quinta-feira, 18 de fevereiro de 2021

Governo chinês estabelece normas para nomeação de bispos sem participação do Vaticano



O acordo entre o governo comunista chinês e o Vaticano foi renovado em outubro de 2020, mas os termos do acordo nunca foram totalmente divulgados. Assista uma análise completa sobre o acordo no final do artigo.

Se você vai jantar com o diabo, diz um velho ditado inglês, você precisará de uma colher muito comprida. Imagino que a diplomacia vaticana, uma das mais antigas e eficazes do mundo, os prometeu com muita alegria quando Pequim se abriu para negociar um acordo com a Santa Sé, ou seja, com a própria Igreja Católica.

O resultado pode ser um triunfo maravilhoso para o Vaticano, para o pontificado de Francisco, em muitos aspectos, pelo menos um golpe em sua imagem. Por si só, normalizar as relações diplomáticas com o gigante asiático pela primeira vez na história recente seria um passo gigantesco, permitindo que os canais oficiais pressionassem a favor da população católica chinesa, condenada à perseguição, ostracismo e cisma.

Os chineses não parecem se sentir limitados pelo acordo. Desde o seu anúncio – que permanece em segredo nos seus detalhes – temos narrado a crescente perseguição aos clérigos e fiéis chineses por parte do governo de Pequim, como advertiu desde o início o arcebispo emérito de Hong Kong, cardeal Joseph Zen., Que, embora ele conhece bem seus compatriotas do PCCh, pregou no mais absoluto deserto.

As autoridades decretaram o que os padres deveriam pregar em suas igrejas (e quais não), como eles deveriam incluir elogios ao socialismo (incompatível) com características chinesas em suas pregações, ou como os fiéis deveriam substituir imagens e crucifixos em suas casas por imagens de Mao ou Xi Jinping.

De acordo com o site ACI Digital, segundo as novas normas que entrariam em vigor a partir de 1º de maio, a Associação Patriótica Católica Chinesa (APCC), controlada pelo governo comunista, será a instituição que selecionará e aprovará os bispos. O texto não menciona o Vaticano no processo.

Decreto prevê que funcionários do Vaticano podem perder o emprego se recusarem a vacina contra COVID-19



Em decreto emitido no início deste mês, o cardeal que lidera o Estado da Cidade do Vaticano, o Arcebispo Giuseppe Bertello, dispôs que os funcionários que se recusarem a receber a vacina contra a COVID-19 sem motivos de saúde poderão enfrentar multas e até a rescisão do seu contrato de trabalho.

O decreto de 8 de fevereiro do Cardeal Bertello, presidente da Pontifícia Comissão do Estado da Cidade do Vaticano, oferece aos funcionários da Santa Sé, cidadãos do Vaticano e oficiais da Cúria Romana algumas regras a serem cumpridas com o objetivo de controlar a propagação do coronavírus no território do Vaticano, como o uso de máscaras e o distanciamento físico.

O descumprimento do decreto pode resultar em multas.

“A emergência sanitária deve ser enfrentada para garantir a saúde e o bem-estar da comunidade de trabalhadores, respeitando a dignidade, os direitos e as liberdades fundamentais de cada um de seus membros”, afirma o documento, assinado por Dom Bertello, autoridade máxima do Estado Cidade do Vaticano e Dom Fernando Vérgez Alzaga, Secretário Geral da Governadoria do Vaticano.

Uma das medidas incluídas no texto é o protocolo de vacinação contra a COVID-19 para todos os funcionários e residentes do Vaticano. Recordando, em janeiro deste ano, a cidade-estado começou a oferecer a vacina produzida pela Pfizer-BioNtech às suas autoridades, residentes e demais funcionários.

De acordo com o decreto de Dom Bertello, escrito em conjunto com a secretaria de saúde e higiene vaticana, “foi avaliado o risco de exposição” à COVID-19 e sua transmissão aos empregados no exercício de suas atividades laborais. Assim, o Vaticano “poderá julgar necessário o uso de uma medida preventiva” que determine a administração da vacina para “proteger a saúde” dos cidadãos, residentes e trabalhadores.

O decreto prevê que os empregados que não possam receber a vacina por “motivos comprovados de saúde” tenham temporariamente “atribuições diferentes, equivalentes ou, na falta delas, inferiores” que apresentam menor risco de contágio, mantendo seu salário atual.

Entretanto, o despacho adverte que que “o trabalhador que se recuse a submeter-se, sem comprovação de saúde” à administração da vacina estará sujeito às disposições contidas do artigo 6º das normas da Cidade do Vaticano 2011 sobre a dignidade da pessoa e seus direitos.

O artigo 6º das normas diz que a recusa pode resultar em “consequências de vários graus que podem chegar à interrupção da relação de trabalho”.

Absurdo: Governo do Ceará decreta entrega da Eucaristia pré-embalada



Nas novas orientações do Decreto do Governador do Estado Ceará, Camilo Santana (PT), para prevenção de contágio ao Coronavírus, chama atenção a determinação referente às Igrejas, como a prescrição de que “alimentos de cunho religioso” sejam  fornecidos “pré-embalados e em porções individuais”.

Para os católicos, a Hóstia Consagrada e o Vinho Consagrado são, realmente, Corpo e Sangue de Cristo. A rigor, pelo novo decreto, as espécies eucarísticas mencionadas  deveriam ser dadas ao fiéis em embalagens. O cuidado que faltou no período da campanha eleitoral, que durou cerca de dois meses, agora veio com juros.



Em matéria do jornal O Povo Online, publicada nesta segunda-feira, lê-se a seguinte observação:

“A rigidez definida pelo protocolo sanitário, no entanto, não foi cumprida em uma das celebrações mais tradicionais da Igreja Católica: a Quarta-feira de Cinzas. Na Catedral de Fortaleza, a hóstia foi entregue na boca dos fiéis.

A determinação do Governo do Ceará relembra uma muito semelhante feita pelo Governo de Santa Catarina, em abril de 2020, e que desagradou massivamente os católicos daquela Diocese.



O novo decreto prescreve ainda 33 orientações relacionadas à esfera religiosa, citando até o número de músicos que se deve ter por celebração, além de dizer como as coletas devem acontecer.

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2021

Vaticano oferece recomendações para as celebrações da Semana Santa 2021


A Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos publicou algumas recomendações dirigidas aos Bispos para as celebrações da Semana Santa de 2021.

A nota divulgada em 17 de fevereiro, Quarta-feira de Cinzas, e assinada pelo prefeito da Congregação, Cardeal Robert Sarah e pelo arcebispo secretário, Dom Arthur Roche, visa “ajudar os bispos em sua tarefa de avaliar as situações concretas e buscar o bem espiritual dos pastores e fiéis para viver esta grande Semana do ano litúrgico”.

Devido à pandemia ainda em curso da Covid-19, o texto do Vaticano indica que o Bispo “como moderador da vida litúrgica na sua Igreja, é chamado a tomar decisões prudentes para que as celebrações litúrgicas se desenvolvam fecundamente para o Povo de Deus e para o bem das almas que lhe foram confiadas, tendo em conta a proteção da saúde e o que foi prescrito pelas autoridades responsáveis ​​pelo bem comum”.

Por isso, o decreto emitido por este Dicastério para a Semana Santa de 2020 continuará sendo válido também este ano e convida-se “a relê-lo em vista às decisões que os Bispos deverão tomar a respeito das próximas celebrações da Páscoa na situação particular do seu país”.

Além disso, o comunicado recorda que "em muitos países ainda estão em vigor condições rígidas de confinamento, que impossibilitam a presença dos fiéis nas igrejas, enquanto em outros estão retomando uma vida cultual mais normal”.

Arcebispo de Juiz de Fora orienta clero a não fazer uso do texto-base da Campanha da Fraternidade 2021



Mais um bispo, desta vez Dom Gil Antônio Moreira, Arcebispo Metropolitano de Juiz de Fora orientou o clero da arquidiocese a não utilizar o texto-base da Campanha da Fraternidade.

Em um comunicado por ocasião da quaresma, Dom Gil Antônio Moreira, Arcebispo Metropolitano de Juiz de Fora orientou o clero da arquidiocese a não utilizar o texto-base da Campanha da Fraternidade.

Em sua argumentação ele relata que “houve uma grave falha com relação ao texto-base que tem provocado séria polêmica, por apresentar conceitos duvidosos em relação à doutrina social e à Moral cristã“.

E continua assinalando que “a autora adepta de correntes morais não aceitas pela Igreja Católica e nem por grande parte dos nossos irmãos evangélicos“

Como vemos no seguinte trecho:

“Neste ano houve uma grave falha com relação ao texto-base que tem provocado séria polêmica, por apresentar conceitos duvidosos em relação à doutrina social e à Moral cristã, em sua redação e na sua subjacência, sendo a autora adepta de correntes morais não aceitas pela Igreja Católica e nem por grande parte dos nossos irmãos evangélicos. Após ler, ouvir e ver praticamente todos os posicionamentos prós e contra, em consciência, e para ser fiel à Igreja, oriento que o texto-base da CFE 2021 não sela utilizado em nossa Igreja Particular.”

Também adverte que não deseja que essa decisão seja interpretada como uma oposição à CNBB, da qual também faz parte, assim como ao diálogo ecumênico.

Leia o trecho do comunicado na íntegra:

Dom Rifan condena Campanha da Fraternidade 2021 e estabelece normas para recuperar o povo no tempo da Pandemia



O Bispo da Administração Apostólica Pessoal São João Maria Vianney, Dom Fernando Rifan, acaba de condenar a Campanha da Fraternidade Ecumênica de 2021 e recentemente ele publicou uma série de normas para reconquistar os fiéis que esfriaram e se afastaram da Igreja. E recorda a lei suprema da Igreja: a salvação das almas!

Os pastores têm ouvido a voz do rebanho. Estes têm clamado de forma reiterada, filial e respeitosa, contra os lobos que estão infiltrando o texto-base ideológico nas dioceses e buscando direcionar, mais uma vez, os recursos obtidos no domingo de ramos para organizações revolucionárias. Segue a condenação de Dom Rifan e o texto na íntegra:

“Infelizmente, a atual Campanha da Fraternidade trouxe divisão. Por ser ecumênica, confiaram, a meu ver equivocadamente, por ser um texto a ser colocado nas mãos dos católicos, a redação do texto base ao CONIC, sendo a autora principal uma pastora protestante. Isso não se constitui em um sadio ecumenismo, que deve ser feito na caridade e na verdade. Saiu um texto ruim, com insinuações errôneas e tendenciosas, e, por isso mesmo, objeto de fundadas críticas.

Mas é um texto base de sugestão, para discussão. Não é doutrinário nem obrigatório. A CNBB já declarou que não abre mão da doutrina católica do Magistério. E todo católico sabe disso. Críticas respeitosas ao texto são bem-vindas. Os leigos têm direito de se manifestar e devem ser ouvidos, pois eles também são Igreja.”

Além do comentário sobre a Campanha da Fraternidade ele publicou recentemente um documento com uma série de normas e orientações de trabalho para buscar recuperar os fiéis perdidos para este tempo de pandemia.


Quaresma é viagem de regresso a Deus, diz o Papa Francisco em preciosa homilia


SANTA MISSA, BÊNÇÃO E IMPOSIÇÃO DAS CINZAS
HOMILIA DO PAPA FRANCISCO
Basílica de São Pedro
Quarta-feira, 17 de fevereiro de 2021

Principiamos o caminho da Quaresma, que se abre com as palavras do profeta Joel indicando-nos a direção a tomar. Trata-se dum convite que brota do coração de Deus, suplicando-nos de braços abertos e olhos cheios de nostalgia: «Convertei-vos a Mim de todo o vosso coração» (Jl 2, 12). Convertei-vos a Mim. A Quaresma é uma viagem de regresso a Deus. Quantas vezes, atarefados ou indiferentes, Lhe dissemos: «Senhor, espera! Virei encontrar-Vos mais tarde... Hoje não posso, mas amanhã começarei a rezar e a fazer algo pelos outros». E assim dia após dia… Agora Deus lança um apelo ao nosso coração. Na vida, sempre teremos coisas a fazer e desculpas a apresentar, mas, irmãos e irmãs, hoje é o tempo de regressar a Deus.

Convertei-vos a Mim – diz Ele – de todo o vosso coração. A Quaresma é uma viagem que envolve toda a nossa vida, tudo de nós mesmos. É o tempo para verificar as estradas que estamos a percorrer, para encontrar o caminho que nos leva de volta a casa, para redescobrir o vínculo fundamental com Deus, do qual tudo depende. A Quaresma não é compor um ramalhete espiritual; é discernir para onde está orientado o coração. Aqui está o centro da Quaresma: para onde está orientado o meu coração? Tentemos saber: Para onde me leva o «navegador» da minha vida, para Deus ou para mim mesmo? Vivo para agradar ao Senhor, ou para ser notado, louvado, preferido, no primeiro lugar e assim por diante? Tenho um coração «dançarino» que dá um passo para a frente e outro para trás, amando ora o Senhor ora o mundo, ou um coração firme em Deus? Sinto-me bem com as minhas hipocrisias ou luto para libertar o coração da simulação e das falsidades que o têm prisioneiro?

A viagem da Quaresma é um êxodo: é um êxodo da escravidão para a liberdade. São quarenta dias que recordam os quarenta anos em que o povo de Deus caminhou pelo deserto para voltar à terra de origem. Mas, como foi difícil deixar o Egito! Mais difícil do que deixar a terra foi tirar o Egito do coração do povo de Deus, aquele Egito que traziam dentro… É muito difícil deixar o Egito! Ao longo do caminho, nos seus lamentos, sempre se sentiam tentados pelas cebolas, tentados a voltar para trás, presos às memórias do passado, a qualquer ídolo. O mesmo se passa connosco: a viagem de regresso a Deus vê-se dificultada pelos nossos apegos doentios, impedida pelos laços sedutores dos vícios, pelas falsas seguranças do dinheiro e da ostentação, pela lamúria que paralisa. Para caminhar, é preciso desmascarar estas ilusões.

Interroguemo-nos então: Como avançar no caminho para Deus? Ajudam-nos as viagens de regresso narradas pela Palavra de Deus.

Olhamos para o filho pródigo e compreendemos que é tempo também para nós de regressar ao Pai. Como aquele filho, também nós esquecemos o ar de casa, delapidamos bens preciosos em troca de coisas sem valor e ficamos com as mãos vazias e o coração insatisfeito. Caímos: somos filhos que caem continuamente, somos como criancinhas que tentam andar, mas estatelam-se no chão precisando uma vez e outra de ser levantadas pelo papá. É o perdão do Pai que sempre nos coloca de pé: o perdão de Deus, a Confissão, é o primeiro passo da nossa vigem de regresso. Ao dizer Confissão, recomendo aos confessores: Sede como o pai, não com o chicote, mas com o abraço.

Depois precisamos de regressar a Jesus, fazer como aquele leproso curado que voltou para Lhe agradecer. Curados foram dez, mas só ele foi também salvo, porque voltara para Jesus (cf. Lc 17, 12-19). Todos, todos nós temos enfermidades espirituais: sozinhos, não podemos curá-las; todos temos vícios arraigados: sozinhos, não podemos extirpá-los; todos temos medos que nos paralisam: sozinhos, não podemos vencê-los. Precisamos de imitar aquele leproso, que voltou para Jesus e se prostrou aos seus pés. Temos necessidade da cura de Jesus, precisamos de colocar diante d’Ele as nossas feridas e dizer-Lhe: «Jesus, estou aqui diante de Vós, com o meu pecado, com as minhas misérias. Vós sois o médico; podeis libertar-me. Curai o meu coração».

Mais ainda! A palavra de Deus pede-nos para regressar ao Pai, pede-nos para voltar a Jesus, e somos chamados também a regressar ao Espírito Santo. As cinzas na cabeça lembram-nos que somos pó e em pó nos havemos de tornar. Mas, sobre este pó que somos nós, Deus soprou o seu Espírito de vida. Então não podemos viver seguindo o pó, indo atrás de coisas que hoje existem e amanhã desaparecem. Voltemos ao Espírito, Dador de vida! Voltemos ao Fogo que faz ressurgir as nossas cinzas, àquele Fogo que nos ensina a amar. Continuaremos sempre a ser pó, mas – como diz um hino litúrgico – pó enamorado. Voltemos a rezar ao Espírito Santo, redescubramos o fogo do louvor, que queima as cinzas das lamúrias e da resignação.

domingo, 14 de fevereiro de 2021

Como obter a indulgência do Ano São José todos os dias antes das 9h


Durante anos de celebração especial (como o ano de São José) ou em tempos de necessidade especial (como a pandemia), o Vaticano costuma expandir as maneiras pelas quais os fiéis podem obter uma indulgência.

É importante reconhecer que o propósito das indulgências é mais do que remover a punição temporal devido ao pecado. É também para nos ajudar a nos tornarmos mais santos.

De fato, “todo aquele que confia sua atividade diária à proteção de São José também pode obter a indulgência plenária”, diz o decreto do Vaticano que anuncia o Ano das Indulgências de São José.

Com isso, a Igreja nos convida a fazer uma oração matinal de oferecimento, na qual confiamos nossas atividades a São José.

Evidentemente, a prática espiritual de começar o dia oferecendo-o a Deus (às vezes por intercessão de um santo, como neste caso), é uma das mais eficazes para o crescimento na santidade. Inúmeros santos defenderam esta prática, pois é uma forma de confiar todo o nosso dia a Deus, permitindo-nos estar “orando constantemente” como São Paulo exortou, mesmo que não possamos ter nossas mentes ativamente rezando em todos os momentos.

Em companhia de São José

Agora, entretanto, o decreto sobre a indulgência nos oferece um motivo a mais para fazer da oração matinal um hábito – desta vez com a ajuda de São José.

Uma prece matinal na companhia de São José promete uma fecundidade espiritual particular. Afinal, provavelmente ninguém (além de Maria) passou tantas horas ou tantos dias na companhia de Jesus.

De fato, São José tem uma visão única sobre o que significa realizar atividades diárias com a contribuição e inspiração de Deus. Ao confiar nossa atividade diária à sua proteção, é como se estivéssemos colocando o nosso dia de trabalho lá na carpintaria, com José e Jesus. Não poderia haver melhor maneira de fazer nossas tarefas diárias!

Embora as condições usuais para se obter a indulgência continuem valendo, durante a pandemia pode ser impossível receber a Eucaristia ou confessar-se. Para as indulgências concedidas para a pandemia, o Vaticano disse que é suficiente ter “a vontade de cumprir as condições habituais (confissão sacramental, comunhão eucarística e oração segundo as intenções do Santo Padre), o mais rapidamente possível”.

Outra grande chance diária

O decreto do Vaticano sobre as indulgências para o Ano de São José incluiu mais uma oportunidade diária que nos ajudará a nos colocar na companhia de José e de seu Filho. É também uma oportunidade de indulgência que pode surgir todos os dias: “Aqueles que, a exemplo de São José, praticarem uma obra de misericórdia corporal ou espiritual, poderão igualmente obter o dom da Indulgência plenária.”

Assim, vemos novamente que a Igreja deseja que obtenhamos indulgências não apenas para remir o castigo pelos pecados do passado, mas para nos ajudar a crescer em santidade a partir de hoje. Devemos viver as obras de misericórdia corporais e espirituais, porque é isso que significa viver uma vida cristã, viver em santidade. A indulgência nos oferece uma motivação extra para nos esforçarmos mais para viver dessa maneira.

Mesmo? Indulgências?

Tudo isso pode levar algumas pessoas a perguntarem: “A Igreja ainda acredita em indulgências?”

De fato, a Igreja “ainda acredita”, e rejeita o uso indevido delas.

A indulgência é parcial ou plenária, na medida em que remove parte ou toda a punição temporal devido ao pecado. Os fiéis podem obter indulgências para si próprios ou aplicá-las aos mortos.

O Catecismo da Igreja Católica diz:

“O recurso à comunhão dos santos permite ao pecador contrito ser purificado mais depressa e mais eficazmente das penas do pecado…

A estes bens espirituais da comunhão dos santos, também lhes chamamos o tesouro da Igreja, «que não é um somatório de bens, como quando se trata das riquezas materiais acumuladas no decurso dos séculos, mas sim o preço infinito e inesgotável que têm junto de Deus as expiações e méritos de Cristo, nosso Senhor, oferecidos para que a humanidade seja liberta do pecado e chegue à comunhão com o Pai. É em Cristo, nosso Redentor, que se encontram em abundância as satisfações e os méritos da sua redenção.

Pertencem igualmente a este tesouro o preço verdadeiramente imenso, incomensurável e sempre novo que têm junto de Deus as orações e boas obras da bem‑aventurada Virgem Maria e de todos os santos, que se santificaram pela graça de Cristo, seguindo as suas pegadas, e que realizaram uma obra agradável ao Pai; de modo que, trabalhando pela sua própria salvação, igualmente cooperaram na salvação dos seus irmãos na unidade do corpo Místico”