Dezenas de fiéis chegaram na manhã de sábado,
9 de novembro, à paróquia da Assunção, em Santiago, Chile, para limpar e
ordenar a igreja que foi atacada por manifestantes no dia anterior.
Na sexta-feira, enquanto ocorria uma nova
manifestação em Santiago, um grupo de encapuzados forçou a entrada na Paróquia
da Assunção para roubar os bancos, confessionários e imagens religiosas para
armar barricadas com estes objetos.
No interior da igreja, os vândalos picharam as
paredes, pilares e o altar com fortes frases e insultos à igreja. Depois, foram
para queimar a Universidade Pedro de Valdivia, que ficava na frente da calçada.
Os jovens e adultos que foram ao templo no dia
seguinte limparam e juntaram os pedaços das imagens destruídas, recolheram os
vidros quebrados, entre outras ações.
O pároco, Pe. Pedro Narbona, agradeceu o apoio
daqueles que se preocuparam durante os ataques e também pela solidariedade
gerada.
"Despertou-se uma corrente de vida
solidária, de preocupação, de oração, de vir hoje, de trazer materiais e deixar
horas de suas coisas pessoais para nos ajudar a limpar toda a sujeira",
assinalou.
Além de expressar sua dor pelo que aconteceu,
Pe. Narbona expressou que a Igreja “é construída com pedras vivas, que são
aqueles que vieram ajudar. Ainda que fique somente um cristão católico
apostólico romano que viva coerentemente a sua fé e seu amor a Jesus Cristo,
vai existir a Igreja Católica, porque a Igreja é mais que as tábuas”.
Hortencia Cereceda, vizinha da paróquia há 20
anos e uma das voluntárias que ajudaram a limpar, manifestou que presenciaram o
que aconteceu com “muita dor. Tentamos dialogar com as pessoas que vieram para
saquear, mas foi impossível”.
“Agora, queremos ser uma contribuição para
limpar e que esta paróquia volte a ser um local de encontro. A igreja não são
as paredes, somos todas as pessoas que queremos uma mudança. Temos que voltar a
nos encontrar, temos que entender que a violência não é a forma para
solucionar. Eu estou por reconstruir um conceito de país unido e em paz”,
expressou à comunicação da Arquidiocese de Santiago.
No domingo, 10 de novembro, Pe. Narbona, o
vigário da Zona Centro, Pe. Francisco Llanca, o Bispo Auxiliar de Santiago, Dom
Cristián Roncagliolo, e dezenas de fiéis se reuniram no templo para realizar
uma liturgia de reparação. Além de rezar e pedir perdão a Deus, os fiéis
beijaram a imagem de um Cristo crucificado que foi salvo do ataque e rezaram o
Mês de Maria, que começou em 8 de novembro no país.
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ACI Digital
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