, Ney Matogrosso, Tchaikovsky, Bernstein, enfim, a lista é longa, e nunca o fato de serem homossexuais nem sequer ofuscou minha admiração e respeito a eles. O segundo aspecto é que, apesar de estudar música há mais de 30 anos, de ser regente profissional há 17, professor há 25 e de ter ajudado a fundar uma das maiores orquestras jovens do Brasil, a qual dirijo há 12 anos, falarei menos sobre música e seus aspectos técnicos do que sobre ideologia porque, afinal, é disso que o fenômeno se trata.

O que vemos em Pabllo é o grotesco alçado à condição de algo sacrossanto e imune às críticas, 
por justificativas ideológicas
Pabllo Vittar é a roupa invisível do rei. Sua música é péssima, lidem com isso. Falta-lhe afinação, técnica, noções básicas de harmonia e ritmo, etc. Coisas que são exigidas de qualquer estudante rudimentar de música. Porém, criticá-lo nestes aspectos meramente musicais, na loucura do neocoletivismo identitário em voga atualmente, faz do crítico um criminoso, preconceituoso, invejoso e homofóbico. Por outro lado, as portas se abrem a quem exalta as finas vestes do rei nu, como ocorreu com Ed Motta recentemente.

Vítimas da “espiral do silêncio”, as pessoas deixam de falar aquilo que pensam, com medo da calúnia e do isolamento. Enquanto isso, o objeto da crítica e, mais do que isso, a ideologia da qual esse objeto é símbolo, avança livre. 

sexta-feira, 19 de janeiro de 2018

Chile: "Estejamos atentos às situações de injustiça", pede Papa


VIAGEM APOSTÓLICA DO PAPA FRANCISCO AO CHILE E PERU
(15-22 DE JANEIRO DE 2018)

MISSA DA VIRGEM DO CARMO E ORAÇÃO PELO CHILE
Iquique - Campus Lobito
Quinta-feira, 18 de janeiro de 2018

HOMILIA DO SANTO PADRE

«Em Caná da Galileia, Jesus realizou o primeiro dos seus sinais miraculosos» (Jo 2, 11).

Assim, termina o Evangelho que ouvimos e que nos mostra a primeira aparição pública de Jesus: nada mais, nada menos que numa festa. Não poderia ser doutra forma, pois o Evangelho é um convite constante à alegria. Logo no início, o anjo diz a Maria: «Alegra-te» (Lc 1, 28). Anuncio-vos uma grande alegria: foi dito aos pastores (cf. Lc 2, 10). O menino saltou de alegria no seio de Isabel, mulher idosa e estéril (cf. Lc 1, 41). Alegra-te – fez Jesus sentir ao ladrão –, porque hoje estarás comigo no paraíso (cf. Lc 23, 43).

A mensagem do Evangelho é fonte de alegria: «Manifestei-vos estas coisas, para que esteja em vós a minha alegria, e a vossa alegria seja completa» (Jo 15, 11). Uma alegria que se propaga de geração em geração, e da qual somos herdeiros. Porque somos cristãos.

Disto, bem vos entendeis vós, queridos irmãos do norte chileno. Sabeis viver a fé e a vida em clima de festa! Venho, como peregrino, celebrar convosco esta maneira linda de viver a fé. As vossas festas patronais, as vossas danças religiosas (que chegam a durar uma semana), a vossa música, os vossos vestidos fazem desta região um santuário de piedade e de espiritualidade popular. De facto, não é uma festa que fica fechada dentro do templo, mas conseguis vestir de festa toda a aldeia. Sabeis celebrar cantando e dançando «a paternidade, a providência, a presença amorosa e constante de Deus; e deste modo gerais atitudes interiores que raramente se observam no mesmo grau em quem não possui esta religiosidade: paciência, sentido da cruz na vida quotidiana, desapego, aceitação dos outros, dedicação, devoção.[1] Ganham vida as palavras do profeta Isaías: «Então o deserto se converterá em pomar, e o pomar será como uma floresta» (32, 15). Esta terra, abraçada pelo deserto mais seco do mundo, sabe vestir-se de festa.

Neste clima de festa, o Evangelho apresenta-nos a ação de Maria, para que a alegria prevaleça. Está atenta a tudo o que acontece ao redor d’Ela e, como boa mãe, não fica parada e assim consegue dar-se conta de que na festa, na alegria geral, acontecera algo: algo que estava para arruinar a festa. E, aproximando-Se do seu Filho, as únicas palavras que Lhe ouvimos dizer são: «Não têm vinho» (Jo 2, 3).

E de igual modo vai Maria pelas nossas aldeias, ruas, praças, casas, hospitais. Maria é a Virgem da Tirana, a Virgem Ayquina em Calama, a Virgem das Penhas em Arica, que passa por todos os nossos problemas familiares, aqueles que parecem sufocar-nos o coração, para Se aproximar de Jesus e dizer-Lhe ao ouvido: «Olha! Não têm vinho».

E não Se fica calada, mas logo Se aproxima dos que serviam na festa e disse-lhes: «Fazei o que Ele vos disser» (Jo 2, 5). Maria, mulher de poucas palavras mas muito concreta, também Se aproxima de cada um de nós para nos dizer apenas isto: «Fazei o que Ele vos disser». E assim se abre o caminho ao primeiro milagre de Jesus: fazer sentir aos seus amigos que eles também participam do milagre. Porque Cristo «veio a este mundo, não para fazer a sua obra sozinho mas connosco; o milagre fá-lo connosco, com todos nós, por ser a cabeça dum grande corpo cujas células vivas somos nós, células livres e ativas».[2] É assim que Jesus faz o milagre: connosco.

O milagre começa quando os serventes aproximam as vasilhas de pedra com água que se destinavam à purificação. Do mesmo modo também cada um de nós pode começar o milagre; mais ainda, cada um de nós é convidado a participar do milagre para os outros.

"Universidade é laboratório para o futuro do país", diz Papa a acadêmicos


VIAGEM APOSTÓLICA DO PAPA FRANCISCO AO CHILE E PERU

(15-22 DE JANEIRO DE 2018)


VISITA À PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO CHILE
DISCURSO DO SANTO PADRE
Santiago

Quarta-feira, 17 de janeiro de 2018



Grão-Chanceler, Cardeal Ricardo Ezzati,
Irmãos no Episcopado,
Magnífico Reitor, Doutor Ignacio Sánchez,
Distintas autoridades universitárias,
Amados professores, funcionários, pessoal da Universidade,
Queridos alunos!

Estou contente por me encontrar convosco nesta Casa de Estudo, que, nos seus quase 130 anos de vida, ofereceu ao país um serviço inestimável. Agradeço ao senhor Reitor as suas palavras de boas-vindas, em nome de todos. E também lhe agradeço, senhor Reitor, pelo bem que faz com o seu estilo «sapiencial» no governo da Universidade e na corajosa defesa da identidade da universidade católica. Obrigado!

A história desta Universidade está, de certa forma, entrançada com a história do Chile. São milhares os homens e as mulheres que, tendo-se formado aqui, desempenharam tarefas importantes em prol do desenvolvimento do país. Apraz-me recordar especialmente a figura de Santo Alberto Hurtado, neste ano em que se celebra o centenário do início dos seus estudos aqui. A sua vida é um claro testemunho de como a inteligência, a excelência académica e o profissionalismo na atividade, harmonizados com a fé, a justiça e a caridade, longe de se debilitar, adquirem uma força que é profecia, capaz de abrir horizontes e iluminar o caminho, especialmente para as pessoas descartadas da sociedade, sobretudo nos dias de hoje em que está em voga esta cultura do descarte.

A propósito quero retomar as suas palavras, senhor Reitor, quando afirmava: «Temos importantes desafios para o nosso país, que estão relacionados com a convivência nacional e com a capacidade de progredir em comunidade».

1. Convivência nacional

Falar de desafios é admitir que há situações que chegaram a um ponto que requer serem repensadas. O que até ontem podia ser um fator de unidade e coesão, hoje exige novas respostas. O ritmo acelerado e a implementação quase vertiginosa de alguns processos e mudanças, que se impõem nas nossas sociedades, convidam-nos, de maneira serena mas sem demora, a uma reflexão que não seja ingénua, utopista e menos ainda voluntarista. Isto não significa frenar o desenvolvimento do conhecimento, mas fazer da Universidade um espaço privilegiado para «praticar a gramática do diálogo que forma encontro».[1] Pois «a verdadeira sabedoria [é] fruto da reflexão, do diálogo e do encontro generoso entre as pessoas».[2]

A convivência nacional é possível na medida em que, para além do mais, dermos vida a processos educativos que sejam simultaneamente transformadores, inclusivos e de convivência. Educar para a convivência não significa apenas acrescentar valores ao trabalho educativo, mas gerar uma dinâmica de convivência dentro do próprio sistema educativo. Não é tanto uma questão de conteúdos, como sobretudo de ensinar a pensar e raciocinar de modo integrante: aquilo que os clássicos chamavam forma mentis.

E, para se alcançar isto, é necessário desenvolver uma alfabetização integral que saiba adaptar os processos de transformação que se estão a verificar no seio das nossas sociedades.

Tal processo de alfabetização requer que se trabalhe, de maneira simultânea, na integração das diferentes linguagens que nos constituem como pessoas. Ou seja, uma educação (alfabetização) que integre e harmonize o intelecto, os afetos e a ação, concretamente a cabeça, o coração e as mãos. Isto proporcionará e possibilitará aos alunos crescer de maneira harmoniosa não só a nível pessoal, mas também e simultaneamente a nível social. É urgente criar espaços onde a fragmentação não seja o esquema dominante, mesmo do pensamento; para isso, é necessário ensinar a pensar o que se sente e faz; a sentir o que se pensa e faz; a fazer o que se pensa e sente. Um dinamismo de capacidades ao serviço da pessoa e da sociedade.

A alfabetização, baseada na integração das diferentes linguagens que nos constituem, envolverá os alunos no seu processo educativo; processo voltado para os desafios que o futuro próximo lhes apresentará. A única coisa que consegue o «divórcio» dos saberes e das linguagens, o analfabetismo sobre como integrar as diferentes dimensões da vida, é fragmentação e rutura social.

Nesta sociedade líquida[3] ou volátil,[4] como a definiram alguns pensadores, vão desaparecendo os pontos de referência a partir dos quais se possam construir, individual e socialmente, as pessoas. Parece que hoje a «nuvem» seja o novo ponto de encontro, que se carateriza pela falta de estabilidade, já que tudo se volatiliza e, consequentemente, perde consistência.

E tal falta de consistência poderia ser uma das razões para a perda de consciência do espaço público. Um espaço que exige um mínimo de transcendência sobre os interesses privados (viver mais e melhor) para construir sobre bases que revelem aquela dimensão tão importante da nossa vida que é o «nós». Sem esta consciência, mas sobretudo sem este sentimento e, por conseguinte, sem esta experiência é, e será, muito difícil construir a nação. Neste caso, pareceria que a única coisa importante e válida fosse o que diz respeito ao indivíduo e, tudo o que ficasse fora desta jurisdição, torna-se-ia obsoleto. Semelhante cultura perdeu a memória, perdeu os vínculos que sustentam e tornam possível a vida. Sem o «nós» dum povo, duma família, duma nação e, ao mesmo tempo, sem o «nós» do futuro, dos filhos e do amanhã; sem o «nós» duma cidade que «me» transcenda e seja mais rica do que os interesses individuais, a vida será não só cada vez mais fragmentada, mas também mais conflituosa e violenta.

Neste sentido, a universidade tem o desafio de gerar, dentro do seu próprio claustro, as novas dinâmicas que superem toda a fragmentação do saber e estimulem a uma verdadeira universitas. 

Chile: Papa se encontra com jovens no Santuário de Maipu


VIAGEM APOSTÓLICA DO PAPA FRANCISCO AO CHILE E PERU
(15-22 DE JANEIRO DE 2018)

ENCONTRO COM OS JOVENS
DISCURSO DO SANTO PADRE
Santiago - Santuário Nacional de Maipú 
Quarta-feira, 17 de janeiro de 2018


Também eu, Ariel, estou feliz por estar convosco. Obrigado pelas tuas palavras de boas-vindas, em nome de todos os presentes. Sinto-me verdadeiramente agradecido pela possibilidade de partilhar este tempo convosco, que «descestes do sofá – como li [num cartaz] – e calçastes os sapatos». Obrigado! Considero para mim muito importante encontrar-nos e caminhar juntos por um pouco, ajudando-nos a olhar para a frente! E penso que, também para vós, é importante. Obrigado!

Estou contente por este encontro se realizar aqui, em Maipú. Nesta terra onde, com um abraço de fraternidade, foi fundada a história do Chile; neste Santuário, que se levanta na encruzilhada das estradas entre o Norte e o Sul, que une a neve e o oceano, e faz com que o céu e a terra tenham uma casa. Uma casa para o Chile, uma casa para vós, queridos jovens, onde a Virgem do Carmo vos espera e acolhe de coração aberto. E como acompanhou o nascimento desta nação e acompanhou tantos chilenos ao longo destes duzentos anos, assim quer continuar a acompanhar os sonhos que Deus coloca no vosso coração: sonhos de liberdade, sonhos de alegria, sonhos dum futuro melhor. Essa vontade – como dizias tu, Ariel – de «ser protagonistas da mudança». Ser protagonistas. A Virgem do Carmo acompanha-vos para poderdes ser os protagonistas do Chile que sonham os vossos corações. E eu sei que o coração dos jovens chilenos sonha, e sonha em grande, não só quando estais um pouco alegrotes, não! Sempre sonhais em grande, porque, destas terras, nasceram experiências que se foram expandindo e multiplicando por vários países do nosso continente. E quem as promoveu? Jovens, como vós, que souberam viver a aventura da fé. Porque a fé provoca, nos jovens, sentimentos de aventura, que convidam a viajar através de paisagens incríveis, paisagens nada fáceis, nada tranquilas, mas vós gostais de aventuras e desafios… Exceto aqueles que ainda não desceram do sofá. Descei depressa! Assim podemos continuar… Vós que sois especialistas, calçai-lhes os sapatos. Antes, aborreceis-vos quando não tendes desafios que vos estimulem. Por exemplo, vê-se isto sempre que acontece uma catástrofe natural: tendes uma capacidade enorme de vos mobilizar, que fala da generosidade dos corações. Obrigado!

Quis partir desta referência à pátria, porque o caminho em frente, os sonhos que devem ser realizados, o olhar sempre para o horizonte… tudo isso deve ser feito com os pés por terra e começa-se com os pés apoiados na terra da pátria. E, se não amardes a vossa pátria, não creio que possais amar Jesus, que possais amar a Deus. O amor à pátria é um amor à mãe: chamamo-la «mãe-pátria», porque nascemos aqui; mas ela mesma, como qualquer mãe, ensina-nos a caminhar e dá-se a nós para que a façamos viver em novas gerações. Por isso, quis começar com esta referência à mãe, à mãe-pátria. Se não fordes patriotas – não nacionalistas, mas patriotas –, nada fareis na vida. Amai a vossa terra, rapazes e moças, amai o vosso Chile. Dai o melhor de vós pelo vosso Chile. 

Entenda a diferença entre ecumenismo e diálogo inter-religioso


Muita gente confunde ecumenismo com diálogo inter-religioso. E isso é normal, pois até mesmo alguns veículos de comunicação utilizam esses dois termos de maneira equivocada. Para que você não tenha mais qualquer dúvida, o padre Marcial Maçaneiro, que é pesquisador na área, irá esclarecer alguns pontos importantes.

Segundo ele e sob o ponto de vista teológico, ecumênico é o diálogo entre os cristãos que professam a fé em Jesus, na Trindade, no Mistério Pascal, na Redenção, na Graça, enfim, toda a fé do Novo Testamento. E o CONIC (Conselho Nacional de Igrejas Cristãs) acrescenta: algumas pessoas criticam o ecumenismo afirmando que o objetivo seria "criar uma única igreja que englobe todas as outras". Não é nada disso. A ideia do ecumenismo é tão somente "criar pontes" entre as diferentes igrejas cristãs, de modo que elas possam estabelecer um diálogo fraterno e respeitoso entre seus membros para que, com essa unidade na caminhada, testemunhem que "maior é Aquele que as une do que aquilo que as separa".


No Novo Testamento também consta o desejo de Jesus a respeito da unidade entre aqueles que O seguem, como relata o evangelista João (cf. Jo 17,21-23). A partir deste trecho da Sagrada Escritura, padre Marcial explica que o diálogo ecumênico não é uma invenção dos cristãos, mas uma condição, uma vocação, apresentada por Jesus, para que o mundo creia em Seu Nome.

“Isso é vocação de unidade, vem do Batismo e da Graça do Espírito Santo. A unidade entre os cristãos não é um produto, resultado apenas desse diálogo, mas é uma vocação da Igreja. E a gente que participa desse diálogo, acolhe a Graça e vai promovendo essa vocação de comunhão entre todos os batizados por quem Jesus deu a vida”.