A Conferência Episcopal da Argentina emitiu uma nota comentando a vitória do aborto na votação desta quinta-feira (14/06) na Câmara dos Deputados daquele país. Seria melhor se não tivessem publicado nada.
Honestamente, acho que nem a nossa CNBB, com todos os seus inúmeros defeitos, produziria um texto tão tíbio, sobre um tema tão grave, num momento tão delicado. Os bispos fazem parecer que o mal provocado por um aborto é relativo e depende do que cada um pensa.
Leiam e tirem as próprias conclusões:
COMUNICADO DA COMISSÃO EXECUTIVA E DA
COMISSÃO EPISCOPAL DE PESSOAS E FAMÍLIAS LEIGAS (CELAF)
Toda a vida vale a pena
A Câmara dos Deputados da Nação aprovou o projeto de descriminalização do aborto. Como argentinos, essa decisão nos machuca.
Mas a dor do esquecimento e a exclusão dos inocentes devem ser transformados em força e esperança, para continuar lutando pela dignidade de toda a vida humana.
Continuamos a apoiar a necessidade de que, no debate legislativo que continua, possa haver diálogo. A situação das mulheres diante da gravidez inesperada, a exposição à pobreza, a marginalização social e a violência de gênero permanecem sem respostas. Acabou de adicionar outro trauma, o aborto. Ainda estamos atrasados.
Temos a oportunidade de buscar soluções novas e criativas para que nenhuma mulher tenha que fazer um aborto. A Câmara dos Senadores pode ser o lugar onde se desenvolvem projetos alternativos que podem responder a situações conflitantes, reconhecendo o valor de toda a vida e o valor da consciência.
Um diálogo calmo e reflexivo é necessário para responder a essas situações. Viver o debate como uma batalha ideológica nos afasta da vida de pessoas concretas. Se apenas procurarmos impor a nossa própria ideia ou interesse e silenciar outras vozes, continuamos a reproduzir a violência no tecido da nossa sociedade.