quarta-feira, 20 de março de 2019

É pecado comer carne de porco?

 
ÍNDICE

1.0 - A Revogabilidade da Lei de Deus
1.1 - Introdução
1.2 - Razões das Leis de Alimentações
1.3 - Observância do Pentateuco (Torah)
1.4 - A imutabilidade do caráter de Deus
1.5 - Ineficácia da antiga legislação
1.6 - É Possível Revogar a Lei de Deus?
1.7 - Os Dez Mandamentos Aperfeiçoados
1.8 - Lei Moral
1.9 - Lei Cerimonial
1.10 - Os judeus não faziam distinção da Lei
1.11 - Festa das Tendas Lv 23,33-36; Dt 16,13-17
1.12 - Dias de Festa 2Crônicas 31,3; Esdras 3,2
1.13 - Luas Novas 2Crônicas 31,3
1.14 - Quais Mandamentos?
1.15 - Atos 10,11-16 (A visão de Pedro)
1.16 - Gênesis 9,4 (Sangue)
1.17 - Deuteronômio 14,8 (Porco impuro/não rumina)
1.18 - Levítico 11,7-8 (Porco impuro/não rumina)
1.19 - Isaías 65,3-5; 66,17 (Os que comem carne de porco serão consumidos)
1.20 - II Coríntios 6,17 (Sai dessa/impuro)
1.21 - Atos 15,1-29 (Concílio de Jerusalém)
1.22 - ICoríntios 8, 8.10.13 (alimento não aproxima nem separa de Deus)
1.23 - Colossenses 2,16-17 (questão de comida ou bebida)
1.24 – Marcos 7,1-5.15-19/Mateus 15,11 -20 (comer com mãos sujas)
1.25 - I Timóteo 4,1-5 (não rejeitar coisa alguma que se usa com ação de graça) 
1.26 - 1Coríntios 10, 25-32 (Imolado ao ídolo/Comer de tudo que se vende no açougue)
1.27 - Utilidades do Velho Testamento
1.28 - 10 razões para diferenciar as leis

2.0 - SUÍNO
2.1 - O Suíno
2.2 - Suíno/benefício

1.0          - A Revogabilidade da Lei de Deus.

Ainda temos que obedecer integralmente o Velho Testamento? Paulo era favorável ao consumo de alimentos impuros?

1.1            - Introdução.

Quando Eles dizem “Cristo nos libertou da Lei” estão aludindo à Lei de Moises e não a Lei de Deus.

Não dá para entender porque eles não sacrificam animais a Deus até hoje.

Estes sacrifícios constam da Lei de Deus, confiram 2 Crônicas 31,3  ou Lucas 2,24.

Eles legalizam a restrição alimentar apontando para o Velho Testamento. Nós refutamos essa restrição mostrando o Novo Testamento. Eles mostram o “transitório” nós mostramos o “permanente”.

O Novo Testamento em suas inúmeras passagens diz que não precisamos seguir normas alimentícias do Velho Testamento. Eles contestam com perspicácia do coração e não com a razão.
O propósito das leis alimentares era separar os israelitas dos outros povos.

Aceitos os gentios no cristianismo, essa regra alimentar não tinha mais razão de ser.

“Na Tv Globo/Jornal Nacional de 09/02/19, foi noticiado que dentro de pouco tempo, no Brasil, serão feitos transplantes do Rim de porco para o homem”.

Que bom que o Senhor Deus na Sua imensa Sabedoria tenha criado um animal com órgãos bem semelhante ao nosso. Os que fazem hemodiálises que o digam.

(Assembleia de Deus)

“Na avaliação dos cientistas, pesquisadores e professores [que participaram do Zootec 2004, VI Congresso Internacional de Zootecnia e o XIV Congresso Nacional de Zootecnia, em Brasília], a alta tecnologia está transformando a suinocultura e trazendo resultados surpreendentes. Para se ter uma ideia das mudanças, eles agora elevam o suíno à categoria de indispensável na melhor qualidade de vida do homem. [1]

Se o objetivo de Levíticos 11 fosse a saúde, Deus certamente teria proibido o boi, por causa de seu alto nível de colesterol e permitido o coelho que é cientificamente mais do que comprovada uma das melhores carnes para o consumo, podendo ser dada até mesmo para recém-nascidos, algo que jamais pode-se pensar em fazer com a carne de boi, por exemplo. [2]

(Anti-adventistas)

“2- Quem tocasse no cadáver também ficava "imundo" até a tarde. Se isso significasse contaminado por germe, por que seria só até a tardeSerá que o germe só sobrevive até a tarde?

3- Um animal morto por si não podia ser comido por Israelitas, mas poderia ser vendido para estrangeiros e consumido por eles!!

Isso prova que as regras restrições alimentares não estavam relacionadas a ser nocivo a saúde!!

Dt 14:21  Não comereis nenhum animal que morreu por si. Podereis dá-lo ao estrangeiro que está dentro da tua cidade, para que o coma, ou vendê-lo ao estranho, porquanto sois povo santo ao SENHOR, vosso Deus”. [3]

Mary

“Quem desobedece a Deus nesta categoria de alimentação peca no mandamento: não matarás! Pois está encurtando o tempo de vida e não somos donos de nosso corpo nesta Terra.” [4]

É interessante esta colocação, mas pergunto: Você usa óleo de Soja? Se usar, está coerente com o que prega?

Quando você chupa bala, por exemplo, o que você faz com a embalagem (ou outra embalagem) Você está coerente? (preservar a natureza nada tem a ver com saúde do corpo?)

Você é obesa (o)? – Você está coerente com o que prega?

Se você come carne vermelha gordurosa, está coerente com o que prega?

Se você tem seios grandes e não faz cirurgia, está coerente com o que prega?
Se você adia qualquer cirurgia ou consulta médica, está coerente com o que prega?

Você faz a prevenção (homem também) regularmente?– Você está coerente com o que prega?

Se você quer ser coerente com o que prega, além da oncológica, deve fazer outras prevenções, faz?

(Católico)

O principio da lei (V.T.) é mantido quando a Bíblia no Novo Testamento sempre indica a importância da santidade e da pureza (em todas as áreas da vida), que são as marcas de um santo (de um separado, consagrado a Deus). Restrições alimentares, portanto, já não são necessárias.  [5]

(Católico)

“No judaísmo, pautado pela Lei de Moisés, havia e há, ainda hoje, uma rígida distinção entre alimentos puros e impuros. Ora, para o cristianismo tal distinção não tem mais nenhum valor. O próprio Jesus afirma isto claramente: “‘Nada há no exterior do homem que, penetrando nele, o possa tornar impuro...’ Assim ele declarava puros todos os alimentos” (Mc 7,14.19)...

É isto que São Paulo diz aos gálatas. Leia a Epístola! Isto é central no cristianismo: nós não temos mais nenhuma obrigação de cumprir os preceitos do Antigo Testamento! A única lei nossa é a lei do Novo Mandamento, a lei do amor: amar a Deus e aos irmãos como Jesus...até a morte, até dar a vida! “Não devais nada a ninguém, a não ser o amor mútuo, pois quem ama o outro, cumpriu a Lei. Portanto, a caridade (= o amor) é a plenitude da Lei” (Rm 13,8-10).”
[6]

(Católico)
Será preciso lembrar que as disposições concernentes a Israel no Antigo Testamento tinham caráter de preparação para a vinda do Messias — por conseguinte, caráter provisório e figurativo de realidade vindoura ainda mais rica de conteúdo. A escolha do povo de Israel não tinha outro sentido no plano de Deus senão o de criar, em meio à corrupção doutrinária e moral crescente através dos séculos, um núcleo de fiéis que, nutrindo a crença e a esperança no verdadeiro Deus, se tornasse o receptáculo e transmissor das graças messiânicas para o mundo inteiro. [7]

“Devemos observar ainda, que todas essas leis cerimoniais foram ab-rogadas depois de Jesus Cristo... Considerados no seu significado típico e simbólico, os ritos escritos no Levítico continuam e continuarão a ser instrutivos.” Introdução ao Levítico – Bíblia Sagrada – Edições Paulinas. 

1.2 - Razões das Leis de Alimentações.

As razões de Deus ter criado as Leis de alimentações está explicitamente na Bíblia.

A Lei era uma diferenciação do Povo Consagrado.
Lv 20,24: ... que vos separou dentre os povos.
Lv 20,26: ... Eu vos separei dos outros ...

O texto sagrado não diz que a restrição alimentar esteja ligada à saúde, mas deixa explícito que tem a ver com santidade.
Lv 19,2: ... sede santos,... 
Lv 20,26: Sereis para mim santos...

1.3 - Observância do Pentateuco (Torah).

Se a observância do Pentateuco fosse primordial para a Salvação, fica uma pergunta; porque Jesus não ensina isso?

Jesus ensina e ratifica que seus ensinamentos é que são essenciais para nossa Salvação.

Perguntaram a Jesus o que se deve fazer para praticar as obras de Deus. A resposta não foi guardar certo dia, nem a lei e nem os Dez Mandamentos, e sim acreditar Nele.

Jo 6,28: perguntaram então: “Que devemos fazer para praticar as obras de Deus?”

Jo 6,29: Jesus respondeu: “A obra de Deus é que acrediteis naquele que ele enviou”.

Os ensinamentos de Jesus não são no sentido de observar o Pentateuco e sim Seus ensinamentos.
1Jo 3,23: este é o seu mandamento: que creiamos no nome do seu Filho...

Jo 13,34Eu vos dou um novo mandamento: amai-vos uns aos outros...

Jo 14,15: se me amais, observareis os meus mandamentos.

Jo 14,21: Quem acolhe e observa os meus mandamentos, esse me ama...

Jo 15,10: se observardes os meus mandamentos, permanecereis no meu amor,...

1.4 - A imutabilidade do caráter de Deus.

(Adventista)

Com a destruição de toda vida vegetal durante o dilúvio..., surgiu uma emergência a que Deus fez frente dando permissão para comer a carne de animais.

Promulgaram-se novas instruções escritas acerca de animais limpos e imundos (Lev. 11; Deut. 14).

A imutabilidade do caráter de Deus (Tia. 1: 17) exclui a possibilidade de se interpretar esta passagem como uma permissão para sacrificar e comer qualquer animal. Os que eram imundos para um propósito não podiam ser limpos em outro. [8]

- É certo que o caráter de Deus não muda, mas, leis alimentícias não são “sombras” do caráter de Deus. Primeiro comiam se plantas depois carne de animais etc, mudou somente a Lei, mas não o caráter de Deus.

Criaturas não pode mudar Lei Divina, mas e o próprio Deus?
As alterações que Jesus fez não implica na mudança do caráter de Deus.

Falando sobre a Lei perfeita, (Tg 1,25) Tiago cita a Lei já aprimorada de Jesus. Esses ensinamentos é mudança da Lei de Deus sem alterar Seu caráter. Queiram ou não a Lei de Deus foi alterada, mas a Essência não.

Tg 1,26: ..., mas não refreia a sua língua, engana-se a si mesmo: a sua religiosidade é vazia.

Tg 1,27: ...: assistir os órfãos e as viúvas ... e guardar-se livre da corrupção...

Tg 2,13: ...; a misericórdia, porém, triunfa sobre o julgamento.

Tg 2,18: ..., que eu te mostrarei a minha fé a partir de minhas obras!

Tg 3,8:   mas a língua,...: ela é um mal que não desiste e está cheia de veneno mortífero.

Tg 3,17: a sabedoria, ... é, ...cheia de misericórdia e de bons frutos, ... e sem fingimento.

Tg 4,4:    adúlteros,... todo aquele que pretende ser amigo do mundo torna-se inimigo de Deus.

Tg 4,11: ... Quem fala mal ... Ora, se julgas a Lei, não és cumpridor da Lei, mas sim, seu juiz.

Tg 4,17: aquele que souber fazer o bem, e não o faz, peca.

Tg 5,16: confessai os vossos pecados uns aos outros, ...

1.5 - Ineficácia da antiga legislação.

Diz o autor da Carta aos Hebreus: “Está abolida a antiga legislação (ver nota em seguida), por causa de sua ineficácia e inutilidade. Pois a lei nada levou à perfeição. Apenas foi portadora de uma esperança melhor que nos leva a Deus” (Hb 7,18-19).

Nota: “NÃO está escrito antiga legislação referente “LEI CERIMONIAL”, por quê? Simples; é que os judeus não faziam essa separação.”

Os mandamentos do Decálogo, considerados por uns como irrevogáveis, São Paulo diz outra coisa: o amor mais a caridade é o pleno cumprimento do Decálogo. E daí?

Segundo São Paulo, as Leis do Novo Testamento se resumem em Amor a Deus e ao próximo.
(Rm 13,8-10). 8 ... eles se resumem nestas palavras: Amarás o teu próximo como a ti mesmo. 10 A caridade não pratica o mal contra o próximo. Portanto, é o pleno cumprimento da Lei.  

Diz Jesus: “Não julgueis que vim abolir a lei ou os profetas. Não vim para os abolir, mas sim para levá-los à perfeição” (Mt 5,17).
A antiga Lei era imperfeita. O próprio autor da Carta aos Hebreus o confessa: “Se a primeira aliança tivesse sido sem defeito, certamente não haveria lugar para outra” (Hb 8,7).

Não foi somente um ou outro ponto que Jesus aboliu. É toda a Lei. Atenção, é toda a Lei, quer seja de Deus ou de Moisés.

1.6 - É Possível Revogar a Lei de Deus?

O que diz Paulo?

2Cor 3,7-11 - (7) Se o ministério da morte, gravado em pedras com letras, foi cercado de tanta glória que os israelitas não podiam fitar o rosto de Moisés, por causa do seu fulgor, ainda que passageiro, (8)quanto mais glorioso não será o ministério do Espírito? (9)Pois, se o ministério da condenação foi glorioso, muito mais glorioso há de ser o ministério da justificação. (10)Em comparação com esta glória muito superior, já não aparece mais como glória o que naquela época tinha sido glorioso. (11)Pois, se o que era passageiro foi marcado de glória, muito mais glorioso será o que permanece.

Nesse texto Paulo está mencionando Êxodo.

Ex 34,28-30 confira:

(28) Moisés ficou ali com o Senhor quarenta dias e quarenta noites, sem comer pão nem beber água, e escreveu nas tábuas as palavras da aliança, os dez mandamentos. (29) Quando Moisés desceu da montanha do Sinai, trazendo na mão as duas tábuas da aliança, não sabia que a pele de seu rosto resplandecia por ter falado com o Senhor. (30) Aarão e os israelitas todos, vendo o rosto de Moisés resplandecente, tiveram medo de aproximar-se dele.

Versículos que se entrelaçam.

2Cor 3,7 – gravado em Pedras          - com Ex 34,28 - escreveu em tábuas (pedra Ex 34,1 e Dt 10,1)
2Cor 3,7 -  não podiam fitar o rosto - com Ex 34,30 – tiveram medo
2Cor 3,7 – por causa do seu fulgor   - com Ex 34,29 -  rosto resplandecia

Continuando análise do texto de Paulo:

2 Coríntios (3,9) - se o ministério de condenação foi glorioso, “muito” mais glorioso há de ser o ministério da “justificação”.  Em outras palavras: Se o decálogo foi glorioso, agora, os ensinamentos de Cristo serão mais gloriosos ainda.

2 Coríntios (3,11) - os Mandamentos (V.T.) são identificados por Paulo como: “passageiro”, nesse mesmo versículo, Paulo identifica os ensinamentos de Cristo como: “o que permanece”.

Com isto fica claro que o Decálogo foi “transitório”, e o que é transitório não permanece para sempre, isto é, foi passível de alterações.

Ele (o Decálogo ou as dez Palavras) foi aperfeiçoado, não suprimido (Mt 5,17).

Não devais nada a ninguém, a não ser o amor mútuo, pois quem ama o outro, cumpriu a Lei. Portanto, a caridade (= o amor) é a plenitude da Lei (Rm 13,8-10).

Quem estaria com a razão Paulo ou Eles?

1.7 - Os Dez Mandamentos Aperfeiçoados.
(Evangélico)

"A Lei Moral ou Lei de Deus (Dez Mandamentos) vem da eternidade. Os princípios desta Lei são base do governo de Deus. São imutáveis como o Seu Legislador. A Lei é por natureza indestrutível, nem um mandamento pode ser tirado do Decálogo. Permanece todo ele irrevogável e assim permanecerá para sempre... Lucas 16:17." [9]

Para Eles as Leis Levíticas (ou Torah – os 5 primeiros livros) foram abolidas por Cristo, mas os Dez Mandamentos que estavam dentro da Arca da Aliança são irrevogáveis.

Mas, a própria Bíblia não usa Leis do Senhor referindo somente a Lei do Senhor, Lei de Moisés referindo somente a Lei de Moisés.

-O Próprio Cristo diz que o Mandamento “não matar” foi dado por Moisés cf João 7,19.

Jo 7,19: Moisés não vos deu a Lei? ... Por que procurais matar-me?”

“Não matar” faz parte do Decálogo, fica uma pergunta; É Lei de Deus ou de Moisés?

Resposta – É que os judeus não faziam distinção de Lei.

Nas maldições do capítulo 27 de Deuteronômio, os preceitos morais e cerimoniais não são separados. Sabe por quê?

- Porque para os judeus não existia separação de Lei.

Dt 27,15: Maldito seja o homem que fizer uma escultura ou imagem fundida ...

Dt 27,21: Maldito quem tiver relações com algum animal! ...

Dt 27,24: Maldito quem matar o próximo à traição!...

Dt 27,25: Maldito quem aceitar suborno para assassinar...

-Em 2 Crônicas (34,14) o livro das leis cerimoniais é chamado “Lei do Senhor”, já em Esd (7,6) o mesmo livro é chamado de “Lei de Moisés”.

2Cr34,14:... descobriu o livro da Lei do Senhor, dada por Moisés.

Esd 7,6: ... bom conhecedor da Lei de Moisés, dada pelo Senhor...

-Em Neemias o livro das leis cerimoniais é chamado “Lei de Moisés”; alguns versículos depois é chamado de “Lei de Deus”. E a distinção de moral/cerimonial?

-NE 8,1: ... o livro da Lei de Moisés
-NE 8,8: ... livro da lei de Deus

Há quem ensina ser o Decálogo uma lei moral, enquanto a parte da legislação que trata das cerimônias de sacrifícios e festas religiosas é chamada de lei cerimonial.

Esse pensamento não é bíblico. Os judeus não dividiam sua lei em moral e cerimonial etc.

A lei de Deus é todo o Pentateuco (Js 24.26; Ne 8.8,18). 

Js 24,26: ... no livro da Lei de Deus...
NE 8,8: ... o livro da Lei de Deus...
NE 8,18: ... o Livro da Lei de Deus...

Para os judeus não havia distinção entre os Dez Mandamentos e a Torah (Pentateuco).

Não existe qualquer menção na Bíblia que diga que determinada Lei é Moral etc..

No Novo e no Velho Testamento “Lei” aparece 597 vezes; em nenhuma delas é especificado “moral” ou “cerimonial” “ou...”.

terça-feira, 19 de março de 2019

Arquidiocese de Juiz de Fora enviará padres a Brumadinho (MG)


Nos meses de março e abril, a Arquidiocese de Juiz de Fora enviará sacerdotes para o município de Brumadinho (MG). A cidade foi atingida no mês de janeiro por rejeitos de mineração após o rompimento da barragem da Mina Córrego do Feijão. O desastre deixou 206 mortos e 102 desaparecidos, além da devastação ambiental e prejuízos materiais.

A iniciativa, nomeada “Missão Solidariedade Brumadinho”, já tem previsto o envio de quatro grupos de padres. O primeiro deles viaja para a cidade da região metropolitana de Belo Horizonte nesta quarta-feira, 20, e lá permanece até o dia 22. A equipe missionária é composta pelo vigário geral da Arquidiocese, Monsenhor Luiz Carlos de Paula, pelo vigário episcopal para o Mundo da Caridade, Padre José de Anchieta Moura Lima, e pelos padres Luiz Eduardo de Ávila e Felipe de Castro Costa.

A ida do segundo grupo, que contará com a presença do arcebispo metropolitano de Juiz de Fora, Dom Gil Antônio Moreira, está prevista para o dia 29 de março. Com ele, estarão o vigário episcopal para Educação, Comunicação e Cultura, Padre Antônio Camilo de Paiva, e o diácono permanente Clesson Francisco Millen, que é psiquiatra.

Presidência da CNBB envia nota de solidariedade à diocese de Mogi das Cruzes


NOTA DE SOLIDARIEDADE DA CNBB
À DIOCESE DE MOGI DAS CRUZES
Brasília-DF, 19 de março de 2019

Prezado Irmão, dom Pedro Luiz Stringhini,

No 7º dia do trágico fato ocorrido na escola estadual Raul Brasil, em Suzano, na região metropolitana de São Paulo que resultou na morte de cinco alunos, duas funcionárias, um comerciante e dos próprios autores do atentado, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), depois de refletir e rezar, envia um abraço fraterno de solidariedade ao senhor, às famílias das vítimas, à comunidade escolar atingida por essa violência e a todas as comunidades da Diocese de Mogi das Cruzes.

A Escola, no dizer do Papa Francisco, é o lugar da prática esperança e da não violência: “Com efeito, a educação é fazer nascer, é fazer crescer, coloca-se na dinâmica do dar a vida. E a vida que nasce é a fonte mais borbulhante de esperança: uma vida orientada para a busca da beleza, da bondade, da verdade e da comunhão com os outros em vista de um crescimento comum. Estou convicto de que os jovens de hoje têm sobretudo necessidade desta vida que constrói futuro” (Plenária da Congregação Católica, fev, 2017).

A violência praticada em qualquer parte e com qualquer filho ou filha de Deus é um pecado que clama aos céus, mas quando se dá no ambiente escolar, colhendo vidas de adolescentes inocentes, aterrorizando crianças e tornando protagonistas outros jovens marcados pelo desejo de matar forma-se um quadro que deve levar-nos a uma profunda reflexão sobre a cultura da morte que tanto se expande em nossos tempos. Uma cultura que se manifesta nos discursos de ódio, sobretudo nas redes sociais, no recurso fácil às armas e na banalização da vida humana.

Desajustados tentaram ser amados. Não conseguiram, então tentam ser temidos



É famosíssimo o extrato de Maquiavel, no mais famoso speculum principis do Ocidente, o libreto O Príncipe: é desejável ser amado e temido, mas, caso seja necessário escolher apenas um deles, é mais seguro ser temido do que amado, pois as pessoas temem mais ofender quem se faz temer do que quem se faz amar (Livro XVII). Apesar do choque da exposição, é uma constatação óbvia, que qualquer malandro, ladrão, psicopata, bicheiro, traficante, gigolô e desajustado de menor potencial ofensivo já traz em seu DNA.

Maquiavel foi talvez o principal pensador a definir o que é isso que chamamos hoje de modernidade, inclusive em termos científicos, através de uma manobra simples e drástica: a separação, na ciência política, da prática e da moral. As áreas de estudo passaram a caminhar cada vez mais apartadas, e o que antes era feito como um ato de maldade, falha da carne e queda da graça passou a ser mera descrição “científica”. Os efeitos chocantes foram imediatíssimos.

Os maiores revolucionários do mundo beberam muito da fonte maquiavélica: Napoleão Bonaparte escreveu notas sobre todo O Príncipe, que são consideradas definitivas até hoje. Marx o tinha como um dos seus filósofos preferidos e leitura de cabeceira. Lenin, fidelíssimo a uma lição maquiavélica de tomada de poder de outro príncipe (não deixar seus descendentes vivos), mandou fuzilar toda a família Romanov, incluindo cinco filhos (leninistas pululam com a maior normalidade em qualquer curso de História ou Ciências Sociais hoje). Toda a “filosofia” de Antonio Gramsci, o guru intelectual do PT, é um copy/paste de Maquiavel, falando do Príncipe moderno: o Partido.

Os resultados são conhecidos – embora, como Maquiavel, Marx, Lenin e Gramsci sejam do cânone acadêmico, o exercício mais comum das Universidades seja fugir às suas conseqüências mais inescapáveis, e tratar como “extremista” qualquer posição que torça o nariz para suas idéias.

Não é preciso ser propriamente um leitor de Maquiavel para ser maquiavélico, neste sentido. Qualquer desajustado tentou esta “jornada do herói”. tentou ser amado, just like everybody else does. Tentou ser, afinal, admirado. Ter algum prestígio. Ser reconhecido como um líder. Ser o 01. Habitar os pensamentos de alguém além de si próprio. Ser lembrado.

Quando não se é aceito, um outro sentimento vem junto. Não é um amor que se transforma em ódio, como é comumente dito: é um amor não-correspondido que exige obediência e não aceita a vergonha. No dizer de Dante, um “amor, que ao amado não perdoa o não amar”.

Se não é amado, admirado, nem mesmo acolhido, aceito, ou nem sequer tolerado, ele ainda quererá o mesmo: ser lembrado. Ter algum prestígio. Ser reconhecido como um líder. Ser o 01. Habitar os pensamentos de alguém além de si próprio. Ser lembrado. Se não pelo amor, pela dor.

Erra muito feio quem fala simplesmente em “ódio”, como se fosse pura aversão monomaníaca que gerasse  massacres. É uma vontade de glória, ainda que para mentes doentias. A glória é ser cantado em hinos até muito tempo depois de sua morte. É fazer com que os menestréis do futuro contem a sua história. Se não podem como heróis, tentarão como vilões. É a dúvida de Aquiles na Ilíada: morrer jovem e glorioso na guerra ou velho e esquecido no oblívio? Aquiles tinha uma vida já invejável. A decisão se torna bem mais fácil quando sua vida é de um adolescente solitário e desajustado.

O terrorismo é hediondo, seja racista ou islâmico

Os terroristas, racistas ou islâmicos, usam os mesmos métodos com o mesmo objetivo: separar as sociedades ocidentais em comunidades definidas pela hostilidade mútua.


Não, o terrorismo racista não é pior do que o terrorismo islamista ou do que o terrorismo da extrema-esquerda. Todos os terrorismos são hediondos, embora haja muita gente para quem parece ser mais fácil condenar uns do que outros. Mas o terrorismo é sempre o que vimos na Nova Zelândia a semana passada ou em Paris em 2015: assassinos cobardes a matar pessoas indefesas. Dostoievsky, em Os Possessos, ou Conrad, em O Agente Secreto, descreveram estas personagens e os respectivos novelos de delírio e de manipulação política, e desde então ninguém inventou mais nada. Racistas, islamistas ou, como ainda era costume nos anos 70, marxistas-leninistas, são sempre os mesmos autodidactas que leram um livro ou que, nos dias que correm, viram uns vídeo da internet, e se convenceram de que tinham percebido tudo, ao ponto de ter o direito de precipitar o apocalipse. O terrorismo, antes de ser usado em estratégias políticas, começa sempre por ser um exercício de narcisismo para falhados.

Não por acaso, o ataque racista da Nova Zelândia  lembra os ataques islamistas de Paris. Racistas e islamistas podem distinguir-se em muita coisa, que os seus métodos são os mesmos, e o objectivo também é comum: separar as sociedades ocidentais em comunidades definidas pelo medo e pela hostilidade, como preparação para uma guerra civil. Racista, islamista ou esquerdista, o terrorismo, chamem-lhe “jihad” ou “luta armada”,  é fundamentalmente só um.

Que fazer? Três coisas, pelo menos.

Em primeiro lugar, nunca tratar os terroristas como representantes de quem quer que seja, como se a violência fosse a origem de um mandato, segundo o mau hábito adquirido nas “lutas de libertação” do pós-guerra. Não, os terroristas islâmicos não representam o Islão, mas os terroristas racistas também não representam o nacionalismo ocidental. Numa sociedade livre e plural, o terrorismo não tem razão de ser, a não ser precisamente a da falta de representatividade e de argumentos de quem a ele recorre. Por isso, ao terrorismo resiste-se, antes de mais, com vigilância e repressão. Não deve haver nenhuma dúvida a esse respeito. Foi assim que se destruiu o terrorismo da extrema-esquerda nos anos 70: enfrentando os seus protagonistas, até estarem presos ou mortos. É assim que o terrorismo islâmico tem recuado, depois da derrota do ISIS na Síria. É assim que se deve lidar com racistas como o assassino de Christchurch. Os terroristas não se convencem: vencem-se.

Brenton Tarrant, terrorista do ataque à Nova Zelândia, não tinha nada de “direita”

Radical propunha ambientalismo eco-fascista, anti-imperialismo e antissemitismo

O autor do atentado na Nova Zelândia – Brenton Tarrant – já é classificado, como de praxe, pela grande mídia e pelos precoces analistas de esquerda como espécime exemplar de direitista.

Contudo, para variar, estão sendo desonestos.

Brenton estava vinculado ao pensamento eurasiano-duguinista da Quarta Teoria Política (QTP). Assunto exótico, excêntrico e onde impera a total ignorância dos analistas da grande mídia. Leitores conservadores brasileiros puderam ter insights a respeito da linha de pensamento a partir da leitura do debate entre Olavo de Carvalho e Alexander Dugin – ideológo de Vladimir Putin e importante teórico da “QTP” que tem por objetivo aberto reunir o que há de “melhor” no comunismo, no fascismo e no liberalismo. Foi um confronto emblemático acerca do que creem conservadores ocidentais e do que creem os adeptos do “‘conservadorismo’ revolucionário” de Dugin, Brenton e companhia.

Tudo isso pode ser observado no manifesto do sujeito, divulgado e analisado pelo site Politz, do qual pinça-se importantes trechos aqui.

Capa do manifesto. Seus eixos: anti-imperialismo, ambientalismo, mercados “responsáveis”, comunidades livres de vício, lei e ordem, autonomia étnica, proteção a herança e cultural e direitos dos trabalhadores.
 
Como se pode facilmente perceber, mesmo entre analistas de esquerda de calibre mais elevado, há total desconhecimento sobre temas caríssimos para tipos como Brenton, como a própria QTP, eurasianismo e duguinismo, além de paganismo e neopaganismo do leste e norte europeu (muito importantes para esses grupos), arqueofuturismo, eco-fascismo e outros. Porém, o desejo de politizar mais uma tragédia e de alimentar a narrativa maniqueísta que identifica a mesma esquerda proponente do terrorismo urbano (guerrilha) e simpática a grupos como Hamas e Hezbollah com o bem e qualquer forma de direitismo com o mal prevalece.

Para surpresa de muitos esquerdistas autoproclamados iluminados, eles devem por a cabeça no travesseiro essa noite e refletir sobre a quantidade incrível de semelhanças entre essas linhas de pensamento excêntricas, Brenton e eles próprios: ambientalismo radical, anti-imperialismo (o eurasianismo, obviamente, é anti-Ocidental e antiamericano), anticonservadorismo (sim, sim), antissemitismo e mais.

A culpa não é da arma, é da destruição de família


Após o assassinato de crianças em Suzano, pululam explicações simplistas. O real problema permanece: os mesmos que querem controlar as armas também querem destruir a família
Tão logo se teve notícia do horrendo assassinato em massa numa escola em Suzano (SP), ocorreu a segunda tristeza quase inevitável em uma sociedade que perdeu a noção de luto e sagrado: a politização e tentativa de lucro político sobre a tragédia. Após a primeira eleição descaradamente ideológica do país, com a segurança determinando o vencedor, a principal tentativa de dividendos políticos sobre o massacre envolveu a liberação das armas.



As principais tentativas de auferir lucrinhos pessoais e políticos vieram da esquerda, que promoveu o estatuto do desarmamento e as políticas de foco na “ressocialização” que determinaram o estado da segurança brasileira nos últimos anos. Mas também nosso vice-presidente culpou… videogames.



 

O debate é manjado, e quase tudo o que poderia ser dito já foi dito (e deveria ser dito em outra hora, não durante o luto). Armas são instrumentos. E, afinal, são praticamente proibidas no Brasil atual: seria como alguém advogar que devemos proibir o crack para melhorar a situação da Cracolândia. Uma sandice que ninguém na esquerda diria – mas que é repetida como um estudo científico irrefutável a cada frase no debate sobre armas.



É claro que a culpa primordial de um assassinato é do assassino – ou melhor, seria claro, não vivêssemos tempos em que a ideologia surpassa a realidade. Qualquer feminista diz isso no caso de um estupro – mas imediatamente inverte o discurso no caso de um assassinato: aí, a única binaridade que consegue entender é a da luta de classes, colocada no lugar de “homem x mulher” (pensados sempre como entidades arquetípicas coletivas).



É notoriamente brilhante a definição de Theodore Dalrymple: 



A única causa inquestionável da violência, tanto política como criminosa, é a decisão pessoal de a cometer. (Excluo aqueles casos raros nos quais está em jogo uma malformação neurológica ou distúrbio fisiológico). Deste modo, qualquer estudo sobre a violência que não leve em conta os estados de espírito é incompleto e, na minha opinião, seriamente insuficiente. É Hamlet sem o Príncipe.



Ainda assim, muitos componentes podem ser colocados como adicionais à decisão de um indivíduo de puxar o gatilho em termos psicológicos, de segurança pública, políticas policiais ou mera sociologia criminológica. São elementos que podem ajudar a entender o histórico, o ambiente, as circunstâncias e, não raro, a loucura que leva um ser humano a matar outro – e nunca, como é o vezo da classe falante atual, serem considerados os elementos determinantes, excluindo o monólogo interno e o “ser ou não ser”.

Bispos alemães anunciam "processo sinodal" para debater celibato e moral sexual


O Arcebispo de Munique e Freising, Cardeal Reinhard Marx anunciou que a Igreja Católica na Alemanha está embarcando em um "processo sinodal" para abordar e debater o que denomina como sendo as três questões principais decorrentes da crise do abuso clerical.

O também presidente da Conferência Episcopal Alemã se refere às três questões como: celibato sacerdotal, ensinamentos da Igreja sobre moral sexual e redução do poder clerical.

Ao concluir a sessão plenária dos bispos alemães no dia 14 de março, o Cardeal Marx disse em uma coletiva de imprensa que os bispos decidiram por unanimidade "empreender um processo sinodal vinculante como Igreja na Alemanha, que permitirá um debate estruturado e se desenvolverá dentro de um período estabelecido".

"As investigações sobre os abusos e, consequentemente, a necessidade de realizar novas reformas mostram que: a Igreja na Alemanha está vivendo uma reviravolta", sustentou.

Neste contexto, o Cardeal Marx disse que o ensinamento da Igreja sobre a moral sexual ainda não levou em consideração as descobertas recentes e significativas da teologia e das humanidades e que o significado da sexualidade para a pessoa ainda não recebeu atenção suficiente da Igreja.  

Os bispos "sentem que muitas vezes somos incapazes de falar sobre questões de comportamento sexual atual", indicou o Purpurado.

O Arcebispo de Munique também disse que os bispos alemães apreciam o celibato sacerdotal como uma "expressão do vínculo religioso com Deus" e não querem simplesmente renunciar a ele; no entanto, há também a necessidade de compreender até que ponto essa norma faz parte "do testemunho dos sacerdotes em nossa Igreja".

Sobre o abuso clerical de poder, o Purpurado disse que constitui uma traição à confiança das pessoas que precisam de estabilidade e orientação religiosa. Portanto, o "processo sinodal" estaria encarregado de identificar quais medidas deveriam ser tomadas para alcançar "a necessária redução do poder (clerical)".