quinta-feira, 8 de março de 2018

Destruição da Síria é cumprimento de profecia?


Queridos amigos, bom dia! Acredito que, em nome da verdade, não devemos nos calar sobre certas coisas. Sem querer causar um acirramento de ânimos, mas querendo apenas esclarecer, como padre e estudioso da Sagrada Escritura, quero me pronunciar a respeito do texto de Is 17,1-2 que tem circulado na internet como sendo uma prova bíblica de que Deus anunciou e está querendo a guerra na Síria.

Tal interpretação de Isaías é um grande equívoco. O contexto do texto é o seguimento: tanto a Síria quanto o reino do Norte, Israel, eram vassalos da Assíria, um grande império no século VIII a.C. A Síria e o Reino do Norte, Israel, se rebelaram contra a Assíria e, por isso, a Assíria marchou contra Damasco em 732 a.C., destruindo a cidade e deportando seus habitantes, como vem descrito em 2Rs 17,1-6. O Reino do Norte, Israel, também foi deportado dez anos depois, e a interpretação do profeta para os acontecimentos foi que este foi um castigo divino pelos pecados que Israel havia cometido.

A profecia de Is 17,1-2 é, portanto, um anúncio de juízo realizado há 2.800 anos e não foi relido pelo cristianismo como anúncio de um juízo futuro para a mesma cidade de Damasco.

quarta-feira, 7 de março de 2018

O pronunciamento do Padre Paulo Ricardo a respeito das denúncias sobre a CNBB


Meus queridos irmãos!

Desde quando começou essa polêmica em torno na CNBB, muita gente me perguntou: Padre, o que fazer? E eu, como padre jovem, decidi esperar o pronunciamento de alguém mais experiente, e vieram dois: o de Dom Fernando Rifan e do Padre Paulo Ricardo. Dois homens de Deus, conhecidos e admirados por defender a Doutrina Católica no nosso país.

Todos os dois, como bons filhos da Igreja, seguiram a linha de Santa Catarina de Siena. Não ficaram em cima do muro, mas também não perderam a caridade no falar.

O problema está no que veio depois: centenas de comentários dizendo: Padre Paulo é um morno... Padre Paulo se acovardou... Padre Paulo é careca... Etc.

Então, agora podemos "dividir" a Igreja do Brasil em três grupos:

1 - Aqueles que, como foi PROVADO, cometeram excessos e desvios.

2 - Aqueles que estão rezando para que tudo se resolva, como aconselhou o Padre.

3 - Aqueles que querem ver o circo pegar fogo e o sangue sendo derramado.

Fico a me perguntar. Os que fazem parte do terceiro grupo são católicos de fato? Ou será que acreditam mais na força de um vídeo no YouTube, que na força da oração?

Considerações sobre as polêmicas envolvendo a CNBB



Irmãos e irmãs, temos acompanhado com apreensão e tristeza as denúncias envolvendo vários bispos da CNBB. Uma parcela significativa destas denúncias já não são novidade para muitos que as presenciam em suas paróquias e acompanham notícias pelas manchetes publicadas nos meios de comunicação.

O flagelo pútrido da heresia se espalhou a tal ponto que a maior parte dos que a seguem acreditam prestar homenagem a Deus... Aqueles que são destinados ao sacerdócio são corrompidos pela peste da heresia, especialmente por teólogos “da libertação” ainda muito presente e viva nos seminários católicos. Não são poucos os seminaristas que defendem uma igreja independente de Roma, que dizem ser a CNBB autossuficiente, que são contra o celibato, a favor da ordenação feminina (assunto este já encerrado para a Igreja), e tantas outras banalizações do sagrado – a situação fica mais crítica quando lembramos que o seminarista de hoje é o padre de amanhã; os lugares santos, sempre venerados das igrejas, tornam-se negligenciados, caem em ruínas; por penoso que seja admiti-lo nega-se o batismo, abomina-se a Eucaristia, despreza-se a penitência, recusa-se a criação do homem e a ressurreição da carne, anulam-se todos os sacramentos da Igreja, etc. Os leigos estão saturados de tanta profanação!

A Santa Missa tem, cada vez mais, se configurado a uma peça de teatro feita de qualquer forma, na qual se admite um ministro qualquer, um pão qualquer, um vinho qualquer... as leituras podem ser escolhidas e substituídas por um texto qualquer... os ministros estão cada vez mais tornando-se “artistas” onde cada qual briga pela sua participação seja na leitura, no canto, no altar que para muitos tornou-se um palco e a assembleia uma plateia... Alguém precisa fazer alguma coisa! E aqueles que, em primeiro lugar, devem manifestar-se CONTRA estes abusos são os nossos bispos! Quanta decepção quando vemos que muitos destes não apenas são omissos, mas incentivam e até promovem estes abusos!

Aqueles que procuram viver uma vida santa, que aderem ao que pede a Santa Mãe Igreja são, seja no seminário ou na paróquia, taxados de hipócritas, de lobos em pele de ovelhas, de pessoas capazes de fazer algo pior que eles mesmos e, na primeira oportunidade, logo são afastados de suas funções. Desta forma, sem apoio, desistem e fazem morrer muitas vocações sacerdotais e religiosas, muitas vocações católicas que se perdem contrariados nesta Babel e acabam descambando para as seitas onde geralmente são muito bem acolhidos. Não é à toa que estatísticas afirmam que o Brasil em breve será, em sua maioria, uma nação protestante.

Quando uma pessoa procura a Igreja, ela não está em busca de mundanismo, ela está em busca do evangelho, dos sacramentos, de um encontro pessoal com Cristo Senhor. Triste quando, para o escândalo, encontra pessoas descomprometidas, que não conhecem as Escrituras, ignoram os sacramentos, vivem uma “fé” – se é que ainda podemos chamar de fé – banal. Pior ainda quando toda essa politização da fé tem apoio do clero!

Isso evidencia que todas as denúncias são verdadeiras enquanto a própria CNBB, em vez de tentar desacreditar o autor, não responde às acusações. Não responde ao que os católicos têm o direito de saber... 

A dignidade da Mulher


8 de março é o dia internacional da mulher. Como todos os anos, prestamos aqui nossa homenagem a elas, pela sua excelente dignidade e valor diante de Deus e dos homens.

Na verdade, foi o cristianismo que salvou a dignidade da mulher! A história, nos testemunhos de Juvenal e Ovídio, nos conta que a moral sexual e a fidelidade conjugal, antes do cristianismo, estavam em extrema degradação. Constatamos isso, vendo atualmente a situação da mulher nos povos que não têm o cristianismo. No começo do século II, Tácito afirmava que uma mulher casta era um fenômeno raro. Galeno, médico grego do século II, ficava impressionado com a retidão do comportamento sexual dos cristãos. Os próprios historiadores são obrigados a confessar que foram os cristãos que restauraram a dignidade do matrimônio. 


As mulheres encontraram na Igreja, conforme a sua própria condição, seu lugar digno: foi-lhes permitido formar comunidades religiosas dotadas de governo próprio, dirigir suas próprias escolas, conventos, colégios, hospitais e orfanatos, coisa impensável no mundo antigo (cf. Thomas E. Woods Jr, “Como a Igreja Católica construiu a civilização ocidental”).


Isso confere com o que ensina Papa S. João Paulo II: “Cristo se constituiu, perante os seus contemporâneos, promotor da verdadeira dignidade da mulher e da vocação correspondente a tal dignidade. Às vezes, isso provocava estupor, surpresa, muitas vezes raiando o escândalo: ‘ficaram admirados por estar ele conversando com uma mulher’ (Jo 4, 27), porque este comportamento se distinguia daquele dos seus contemporâneos. Em todo o ensinamento de Jesus, como também no seu comportamento, não se encontra nada que denote a discriminação, própria do seu tempo, da mulher. Devemos nos colocar no contexto do ‘princípio’ bíblico, no qual a verdade revelada sobre o homem como ‘imagem e semelhança de Deus’ constitui abase imutável de toda a antropologia cristã. ‘Deus criou o homem à sua imagem; à imagem de Deus o criou, criou-os homem e mulher’ (Gn 1, 27). Os dois são seres humanos, em grau igual, ambos criados à imagem de Deus” (Mulieris dignitatem, sobre a dignidade e a vocação da mulher).

Dom Rifan: “Está na hora de recuperarmos o bom nome da nossa Conferência Episcopal”



Eu não aguentava mais ver na minha timeline comentários – pró e contra – sobre o clipe Vai Malandra, da Anitta. Agora quem desbancou a popozuda e praticamente monopoliza as discussões acaloradas nas redes sociais são leigos denunciando o aparelhamento de certas alas da CNBB por grupos e partidos marxistas.

Essa treta está rolando há mais de duas semanas, mas Alexandre Varela e eu esperamos pacientemente que algum bispo de conduta exemplar viesse dar uma luz sobre o problema. Afinal, no ano do laicato ou em qualquer ano, um bispo é sempre um bispo.


Nossa espera não foi vã. Ontem, em sua página no Facebook, Dom Fernando Rifan publicou o texto mais lúcido e equilibrado que já vimos até agora sobre o assunto (veja aqui, na íntegra). Ele é Administrador Apostólico da Administração Apostólica Pessoal São João Maria Vianney, membro do Regional Leste 1 da CNBB.

A Administração Apostólica Pessoal São João Maria Vianney foi criada por São João Paulo II, em 2002. Reúne padres que conservam a liturgia, a disciplina e os costumes tradicionais (em especial, a Missa Tridentina).

Citando Bento XVI, Dom Rifan diz que as conferências episcopais:

· “não fazem parte da estrutura indispensável da Igreja”, e têm somente uma função prática, concreta”;

· “não podem agir validamente em nome de todos os bispos, a menos que todos e cada um dos bispos tenham dado o seu consentimento”.

Com isso, ele quer deixar claro que muitas iniciativas, eventos e publicações promovidos sob a marca da CNBB não contam com a aprovação da totalidade dos bispos do Brasil.Muitas vezes, representam somente o viés de alguma comissão isolada da CNBB, ou de um pequeno grupo de bispos. Há anos nós de O Catequista alertamos os nossos leitores sobre essa questão, como vocês podem nestes posts (antigos) abaixo:



Sobre as recentes denúncias contra a CNBB, Dom Rifan diz que “não se expõem os defeitos da mãe em público, sobretudo em redes sociais”. Mas já que tudo já está exposto, ele decidiu fazer algumas observações.

Dom Rifan lembra que Jesus Cristo comparou a Igreja “a uma rede cheia de peixes, bons e maus (Mt 13, 47-50)”, e que a separação desses peixes só se dará no fim dos tempos. Portanto não devemos cair na tentação e na presunção de achar que nós, agindo como cruzados de Facebook, vamos purificar e salvar a Igreja.

Não amigos, os leigos não vão salvar a Igreja (segundo o próprio Bernardo Pires Küster, um bispo teria dito isso a ele). Nem leigo, nem padre, nem mesmo o papa tem forças para passar por cima de uma profecia evangélica: o joio continuará crescendo em meio ao trigo, e assim será até o fim dos tempos.

Isso não quer dizer que devamos deixar os hereges agirem livremente e sermos omissos, mas devemos combater esses erros sem histeria, e, acima de tudo, sem atacar os bispos com pecaminosa insolência. Porque, muitas vezes, o joio somos nós mesmos, com nossos pecados. Ser anticomunistas não nos livrará de sermos arrastados para o mesmo Inferno onde estarão certos "católicos vermelhos".

A não ser que você seja tipo um São Vicente de Sales ou uma Madre Teresa de Calcutá, não se empolgue tanto com essa caça às bruxas da banda podre da Teologia da Libertação. O autêntico protagonismo leigo brota da santidade. Cuidado, especialmente nesta Quaresma, para não se distrair da sua própria necessidade de conversão, vendo o mal e o pecado somente nos outros.

Qual é o remédio para a violência e a nossa missão num mundo violento?


A violência é um dos maiores males da humanidade e que está presente em sua cotidianidade desde as suas origens. Ela foi tornada visível pela primeira vez com o fratricídio de Caim contra seu irmão Abel (Gn 4, 1-16), como nos narra a Escritura. 

Ela perpetrou o mundo pelo orgulho do homem que pecou contra Deus no Paraíso. E de tal modo, a desobediência ao Criador em si já foi uma forma de violência à criação e aos propósitos divinos quando a humanidade entrou em luta contra o seu Senhor. Por outro lado, Cristo pacifica a criação pelo seu Sangue reconciliando o mundo com o Pai. Mas não sem violência! Pois Ele mesmo o diz: “Desde os dias de João Batista até agora, o Reino dos Céus sofre violência, e os violentos se apoderam dele” (Mt 11, 12)! Que quer dizer, que não sem fazer força, oposição ao mal e combatê-lo é que chegaremos à salvação, que é a nossa paz. E, por assim dizer, nos encontramos num intenso combate entre a carne e o espírito desde aquele momento da queda de nossos primeiros pais, Adão e Eva. Daí entender que entre o céu e o inferno há uma dura guerra travada em favor de nossa salvação. E se resistirmos no Senhor, seremos vitoriosos. 

Ora, ao longo da história, a violência se estabeleceu de muitos modos na relação entre os homens demandando inclusive que as leis dos povos, nações e comunidades sujeitassem à punição aqueles que agridem, ferem, matam ou ameaçam outrem com o estigma da violência. A punição dada por certa convenção nesse sentido sempre foi inibidora dos instintos passionais dos homens. Não só as sociedades clamam às consciências para que se siga essa ordem impelida pela lei natural como fundamento da preservação da própria espécie: “não matarás”; mas também o próprio Deus põe isto em seu direito divino por meio de seus mandamentos. Este direito já se vê manifesto na punição severa imposta a Caim após o homicídio de seu irmão, e mais tarde também ele é posto no Decálogo nas tábuas da Lei dadas a Moisés. E de muitos outros modos, Deus pela Revelação procura encaminhar o homem ao caminho da “vida e da bênção”, rejeitando os caminhos da “morte e da maldição” (cf. Dt 30, 19). 

A repressão da violência 
e a legitimidade do uso da força 

O mecanismo da punição reprime e educa para a virtude propiciando um equilíbrio, racionalidade e proporcionalidade no uso da força em situações legítimas. A violência injusta é passional, irracional, impulsiva, viciosa, odiosa. Contudo, mesmo arriscando ser mal interpretado, podemos dizer que haja uma espécie de “violência justa”, que seria o emprego da força para o bem comum dotada de qualidades superiores e possuidora de um “éthos”, isto é, de princípios e valores. Por exemplo, um bombeiro que para salvar alguém do suicídio lhe imobiliza e o carrega à força a um isolamento que lhe proteja de tal loucura, ou um policial que para salvar civis emprega a força de uma arma de um modo hábil e ético mesmo que isto resulte na morte do criminoso não sendo essa a sua finalidade, e sim de preservar a vida de pessoas inocentes. A moral da Igreja tem ampla exposição magisterial sobre os princípios norteadores do uso da força, como se pode conferir no Catecismo nos números 2263 a 2267, dos quais destaco a seguinte citação: “Se, para nos defendermos, usarmos duma violência maior do que a necessária, isso será ilícito. Mas se repelirmos a violência com moderação, isso será lícito […]. E não é necessário à salvação que se deixe de praticar tal acto de defesa moderada para evitar a morte do outro: porque se está mais obrigado a velar pela própria vida do que pela alheia”. Santo Agostinho, grande padre e doutor da Igreja, foi quem melhor estabeleceu no período primitivo a compreensão moral de alguns conceitos como “guerra justa”, “o direito de defesa”, “o princípio de soberania”, etc. Tais aprofundamentos podemos encontrar em sua obra “De Civitate Dei” onde ele amplia a sua análise crítica sobre a vida do Império. 

Ora, então, o que constitui a inadmissibilidade da violência? O emprego injusto, passional, irracional, vicioso, imoral e pecaminoso da força. Pois se ela se fizer necessária para conter os violentos, ela deverá ser usada, tal como nos confirmou um dia em sua locução o Papa Francisco ao tratar sobre o Estado Islâmico, este que com sua violência cruenta matou milhares de civis, cristãos e inocentes: “É preciso travar o injusto agressor”. Por mais que as palavras do Papa sejam prudentíssimas, o princípio moral defendido é claro. Como se trava a violência do Estado Islâmico? Com flores? E ainda, como se travaria a violência nazista que estava para pisar com suas botas de assalto o mundo inteiro? Dialogando com um insano que mandava crianças, idosos, mulheres inocentes para a câmara de gás? Infelizmente, por mais doloroso que seja dizê-lo, algumas vezes realmente “não há paz sem guerra”. 

Mas isto significa que a violência pode ser desejável? Não! Ao contrário, é exatamente por causa dela que a força é praticada para cessá-la. Resta-nos saber quais são os limites do seu uso segundo critérios racionais que constituam um direito justo. 

terça-feira, 6 de março de 2018

Estarrecedor: Arquidiocese de Mariana fomenta militância comunista e eleitoral.



Não é preciso falar muita coisa, as imagens dizem tudo. Elas são referentes a um encarte do “Movimento Fé e Política”, um “parceiro” da Arquidiocese de Mariana, em Minas Gerais. O Movimento já causava espanto por conta dos seus trabalhos e dos seus articuladores – sobretudo a presença do deputado federal “padre João”, do PT, responsável por ministrar “aulas” na “Escola Fé e Política”.

No entanto, aqui tudo aparece de forma clara e direta. O encarte do “Movimento Fé e Política” esclarece, no tópico 1 – “O que é e os seus objetivos” – que um dos seus enfoques é: [...] “construir uma sociedade socialista” [...] – isto é, comunista.

No tópico II – “Projetos que desenvolve” -, item 1., “Escola de Fé e Política Dom Luciano”, está a “formação para agentes pastorais e militantes de movimentos populares” – movimentos que hoje toda pessoa minimamente informada sabe que servem a partidos comunistas, liderados sobretudo pelo PT.

E agora vem o compromisso eleitoral. No mesmo tópico II, item 2, “Projeto Desperta Cidadão”, aparecem os nomes dos “representantes” do “Movimento Fé e Política”: as candidaturas dos petistas Leleco – para deputado estadual – e do “padre” João – para que seja reeleito deputado federal. 

Padre Paulo Ricardo se pronuncia a respeito das recentes polêmicas envolvendo a CNBB.



Caríssimos,

Estamos todos vivenciando, com tristeza e espanto, a polêmica que tem sido levantada nas redes sociais ao redor da CNBB.

Seja por provocações, seja por acusações, há um grupo ansioso por me colocar dentro desta controvérsia, publicando vídeos antigos e usando-os fora de contexto, como se eu estivesse “dando recados” para a CNBB. Tudo isso é falso e esta nota é a minha primeira manifestação a respeito deste tema.

No fundo, teria preferido ficar calado, pois penso que, na qualidade de simples presbítero, eu possa fazer pouco para resolver o problema. Poderia somente tentar acalmar os ânimos acirrados e exortar ao devido respeito à Igreja e aos seus legítimos pastores. Mas tentativas assim já foram feitas por outros sacerdotes e têm surtido pouco efeito. Além disto, não creio que aí se encontre verdadeiramente o remédio.

Sabe-se que, numa discussão, para que se alcancem os frutos desejados, é necessário que ambas as partes manifestem mútua benevolência e uma busca sincera do bem comum e da verdade. Caso contrário, a coisa não passará de acusações mútuas que desembocam num beco sem saída.

A meu ver, os temas a serem abordados neste diálogo encontram-se de forma completa no artigo de Dom Fernando Arêas Rifan, Bispo da Administração Apostólica Pessoal São João Maria Vianney.

Neste artigo, Dom Rifan:

1. Discorre de forma magistral a respeito da natureza e da necessidade das Conferências Episcopais;

2. Aconselha e exorta como um pai aos fiéis leigos;

3. E, como um irmão, convida os Bispos à reflexão.

Penso que se faltasse um destes três pontos a abordagem da questão estaria gravemente incompleta.