quarta-feira, 24 de março de 2021

Fanáticos islâmicos estão decapitando crianças em Moçambique, denuncia ONG


Fanáticos islâmicos estão decapitando crianças em Moçambique, denunciou na semana passada a ONG Save the Children em referência à aberrante situação que se arrasta na província de Cabo Delgado, região norte do país, há mais de 3 anos.

Em 2017, militantes que se autoproclamam membros do famigerado bando jihadista Estado Islâmico invadiram a província e implantaram nela mais um regime de horror semelhante ao que haviam imposto ao Iraque, à Síria e à Líbia na década passada.

A Save the Children informou que manteve contato com várias famílias obrigadas a deixar as suas terras em fuga desesperada, e que os relatos sobre os horrores ali vividos são estarrecedores.

Segundo a ONG, uma mulher cuja identidade foi preservada contou ter sido forçada a testemunhar a decapitação do próprio filho de 12 anos, enquanto ela tentava se esconder com seus outros filhos:

“Nosso vilarejo foi atacado e as casas foram queimadas naquela noite. Eu estava em casa com meus quatro filhos. Tentamos fugir para a floresta, mas eles pegaram o meu filho mais velho e cortaram a cabeça dele. Nós não podíamos fazer nada, porque eles iam matar a gente também”.

Fanáticos islâmicos estão decapitando crianças em Moçambique

Crianças ainda menores já foram covardemente mortas pelos mesmos fanáticos. Outra mãe relatou um pesadelo quase idêntico ao da primeira mulher mencionada pela denúncia da Save the Children:

“Depois que o meu filho de 11 anos foi morto, nós vimos que não era mais seguro ficar no vilarejo. Fugimos para a casa do meu pai em outro vilarejo, mas, uns dias depois, eles começaram a atacar também lá”.

O diretor da Save the Children em Moçambique, Chance Briggs, afirmou que a equipe da organização “foi às lágrimas ao ouvir as histórias de sofrimento contadas pelas mães nos campos de deslocados”.

3ª Pregação da Quaresma: “E vós, quem dizeis que eu sou? Jesus Cristo verdadeiro Deus”


“E VÓS, QUEM DIZEIS QUE EU SOU?”
Jesus Cristo “verdadeiro Deus”
 
Terceira Pregação da Quaresma

Recordemos brevemente o tema e o espírito destas meditações quaresmais. Propusemo-nos em reagir à tendência difundidíssima de falar da Igreja “etsi Christus non daretur”, como se Cristo não existisse, como se fosse possível entender tudo dela, prescindindo dele. Propusemo-nos, porém, em reagir a isso de um modo diverso do habitual: não buscando convencer o mundo e seus meios de comunicação de erro, mas renovando e intensificando a nossa fé em Cristo. Não em chave apologética, mas espiritual.

Para falar de Cristo, escolhemos a via mais segura, que é a do dogma: Cristo verdadeiro homem, Cristo verdadeiro Deus, Cristo uma só pessoa. Aquela do dogma é uma via por nada velha e ultrapassada. “A terminologia dogmática da Igreja primitiva – escreveu Kierkegaard, um dos maiores representantes do pensamento moderno existencialista – é como um castelo encantado, onde repousam em um sono profundo os príncipes e as princesas mais graciosos. Basta apenas despertá-los, para que se levantem em toda a sua glória”[1].

Assim, trata-se justamente disso: de despertar os dogmas, de infundir neles vida, como quando o Espírito entrou nos ossos ressequidos vistos por Ezequiel e “eles viveram e se puseram de pé” (Ez 37,10). Na vez passada, buscamos fazer isso, em relação ao dogma de Jesus “verdadeiro homem”; hoje, queremos fazê-lo com o dogma de Cristo “verdadeiro Deus”.

O dogma de Cristo “verdadeiro Deus”

Em 111 ou 112 depois de Cristo, Plínio, o Jovem, governador da Bitínia e do Ponto, escreveu uma carta ao Imperador Trajano, pedindo-lhe indicações sobre como se comportar nos processos instaurados contra os cristãos. Segundo as informações tomadas – escreve ao Imperador – “toda a sua culpa ou erro consistia em se reunirem habitualmente em um dia estabelecido antes da aurora e entoar, em coros alternados, um hino a Cristo como a um Deus”: carmen Christo quasi Deo dicere[2]. Estamos na Ásia Menor, há poucos anos da morte do último apóstolo, João, e os cristãos proclamam já no canto a divindade de Cristo! A fé na divindade de Cristo nasce com o nascer da Igreja.

Mas o que é desta fé hoje? Façamos, primeiramente, uma breve reconstrução da história do dogma da divindade de Cristo. Ele foi sancionado solenemente no Concílio de Niceia de 325, com as palavras que repetimos no Credo: “Creio em um só Senhor, Jesus Cristo... Deus verdadeiro de Deus verdadeiro, gerado, não criado, consubstancial ao Pai”. Para além dos termos usados, o sentido profundo da definição de Niceia – como se deduz de Santo Atanásio, que foi sua testemunha e intérprete mais fidedigno – era que, em toda língua e em toda época, Cristo deve ser reconhecido como Deus no sentido mais forte e mais alto que a palavra “Deus” tem em determinada língua e cultura, e não em qualquer outro sentido derivado e secundário.

Foi preciso quase um século de assentamento antes que esta verdade fosse recebida, na sua radicalidade, por toda a cristandade. Uma vez superados os refluxos de arianismo devidos à chegada de povos bárbaros que tinham recebido a primeira evangelização dos heréticos (Godos, Visigodos e Longobardos), o dogma se tornou patrimônio pacífico de toda a cristandade, seja oriental como ocidental.

A Reforma Protestante o manteve intacto, e mais, aumentou sua centralidade; contudo, inseriu nele um elemento que, mais tarde, dará margem a prolongamentos negativos. Para reagir ao formalismo e ao nominalismo que reduziam os dogmas a exercícios de virtuosismo especulativo, os reformadores protestantes afirmam: “Conhecer Cristo significa reconhecer os seus benefícios, não indagar as suas naturezas e os modos da encarnação”[3]. O Cristo “para mim” se torna mais importante do que o Cristo “em si”. Ao conhecimento objetivo, dogmático, opõe-se um conhecimento subjetivo, íntimo; ao testemunho exterior da Igreja e das próprias Escrituras sobre Jesus, antepõe-se o “testemunho interior”, que o Espírito Santo presta a Jesus no coração de cada fiel.

O Iluminismo e o racionalismo encontraram nisso o terreno adequado para a demolição do dogma. Para Kant, o que conta é o ideal moral proposto por Cristo, mais do que a sua pessoa. A teologia liberal do século XIX reduz praticamente o cristianismo apenas à dimensão ética e, particularmente, à experiência da paternidade de Deus. Despoja-se o Evangelho de todo o sobrenatural: milagres, visões, a ressurreição de Cristo. O cristianismo torna-se apenas um sublime ideal ético que pode prescindir da divindade de Cristo e, até mesmo, da sua existência histórica. Gandhi, que, infelizmente, conhecera o cristianismo nesta versão redutiva, escreveu: “Não me importaria nem mesmo se alguém demonstrasse que o homem Jesus, na realidade, jamais viveu, e que o que se lê nos evangelhos não é nada mais do que fruto da imaginação do autor. Apesar de que o sermão da montanha permanecesse verdadeiro aos meus olhos”6.

A versão mais próxima a nós desta tendência redutiva do cristianismo é aquela popularizada por Bultmann, em nome, desta vez, da demitologização: “A fórmula ‘Cristo é Deus’ – ele escreve – é falsa, em todo sentido, quando ‘Deus’ é considerado como ser objetivável, seja ela entendida segundo Ário ou segundo Niceia, em sentido ortodoxo ou liberal. Ela está correta se ‘Deus’ for entendido como o evento da atuação divina”[4]. Em palavras menos veladas: Cristo não é Deus, mas em Cristo há (ou opera) Deus. Estamos bem distantes, como se vê, do dogma definido em Niceia. Diz-se de querer, deste modo, interpretar o dogma antigo com categorias modernas, mas, na realidade, não se faz outra coisa a não ser repropor, às vezes nos mesmos termos, soluções arcaicas (Paulo de Samósata, Marcelo de Ancira, Fotino), já avaliadas e rejeitadas pela consciência da Igreja.

Se, das discussões dos teólogos, considerando-se diversas reflexões, passa-se ao que, da divindade de Cristo, pensa o povo comum nos países cristãos, fica-se sem palavras. Após um concílio local dominado pelos opositores de Niceia (Rimini, ano 359), São Jerônimo escreveu: O mundo inteiro “emitiu um gemido e se surpreendeu em se rever ariano”[5]. Nós teríamos muito mais razão que ele de gemer e fazer nossa a sua exclamação de estupor.

terça-feira, 9 de março de 2021

Autoridade vaticana critica ONU por defender só o Islã


O observador permanente da Santa Sé junto à ONU em Genebra, Dom Ivan Jurkovic, criticou o Conselho dos Direitos Humanos da organização por defender exclusivamente o Islã em seu relatório. Jurkovic pediu às Nações Unidas que defendam a liberdade religiosa sem excluir nenhum grupo religioso.

O bispo expressou sua preocupação na 46ª sessão do Conselho dos Direitos Humanos sobre o recente relatório intitulado "Ódio anti-islâmico/Islamofobia", um documento que "deveria defender o direito humano fundamental e universal da liberdade de religião ou de credo, na realidade se concentrou sobre um só grupo religioso excluindo os outros, com o risco de polarizar a comunidade internacional e de criar ainda mais conflitos”.

“A Santa Sé só pode deplorar o fato de o Relatório não considerar adequadamente o contexto da perseguição de todas as pessoas de fé”, assinalou Dom Jurkovic.

Neste sentido, o Arcebispo destacou que “certamente, todos os atos de ódio, discriminação e perseguição religiosa devem ser veementemente condenados, também contra os muçulmanos”.

No entanto, Dom Jurkovic acrescentou que levando em consideração “a universalidade da liberdade religiosa sancionada pela Declaração Universal dos Direitos Humanos”, a decisão de “limitar o tema do Relatório a um grupo religioso particular sem referência aos muitos outros poderia representar uma mudança substancial na abordagem metodológica".

Padre suspeito de cometer três assaltos é preso no RS


Um padre foi preso na noite de terça-feira (2) suspeito de assaltar três estabelecimentos comerciais em Passo Fundo, no Norte do Rio Grande do Sul. Conforme a polícia, os roubos aconteceram em dois mercados e uma farmácia.

Ainda conforme a polícia,  todos os assaltos foram cometidos por um homem que tinha as mesmas características e conduzia o mesmo veículo. Após buscas, o homem foi localizado e identificado como padre Elizeu Moreira, que atua em Tapejara, na Diocese de Passo Fundo e é natural de Ciríaco. 

Com o suspeito, foram encontrados uma pistola falsa e uma mochila com um boné vermelho, que ele estava usando nos roubos, além de R$ 655 em dinheiro, produtos alimentícios e de higiene, informou a polícia.

Segundo a advogada Maura Leitzke, o padre faz uso de medicamentos psiquiátricos desde o ano passado. Nas semanas anteriores ele teria interrompido, voluntariamente, o tratamento, o que, segundo a defensora, influenciou para que tivesse um surto psicótico.

Portugal: Presidente da República apela ao contributo das confissões religiosas para «defender a liberdade, a tolerância, a compreensão mútua»


O presidente da República Portuguesa apelou hoje às confissões religiosas do país que contribuam para a defesa da tolerância e da “compreensão mútua”, face a discursos que visam a exclusão do “diferente”.

“Apelo para que, em salutar diálogo e convergência de propósitos, tudo façamos para defender a liberdade, a tolerância, a compreensão mútua, num tempo em que é tão sedutor dividir e catalogar, encontrar bodes expiatórios”, disse Marcelo Rebelo de Sousa, no salão nobre da Câmara Municipal do Porto, perante autoridades da cidade e 13 convidados, representantes das diversas confissões religiosas presentes em Portugal.

O chefe de Estado incluiu um momento de oração inter-religioso no programa da tomada de posse para o seu segundo mandato presidencial, à imagem do que aconteceu em 2016, então em Lisboa.

O discurso desta tarde começou por sublinhar a “liberdade fundamental” da Constituição, “a liberdade religiosa, a liberdade de crer e de não crer”.

“A liberdade de crer, que é mais do que a liberdade de culto, para os crentes, é a liberdade de agir no espaço público em conformidade com os valores essenciais da sua fé, da sua visão da pessoa e da comunidade”, precisou o chefe de Estado.

Marcelo Rebelo de Sousa pediu que “crentes e não crentes tenham presente o significado da Constituição da República Portuguesa, respeitem a liberdade alheia, não a queiram limitar, não a queiram condicionar, não a queiram esvaziar em homenagem às suas posições pessoais”.

Este singelo encontro, que repete o de há cinco anos, em Lisboa, é um sinal dado aos portugueses daquilo que nos deve unir: o respeito da liberdade e, portanto, da diversidade”:

O presidente português agradeceu às confissões religiosas o “muitíssimo” que o país lhes deve em áreas como a educação, a saúde ou a solidariedade, “na resistência às crises e no combate à pandemia”.

“Sublinho, neste ano doloroso para todos os portugueses, neste ano infatigável para todos nós, que o combate sem tréguas à pandemia seria outro sem o vosso contributo”, apontou.

O discurso destacou o contributo em “domínios sensíveis” da vida nacional, ajudando os mais pobres e os mais afetados pela crise, “muitas vezes sem que se saiba”.

“Portugal agradece o vosso contributo ao longo de um ano de pandemia, dado a milhares e milhares de portugueses”, prosseguiu.

O chefe de Estado desafiou as confissões religiosas a participar num esforço coletivo de “pacificação dos espíritos e aceitação do diferente”.

Bispo convoca ato de desagravo após Igreja em MG ser profanada



Uma igreja em Mendes Pimentel (MG) foi alvo de profanação na noite de sábado, 6 de março, quando partes do templo e imagens sagradas foram destruídos e hóstias consagradas espalhadas no chão. Diante desse “fato gravíssimo”, o Bispo local convocou um ato de desagravo.

O fato ocorreu na comunidade São Vicente de Paulo, pertencente à Paróquia Senhor Bom Jesus, da Diocese de Teófilo Otoni. Quebraram as janelas, telhado, bancos, móveis e todas as imagens sacras da igreja e, deixaram as hóstias consagradas jogadas pelo chão da capela destruída.

Os danos foram descobertos no domingo e, portanto, a Diocese afirma que o ato de profanação deve ter acontecido na noite de sábado. Logo após verificar a destruição, a comunidade acionou as autoridades policiais, que já deram início a uma investigação.

De acordo com o pároco, Padre Erivelto Ferreira Alves, todos os fiéis católicos da localidade estão em choque pelo ocorrido.

Em nota, o Bispo de Teófilo Otoni, Dom Messias dos Reis Silveira, manifestou sua solidariedade ao pároco e a toda a comunidade local diante desta “triste realidade”.

“Sabemos que a Igreja sempre sofreu perseguição. Templos são destruídos e vidas ceifadas. Mas, nada vai nos separar do amor de Cristo”, expressou o bispo, citando o Apóstolo São Paulo.

Segundo Dom Messias, “não foi simplesmente a igreja templo que foi atingida, mas a vida cristã do povo que aí vive”. Entretanto, indicou, “os fiéis têm uma marca batismal e essa marca vai permanecer” e, assim, “o templo será reedificado e a fé do povo fortalecida”.

O Bispo de Teófilo Otoni ressaltou ainda que “o ocorrido se trata de um fato gravíssimo e um pecado cujo perdão está reservado ao Santo Padre o Papa”.

Além disso, solicitou “que seja feito um Tríduo de desagravo na comunidade contando com a reza de um terço, uma procissão e uma celebração eucarística”.

Por fim, desejou que “Deus abençoe” os fiéis locais, “que trazem essa ferida exposta”, mas que irão se “reerguer” com “a graça divina e com a solidariedade”.

Confira a nota na íntegra:

Feministas atacam várias igrejas no dia Internacional da Mulher

Este foi o ataque à igreja de São Francisco em Bogotá,
com um claro tom cristão-fóbico


Nem comunistas, nem anarquistas, nem jihadistas têm um dia especial para atacar igrejas nos países ocidentais, mas as feministas cristãs e abortistas têm: todo 8 de março se tornou o dia do ódio anticristão.

Este ano, devido à regulamentação contra o coronavírus, as manifestações na Espanha foram pequenas e os danos e ataques foram muito menores do que nos anos anteriores. Em diferentes países da América Latina, têm ocorrido repetidas cenas de violência e ataques contra igrejas por feministas radicais, muitas vezes acompanhados de símbolos pró- aborto (o lenço verde) e LGTB .

Nesta segunda-feira, 8 de março, um grupo de feministas encapuzadas atacou estabelecimentos comerciais da Plaza de Bolívar em Bogotá, quebrou objetos, pintou graffiti e uma ativista tentou expulsar um cinegrafista do CM & noticiário pelo fato grave de ser homem.

Em seguida, eles atacaram a igreja de São Francisco (Carrera Séptima con calle 7 A) e incendiaram sua porta . A polícia interveio, dispersando os agressores (aparentemente sem efetuar nenhuma prisão) e conseguindo apagar o fogo.

Na catedral de Durango: “nossos corpos”



Em Durango, México, ativistas do coletivo Las Que No Arden compareceram na madrugada de domingo, 7 de março, em frente à fachada da Catedral Basílica Menor Inmaculada Concepción com uma placa verde (a cor do movimento do aborto na América Latina) com a frase “Tire suas doutrinas de nossas vaginas.”

Posteriormente, em sua conta no Facebook, publicaram uma mensagem abortista, anticlerical e anti-gramática: “No caminho para o # 8M, nós morras saímos às ruas e exigimos nossos direitos, aos quais não podemos acessar gratuitamente graças aos eclesiásticos sistema que se segue, sendo uma autoridade que nos reprime e nos nega o direito de decidir. Que a Igreja e suas doutrinas deixem de ter poder sobre nossos corpos [com “a”, nota de ReL] . Aborto gratuito para mulheres de Durango ”.

Violência contra a igreja de San Damián em Oaxaca

O ataque das violentas feministas de Oaxaca (México) foi marcante porque elas conseguiram entrar à força em um templo e causar danos em seu interior contra imagens e bancos. Aconteceu na tarde de domingo, 7 de março, na igreja de San Damián y San Cosme, no centro de Oaxaca (México).

Fotos da destruição de violentas feministas em San Cosme e San Damián, em Oaxaca


Encapuzados e armados com paus, quebraram as portas do templo e entraram para pintar o interior, destruindo vidros, janelas, bancos, um confessionário e uma imagem de São Judas Tadeu . Segundo várias fontes, ao passarem por Oaxaca, feministas violentas causaram danos à catedral e a edifícios públicos e privados, como o Ministério da Saúde.

Foi assim que feministas violentas entraram em San Cosme e San Damián, em Oaxaca:

2ª Pregação da Quaresma: "Quem de vós pode acusar-me de pecado?".


“QUEM DE VÓS PODE ACUSAR-ME DE PECADO?”
Jesus Cristo, “verdadeiro homem”

Segunda pregação da Quaresma

"O pensamento moderno, iluminista, nasce sob o signo da máxima de viver “etsi Deus non daretur”, como se Deus não existisse. O pastor Dietrich Bonhoeffer retomou esta máxima, buscando dar-lhe um conteúdo cristão positivo. Nas suas intenções, não era uma concessão ao ateísmo, mas um programa de vida espiritual: fazer o próprio dever também quando Deus parecer ausente; em outras palavras, não fazer dele um Deus – tapa-buracos, sempre pronto a intervir onde o homem falhou.

Também nesta versão, a máxima é discutível e foi, justamente, contestada. Mas a nós, neste momento, ela interessa por outra razão. Existe um perigo mortal para a Igreja, e é o de viver “etsi Christus non daretur”, como se Cristo não existisse. É o pressuposto com o qual o mundo e seus meios de comunicação falam todo o tempo da Igreja. Dela, interessam a história (sobretudo a negativa, não a da santidade), a organização, o ponto de vista sobre os problemas do momento, os fatos e as fofocas dentro dela. Raramente se encontra mencionada a pessoa de Jesus. Há alguns anos, foi proposta – e ainda vigora em alguns países – a ideia de uma possível aliança entre fiéis e não fiéis, baseada nos valores civis e éticos comuns, nas raízes cristãs da cultura e assim por diante. Um pacto, em outras palavras, não baseado no que aconteceu no mundo com a vinda de Cristo, mas no que aconteceu em seguida, depois dele.

A isso se acrescenta um fato objetivo, infelizmente, inevitável. Cristo não entra em questão em nenhum dos três diálogos mais vivazes em curso hoje, entre a Igreja e o mundo. Não entra no diálogo entre fé e filosofia, porque a filosofia se ocupa de conceitos metafísicos, não de realidades históricas, como é a pessoa de Jesus de Nazaré; não entra no diálogo com a ciência, com a qual se pode unicamente discutir sobre a existência ou não de um Deus criador e de um projeto inteligente abaixo da evolução; não entra, enfim, no diálogo inter-religioso, onde se ocupa do que as religiões podem fazer juntas, em nome de Deus, pelo bem da humanidade.

Na preocupação – além do mais, justíssima – de responder às exigências e provocações da história e da cultura, nós corremos o perigo mortal de nos comportarmos, também nós, fiéis, “etsi Christus non daretur”. Como se fosse possível falar da Igreja prescindindo de Cristo e do seu Evangelho. Tocaram-me fortemente as palavras pronunciadas pelo Santo Padre na Audiência Geral de 25 de novembro passado. Dizia – e se entendia pelo tom que isso o tocava profundamente –:

Aqui [nos Atos dos Apóstolos, 2,42] encontramos quatro caraterísticas essenciais da vida eclesial: primeira, a escuta do ensinamento dos apóstolos; segunda, a salvaguarda da comunhão recíproca; terceira, a fração do pão; e quarta, a oração. Elas lembram-nos que a existência da Igreja tem sentido, se permanecer firmemente unida a Cristo, isto é, na comunidade, na sua Palavra, na Eucaristia e na oração. É o modo de nos unirmos a Cristo (...). A pregação e a catequese dão testemunho das palavras e dos gestos do Mestre; a busca constante da comunhão fraterna preserva dos egoísmos e dos particularismos; a fração do pão realiza o sacramento da presença de Jesus no meio de nós: Ele nunca estará ausente, na Eucaristia é precisamente Ele, Ele vive e caminha conosco. E por fim, a oração, que é o espaço do diálogo com o Pai, através de Cristo no Espírito Santo. Na Igreja, tudo o que cresce fora destas “coordenadas” está desprovido de fundamento.

As quatro coordenadas da Igreja, como se vê, reduzem-se, nas palavras do papa, a uma só: permanecer ancorada em Cristo. Tudo isso fez nascer em mim o desejo de dedicar estas meditações quaresmais à pessoa de Jesus Cristo. Tive que superar, eu mesmo por primeiro, uma objeção. Um olhar no índice dos documentos do Vaticano II, no verbete “Jesus Cristo”, ou uma rápida passagem pelos documentos pontifícios dos últimos anos, fala-nos dele infinitamente mais do que podemos dizer nestas breves meditações quaresmais. Qual é, então, a utilidade de escolher este tema? É que aqui se falará somente dele, como se existisse só ele, e valesse a pena se ocupar só dele (o que é, definitivamente, a verdade!).

Podemos fazê-lo porque não somos constrangidos, como é o Magistério, a nos ocuparmos também de outras questões: dos problemas pastorais, daqueles éticos, sociais, ambientais, neste momento, dos problemas criados pela pandemia. Ai se fizer, naturalmente, somente o que fazemos aqui, mas ai se jamais o fizer. Da minha experiência com a televisão, aprendi uma coisa. Existem vários modos de enquadrar um objeto. Há o “plano total”, no qual se enquadra quem fala com tudo o que o circunda; há o “primeiro plano”, no qual se enquadra somente a pessoa que fala; há, enfim, o chamado “primeiríssimo plano”, no qual se enquadra apenas o rosto, ou mesmo somente os olhos de quem fala. Eis o que, nestas meditações, nós propomos em fazer, com a ajuda de Deus, primeiríssimos planos sobre a pessoa de Jesus Cristo.

O nosso intuito não é apologético, mas espiritual. Em outras palavras, não falamos para convencer os outros, os não fiéis, mas para que ele se torne sempre mais realmente o Senhor da nossa vida, o nosso tudo, ao ponto de nos sentirmos também nós, como o Apóstolo, “alcançados por Cristo” (Fl 3,12) e poder dizer com ele – ao menos como desejo – “Para mim, de fato, o viver é Cristo” (Fl 1,21). A pergunta que nos acompanhará não será, portanto: “Que lugar Jesus ocupa hoje no mundo ou na Igreja?’, mas: “Que lugar Jesus ocupa na minha vida?”. Será isto, além de tudo, o melhor meio para estimular outros a se interessarem por Cristo, isto é, o modo mais eficaz de fazer evangelização.

Mas, primeiramente, um esclarecimento. De qual Cristo pensamos falar? Existem, de fato, diversos “Cristos”: há o Cristo dos historiadores, dos teólogos, dos poetas, existe até mesmo o Cristo dos ateus[1]. Falamos do Cristo dos Evangelhos e da Igreja. Mais precisamente, do Cristo do dogma católico que o Concílio de Calcedônia de 451 definiu em termos que, de vez em quando, é voltar a escutar, ao menos em parte, no texto original:

Na sequência dos santos Padres, 
ensinamos unanimemente que se confesse
um só e mesmo Filho, nosso Senhor Jesus Cristo,
igualmente perfeito na divindade e perfeito na humanidade,
sendo o mesmo verdadeiramente Deus e verdadeiramente homem,
composto duma alma racional e dum corpo, consubstancial ao Pai pela sua divindade, consubstancial a nós pela sua humanidade, “semelhante a nós em tudo, menos no pecado” (...). Um só e mesmo Cristo, Senhor, Filho Único, que devemos reconhecer em duas naturezas (...). A diferença das naturezas não é abolida pela sua união; antes, as propriedades de cada uma são salvaguardadas e reunidas numa só pessoa e numa só hipóstase.

Podemos falar de um triângulo dogmático sobre Cristo: os dois lados são a humanidade e a divindade de Cristo, e o vértice, a unidade da sua pessoa.

O dogma cristológico não quer ser uma síntese de todos os dados bíblicos, uma espécie de destilado que encerra em si toda a imensa riqueza das afirmações relativas a Cristo que se leem no Novo Testamento, reduzindo o tudo à sucinta e árida fórmula: “duas naturezas, uma pessoa”. Se assim fosse, o dogma seria tremendamente redutivo e até perigoso. Mas não é assim. A Igreja crê e prega de Cristo tudo o que o Novo Testamento afirma dele, sem exceção. Mediante o dogma, buscou somente traçar um quadro de referência, estabelecer uma espécie de “lei fundamental” que toda afirmação sobre Cristo deve respeitar. Tudo o que se diz de Cristo deve, assim, respeitar esse dado certo e indiscutível, isto é: que ele é Deus e homem ao mesmo tempo; melhor, na mesma pessoa.

Os dogmas são “estruturas abertas” (Bernhard Lonergan), prontas para acolher tudo o que de novo e genuíno que cada época descobre na palavra de Deus, em torno daquelas verdades que eles pretenderam definir, não encerrar. São abertos a evoluir a partir de seu interior, desde que sempre “no mesmo sentido e na mesma linha”. Isto é, sem que a interpretação dada em uma época contradiga a da época precedente. Aproximar-se de Cristo pela via do dogma não significa, por isso, resignar-se em repetir exaustivamente sempre as mesmas coisas sobre ele, talvez mudando apenas as palavras. Significa ler a Escritura na Tradição, com os olhos da Igreja, isto é, lê-la de modo sempre antigo e sempre novo.