No sábado, 9 de novembro, o Papa Francisco
recebeu no Vaticano Pe. Mario Ghisaura, um sacerdote que foi duramente atacado
pela extrema esquerda da Argentina no início deste ano.
A Sala de Imprensa do Vaticano só informou
sobre o encontro e não deu detalhes do mesmo.
Pe. Ghisaura é pároco de Nossa Senhora de
Fátima, no bairro de Isla Maciel, na diocese argentina de Avellaneda-Lanús.
No início deste ano, o sacerdote foi duramente
atacado por setores da extrema esquerda que solicitaram sua retirada após a
decisão de cobrir em um templo algumas imagens como a do Pe. Carlos Mugica,
referência da teologia da libertação e membro do Movimento Sacerdotes do
Terceiro Mundo, assassinado em 1974.
O Movimento de Sacerdotes para o Terceiro
Mundo foi fundado em 1967, na Argentina, e teve um acentuado viés político e
social. Esteve formado principalmente por sacerdotes ativos em vilas de miséria
e bairros de operários. Vários de seus membros participaram de organizações
guerrilheiras.
Pe. Ghisaura também decidiu retirar as imagens
das ‘Mães da Praça de Maio’, que após o fato solicitaram ao Bispo de
Avellaneda-Lanús, Dom Rubén Frassia, a retirada do sacerdote.
Em 25 de fevereiro deste ano, o jornal ‘La
Prensa’ fez um relato desses fatos e divulgou algumas declarações do anterior
administrador paroquial, Pe. Francisco Olveira, que se manifestou várias vezes
a favor do aborto.
"Queremos guardar a memória de um Jesus
subversivo", disse o sacerdote em um vídeo no qual apareceu cercado pelas
‘Mães da Praça de Maio’. "Não vamos permitir que o mural das Mães, com o
rosto de Hebe e os desaparecidos de Isla Maciel, seja tapado. Estamos em pé de
guerra. Se eles continuarem avançando, iremos juntos".
Em fevereiro de 2018, em uma entrevista publicada no YouTube, Pe. Olveira reconheceu que, devido a suas posições,
“tinha, mais do que qualquer outra coisa, digo isso como uma piada, mas é
verdade, um prontuário. Não era fácil que qualquer bispo me recebesse”.
Nessa oportunidade, também disse que “João
Paulo II e Bento XVI foram papados muito conservadores e os bispos nomeados
desde então também eram, na grande maioria, de uma linha muito conservadora.
Isso está mudando”.
O sacerdote também se expressou a favor da
Igreja ter uma papisa: “Teríamos que ter uma mulher Papa há muitos anos, mas
bem, a Igreja também faz parte de uma sociedade que é patriarcal e se alimentam
mutuamente. A Igreja alimentou o patriarcado durante muitíssimo tempo e hoje
ainda é uma das instituições mais patriarcais que há”, afirmou.